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a trajetória silenciosa de pessoas portadoras do hiv contada pela ...

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previsto para os programas propostos; continuida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s programas; utilização <strong>de</strong><br />

mecanismos <strong>de</strong> avaliação e retroalimentação <strong>do</strong>s programas (AYRES et al., 1999).<br />

A notável inovação proposta por Mann foi à ênfase nos Direitos Humanos,<br />

aqui como fonte <strong>de</strong> critérios objetivos para avaliar a situação da vulnerabilida<strong>de</strong><br />

coletiva, substituin<strong>do</strong>, <strong>de</strong> certa forma, o vasto espaço exerci<strong>do</strong> pelos indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong><br />

natureza socioeconômica utiliza<strong>do</strong>s <strong>pela</strong> epi<strong>de</strong>miologia.<br />

O enfrentamento da epi<strong>de</strong>mia por meio <strong>do</strong>s Direitos Humanos, trazen<strong>do</strong> as<br />

questões <strong>de</strong> discriminação e violação <strong>do</strong>s mesmos tem, segun<strong>do</strong> Ayres et al.,<br />

a vantagem <strong>de</strong> vincular o problema da AIDS às suas raízes sociais mais profundas; estimular<br />

as <strong>pessoas</strong> para transformação <strong>de</strong>ssa realida<strong>de</strong>, aproveitan<strong>do</strong> o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> mobilização que<br />

essa agenda vem <strong>de</strong>monstran<strong>do</strong> historicamente; favorecer a transdisciplinarieda<strong>de</strong> e<br />

intersetorialida<strong>de</strong> da abordagem da AIDS; e revitalizar uma resposta global à pan<strong>de</strong>mia. As<br />

principais <strong>de</strong>svantagens, (...) são a pouca familiarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> com o<br />

campo <strong>do</strong>s Direitos Humanos; a acusação <strong>de</strong> que esse tipo <strong>de</strong> preocupação extrapola a<br />

competência <strong>do</strong> setor saú<strong>de</strong>; o receio das li<strong>de</strong>ranças <strong>do</strong> campo biomédico <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r a<br />

hegemonia no processo <strong>de</strong> combate à epi<strong>de</strong>mia; e os prováveis conflitos <strong>de</strong> estruturas <strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong>r, governamental e não-governamental (AYRES et al., 1999, p.61).<br />

Em suma, o conceito <strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong> não visa distinguir aqueles que<br />

têm alguma probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se expor ao HIV, mas fortalecer elementos para avaliar<br />

objetivamente as diferentes possibilida<strong>de</strong>s que to<strong>do</strong> e qualquer indivíduo tem <strong>de</strong> se<br />

infectar, da<strong>do</strong> o conjunto forma<strong>do</strong> por certas características individuais e sociais <strong>de</strong><br />

seu cotidiano, julgadas relevantes para a maior exposição ou menor oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

proteção diante <strong>do</strong> problema.<br />

Vale ressaltar que to<strong>do</strong>s os conceitos aqui discuti<strong>do</strong>s não se substituem nem<br />

se contrapõem <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> exclu<strong>de</strong>ntes, como alu<strong>de</strong> Brasil (2002). Eles exprimem um<br />

avanço qualitativo na maneira <strong>de</strong> representar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infecção pelo HIV,<br />

proporcionan<strong>do</strong> uma avaliação mais efetiva e eficaz das condições apresentadas,<br />

para a formulação <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> prevenção, dirigidas tanto para o coletivo como<br />

para um indivíduo em particular.<br />

Po<strong>de</strong>mos, então, i<strong>de</strong>ntificar as várias mudanças na forma como os estudiosos<br />

e cientistas encaram e respon<strong>de</strong>m à epi<strong>de</strong>mia, e é claro que cada uma <strong>de</strong>ssas po<strong>de</strong> ser<br />

situada em relação à história social da própria epi<strong>de</strong>mia. Juntas não <strong>de</strong>vem ser vistas<br />

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