METODOLOGIA CIENTÍFICA - CEFAC
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<strong>METODOLOGIA</strong> <strong>CIENTÍFICA</strong><br />
Dr. Vicente José Assencio Ferreira fone (12) 321-3277<br />
Doutor em Medicina fax (12) 3913-3482<br />
pela Universidade de São Paulo Av. São João, 1770 – CEP 12242-000<br />
(Neuropediatra) São José dos Campos – SP.<br />
I - INTRODUÇÃO<br />
email: info@vicenteassencio.med.br<br />
homepage: http://www.vicenteassencio.med.br<br />
Porque devemos fazer pesquisa?<br />
"... o valor essencial da investigação científica<br />
reside no fato de que satisfaz a nossa curiosidade, realizando o nosso desejo de<br />
conhecer" (COPI).<br />
"... aprender é o maior dos prazeres, não só para<br />
o filósofo, mas também para o resto da humanidade ..." (ARISTOTELES).<br />
"... ideamos uma teoria atrás da outra, porque<br />
nos deleitamos compreendendo." (EINSTEIN).<br />
"Há uma idade em que se ensina o que se sabe;<br />
mas vem em seguida outra, em que se ensina o que não se sabe: isso se chama<br />
pesquisar." (BARTHES).<br />
O desejo de realizar uma pesquisa, além de<br />
preencher a necessidade de aprofundarmos nossos conhecimentos sobre um<br />
determinado assunto, vem de encontro ao fato de ser muito estimulante (ou<br />
melhor, excitante) imaginarmos que somos capazes de levar adiante uma<br />
investigação científica, de escrevermos os resultados obtidos e no final, nosso<br />
trabalho ser lido, estudado, compreendido, elogiado e reconhecido como de<br />
valor. Ver nosso nome escrito logo após o título de um trabalho ou estudo<br />
científico é motivo de enorme orgulho para nós mesmos e para as pessoas<br />
próximas ao nosso convívio. Mais orgulhosos ficaremos se o mesmo for<br />
publicado numa revista ou livro!!! Muito mais pessoas poderão ver que temos<br />
valor, que somos estudiosos, disciplinados, organizados, inovadores e<br />
criativos. Todo esse orgulho, merecido e almejado não deve ser transformado<br />
em altivez ou falta de modéstia. É fundamental nossa postura de simplicidade<br />
1
e prontidão para aceitar as críticas, não considerando-as como ataques<br />
pessoais de outros investigadores e cientistas com mais experiência no assunto<br />
(eles sempre existirão!). Expor nosso trabalho e receber críticas (que devem<br />
ser reavaliadas com autocrítica), contribuem para o nosso amadurecimento<br />
profissional.<br />
À par desse desejo (às vezes, quase<br />
imperceptível) de demonstrarmos que somos capazes, é importante saber que<br />
é necessário assumir uma responsabilidade muito grande para com você e seus<br />
colegas de profissão, quando se vai tornar realidade um sonho científico de<br />
entrar no rol das pessoas especiais que têm mérito em pesquisar e escrever<br />
sobre um determinado assunto de interesse ou de dúvida. Poucos(as) são<br />
os(as) fonoaudiólogos(as) brasileiros(as) que conseguem, através de estudo<br />
aprofundado e de muita dedicação, atingir o status de pesquisador de nível<br />
internacional.<br />
Você pode se perguntar: "mas será que serei<br />
capaz?". Minha resposta é clara! Você já se determinou que é capaz! Pois,<br />
uma vez que se decidiu a participar de um curso de ESPECIALIZAÇÃO, é<br />
porque você quer ser diferente, especial, melhor profissional que outros(as)<br />
colegas que não tiveram a oportunidade ou desejo de crescer dentro da<br />
profissão!<br />
Sim você é capaz! Para tanto será necessária<br />
sua dedicação, responsabilidade, criatividade e, principalmente, disciplina. No<br />
final do curso, quando da apresentação do seu trabalho científico, a satisfação<br />
de ter cumprido seu papel, não será maior do que a minha, de ver que<br />
consegui ajudá-lo(a) a chegar lá!!! Você vai poder contar com a minha ajuda<br />
nas várias fases de realização deste trabalho científico. É minha obrigação,<br />
desejo e satisfação!<br />
Assim, este curso tem como objetivo principal,<br />
ensinar o caminho que devemos percorrer para realizar uma pesquisa<br />
científica. Este caminho poderá ser árduo e doloroso para aqueles(as) que não<br />
tiverem disciplina e objetividade. Não é difícil conseguir isto. Só é preciso ter<br />
seriedade, respeito e obediência às regras e procedimentos do trabalho<br />
científico. Para que os resultados obtidos ao final da análise sejam fidedignos<br />
e aceitos por outros pesquisadores, é preciso ter obediência às regras! É<br />
preciso estabelecer uma metodologia correta, oferecendo maior probabilidade<br />
de que se obterá sucesso no final da pesquisa! E não se esqueça: nenhuma<br />
pesquisa percorre um caminho em linha reta com começo, meio e fim, sem<br />
passar por etapas imprevisíveis. A pesquisa é um processo em que não é<br />
possível prever todas as etapas.<br />
2
II - CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS<br />
Algumas considerações teóricas são<br />
importantes para que se consiga atingir o objetivo final que é a elaboração de<br />
um trabalho científico.<br />
O que é PESQUISA? - pesquisa é definida como o procedimento racional e<br />
sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que<br />
são propostos (GIL, 1996). A pesquisa desenvolve-se através de um processo<br />
constituído de várias fases, desde a formulação do problema até a<br />
apresentação e discussão dos resultados. Mas não se esqueça! Só se inicia uma<br />
pesquisa se existir uma pergunta, uma dúvida que se quer buscar a resposta!<br />
As razões que levam à realização de uma<br />
pesquisa científica, podem ser agrupadas em razões intelectuais (desejo de<br />
conhecer pela própria satisfação de conhecer) e razões práticas (desejo de<br />
conhecer com vistas a fazer algo de maneira mais eficaz).<br />
Para se fazer uma pesquisa científica, não basta<br />
o desejo do pesquisador em realizá-la; é fundamental ter o conhecimento do<br />
assunto a ser pesquisado além de recursos humanos, materiais e financeiros. É<br />
irreal a visão romântica de que o pesquisador é aquele que inventa e promove<br />
descobertas por ser genial. Claro que se há de considerar as qualidades<br />
pessoais do pesquisador, pois ele não se atreveria a iniciar uma pesquisa se<br />
seus dados teóricos estão escritos numa língua que desconhece. Mas, por outro<br />
lado, ninguém duvida que a probabilidade de ser bem sucedida uma pesquisa<br />
quando existem amplos recursos materiais e financeiros (para pagar um<br />
tradutor, por exemplo), é muito maior do que outra com recursos deficientes.<br />
Assim, quando formos elaborar um projeto de<br />
pesquisa devemos levar em consideração, inicialmente, os nossos próprios<br />
limites. Nisso, não se inclue o fato de não sabermos ler numa determinada<br />
língua, pois se o trabalho for importante e estiver escrito em russo, devemos<br />
encaminhá-lo para tradução a pessoa habilitada.<br />
O planejamento passo a passo de todos os<br />
processos que serão utilizados, faz parte da primeira fase da pesquisa<br />
científica, que envolve ainda a escolha do tema, formulação do problema,<br />
especificação dos objetivos, construção das hipóteses e operacionalização dos<br />
métodos. O cronograma de tempo, de recursos humanos e dos gastos, também<br />
faz parte do planejamento inicial. A figura 1 mostra, um exemplo, de<br />
diagramação da pesquisa científica.<br />
3
Formulação Especificação Cronograma Levantamento<br />
do dos da da<br />
problema objetivos execução bibliografia<br />
Realização Forma de Discussão<br />
da apresentação e Apresentação<br />
pesquisa dos resultados Redação<br />
Figura 1 - Diagramação de uma pesquisa.<br />
O que é <strong>METODOLOGIA</strong>? - (méthodos = organização e lógos = estudo<br />
sistemático, pesquisa, investigação), ou seja, é o estudo da organização, dos<br />
caminhos a serem percorridos, para se realizar uma pesquisa ou estudo ou para<br />
fazer ciência.<br />
É um ramo da pedagogia que se ocupa do<br />
estudo dos métodos adequados à transmissão do conhecimento. Portanto, é um<br />
conjunto de procedimentos que servem como instrumento para alcançar os<br />
fins de uma investigação. Não é possível chegarmos a um lugar se não<br />
