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a trajetória silenciosa de pessoas portadoras do hiv contada pela ...

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HIV; com base nessa <strong>do</strong>cumentação, buscou-se enten<strong>de</strong>r mais profundamente a<br />

dinâmica da transmissão <strong>do</strong> HIV e indicar o caminho para políticas e programas <strong>de</strong><br />

intervenção com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reduzir comportamentos <strong>de</strong> risco (PARKER, 2000).<br />

Os trabalhos basea<strong>do</strong>s em intervenções comportamentais pretendiam<br />

oferecer aos grupos-alvo o conhecimento e as informações necessárias a respeito<br />

<strong>do</strong> risco pelo HIV, procuran<strong>do</strong> estimular a conscientização e uma ação <strong>de</strong>cisória<br />

racional e conseqüentemente a redução <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> uma possível infecção pelo HIV<br />

(PARKER, 2000). À medida que as pesquisas e intervenções comportamentais foram<br />

sen<strong>do</strong> realizadas em um número cada vez maior <strong>de</strong> ambientes sociais diversos e<br />

diferentes culturas em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>, a resposta <strong>do</strong>s instrumentos <strong>de</strong> pesquisa, bem<br />

como das intervenções comportamentais, começaram a serem questionadas, pois<br />

elas não davam respostas diante das diferentes expressões sexuais e <strong>do</strong> uso <strong>de</strong><br />

drogas injetáveis das distintas socieda<strong>de</strong>s e culturas, e mesmo em diferentes<br />

subculturas <strong>de</strong>ntro da mesma socieda<strong>de</strong> (PARKER, 2000).<br />

A experiência que vai se acumulan<strong>do</strong> com a implementação <strong>de</strong> programas<br />

<strong>de</strong> prevenção <strong>de</strong> base comportamental, baseadas em informações e convencimento<br />

argumenta<strong>do</strong>, mostra-se insuficiente para produzir mudanças comportamentais para<br />

a redução <strong>de</strong> risco, uma vez que começa a se tornar claro que a epi<strong>de</strong>mia <strong>do</strong> HIV e<br />

da AIDS se espraia <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a uma gama <strong>de</strong> fatores sociais, culturais, econômicos e<br />

políticos que mediam a estrutura <strong>do</strong> comportamento <strong>de</strong> risco nos diversos grupos <strong>de</strong><br />

populacionais, e que a dinâmica da psicologia individual jamais po<strong>de</strong>ria explicar ou<br />

provocar mudanças <strong>de</strong> comportamento, sem levar em conta essas questões mais<br />

amplas (PARKER, 2000). Passa-se a discutir um outro conceito, o <strong>de</strong> ‘situação <strong>de</strong><br />

risco’, que levava em consi<strong>de</strong>ração "o momento da ação, <strong>do</strong> ato em que a exposição<br />

se dava, porém manteve-se centrada a responsabilida<strong>de</strong> no indivíduo, uma vez que<br />

caberia a ele gerenciar esse risco, i<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong> e evitan<strong>do</strong> situações nas quais o<br />

risco <strong>de</strong> infecção se evi<strong>de</strong>nciava. A lógica da culpabilização permanecia vigente"<br />

(BRASIL, 2002, p.49).<br />

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