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a trajetória silenciosa de pessoas portadoras do hiv contada pela ...

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Colabora<strong>do</strong>ra 2<br />

L.R.S., mulher, 25 anos, tem o ensino fundamental completo e é casada. Foi<br />

criada na roça, numa vida muito simples. Na roça conheceu o seu atual mari<strong>do</strong>,<br />

casan<strong>do</strong>-se seis meses após, quan<strong>do</strong> veio morar em Curitiba. Tem uma vida simples,<br />

mora em um bairro da periferia e seu mari<strong>do</strong> trabalha em uma distribui<strong>do</strong>ra <strong>de</strong><br />

bebidas. Ela cuida da casa e <strong>do</strong> bebê que está com quatro anos. Soube <strong>de</strong> sua<br />

sorologia há aproximadamente um ano e meio, e tem certeza que se infectou <strong>de</strong>pois<br />

<strong>do</strong> nascimento <strong>do</strong> filho, pois fez o teste no pré-natal e estava negativo. Começou a ter<br />

dúvidas sobre a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estar infectada pelo HIV, quan<strong>do</strong> uma vizinha <strong>do</strong><br />

bairro disse-lhe que o pessoal usuário <strong>de</strong> drogas da comunida<strong>de</strong> estava com AIDS.<br />

Ela sabia que o mari<strong>do</strong> usava drogas. Não conversam sobre o relacionamento <strong>do</strong><br />

casal e, muito menos sobre a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> usar camisinha. Começou a suspeitar<br />

sobre o HIV quan<strong>do</strong> o mari<strong>do</strong> veio a emagrecer e ficar <strong>do</strong>ente. Disse-lhe para fazer o<br />

teste, que se negou em fazê-lo. Então resolveu ir ao CTA, e foi quan<strong>do</strong> recebeu o<br />

diagnóstico positivo. Conta que o mari<strong>do</strong> sabe <strong>de</strong> sua sorologia, mas não consegue<br />

conversar sobre o assunto, pois ele sempre se nega a tratar <strong>de</strong>sta questão. Quan<strong>do</strong><br />

soube que estava infectada, separou-se <strong>do</strong> mari<strong>do</strong> e voltou para a casa <strong>do</strong>s pais, mas<br />

não contou nada para eles <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aos valores tradicionais da família, que não<br />

enten<strong>de</strong>ria sobre a sua condição. Ficou na casa <strong>do</strong>s pais durante um ano e voltou<br />

para Curitiba a pedi<strong>do</strong> <strong>do</strong> mari<strong>do</strong>. Não consegue até hoje conversar com ele sobre o<br />

HIV e tem percebi<strong>do</strong> que vem a<strong>do</strong>ecen<strong>do</strong> cada vez mais. Diz que a única coisa boa<br />

que lhe resta é o filho e é por ele que ainda luta para estar viva.<br />

Colabora<strong>do</strong>ra 3<br />

A.S., mulher, 26 anos, estu<strong>do</strong>u até o ensino médio completo e é solteira, no<br />

momento está empregada. É a segunda filha <strong>de</strong> uma família <strong>de</strong> quatro filhos (duas<br />

mulheres e <strong>do</strong>is homens). Consi<strong>de</strong>ra-se a filha rebel<strong>de</strong> da família. Começou a<br />

namorar ce<strong>do</strong> e teve vários namora<strong>do</strong>s. Na sua casa não se conversava sobre<br />

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