soubermos para onde queremos ir. Além disso, avaliando-se os métodos que<br />
um autor utilizou para a realização de uma pesquisa científica, podemos<br />
estabelecer um estudo analítico e crítico da sua investigação. Assim, a<br />
metodologia não é condição suficiente para o êxito de uma pesquisa, mas é<br />
uma condição necessária, para que o trabalho científico tenha rumo, direção e<br />
que possa ser analisado/avaliado de forma crítica, por outros pesquisadores ou<br />
mesmo colegas que irão estudá-lo.<br />
A pesquisa pode percorrer três caminhos<br />
principais: pesquisa de campo, relato de caso com revisão bibliográfica e<br />
revisão bibliográfica. Estas diferentes formas são cientificamente aceitas e<br />
podem trazer conhecimentos novos, técnicas novas e o enriquecimento de uma<br />
especialidade. A probabilidade de “ficarmos famosos”, de podermos<br />
estabelecer uma nova conquista, é muito maior quando nos propomos a<br />
realizar uma pesquisa de campo, onde algo inovador será testado. É do<br />
interesse do <strong>CEFAC</strong> - Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clínica,<br />
que todos os(as) alunos(as) se direcionem no sentido de realizar uma pesquisa<br />
de campo, trabalhando com uma idéia nova e até revolucionária! Entretanto,<br />
saberemos respeitar os limites de cada um!<br />
4
III - A ESCOLHA DO TEMA PARA A MONOGRAFIA/PESQUISA<br />
A escolha do tema que será desenvolvido na<br />
realização de uma monografia/pesquisa pode surgir de uma circunstância<br />
pessoal ou profissional, de uma experiência científica própria ou de outro<br />
autor, ou mesmo da sugestão de um(a) colega superior da mesma área.<br />
Devemos ter o cuidado de não elegermos um tema que recaia sobre questão<br />
perfeitamente conhecida ou difundida, pois a persistência no exame do já<br />
consagrado, resulta no óbvio ou no inútil.<br />
As pesquisas são realizadas de acordo com o<br />
estilo de reflexão de uma época. O conhecimento de hoje pode ser negado<br />
amanhã, o que faz da ciência um processo em constante criação e não uma<br />
verdade absoluta. O trabalho da ciência não é persuadir ou convencer, mas<br />
demonstrar que seguem determinados acontecimentos.<br />
Escolha um tema que você goste e não um tema<br />
que pareça ser mais fácil de traçar objetivo(s) ou pesquisar!! Não queira ser<br />
"prático(a)", a fim de livrar-se da dificuldade que é a monografia. Este critério<br />
errôneo de economia de esforço em escolher tema "fácil e acessível", se<br />
converte logo, logo, numa pesada carga a quem a realiza e mais ainda ao<br />
mestre que tiver que ler o trabalho! Assim, escolha um tema de sua predileção,<br />
fazendo com que a carga que terá de carregar seja mais bem aceita e com<br />
menor sofrimento.<br />
Não se esqueça: não se progride na organização<br />
e preparação de uma monografia/pesquisa se não se considera o consumo de<br />
tempo para o amadurecimento da escolha do tema.<br />
Para facilitar a escolha do tema é necessário<br />
estabelecermos limites bem precisos para não nos perdermos num assunto<br />
muito extenso e complexo, que não tenha fim. A não obediência a esta<br />
delimitação, pode determinar uma pesquisa bibliográfica extensa, cheia de<br />
caminhos e variantes. Por exemplo, digamos que você escolha o tema:<br />
alterações da voz nos portadores de pólipos de pregas vocais. Qual portador?<br />
Profissional ou não profissional? Adulto ou criança? Homem ou mulher? Na<br />
figura 2, dou sugestão de divisão do tema fundamental que é VOZ, buscando<br />
restringir o universo da pesquisa.<br />
5
ALTERAÇÕES DA VOZ EM<br />
Profissionais Não profissionais<br />
Cantores Não Cantores Adultos Crianças<br />
popular lírico professores locutores de 20-40 acima de até 12 de 12-20<br />
anos 40 anos anos anos<br />
masculino feminino<br />
Figura 2 - Diagrama de delimitação progressiva do tema voz.<br />
A partir desta subdivisão básica se acrescenta a<br />
patologia que se quer estudar como: alterações da voz em portadores de<br />
neoplasias, ou de pólipos ou disfunção das pregas vocais. Ou mesmo, nos<br />
portadores de comprometimento neurológico motor ou nos acometidos de<br />
miopatias, entre outras. Desta forma, como exemplo, podemos citar a escolha<br />
do seguinte tema: alterações da voz em crianças até 12 anos, acometidas de<br />
Paralisia Cerebral.<br />
Vou contar uma história, que sugere<br />
fortemente, a importância da ajuda do orientador na determinação do tema,<br />
objetivos e forma da pesquisa. De maneira nenhuma quero que você se sinta<br />
dependente deste orientador para sua pesquisa e monografia. Quero que você<br />
sinta a "proteção" científica que ele pode oferecer.<br />
"Num lindo dia ensolarado, o coelho saiu de sua toca com o "notebook" e se<br />
pôs a trabalhar, bem concentrado. Pouco depois passou por ali uma raposa e<br />
viu aquele suculento coelhinho, tão distraído, que chegou a salivar. No<br />
entanto, ela ficou intrigada com a atividade do coelho e aproximou-se<br />
curiosa:<br />
- Coelhinho, o que você está fazendo aí tão concentrado?<br />
- Estou redigindo minha tese de doutorado, disse o coelho sem tirar os olhos<br />
do trabalho.<br />
- Humm ... e qual o tema da sua tese? Perguntou a raposa.<br />
6
- Ah, é uma teoria provando que os coelhos são os verdadeiros predadores<br />
naturais de animais como as raposas.<br />
A raposa ficou indignada: - Ora! Isso é ridículo! Nós é que somos os<br />
predadores dos coelhos!<br />
- Absolutamente! Venha comigo a minha toca que eu mostro a prova<br />
experimental.<br />
O coelho e a raposa entram na toca. Poucos instantes depois ouve-se alguns<br />
ruídos indecifráveis, alguns poucos grunhidos e depois silêncio. Em seguida o<br />
coelho volta, sozinho, com o "notebook" e retoma os trabalhos da sua tese,<br />
como se nada tivesse acontecido.<br />
Meia hora depois passa um lobo. Ao ver o apetitoso coelhinho tão distraído,<br />
agradece mentalmente a cadeia alimentar por estar com o seu jantar<br />
garantido. No entanto, o lobo também acha muito curioso um coelho<br />
trabalhando naquela concentração toda. O lobo então resolve saber do que se<br />
trata aquilo tudo, antes de devorar o coelhinho:<br />
- Olá, jovem coelho. O que o faz trabalhar tão arduamente?<br />
- Minha tese de doutorado, seu lobo. É uma teoria que venho desenvolvendo<br />
há algum tempo e que prova que nós, coelhos, somos os grandes<br />
predadores naturais de vários animais carnívoros, inclusive os lobos.<br />
- Ah, Ah, Ah, coelhinho! Apetitoso coelhinho! Isto é um despropósito. Nós os<br />
lobos é que somos os genuínos predadores naturais dos coelhos. Aliás,<br />
chega de conversa ...<br />
- Desculpe-me - interrompe o coelho - mas se você quiser eu posso<br />
apresentar a minha prova experimental. Você gostaria de acompanhar-me<br />
a toca?<br />
Os dois desaparecem na toca e alguns instantes depois ouve-se uivos<br />
desesperados, ruídos de mastigação e ... silêncio. Mais uma vez o coelho<br />
retorna impassível, e volta ao trabalho de redação da sua tese, como se nada<br />
tivesse acontecido. Dentro da toca do coelho vê-se uma enorme pilha de ossos<br />
ensangüentados e diversas peles de ex-raposas e ao lado, outra pilha ainda<br />
maior de ossos e restos mortais daquilo que um dia foram lobos. Ao centro<br />
das duas pilhas, um enorme LEÃO, satisfeito, bem alimentado e sonolento, a<br />
palitar os dentes.<br />
MORAL DA HISTÓRIA - Não importa quão absurdo é o tema da sua tese.<br />
Não importa se suas idéias vão contra o mais óbvio dos conceitos lógicos. O<br />
que importa é QUEM É O SEU ORIENTADOR."<br />
Exagerei, né? Mas compreenda, ouvir quem<br />
tem mais experiência e já passou por uma pesquisa/monografia, minimizará<br />
seus momentos de angústia e sofrimento.<br />
7
IV - O QUE É UMA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA?<br />
A pesquisa bibliográfica se faz a partir de<br />
material já elaborado, constituído, principalmente, por livros e artigos<br />
científicos. O levantamento bibliográfico é obrigatório quando se pretende<br />
realizar uma pesquisa de campo ou em um relato de caso, mas há pesquisas<br />
desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas: é a revisão<br />
bibliográfica.<br />
Saber fazer pesquisa bibliográfica, deveria ser<br />
um conhecimento adquirido durante os cursos de graduação, já que deve ser o<br />
primeiro passo para qualquer atividade acadêmica. Uma pesquisa de campo ou<br />
de laboratório deve ser precedida da pesquisa bibliográfica do assunto a ser<br />
analisado. Ela é obrigatória! Seminários, painéis, debates, resumos críticos<br />
não dispensam a pesquisa bibliográfica. Na elaboração de uma pesquisa não<br />
poderia ser diferente. Entretanto, você aluno(a) de especialização vive uma<br />
situação extremamente embaraçosa: não tem idéia de como fazer a pesquisa<br />
bibliográfica ou mesmo de como e onde obter os dados indispensáveis para a<br />
realização da pesquisa. Para tentar solucionar esse problema, é útil uma visita<br />
à biblioteca da sua faculdade e conversar com a bibliotecária para saber como<br />
funciona o "arquivo" dos livros, revistas e teses. De que maneira ela os<br />
encontra quando alguém necessita consultar um determinado texto, às vezes<br />
sem conhecer o autor, outras vezes nem o autor e nem o título, conhecendo<br />
apenas o assunto. Você verá que existem 3 fichários básicos, que toda<br />
biblioteca utiliza e oferece: fichário de autores, fichário de títulos (nome do<br />
livro ou da revista) e fichário de assuntos.<br />
Não é difícil de entender que se eu quiser ler a<br />
opinião da Dra. Silvia à respeito dos movimentos paradoxais das pregas vocais<br />
e não souber qual seu sobrenome (os nomes dos pesquisadores são arquivados<br />
pelo último sobrenome), a bibliotecária não conseguirá encontrar o artigo pelo<br />
nome do autor. Por outro lado, se eu ainda não souber qual o nome do artigo<br />
se é "Avaliação e tratamento do paciente...", ou se é "Tratamento do<br />
paciente...", ou se é "Rouquidão no paciente ...", ela também não poderá<br />
encontrá-lo no fichário de assuntos. Por último, se eu não souber em que<br />
revista ou livro foi publicado o artigo, então, nunca poderei saber a conduta da<br />
Dra. Silvia Maria Rebelo Pinho frente ao paciente portador de movimentos<br />
paradoxais das pregas vocais, publicada no Journal of Voices!!!<br />
Pelo exposto acima, de agora em diante você<br />
deve estar atento(a) a acrescentar em sua técnica de estudo (seja fazendo<br />
resumo, grifando, fazendo esquemas), o nome completo do autor, o nome<br />
correto do livro, tese ou revista (não esquecer de colocar o ano, volume,<br />
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páginas e editora) e de anotar o título completo do trabalho ou estudo. Se<br />
acaso realizar cópia xerográfica de um livro ou revista científica não esqueça<br />
de anotar todos os dados na primeira página do xérox. Em suma, de hoje em<br />
diante ORGANIZE-SE.<br />
As fontes bibliográficas podem ser classificadas em:<br />
1) Livros de leitura corrente;<br />
2) Livros de referência (informativa como dicionários, enciclopédias ou<br />
remissiva/consulta sobre artigos já publicados);<br />
3) Publicações periódicas (jornais e revistas);<br />
4) Outros impressos<br />
Fases da pesquisa bibliográfica<br />
A pesquisa bibliográfica é obrigatória para qualquer<br />
forma de pesquisa, seja ela pesquisa de campo, relato de caso ou revisão<br />
bibliográfica sobre um determinado assunto. Deve passar pelas fases:<br />
1) Determinação dos objetivos<br />
a) Redefinição de um problema. Permitir melhor visão de um problema<br />
muito amplo e/ou pouco esclarecido ou torná-lo mais específico.<br />
b) Obtenção de dados em resposta ao problema formulado. Neste caso o<br />
problema é bem definido e se procura na bibliografia a resposta requerida.<br />
c) Interpretação dos resultados. Procura-se correlacionar resultado de<br />
algum pesquisador com os resultados de outros trabalhos permitindo que as<br />
conclusões tenham maior significado ou um caráter mais amplo.<br />
2) Elaboração do plano de trabalho<br />
Em muitos casos este plano é provisório e é<br />
reformulado várias vezes, dependendo dos achados concretos da pesquisa<br />
bibliográfica. Chamamos a esta fase de cronograma.<br />
3) Identificação das fontes<br />
Quais as fontes de que você lançará mão para a<br />
resposta ao problema proposto? O mais recomendado é procurar em catálogos<br />
de livros ou de revistas que são encontrados em bibliotecas universitárias. No<br />
caso da medicina existe o Index Medicus que cataloga praticamente todas as<br />
publicações científicas médicas em revistas, do mundo todo. Existe ainda o<br />
LILACS, o MedCaribe, o PAHO e BBO.<br />
9
Outro caminho é utilizar terminais de<br />
computação existentes nas bibliotecas universitárias, o que permite uma<br />
revisão mais ampla e muito mais rápida. Os custos não são altos e é possível<br />
ter os trabalhos científicos xerografados logo em seguida.<br />
Outra possibilidade computadorizada é utilizar<br />
um microcomputador pessoal, ligado à Internet. O computador pode ser seu<br />
ou então alugado por um período de tempo pré-estabelecido, com intuito único<br />
de entrar na Internet e fazer a colheita de dados bibliográficos pertinentes ao<br />
assunto escolhido. O inconveniente é que só se pode ter acesso ao resumo do<br />
trabalho, sendo necessário solicitar uma cópia xerográfica (ou fax) do artigo<br />
todo, para que se possa avaliá-lo e compreendê-lo de forma completa. Os<br />
caminhos menos penosos para se conseguir, via Internet, as fontes<br />
bibliográficas para a realização do seu estudo, são:<br />
a) Via MEDLINE - existem vários endereços que oferecem, gratuitamente,<br />
o uso do MEDLINE, que é um centro mundial de arquivo de publicações<br />
médico-científicas. Através dele é possível acessar, em forma de resumo,<br />
artigos científicos publicados em revistas de qualquer parte do mundo,<br />
desde que a mesma esteja indexada ao sistema. O endereço mais indicado<br />
no momento é o do PUBMED = http://www.ncbi.nlm.nih.gov/PubMed,<br />
pois além de permitir acesso ao resumo do artigo, correlaciona-o com<br />
outras publicações que tratam do mesmo assunto. Na busca de informações<br />
por este sistema, utiliza-se o símbolo "/" para que a busca inclua a primeira<br />
e a segunda palavra juntas, ou seja, que selecione o artigo que inclua o<br />
primeiro e o segundo termo na mesma publicação. Exemplo: no campo de<br />
procura (ou search) preencha com "voice/parkinson" se você estiver<br />
interessado(a) nas publicações que estabeleça uma correlação da Doença<br />
de Parkinson com as alterações de voz. Veja que as palavras devem ser<br />
escritas na língua inglesa. Caso você queira restringir ainda mais a procura<br />
pode apor uma nova palavra no campo: "voice/parkinson/treatment" no<br />
caso de estar interessado(a) de como deve ser realizado o tratamento.<br />
b) Via BIREME - são duas as grandes vantagens que esta via permite: 1) além<br />
do acesso gratuito ao MEDLINE oferece ainda a pesquisa através de<br />
entidades ligadas a América do Sul, com artigos escritos em português e<br />
espanhol, mesmo de revistas não indexadas ao sistema MEDLINE. Ou<br />
seja, artigos escritos em português, por autores nacionais, que não<br />
aparecem no MEDLINE (por não ser a revista indexada), podem ser<br />
"descobertos" pelo sistema LILACS, MedCaribe, PAHO, BBO, ADOLEC,<br />
AdSAUDE, DESASTRES, REPIDISCA e CRF. 2) A segunda grande<br />
vantagem é a possibilidade que a BIREME oferece de mandar via FAX ou<br />
por “EMAIL” ou via CORREIO, cópia xerografada do artigo que você<br />
10
estiver interessado(a)! Mesmo quando a revista que contenha o artigo<br />
escolhido por você não exista no Brasil, ela se encarrega de consegui-lo,<br />
em qualquer parte do mundo e solicita que uma cópia lhe seja<br />
encaminhada! Isto não é possível pelo MEDLINE gratuito da rede Internet.<br />
Claro que todo este trabalho será cobrado mas a um custo perfeitamente<br />
acessível (taxa única de R$ 10,00 para se cadastrar e valores variáveis para<br />
cada artigo requisitado, dependendo do número de cópias, em média entre<br />
