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a trajetória silenciosa de pessoas portadoras do hiv contada pela ...

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organiza<strong>do</strong> sob uma compreensão dinâmica nunca é estanque, porquanto ele se<br />

constrói e modifica sempre, sem jamais per<strong>de</strong>r seu dinamismo porque senão se<br />

transformará em "território/sistema: ineficiente, ineficaz e irreal" (GIACOMINI, 1992,<br />

p.60), e acabará aprisiona<strong>do</strong> o sujeito a uma área restrita, negan<strong>do</strong>-lhe o direito <strong>de</strong><br />

se movimentar no sistema que lhe é ofereci<strong>do</strong> na busca <strong>de</strong> satisfazer suas<br />

necessida<strong>de</strong>s sentidas.<br />

Concomitante com o conceito <strong>de</strong> território, segue Giacomini (1992) dizen<strong>do</strong><br />

que, há que se pensar sobre a lógica como os serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> se estruturam, pois<br />

estes também precisam se reorganizar com o intuito <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r e ajudar a resolver<br />

os problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da população adstrita em seus territórios. Para tanto, precisa<br />

consi<strong>de</strong>rar, também, a compreensão <strong>de</strong> que o processo <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>-<strong>do</strong>ença é<br />

or<strong>de</strong>na<strong>do</strong> socialmente. Refere o autor que o sujeito <strong>do</strong>ente está <strong>do</strong>ente em razão <strong>de</strong><br />

uma história.<br />

142<br />

Tal história é o próprio mo<strong>do</strong> como ele po<strong>de</strong> viver em socieda<strong>de</strong>. O mo<strong>do</strong> como ele po<strong>de</strong><br />

trabalhar, pensar, morar, educar-se, comer (...). O mo<strong>do</strong> enfim, como sua vida po<strong>de</strong> andar.<br />

(...) Não é como ele quer, escolhe, opta, não é o estilo ao qual ele a<strong>de</strong>re.<br />

Fundamentalmente não é isso, mas, simplesmente, o mo<strong>do</strong> pelo qual ele po<strong>de</strong> viver,<br />

a<strong>do</strong>ecer e morrer (GIACOMINI, 1992, p.60).<br />

Assim, pensar em consonância com esse conceito, a organização <strong>do</strong>s<br />

serviços, tanto no campo político, administrativo como técnico, se transforma. A<br />

maneira <strong>de</strong> se enxergar o objeto <strong>de</strong> trabalho muda <strong>de</strong> indivíduo <strong>do</strong>ente para uma<br />

concepção coletiva, na qual os indivíduos são vistos como expressão da forma<br />

peculiar <strong>de</strong> viver, a<strong>do</strong>ecer e morrer das diferentes classes sociais; a divisão técnica<br />

<strong>do</strong> trabalho não enfoca mais a medicina como única forma <strong>de</strong> saber, e sim uma<br />

visão multidisciplinar que to<strong>do</strong>s os saberes são necessários; o processo <strong>de</strong> trabalho<br />

não se dá mais <strong>de</strong> forma individualizada e sim coletiva, em equipe; a cura <strong>do</strong> <strong>do</strong>ente<br />

não é a única meta a ser atingida, mas sim a alteração <strong>do</strong> perfil <strong>de</strong> morbi-<br />

mortalida<strong>de</strong> das diferentes classes e frações <strong>de</strong> classes sociais em busca <strong>do</strong><br />

enfrentamento das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s; e a relação <strong>de</strong> trabalho não é alienada, adquire-<br />

se a consciência sanitária das populações e <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res da área da saú<strong>de</strong>

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