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a trajetória silenciosa de pessoas portadoras do hiv contada pela ...

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corpo, para marcar quem eram os excluí<strong>do</strong>s – escravos, criminosos – como sinal<br />

permanente <strong>de</strong> sua condição e que <strong>de</strong>veriam ser evita<strong>do</strong>s.<br />

O autor observa que o estigma é historicamente <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> <strong>pela</strong> socieda<strong>de</strong><br />

que estabelece os meios <strong>de</strong> categorizar as <strong>pessoas</strong> e os atributos que <strong>de</strong>vem ser<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s como comuns e naturais para membros <strong>de</strong> cada uma das categorias<br />

estabelecidas. Esta rotina preestabelecida e incorporada possibilita o relacionamento<br />

com outras <strong>pessoas</strong>, sem se dar atenção ou suscitar reflexão particular. Então, uma<br />

pessoa, ao <strong>de</strong>frontar-se com um estranho, tem a tendência, a partir <strong>do</strong> ambiente social<br />

que se encontra, a estabelecer sistemas <strong>de</strong> relação social e relacionamentos com<br />

pouca atenção. Alicerçada na percepção <strong>de</strong> atributos simples, a pessoa passa a supor<br />

qual a categoria na qual o estranho se inclui e diante disso dirige algumas expectativas.<br />

Logo, a partir da atribuição <strong>de</strong> sua categoria e seus atributos, forma-se uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

social virtual que difere da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> social real, ou seja, os reais atributos e a categoria<br />

que possui. Se as pré-concepções acerca <strong>de</strong>sse indivíduo fogem às expectativas<br />

normativas e mais <strong>de</strong>sejáveis para os membros <strong>de</strong> sua categoria, ou seja, ao<br />

estereótipo da mesma, tal atributo passa a ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> <strong>de</strong>preciativo, sen<strong>do</strong> um<br />

<strong>de</strong>feito, uma <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong> ou inferiorida<strong>de</strong> gera<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> <strong>de</strong>sprestígio à pessoa que o<br />

possui. O indivíduo <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> criatura comum e total, para ser visto<br />

como alguém estraga<strong>do</strong> e diminuto. Tal característica profundamente <strong>de</strong>preciativa é<br />

entendida como um estigma, o que <strong>de</strong>termina sua exclusão.<br />

Goffman (1988) menciona três tipos <strong>de</strong> estigma: no primeiro estão<br />

incluídas as <strong>de</strong>formida<strong>de</strong>s físicas; no segun<strong>do</strong>, as culpas <strong>de</strong> caráter individual que<br />

po<strong>de</strong>m ser as paixões tirânicas ou "não naturais", <strong>de</strong>sonestida<strong>de</strong>, distúrbio mental,<br />

prisão, vício, alcoolismo, homossexualida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>semprego, tentativa <strong>de</strong> suicídio e<br />

comportamento político radical; e finalmente no terceiro, há os estigmas tribais, <strong>de</strong><br />

etnia, religião e nação.<br />

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