3 e 5 reais). Para saber dos custos e da forma de cadastramento, conecte-se<br />
ao seguinte endereço: http://www.bireme.br. Em minha homepage,<br />
http://www.iconet.com.br/pessoal/vicasfer.htm você pode acessar<br />
diretamente (através de “links”) os endereços do PubMed e da BIREME,<br />
além do OMIM que oferece arquivos das síndromes genéticas.<br />
4) Localização das fontes e obtenção do material<br />
Isto deve ser feito a partir de fichários das<br />
bibliotecas. A localização exige treino. Mas à medida que você vai dominando<br />
a técnica, o rendimento torna-se progressivamente maior. No próprio local<br />
existem formas de reprodução do artigo de seu interesse. Claro que algumas<br />
vezes o assunto pode ser encontrado em livros e, não sendo muito caro e<br />
potencialmente de interesse futuro, serem adquiridos em livrarias. Como<br />
exposto acima, também podemos conseguir por fax ou xérox (via correio),<br />
cópia de artigos que nos interessam através da BIREME.<br />
5) Leitura do Material<br />
Uma vez de posse do material bibliográfico,<br />
vamos à leitura! A primeira leitura pode ser apenas exploratória, com a<br />
intenção inicial de reconhecimento. É uma leitura rápida, só para verificar se a<br />
mesma interessa à pesquisa. Só é capaz de realizar uma adequada leitura<br />
rápida quem estiver "por dentro" do assunto tratado. A inexistência de prévios<br />
conhecimentos sobre o assunto determinará uma leitura exploratória inútil!<br />
Como segundo passo, a leitura seletiva, em que<br />
a seleção do material bibliográfico passará por uma avaliação mais profunda<br />
(mas não definitiva), tendo-se em mente os objetivos da pesquisa, de forma a<br />
evitar a leitura de textos que não contribuam para a solução do problema<br />
proposto.<br />
A terceira fase, a leitura analítica, é feita<br />
apenas nos textos selecionados, que serão tratados como definitivos, apesar de<br />
alguns deles serem excluídos pela inadequação da escolha anterior e que<br />
outros antes eliminados, passem a ser considerados fundamentais. É<br />
importante que se busque identificar as intenções do autor, mas sem julgá-las!<br />
11
Seja objetivo(a) e imparcial! Nesta leitura você deve procurar ordenar e fazer<br />
um resumo das informações contidas, que será utilizado para a obtenção de<br />
respostas ao problema da pesquisa. O mais adequado é confeccionar uma<br />
ficha de cada um dos artigos resumidos. Nesta ficha você incluirá:<br />
a) a intenção do autor em realizar o estudo ou pesquisa;<br />
b) qual o objetivo;<br />
c) a metodologia utilizada;<br />
d) os resultados obtidos e<br />
e) as conclusões.<br />
O cabeçalho da ficha será constituída pelo(s)<br />
nome(s) do(s) autor(es), o nome do artigo, o nome da revista, o volume, as<br />
páginas e o ano, conforme as regras ditadas pelo International Committee of<br />
Medical Journal Editors (ICMJE) de citação bibliográfica, relacionadas à<br />
partir da página 35.<br />
Como a maioria dos artigos publicados utilizam<br />
a língua inglesa (por ser o idioma universal no meio científico), você deve<br />
estar atento(a) a algumas palavras que sugerem uma tradução que não<br />
corresponde ao significado real, levando a interpretação errônea da frase em<br />
que está inserida. Um exemplo do perigo de traduzir certas palavras com o<br />
sentido que "parecem ter" está na seguinte advertência encontrada nos aviões<br />
da TAP (Transportes Aéreos Portugueses): "Caso se acenda o aviso de PUSH,<br />
não puxe, empurre. Caso se acenda o aviso PULL, não pule, puxe. Caso se<br />
acenda o aviso EXIT, não hesite, pule fora". Lógico que isso é uma mentira!<br />
Nenhum avião da TAP menciona estas advertências! Mas as palavras inseridas<br />
na tabela 1 podem determinar, freqüentemente, erros na interpretação de<br />
textos.<br />
Tabela 1 - Lista de palavras em inglês, cuja escrita sugerem falsas traduções<br />
para a língua portuguesa.<br />
Palavra em inglês parece com significado real<br />
actual atual real<br />
assess acessor avaliar<br />
assume assumir supor, presumir<br />
comprehensive compreensivo abrangente, extenso<br />
concurrent concorrente simultâneo<br />
deception decepção engano, ilusão<br />
depend on depender confiar<br />
discrete discreto distinto, separado<br />
diversion diversão desvio, alteração<br />
effective efetivo eficaz<br />
12
enroll enrolar recrutar, registrar<br />
exciting excitante instigante, empolgante<br />
exquisite esquisito seleto, excelente, notável<br />
facility facilidade prédio, equipamento, instrumento<br />
faculty faculdade corpo docente, staff<br />
injury injúria lesão<br />
realize realizar compreender, conceber<br />
report reportar relatar, descrever, notificar<br />
severe severo grave<br />
support suportar apoiar, manter, resistir<br />
unique único peculiar, especial<br />
Neste momento você já terá uma grande<br />
quantidade de textos, que foram analisados e resumidos. Cada resumo estará<br />
grampeado à face de cada um deles. Isto mesmo ... faça o resumo e deixe<br />
afixado na frente de cada artigo xerocado. Não esqueça de colocar o nome<br />
do(s) autor(es) (iniciar pelo último sobrenome), o nome completo do artigo no<br />
original, nome da revista ou livro, o volume, as páginas e o ano. ORGANIZE-<br />
SE. Caso contrário chegará um determinado momento em que você estará<br />
completamente perdido(a), no meio de centenas de folhas xerografadas,<br />
tentando descobrir onde foi que você leu um dado importante e fundamental!!!<br />
Algumas pessoas, nestes momentos, pensarão em desistir!!! Justo agora que<br />
está quase tudo pronto???? Faça o seguinte para relaxar: leve seu cachorro<br />
para passear.<br />
Mas e se você não tiver cachorro? ... Não<br />
importa! Leve assim mesmo!!<br />
Uma vez que todos os artigos e livros lidos, já<br />
estão resumidos e o resumo com os dados bibliográficos afixado à face de<br />
cada um deles, está na hora da leitura interpretativa. É a última etapa do<br />
processo de leitura, a mais complexa e difícil. Neste momento você irá<br />
relacionar o que o autor afirma, com o problema para o qual você quer uma<br />
solução.<br />
V - REDAÇÃO DO TRABALHO<br />
Está na hora de escrever!!! Agora quem vai<br />
escrever e concluir alguma coisa é você!!! Não vale fazer uma "colcha de<br />
retalhos" com pedaços de textos que você leu. Não vale ficar juntando uma<br />
frase deste autor com outra frase de outro e no final dizer: eu escrevi este<br />
13
artigo!!! Não vale dizer: "se deu para entender, não complica!". Não vale você<br />
escrever assim: Segundo Fulano (1996) “A importância do uso adequado das<br />
cordas vocais, para os cantores populares, está na ordem inversa da sua<br />
personalidade musical.” Nunca copie frase de nenhum autor! Nunca<br />
coloque uma frase entre aspas! Você deve ler o artigo todo e depois escrever<br />
aquilo que você entendeu da leitura. O que queremos saber é se você tem<br />
capacidade de interpretação para ler um artigo e descrever aquilo que você<br />
entendeu. Trocando em miúdos: numa monografia, ou estudo de caso ou<br />
pesquisa de campo é preciso saber se você sabe LER E ESCREVER<br />
CIENTIFICAMENTE. Quando você escreve: Segundo Fulano (1996) ... o<br />
que você deve escrever não é o que o autor escreveu mas sim aquilo que<br />
você entendeu do que leu!!!<br />
1) Estilo ao escrever<br />
Escrever com estilo significa escrever bem,<br />
com clareza, de forma agradável e que propicie um bom entendimento do que<br />
está escrito. Para facilitar existe uma série de normas que, quando<br />
desobedecidas, dificultam a comunicação e distraem a atenção do leitor.<br />
a) Construção da frase - se começamos bem uma frase, ela<br />
praticamente escreve o seu final sozinha. Assim, é preciso controlar<br />
cuidadosamente como empregamos as primeiras palavras de uma frase. No<br />
inicio da frase o tema deve ser organizado em torno do sujeito ou conceito<br />
central e logo se passa ao verbo que expressa a ação crucial que aquele sujeito<br />
sofre ou exerce. Com isso, as informações novas ou relevantes ou o ponto<br />
