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A DECISÃO: FUNDAR UM SEMINÁRIO DAS MISSÕES 40<br />
peripécias por que passara naquele tempo. “Eu percebi quase de<br />
seguida, que, onde quer que chegasse, me olhavam com muita compaixão,<br />
como a uma pessoa que sofria sob o efeito de uma mente<br />
exaltada”. Inclusivamente, após a inauguração da casa missionária, o<br />
pároco Bill comunicara a <strong>Arnaldo</strong> <strong>Janssen</strong> em certa ocasião. “Já falei<br />
com tantos sacerdotes da Alemanha e Holanda e não encontrei um<br />
sequer que tivesse esperanças neste projecto” 48 . O mesmo Bill informa<br />
igualmente que, conforme tinha averiguado junto do pároco von<br />
Essen, o próprio bispo de <strong>Arnaldo</strong> <strong>Janssen</strong> lhe tinha recomendado:<br />
“Se deseja lançar este projecto, rodeie-se de conselheiros inteligentes.<br />
Caso contrário, cometerá asneiras” 49 . E, ainda segundo Bill, o<br />
Dr. Clemens Perger, director do seminário de Gaesdonk, onde o<br />
futuro fundador tinha estudado, considerava-o incapaz para um tal<br />
projecto, dado que parecia um visionário, desprovido de sentido de<br />
ordem e talento organizativo 50 .<br />
Tantos juízos negativos, chegados a seus ouvidos, só podiam<br />
fazer desanimar <strong>Arnaldo</strong>. E, também, já o oprimiam os poucos frutos<br />
alcançados na procura de colaboradores. Nas suas Reminiscências<br />
de 1899, conta-nos até que ponto foi presa desse desânimo: “Em<br />
certa ocasião, numa das minhas viagens em busca de colaboradores,<br />
entrei em contacto com vários sacerdotes do Luxemburgo, onde também<br />
visitei o Sr. bispo Nicolau Adames e, de lá, viajei para Lovaina...<br />
Tanto na Universidade como no Colégio Americano, informei-me acerca<br />
de estudantes idóneos e com inclinação para se associarem à minha<br />
obra sem, de imediato, conseguir nenhum resultado positivo.<br />
Retomei a viagem por Aachen. Em mau estado, anémico e<br />
doente, cheguei à minha casa em Kempen onde tive que enfrentar<br />
uma forte tentação de abandonar o projecto. Ao mesmo tempo,<br />
tinha a convicção, a certeza de que, se a obra fosse de Deus, eu<br />
teria necessariamente que passar por muitos sofrimentos. Estive muito<br />
perto de abandonar a obra. E se, então, não me tivesse dito a mim<br />
mesmo: – ‘És um covarde; estás a agir, contra a vontade de Deus’,<br />
– teria renunciado a tudo” 51 .