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ARNALDO JANSSEN – CATIVADO E ENVIADO PELO ESPÍRITO<br />
lítica colonial, para, em seguida, lhe poder expor, com tanto maior<br />
clareza, os abusos que se dão na colónia” 159 .<br />
Noutra carta, dirigida ao vigário de Trier (Tréveris) e político Jorge<br />
Friedrich Dasbach, assinala <strong>Arnaldo</strong> <strong>Janssen</strong>, entre outras coisas,<br />
algo que quase soa estranho, sendo, contudo, digno de atenção: “Se<br />
eu fosse a autoridade máxima do departamento de colónias, diria<br />
aos meus subalternos o seguinte: “Senhores, sei que é difícil levar por<br />
diante uma boa política colonial. Os meus esforços, portanto, são<br />
dirigidos no sentido de obter bons e fiáveis funcionários para as<br />
colónias e manter afastados os que não merecem confiança”. A seguir,<br />
propõe medidas muito concretas para impedir “a decadência espiritual<br />
e material das colónias e igualmente proteger e consolidar os<br />
valores morais e religiosos” 160 .<br />
O resultado final da prolongada contenda foi, contudo, menos<br />
feliz para a missão. O prefeito apostólico teve que se retirar. Mesmo<br />
assim, foram relevantes as conquistas dos missionários bem como do<br />
Superior Geral, pelo que os naturais do Togo passaram a receber<br />
mais protecção jurídica e melhor trato que os de outras colónias<br />
alemãs 161 , realidade que é reconhecida ainda hoje em dia.<br />
Digno de consideração é o juízo do historiador suíço Viktor<br />
Conzemius sobre <strong>Arnaldo</strong> <strong>Janssen</strong>: “Extremamente agudo foi o seu<br />
tino no trato com as autoridade administrativas, como por exemplo,<br />
com o departamento de colónias alemãs e com o Rei Leopoldo II<br />
da Bélgica 162 . Apesar de todos os seus esforços para conseguir<br />
condições o mais favoráveis possível para as suas missões, nunca<br />
perdia de vista a independência do seu pessoal nem caiu jamais no<br />
servilismo” 163 .<br />
Em se tratando de projectos novos, tais como a aceitação e<br />
o desenvolvimento de paróquias, tarefas em novos territórios, instalação<br />
de colégios, etc., o Superior Geral procurava informar-se<br />
meticulosamente sobre a população, os aspectos relativos à língua,<br />
religião, clima, potencialidades económicas, etc. Solicitava com insistência<br />
os melhores mapas de uma cidade ou região como também