mais forte da frase, é quase sempre o seu final! Em resumo: deve-se guardar<br />
a informação mais importante, mais forte, mais nova e mais original para<br />
o final da frase. O melhor é iniciar a frase com artigo ou com sujeito e<br />
nunca com advérbio!<br />
Exemplo 1: Inadequado "Fui atropelado por um carro hoje pela manhã ao sair<br />
do trabalho."<br />
Adequado "Hoje pela manhã, ao sair do trabalho, fui atropelado por<br />
um carro.".<br />
No primeiro exemplo o impacto inicial é<br />
tamanho que não se percebe mais o resto da frase. Ninguém conseguirá<br />
lembrar se era de manhã ou de tarde ou de noite ou se estava indo passear ou<br />
trabalhar. A segunda frase leva o leitor até a informação essencial<br />
estabelecendo com precisão as condições em que o fato ocorreu.<br />
14
Exemplo 2 – Inadequado “Historicamente, as alterações nas pregas vocais, de<br />
cantores líricos, eram tratados com infusão de sal grosso.”<br />
Adequado “A infusão com sal grosso foi um dos primeiros<br />
tratamentos recomendados aos cantores líricos com alterações de laringe.”<br />
b) Concisão - Não podemos ser vítimas da prolixidade nem dos outros<br />
nem de nós mesmos. Não é mais possível lermos tudo o que se apresenta à<br />
frente dos nossos olhos. O tempo é curto e as novas informações crescem de<br />
forma exponencial. Assim somos obrigados a escolher o que podemos e o que<br />
não podemos ler. A primeira forma de selecionar o que vamos ler é a<br />
visualização de um artigo conciso, limpo e direto. Sem "verborragias" ou<br />
prolixidades! Evite frases como esta: "No tratamento da ansiedade, para todos os fins<br />
e propósitos, a resposta terapêutica depende geralmente de certos fatores que são na<br />
verdade de tipo mais psicológico do que qualquer dado aspecto farmacológico". Prefira:<br />
"No tratamento da ansiedade a resposta terapêutica depende mais da psicologia do que dos<br />
medicamentos". Evite frases como esta: "Durante aquele período de tempo, a área da<br />
membrana mucosa adquiriu uma cor rosa e um aspecto brilhante". Prefira: "Naquele<br />
período, a membrana mucosa tornou-se rosa e brilhante".<br />
c) Coerência do parágrafo - A estrutura do parágrafo tem analogia<br />
com a estrutura da frase. As frases que se seguem à frase introdutória trazem<br />
informações adicionais a propósito daquele tópico que o autor deseja discutir.<br />
Um parágrafo é portanto formado por duas fases: a questão e sua discussão,<br />
sendo de certa forma, uma microtese! Assim como nas frases, devem-se<br />
guardar as informações mais novas e originais para o final do parágrafo.<br />
Observações finais sobre estilo:<br />
Expressões corriqueiras da linguagem oral de uma profissão podem ser<br />
totalmente inadequadas em um trabalho escrito. Exemplos: pegar uma veia,<br />
rodar um EEG, tirar a pressão, entre outros.<br />
Não se deve utilizar a abreviatura etc... na monografia. Substitua por<br />
“entre outros” ou “entre outras”.<br />
Utilizar palavras erradas é o maior dos pecados! Deve-se consultar<br />
dicionários sempre que houver dúvida!<br />
Nunca atribuir propriedades e ações humanas a coisas. Exemplos: O<br />
trabalho conclui que...; A literatura refere que...; O tumor tem predileção<br />
pelas pregas vocais ...; A tabela 3 mostra as características...<br />
15
2) Formas de apresentação da redação de uma pesquisa<br />
Não há regras fixas que determinem como se deve<br />
escrever, mas certos aspectos devem ser considerados: conteúdo, estilo e<br />
aspectos gráficos de apresentação. A apresentação do nosso estudo pode ser<br />
feita na forma de MONOGRAFIA, TESE OU ARTIGO CIENTÍFICO.<br />
Monografia - dissertação ou estudo minucioso que se propõe a esgotar um<br />
determinado tema, relativamente restrito (FERREIRA, 1986). Seria uma<br />
revisão extensa de literatura em um determinado assunto, ou um relato de caso<br />
com revisão bibliográfica ou uma pesquisa de campo.<br />
Tese - proposição formulada nos estabelecimentos de ensino superior para ser<br />
defendida em público (FERREIRA, 1986), para obtenção do título de Mestre,<br />
Doutor ou de Pós-doutorado. Deve-se contribuir com conhecimentos inéditos,<br />
com a realização de uma pesquisa e não apenas uma simples compilação de<br />
dados, como na monografia.<br />
Artigo Científico - com relação ao conteúdo, as publicações em revistas<br />
científicas seguem basicamente os mesmos padrões da tese ou da monografia,<br />
diferindo apenas na apresentação do trabalho. A maioria das revistas não<br />
aceita para publicação pesquisas realizadas unicamente com revisões<br />
bibliográficas. Portanto, mãos à obra: vamos todos(as) realizar uma pesquisa<br />
de campo para que nosso trabalho possa ser publicado!!!<br />
Uma pesquisa só passa a ter valor quando da<br />
sua publicação, pois só assim pode ser avaliada e criticada, estabelecendo seu<br />
valor como prova incontestável de que uma hipótese ou idéia foi testada de<br />
modo adequado. A publicação permite uma análise mais profunda do estudo e<br />
passa a dar valor como documento passível de ser recuperado e estudado a<br />
qualquer momento.<br />
Caso você não saiba, é obrigação de quem lê<br />
cientificamente um estudo, desconfiar de que a hipótese pode estar incorreta,<br />
que inúmeros erros foram cometidos durante a pesquisa e que as conclusões<br />
tiradas são inadequadas e imperfeitas. Assim, quando for escrever, lembre-se<br />
que a única via de comunicação que manterá com quem for avaliar ou estudar<br />
o seu trabalho, é o que você escreveu!!! Não existe outro recurso de<br />
comunicação ou de convencimento!!! De nada adianta sua simpatia, expressão<br />
corporal, entonação ou humor!!! Não importa se o esforço despendido foi<br />
enorme, ou que você é um(a) profissional esforçado(a), correto(a) e<br />
estudioso(a). O que verdadeiramente importará é o que você escreveu!!!<br />
16
Neste momento, alguns alunos(as) se revoltam<br />
com tantas regras que devem ser obedecidas para escrever a pesquisa. Porque<br />
tantas regras? Caso elas não existissem, certamente iriam surgir alunos(as)<br />
"criativos(as)" a ponto de escrever uma tese como se fosse um "banner"<br />
daqueles que certas fãs escrevem aos seus ídolos, atingindo muitos metros de<br />
comprimento!!! A fim de evitar abusos e apresentações de mau gosto ou<br />
"criativas demais", órgãos internacionais de normatização como a<br />
International Organization for Standartization (ISO), sediada em Genebra, a<br />
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e, atualmente, o<br />
International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE), ditam as regras<br />
de como deve ser uma publicação científica. Assim, não adianta questionar.<br />
Mãos à obra e em obediência aos ditames internacionais!<br />
VI - ELABORAÇÃO DE UM PROJETO DE PESQUISA<br />
As duas etapas obrigatórias, que antecedem o<br />
inicio da pesquisa são:<br />
a) O Projeto de pesquisa - só deve ser formalizado após estar definido o<br />
tema. Ele é composto de introdução, objetivo(s), método, cronograma e<br />
bibliografia. No caso de apresentação de caso, se acrescenta o relato do<br />
caso, que deve estar inserido entre a introdução e o objetivo.<br />
b) Domínio do computador pessoal - não é mais possível escrever qualquer<br />
trabalho científico, tese, monografia ou artigo sem um computador pessoal.<br />
Se você ainda não domina um editor de texto como o Word, sua<br />
monografia é um pretexto imperioso! Este programa permitirá a realização<br />
automática de uma série de formatações que serão muito difíceis de serem<br />
realizadas manualmente.<br />
O Projeto de Pesquisa é imprescindível para<br />
que o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) possa avaliar e certificar que seu<br />
estudo não está ferindo nenhum preceito ético ou direito humano. Nenhuma<br />
pesquisa com seres vivos pode iniciar sem antes ter a autorização de um CEP<br />
(Resolução 196/96 do Ministério da Saúde). Além disso, caso o(a) aluno(a)<br />
deseje pleitear bolsa de estudos ou vaga em determinada Instituição de Ensino<br />
