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a trajetória silenciosa de pessoas portadoras do hiv contada pela ...

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CONCLUINDO O PERCURSO ANALÍTICO<br />

144<br />

Ver, olhar nos olhos; ouvir, escutar as palavras; sentir a<br />

presença das <strong>pessoas</strong>, os o<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s lugares são<br />

condições que nada supera. As máquinas registram as<br />

vozes e as imagens. Apenas as vozes e as imagens. As<br />

emoções são captadas por nossos senti<strong>do</strong>s. (Juan<br />

Mollinari)<br />

Utilizar o referencial meto<strong>do</strong>lógico da história oral como caminho para<br />

conhecer uma <strong>de</strong>terminada faceta da realida<strong>de</strong> concreta das <strong>pessoas</strong> soropositivas<br />

para o HIV foi gratificante, pois me trouxe a plausibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escutar a história viva<br />

passada e presente, <strong>de</strong>svelan<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o complexo das relações interpessoais. Desta<br />

maneira, os <strong>de</strong>poimentos orais ganharam alcance social na medida da inscrição <strong>de</strong><br />

cada colabora<strong>do</strong>r nos grupos sociais que os explicaram, <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> ser indivíduos<br />

atomiza<strong>do</strong>s e passaram a serem significa<strong>do</strong>s.<br />

Com a intenção <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r os testemunhos orais <strong>do</strong>s colabora<strong>do</strong>res<br />

que vivem com o HIV ou a AIDS, procuran<strong>do</strong> apreen<strong>de</strong>r os motivos que interferem na<br />

busca <strong>de</strong> um serviço <strong>de</strong> assistência <strong>do</strong> SUS para acompanhamento <strong>de</strong> suas<br />

necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, procurei realizar uma interpretação que me possibilitasse<br />

transitar entre os pontos gerais e específicos por eles evi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong>s. Embora os relatos<br />

tenham si<strong>do</strong> individuais, próprios da vida <strong>de</strong> cada um, obtive com as entrevistas o<br />

<strong>de</strong>scortinar <strong>de</strong> uma trama coletiva <strong>de</strong> existência social, que <strong>de</strong>u contorno à forma<br />

como pensam, vivem e reagem à <strong>do</strong>ença. Assim, os motivos relata<strong>do</strong>s foram<br />

analisa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a lhes permitir atribuir significa<strong>do</strong> social, no qual a imaginação e o<br />

simbólico almejam emergir, como preconiza o méto<strong>do</strong> da história oral.<br />

A <strong>de</strong>scoberta da soropositivida<strong>de</strong> mostrou-se um momento crítico na vida<br />

<strong>do</strong>s colabora<strong>do</strong>res, evocan<strong>do</strong> sentimento <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>, angústia e me<strong>do</strong>, no qual<br />

não vislumbram a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sfecho sereno. Há a consciência <strong>de</strong> um<br />

perigo emana<strong>do</strong> não apenas pelo significa<strong>do</strong> da <strong>do</strong>ença que <strong>de</strong>fine o limite <strong>de</strong> sua<br />

existência, mas também a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s perdas que inscreverão

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