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a trajetória silenciosa de pessoas portadoras do hiv contada pela ...

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assuntos pertinentes à sexualida<strong>de</strong>, pois sua mãe era uma mulher retraída, e a<br />

educação das meninas era diferente da <strong>do</strong>s meninos, sen<strong>do</strong> muito mais livres no<br />

exercício da sexualida<strong>de</strong>. Conversava sobre sexo com as amigas e na rua on<strong>de</strong><br />

morava. Teve o seu primeiro namora<strong>do</strong> com 14 anos, com o qual transou <strong>pela</strong><br />

primeira vez <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à gran<strong>de</strong> insistência <strong>de</strong>le. No começo não gostava muito, mas<br />

<strong>de</strong>pois passou a ser um ato natural nos relacionamentos estabeleci<strong>do</strong>s, e se não o<br />

fizesse o namora<strong>do</strong> lhe <strong>de</strong>ixava. Não tinha o hábito <strong>de</strong> usar camisinha, pois era<br />

coisa <strong>de</strong> prostituta e droga<strong>do</strong>. O seu uso era restrito para prevenir gravi<strong>de</strong>z. Quan<strong>do</strong><br />

tinha 21 anos uma amiga <strong>do</strong> seu círculo <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong> ficou saben<strong>do</strong> que tinha o HIV,<br />

fato que suscitou a dúvida <strong>do</strong> grupo <strong>de</strong> amigos. Muitos chegaram a fazer o HIV, mas<br />

ela não tinha coragem. Era solidária à amiga e a acompanhava inclusive nas<br />

consultas médicas, que aconteciam num serviço <strong>de</strong> referência para atendimento <strong>de</strong><br />

<strong>pessoas</strong> com HIV ou com AIDS. Negava-se a fazer o HIV, até o momento em que<br />

arranjou um namora<strong>do</strong> e ele sugeriu que ambos fizessem o teste, quan<strong>do</strong> soube que<br />

estava positiva. Compartilhou o resulta<strong>do</strong> apenas com a amiga, que também era<br />

porta<strong>do</strong>ra, e não aventa a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falar para a família, principalmente à sua<br />

mãe. Vivenciou o sofrimento <strong>de</strong> um primo que teve AIDS e não <strong>de</strong>seja passar <strong>pela</strong><br />

mesma experiência. Tem me<strong>do</strong> <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r a beleza física e per<strong>de</strong>u o sonho <strong>de</strong><br />

formar uma família, pois acredita que nenhum homem irá <strong>de</strong>sejá-la nesta condição.<br />

Procura tomar cuida<strong>do</strong>s com a sua saú<strong>de</strong> e parou <strong>de</strong> beber e fumar. Atualmente<br />

transa apenas <strong>de</strong> camisinha, mas refere que os relacionamentos são fugazes, pois<br />

tem certeza que se eles souberam que ela tem o HIV irão <strong>de</strong>ixá-la. Crê que<br />

conseguirá escon<strong>de</strong>r a <strong>do</strong>ença até o aparecimento <strong>do</strong>s primeiros sinais físicos, mas<br />

até lá terá tempo para pensar o quê vai fazer.<br />

Colabora<strong>do</strong>r 4<br />

L.R.B., homem, 29 anos, solteiro, tem o ensino superior completo e está<br />

trabalhan<strong>do</strong>. Foi cria<strong>do</strong> nos mol<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma família tradicional cristã. Aos 15 anos <strong>de</strong><br />

ida<strong>de</strong> começou a perceber o <strong>de</strong>sejo por outros meninos, fato que o incomodava, pois<br />

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