em termos de pós-graduação, torna-se necessária a elaboração de um Projeto<br />
de Pesquisa, que deverá incluir:<br />
17
1) Folha de rosto. Com o nome da pesquisa, seu nome, nome do orientador,<br />
nome do co-orientador (se for o caso), nome da instituição de origem, da<br />
cidade e do ano.<br />
2) Introdução. Contendo os dados disponíveis sobre o(s) assunto(s), as<br />
justificativas da pesquisa e os questionamentos que persistiram mesmo<br />
após um estudo profundo. (Caso se opte por Relato de Caso, após este<br />
ítem, relate-o).<br />
3) Objetivo(s). Entende-se por pesquisa a indagação ou busca minuciosa para<br />
averiguação da realidade: a investigação (FERREIRA, 1986).<br />
a) Objetivos Gerais – Portanto, a pesquisa inicia-se sempre com uma<br />
pergunta e para tal o pesquisador deve estar isento de juízo preconcebido<br />
ou preconceituoso. A pergunta deve ser apresentada de modo claro, lúcido<br />
e preciso. Não pode haver uma resposta clara à uma pergunta obscura. O<br />
objetivo deve ser bem definido, revelando o que o pesquisador deseja<br />
investigar. É preciso traçar o(s) objetivo(s) do seu estudo/trabalho. Iniciar<br />
uma pesquisa sem direção, sem determinar previamente qual o(s)<br />
objetivo(s), é arriscado e muito freqüentemente estéril, não se chegando a<br />
nada. Não se esqueça!!! Uma pesquisa deve sempre começar com uma<br />
pergunta : Como determino o ...? O que acontece quando ...? Como<br />
consigo chegar a ...? Então, para traçarmos nosso objetivo é preciso fazer a<br />
pergunta certa. A boa resposta (resultado final do trabalho) depende da boa<br />
pergunta (objetivo inicial ou geral). Não podemos estabelecer nosso<br />
objetivo sem antes:<br />
- estarmos cientes e profundamente situados a respeito do assunto;<br />
- de estudarmos a literatura existente;<br />
- de ouvirmos pessoas mais experientes sobre o assunto.<br />
Fuja dos problemas não científicos como:<br />
"Como fazer para ...<br />
"O que pode ser feito para ...<br />
"Como aumentar a ...<br />
Estas questões se referem a estratégias de se fazer algo com eficiência. A<br />
ciência não pode responder diretamente a estes problemas pois não se está<br />
indagando como são as coisas, mas como se deve fazer.<br />
Também não são científicas questões como:<br />
"Qual a melhor técnica ...<br />
"É bom adotar ...<br />
"Os pais devem ...<br />
Veja que neste caso está se levando em consideração valores como boa,<br />
má, desejável, indesejável, certa ou errada.<br />
b) Objetivos Específicos - Correspondem às questões secundárias a<br />
18
serem respondidas, relacionadas à questão principal ou geral. São os<br />
chamados QUÊS? secundários.<br />
Deve-se evitar a formulação de mais de uma<br />
pergunta, pois serão criadas novas variáveis. GOLDENBERG (1994),<br />
refere que os preceitos desenvolvidos por Descartes (1596-1650), são<br />
válidos até os dias de hoje e nos aconselha a:<br />
i) Dividir cada problema em quantas partes forem necessárias.<br />
ii) Não reconhecer como verdadeiro senão o evidente.<br />
iii) Começar a análise com o exame partindo dos objetos mais fáceis de<br />
serem compreendidos para remontar gradualmente ao conhecimento dos<br />
mais complexos.<br />
4) Metodologia. Contendo o local onde será realizada a pesquisa, descrição<br />
dos equipamentos e as etapas que deverão ser cumpridas. Qual a população<br />
que será estudada. Quem realizará a pesquisa. Quais os fatores de exclusão.<br />
Como será feita a análise dos resultados (estatística). Não esquecer o<br />
aspecto ético do seu estudo! No caso de revisão bibliográfica, defina os<br />
instrumentos que utilizará para conseguir os trabalhos (Internet, visitas às<br />
bibliotecas, entre outros. No caso de apresentação de caso, a metodologia<br />
será chamada de: relato de caso com revisão bibliográfica.<br />
5) Cronograma. Deve-se posicionar temporalmente, mês a mês, os passos<br />
com que a pesquisa irá se desenrolar. Refira o tempo que sonsumirá para:<br />
determinação do tema, levantamento bibliográfico pertinente, leitura do<br />
material, redação do projeto, correção e estabelecimento da metodologia,<br />
aplicação da pesquisa, avaliação dos resultados, apresentação dos<br />
resultados, redação da discussão, redação final da pesquisa, entrega para<br />
correção, confecção final e apresentação.<br />
6) Referências bibliográficas. Devem estar citados os trabalhos relativos à<br />
pesquisa em questão, que nortearam a introdução e o estabelecimento dos<br />
objetivos. Todo autor citado na introdução e/ou na metodologia, deve<br />
estar referendado nas Referências Bibliográficas. Todo autor que<br />
estiver nas Referências Bibliográficas, tem que estar citado na<br />
Introdução e/ou Metodologia. Um trabalho científico deverá conter<br />
somente autores que pesquisaram sobre o tema ou temas diretamente<br />
relacionados que justifiquem a pesquisa em questão. Textos explicativos,<br />
informações didáticas e dados históricos não devem fazer parte de um<br />
trabalho científico.<br />
7) Anexos. Caso se utilize um questionário ou a apresentação de uma figura<br />
ou um mapa que será apresentado ao pesquisado.<br />
8) Consentimento pós-informado. Se for necessário, conforme avaliação do<br />
Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da instituição de origem. O <strong>CEFAC</strong> já<br />
19
tem seu CEP constituído e está aguardando a autorização formal que o<br />
Ministério da Saúde de Brasília concederá em breve.<br />
O projeto de pesquisa deverá ser entregue<br />
encadernado (em espiral) e formatado conforme as regras da ICMJE. A<br />
maioria dos dados contidos no projeto serão aproveitados na apresentação<br />
final da monografia/pesquisa, que será na forma de artigo científico para<br />
publicação em revista especializada em fonoaudiologia.<br />
Lembre-se, uma pesquisa, na maioria das vezes, não se desenvolve em<br />
linha reta, com começo, meio e fim. Muito freqüentemente, o título, o(s)<br />
objetivo(s) e a metodologia, vão se alterando conforme o andamento da<br />
revisão bibliográfica e da coleta de dados em campo.<br />
VII) APRESENTAÇÃO E CONTEÚDO DA PESQUISA NA<br />
FORMA DE ARTIGO CIENTÍFICO PARA PUBLICAÇÃO<br />
A monografia/pesquisa, em apresentação de artigo científico para<br />
publicação em revistas especializadas em fonoaudiologia, deverá conter as<br />
seguintes partes:<br />
1) Folha de Rosto<br />
2) Resumo em português e unitermos<br />
3) Resumo em inglês e “key-words”<br />
4) Introdução com justificativa e objetivo(s)<br />
5) Metodologia<br />
6) Resultados<br />
7) Discussão<br />
9) Conclusão/ões<br />
10) Referências Bibliográficas<br />
11) Anexos (se existirem)<br />
12) Agradecimentos<br />
20
VIII – COMITÊ INTERNACIONAL DE EDITORES DE<br />
REVISTAS MÉDICAS (ICMJE)<br />
International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE).<br />
Uniform requirements for manuscripts submitted to biomedical<br />
journals<br />
Requisitos uniformes para originais<br />
submetidos a revistas biomédicas<br />
Comitê Internacional de Editores de Revistas Médicas<br />
Um pequeno grupo de editores de revistas da área médica reuniu-se informalmente em<br />
Vancouver, Colúmbia Britânica, em 1978, para estabelecer diretrizes para o formato dos<br />
originais submetidos a suas revistas. Esse grupo ficou conhecido como o Grupo de<br />
Vancouver. Seus requisitos para apresentação de originais, que incluíam os formatos de<br />
referências bibliográficas desenvolvidos pela Biblioteca Nacional de Medicina (National<br />
Library of Medicine - NLM), foram publicados pela primeira vez em 1979. O Grupo de<br />
Vancouver se expandiu e evoluiu para o Comitê Internacional de Editores de Revistas<br />
Médicas (International Committee of Medical Journal Editors - ICMJE), que se reúne<br />
anualmente. Gradualmente, este comitê vem ampliando seus alvos de atenção.<br />
O comitê produziu quatro edições prévias dos requisitos uniformes. Ao longo dos anos,<br />
surgiram questões que vão além da preparação dos originais. Algumas delas são tratadas<br />
agora nos requisitos uniformes; outras são contempladas em pareceres separados. Cada<br />
