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a trajetória silenciosa de pessoas portadoras do hiv contada pela ...

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coragem e força <strong>de</strong> ousar buscar outras esferas <strong>do</strong> pensamento e da vida, ajudan<strong>do</strong><br />

a colaborar na luta das <strong>pessoas</strong> envolvidas. A luta <strong>pela</strong> vida, a luta <strong>pela</strong> morte longe<br />

<strong>do</strong> exílio e da solidão, a luta por uma escuta sensível, a luta <strong>pela</strong> solidarieda<strong>de</strong> e<br />

pelos direitos à saú<strong>de</strong>, à vida e à morte com integrida<strong>de</strong> e dignida<strong>de</strong> é, pois a luta<br />

<strong>pela</strong> cidadania.<br />

Concluin<strong>do</strong> o meu Percurso<br />

A luta contra a discriminação e o estigma é um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio, mas enten<strong>de</strong>r<br />

e <strong>de</strong>safiá-la é a chave para os esforços <strong>de</strong> prevenção e <strong>de</strong> assistência aos porta<strong>do</strong>res<br />

<strong>de</strong> HIV e da AIDS, minimizan<strong>do</strong> o sofrimento e, assim, colaboran<strong>do</strong> solidariamente com<br />

aqueles que são atingi<strong>do</strong>s por esta difícil situação, e quiçá a nós mesmos.<br />

É inequívoco que as representações que a socieda<strong>de</strong> produziu sobre AIDS já<br />

<strong>de</strong>ixaram sua marca no curso da epi<strong>de</strong>mia, tanto no nível individual, das relações<br />

interpessoais, quanto no nível político mais amplo. Modificar o seu panorama e o seu<br />

significa<strong>do</strong> é uma tarefa das mais <strong>de</strong>safia<strong>do</strong>ras, mas sem uma empreitada <strong>de</strong>safia<strong>do</strong>ra<br />

não po<strong>de</strong> haver transformação e sem ela não há satisfação verda<strong>de</strong>ira. Amar os<br />

prazeres e o que é belo é fácil, já amar a verda<strong>de</strong> exige um protagonista que consiga<br />

encarar seu próprio me<strong>do</strong> e o me<strong>do</strong> da diversida<strong>de</strong>. Estaremos, então, dispostos a ver<br />

como tu<strong>do</strong> isso vai funcionar? Estaremos dispostos a tocar o não belo no outro e em<br />

nós mesmos, e nos permitirmos ser perturba<strong>do</strong> <strong>pela</strong> alma primitiva <strong>do</strong> outro?<br />

Acredito que se o <strong>de</strong>sejo é <strong>de</strong> produzir mudanças – a AIDS nos pe<strong>de</strong> isto –<br />

o caminho a ser trilha<strong>do</strong> é o <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r a lidar com o que se teme 24 . Se tivermos<br />

coragem <strong>de</strong> entoar a canção da consciência até sentirmos o ar<strong>do</strong>r da verda<strong>de</strong>,<br />

estaremos lançan<strong>do</strong> uma labareda para irmos ao encontro das trevas, o que<br />

24 O que se teme? Não querer mudar a própria vida; não querer encarar as próprias feridas, nem as<br />

<strong>de</strong> ninguém mais; o me<strong>do</strong> <strong>de</strong> não se sentir pronto, <strong>do</strong> <strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong>, <strong>de</strong> enfrentar as perdas<br />

necessárias em busca da maturida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> <strong>de</strong>rrubar as próprias <strong>de</strong>fesas e não saber lidar com o<br />

novo, <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r o papel <strong>de</strong> filho (<strong>de</strong>pendência) e assumir suas responsabilida<strong>de</strong>s e o coman<strong>do</strong><br />

<strong>pela</strong> própria vida, <strong>de</strong> ter consciência da própria alienação e <strong>de</strong> ter sempre um preço.<br />

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