a trajetória silenciosa de pessoas portadoras do hiv contada pela ...
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acima da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> muitas <strong>de</strong>las. É oportuno lembrar que com o avanço da<br />
terapêutica é cada vez mais comum encontrar <strong>pessoas</strong> HIV positivas sem queixas <strong>de</strong><br />
saú<strong>de</strong>, mas com muitas queixas em relação ao tratamento (LENT e VALLE, 1998).<br />
A a<strong>de</strong>são ao tratamento não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> exclusivamente da pessoa. É<br />
imprescindível que o profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> faça um gran<strong>de</strong> investimento nas<br />
diversas estratégias visan<strong>do</strong> ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma boa a<strong>de</strong>são.<br />
Porém, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte das ações a<strong>do</strong>tadas, a forma mais efetiva <strong>de</strong> conseguir uma<br />
a<strong>de</strong>rência a<strong>de</strong>quada ao tratamento, é em última instância, a motivação e o envolvimento<br />
<strong>do</strong> cliente no seu próprio tratamento, utilizan<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> medidas práticas, <strong>de</strong> baixo custo e<br />
<strong>de</strong> fácil execução, fazen<strong>do</strong> ajustes conforme as necessida<strong>de</strong>s individuais em longo prazo<br />
(VITÓRIA, 2000, p.66).<br />
Apesar <strong>de</strong> todas as dificulda<strong>de</strong>s existentes, as <strong>pessoas</strong> <strong>porta<strong>do</strong>ras</strong> <strong>do</strong> HIV<br />
que procuram um serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> especializa<strong>do</strong> para serem acompanhadas, têm<br />
neste local um ambiente propício para colocar suas angústias, seus me<strong>do</strong>s, suas<br />
inseguranças e fragilida<strong>de</strong>s, e os profissionais que as assistem, são muitas vezes as<br />
principais e únicas parcerias para quem <strong>de</strong>clararam a sua condição, pois ali eles<br />
po<strong>de</strong>m confiar na possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> continuarem vivos, bem <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e resguarda<strong>do</strong>s<br />
da discriminação que a socieda<strong>de</strong> oferece (LENT e VALLE, 1998).<br />
Diante disso, mostra-se imprescindível a implantação <strong>de</strong> estratégias que<br />
estimulem cada vez mais a testagem precoce <strong>do</strong> HIV e, quan<strong>do</strong> necessário, a<br />
a<strong>de</strong>são <strong>do</strong> indivíduo ao tratamento. Nesse senti<strong>do</strong>, a Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Curitiba (SMS), responsável <strong>pela</strong> gestão <strong>do</strong> Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS) e <strong>pela</strong><br />
organização <strong>de</strong> um Sistema Integra<strong>do</strong> <strong>de</strong> Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> aos cidadãos<br />
curitibanos, garante a disponibilização da testagem sorológica para o HIV, tanto no<br />
CTA como em todas as Unida<strong>de</strong>s Básicas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, e uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong><br />
referência para atendimento das <strong>pessoas</strong> <strong>porta<strong>do</strong>ras</strong> <strong>do</strong> vírus ou <strong>do</strong>entes <strong>de</strong> AIDS.<br />
Contu<strong>do</strong>, não existe um mecanismo eficaz e eficiente que monitore se os usuários<br />
soropositivos realmente comparecem aos serviços referenda<strong>do</strong>s (CURITIBA, 2002).<br />
Esse hiato acabou suscitan<strong>do</strong> uma inquietação que me levou a refletir<br />
sobre como se dá a procura das <strong>pessoas</strong> soropositivas pelos serviços <strong>de</strong> referência<br />
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