parecer foi publicado em uma revista científica; todos estão reproduzidos no final deste<br />
artigo.<br />
Esta quinta edição é um esforço no sentido de reorganizar e reescrever os requisitos<br />
uniformes a fim de torná-los mais claros e de tratar de aspectos ligados a direitos,<br />
privacidade, descrição de métodos e outros assuntos. O conteúdo total do documento pode<br />
ser reproduzido para fins educacionais não lucrativos, sem copyright; o comitê incentiva a<br />
distribuição do material.<br />
As revistas que concordam em usar os requisitos uniformes (mais de 500) devem citar o<br />
documento de 1997 em suas instruções aos autores.<br />
É importante enfatizar o que estes requisitos uniformes implicam e o que não implicam.<br />
Em primeiro lugar, os requisitos uniformes são instruções aos autores a respeito de como<br />
preparar originais, não aos editores a respeito do estilo de publicação. (Mas muitas revistas<br />
deles extraíram elementos para a definição dos respectivos estilos de publicação.)<br />
Em segundo lugar, se os autores preparam seus originais no estilo especificado nestes<br />
requisitos, os editores das revistas participantes não os devolvem para alterações de estilo<br />
antes de considerá-los para publicação. Durante o processo de publicação, contudo, a<br />
revistas podem alterar originais aceitos a fim de adequá-los a detalhes de seu estilo de<br />
publicação.<br />
21
Em terceiro lugar, os autores que enviam originais a uma revista participante não<br />
deveriam tentar prepará-los de acordo com o estilo de publicação daquela revista, e sim<br />
deveriam seguir os requisitos uniformes.<br />
Os autores também devem seguir as normas de publicação da revista em relação a quais<br />
tópicos são adequados àquela revista e que tipos de trabalhos podem ser submetidos (por<br />
exemplo, artigos originais, artigos de revisão ou relatos de casos). Além disso, as instruções<br />
da revista provavelmente contêm outras exigências exclusivas daquele periódico, tais como<br />
o número de cópias do original que é exigido, as línguas aceitas para publicação, a extensão<br />
dos artigos e as abreviaturas aprovadas.<br />
Espera-se que as revistas participantes declarem em suas instruções aos autores que as<br />
mesmas foram estabelecidas em conformidade com os requisitos uniformes e que citem<br />
uma versão publicada dos mesmos.<br />
Resumo das exigências técnicas<br />
• Use espaço duplo em todas as partes dos originais.<br />
• Inicie cada seção ou componente em uma nova folha.<br />
• Revise a seqüência: página de rosto, resumo e palavras-chave, texto, agradecimentos,<br />
referências, tabelas (cada uma em folha separada), legendas para ilustrações.<br />
• As ilustrações e impressões sem moldura não devem ultrapassar 203 x 254 mm.<br />
• Inclua permissão para reproduzir material previamente publicado ou para usar<br />
ilustrações que possam identificar pessoas.<br />
• Inclua a transferência de copyright e outros formulários.<br />
• Apresente o número exigido de cópias em papel.<br />
• Mantenha cópia de tudo que for apresentado.<br />
Preparação de originais<br />
O texto de artigos observacionais ou experimentais devem ser dividido em seções com<br />
os títulos Introdução, Métodos, Resultados, Discussão e Conclusão. Artigos longos podem<br />
necessitar de subtítulos em algumas seções (especialmente nas seções de Resultados e de<br />
Discussão) para esclarecer seu conteúdo. Outros tipos de artigos, tais como relatos de<br />
casos, artigos de revisão e editoriais, provavelmente necessitam de outros formatos. Os<br />
autores devem consultar as revistas individuais para orientação suplementar.<br />
Datilografe ou imprima o original em papel branco liso ISO A4 (212 x 297 mm), com<br />
margens de no mínimo 25 mm. Datilografe ou imprima somente em um lado do papel. Use<br />
espaço duplo em todo o texto, incluindo a página de rosto, o resumo, o texto, os<br />
agradecimentos, as referências, as tabelas e legendas para ilustrações. Numere as páginas<br />
consecutivamente, com algarismos arábicos, começando com a página de rosto. Coloque o<br />
número da página no canto direito superior de cada folha. O tipo de letra deve ser Times<br />
New Roman 12 ou Arial 12.<br />
Originais em disquetes<br />
Em relação a trabalhos que estejam próximos da aceitação final, algumas revistas<br />
exigem que os autores forneçam uma cópia em formato eletrônico (em disquete); elas<br />
aceitam no formato de Word 97 ou superior.<br />
22
Ao submeter disquetes, os autores devem:<br />
1. certificar-se de incluir uma versão impressa do original que está no disquete;<br />
2. pôr somente a última versão do original no disquete;<br />
3. denominar claramente o arquivo;<br />
4. rotular o disquete com o formato e o nome do arquivo;<br />
5. fornecer informações sobre o hardware e o software usados.<br />
Os autores devem consultar as instruções da revista acerca dos formatos aceitos, das<br />
convenções para a denominação de arquivos, do número de cópias e de outros detalhes.<br />
Página de rosto<br />
A página de rosto deve conter (a) o título do artigo, que deve ser conciso, mas<br />
informativo, em Português e em Inglês; (b) o nome pelo qual cada autor é conhecido, com<br />
seu grau acadêmico mais alto e sua filiação institucional; (c) o nome do(s) departamento(s)<br />
e instituição(ões) às quais o trabalho deve ser atribuído; (d) registro de isenção de<br />
responsabilidade ou de propriedade, se for o caso; (e) o nome e o endereço do autor<br />
responsável pela correspondência sobre o original; (f) o nome e o endereço do autor a quem<br />
as solicitações de separatas devem ser dirigidas ou uma declaração de que as separatas não<br />
estarão disponíveis por parte dos autores; (g) a(s) fonte(s) de financiamento sob a forma de<br />
verbas, de equipamento, de drogas, ou todas elas; e (h) um título resumido (não mais de 40<br />
caracteres, contando as letras e os espaços) ao pé da página de rosto.<br />
Autoria<br />
Todas as pessoas mencionadas como autores devem estar qualificadas para a autoria.<br />
Cada autor deve ter participado o suficiente para assumir responsabilidade pública pelo<br />
conteúdo.<br />
O crédito de autoria deve ser baseado somente em contribuições substanciais para (a) a<br />
concepção e delineamento ou a análise e interpretação dos dados, (b) a redação do artigo ou<br />
sua revisão crítica em relação a conteúdo intelectualmente importante e (c) aprovação final<br />
da versão a ser publicada. As três condições devem ser satisfeitas. A participação<br />
exclusivamente na obtenção de fundos ou na coleta de dados não justifica autoria. A<br />
supervisão geral do grupo de pesquisa não é suficiente para caracterizar autoria. Qualquer<br />
parte de um artigo que seja crítica quanto a suas conclusões principais deve ser<br />
responsabilidade de pelo menos um autor.<br />
Os editores podem pedir aos autores que descrevam em que cada um contribuiu; essa<br />
informação pode ser publicada.<br />
Cada vez mais, estudos multicêntricos são atribuídos a “autor corporativo”. Todos os<br />
membros do grupo indicados como autores, logo abaixo do título ou em nota de rodapé,<br />
devem satisfazer na íntegra os critérios de autoria acima especificados. Os membros do<br />
grupo que não satisfazem os critérios devem ser listados, com sua permissão, nos<br />
Agradecimentos ou em um apêndice (ver Agradecimentos).<br />
A ordem de autoria deve ser uma decisão conjunta de todos os co-autores. Como essa<br />
ordem é atribuída de maneiras diferentes, seu significado não pode ser inferido de forma<br />
acurada a menos que seja declarado pelos autores. Estes podem desejar explicar a ordem de<br />
autoria numa nota de rodapé. Ao decidir sobre a ordem, os autores devem estar cientes de<br />
que muitas revistas limitam o número de autores listados no sumário, e que a National<br />
23
Library of Medicine (NLM) lista no MEDLINE apenas os primeiros 24 autores mais o<br />
último, quando há mais de 25 autores.<br />
Resumo e palavras-chave<br />
A segunda página deve conter um resumo (de não mais do que 150 palavras para<br />
resumos não estruturados ou 250 palavras para resumos estruturados). O resumo deve<br />
estabelecer os objetivos do estudo ou investigação, procedimentos básicos (seleção da<br />
amostra estudada ou dos animais de laboratório, métodos observacionais e analíticos),<br />
principais achados (dados específicos e sua significância estatística, se possível) e as<br />
principais conclusões. Deve enfatizar aspectos novos e importantes do estudo ou das<br />
observações.<br />
Abaixo do resumo os autores devem fornecer, e identificar como tal, 3 a 10 palavraschave<br />
ou expressões que auxiliarão na indexação cruzada do artigo e que podem ser<br />
publicadas junto com o resumo. Use termos da lista denominada Medical Subject Headings<br />
(MeSH) do Index Medicus * ; se esta lista não incluir termos adequados para conceitos<br />
recentemente introduzidos, empregue a denominação mais usual na área.<br />
Introdução<br />
Estabeleça o objetivo do artigo e resuma as razões para o estudo ou a observação. Dê<br />
somente referências estritamente pertinentes e não inclua dados ou conclusões do trabalho<br />
que está sendo relatado. Justifique o estudo, levante questionamentos e estabeleça<br />
claramente o(s) objetivo(s).<br />
Métodos<br />
Descreva claramente a seleção dos sujeitos da observação ou experimentação (pacientes<br />
ou animais de laboratório, incluindo controles). Identifique a idade, o sexo e outras<br />
características importantes do sujeitos. A identificação e a relevância da raça e da etnia são<br />
ambíguas. Os autores devem ser particularmente cuidadosos quanto ao uso dessas<br />
categorias.<br />
Identifique os métodos, o material (dê o nome e o endereço do fabricante entre<br />
parênteses) e os procedimentos de forma suficientemente detalhada para permitir que<br />
outros reproduzam os resultados. Dê as referências de métodos estabelecidos, inclusive de<br />
métodos estatísticos (veja Estatística); forneça referências e breves descrições de métodos<br />
que já tenham sido publicados, mas que não são muito conhecidos; descreva métodos<br />
novos ou substancialmente modificados, justifique seu uso e avalie suas limitações.<br />
Identifique precisamente todas as drogas e produtos químicos usados, incluindo nome(s)<br />
genérico(s), dosagem(ns) e forma de administração.<br />
Os relatos de estudos clínicos randomizados devem apresentar informações sobre todos<br />
os elementos principais, incluindo o protocolo (população estudada, intervenções ou<br />
exposições, desfecho e logística da análise estatística), atribuição de intervenções (métodos<br />
de randomização, critérios de alocação a grupos de tratamento) e o método de manutenção<br />
do estudo cego.<br />
* Nota do tradutor: trabalhos em português devem empregar descritores da lista de “Descritores em Ciências da Saúde<br />
(DECs)” publicada pela BIREME, disponível nas bibliotecas médicas e na homepage da BIREME http//:www.bireme.br<br />
24
Os autores que submetem originais de revisão devem incluir uma seção de descrição dos<br />
métodos usados para localizar, selecionar, extrair e sintetizar dados. Esses métodos também<br />
devem ser brevemente apresentados no resumo.<br />
a) Ética<br />
Ao relatar experimentos com seres humanos, indique se os procedimentos seguidos<br />
estavam de acordo com os padrões éticos do comitê responsável por experimentação<br />
humana (institucional ou regional) e com a Declaração de Helsinki de 1975, tal como<br />
revista em 1983. Não use os nomes dos pacientes, iniciais ou números hospitalares,<br />
especialmente em material ilustrativo. Ao relatar experimentos com animais, indique se as<br />
orientações de proteção aos animais da instituição ou do país, bem como as leis nacionais a<br />
respeito do cuidado e uso de animais em laboratório foram seguidas.<br />
b) Estatística<br />
Descreva os métodos estatísticos em detalhe suficiente para que um leitor conhecedor do<br />
assunto possa ter acesso aos dados originais para verificar os resultados relatados. Sempre<br />
que possível, quantifique os achados e apresente-os com indicadores apropriados de erro de<br />
medição ou incerteza (tais como intervalos de confiança). Evite apoiar-se somente na<br />
testagem estatística de hipóteses, tais como o uso de valores de p, que falham em veicular<br />
informação quantitativa importante. Discuta a elegibilidade dos casos da experimentação.<br />
Dê detalhes sobre a randomização. Descreva os métodos e o sucesso do cegamento das<br />
observações. Relate complicações do tratamento. Dê o número de observações. Relate as<br />
perdas quanto à observação (por exemplo, abandono de um estudo clínico). Quando<br />
possível, as referências ao delineamento do estudo e aos métodos estatísticos devem ser a<br />
trabalhos clássicos ou tidos como padrão (com indicação do número da página), e não a<br />
trabalhos em que o delineamento e os métodos foram originalmente relatados. Especifique<br />
quaisquer programas de computador de uso geral empregados.<br />
Ponha a descrição geral dos métodos na seção denominada Métodos. Quando os dados<br />
são resumidos na seção de Resultados, especifique os métodos estatísticos usados para<br />
analisá-los. Restrinja as tabelas e ilustrações àquelas necessárias para explicar o argumento<br />
do trabalho e para avaliar o que o sustenta. Use gráficos como uma alternativa a tabelas<br />
com muitos dados; não duplique dados em gráficos e tabelas. Evite usos não técnicos de<br />
termos técnicos em estatística tais como “randômico” (que implica um recurso de<br />
randomização), “normal”, “significativo”, “correlação” e “amostra”. Defina os termos<br />
estatísticos, as abreviaturas e a maioria dos símbolos.<br />
Resultados<br />
Apresente seus resultados em seqüência lógica no texto, nas tabelas e nas ilustrações.<br />
Não repita no texto todas as informações das tabelas ou ilustrações; enfatize ou resuma só<br />
observações importantes.<br />
Tabelas<br />
Datilografe ou imprima cada tabela em espaço duplo numa folha separada. Não<br />
apresente tabelas em fotografias. Numere as tabelas consecutivamente na ordem de sua<br />
primeira citação no texto e forneça um breve título para cada uma. Dê a cada coluna um<br />
título curto ou abreviado. Coloque material explicativo em nota abaixo da tabela, não no<br />
25
título. Explique em notas todas as abreviaturas não padronizadas usadas em cada tabela.<br />
Para as notas, use os seguintes símbolos, nesta seqüência: *, †, ‡, §, ||, , **, ††, ‡‡, etc.<br />
Identifique medidas estatísticas de variações como desvio padrão e erro padrão da<br />
média.<br />
Não use linhas internas horizontais ou verticais.<br />
Certifique-se de que cada tabela é mencionada no texto.<br />
Se você usar dados de outra fonte, publicada ou não, obtenha permissão e indique-a por<br />
completo.<br />
O uso excessivo de tabelas em relação à extensão do texto produz dificuldades no layout<br />
das páginas. Examine números da revista à qual você planeja submeter seu trabalho para<br />
estimar quantas tabelas podem ser usadas por 1000 palavras de texto.<br />
O editor, ao aceitar um trabalho, pode recomendar que tabelas adicionais contendo<br />
importantes dados de apoio, extensos demais para publicar, sejam depositadas em um<br />
serviço de arquivo tal como o National Auxiliary Publications Service nos Estados Unidos,<br />
ou sejam postas à disposição pelos autores. Neste caso uma declaração apropriada será<br />
acrescentada ao texto. Submeta tais tabelas juntamente com o texto.<br />
Ilustrações (Figuras)<br />
Submeta o número exigido de conjuntos completos de ilustrações ou figuras. As figuras<br />
devem ser desenhadas ou fotografadas profissionalmente; inscrições à mão livre ou<br />
datilografadas são inaceitáveis. Em lugar de desenhos originais, raios-X e outros materiais,<br />
envie impressões fotográficas em preto-e-branco nítidas, lustrosas, geralmente com 127 x<br />
173mm, mas não maiores do que 203 x 254mm. Letras, números e símbolos devem ser<br />
claros e parelhos ao longo de todo o trabalho e de tamanho suficiente para que, mesmo<br />
quando reduzidos para publicação, sejam legíveis. Títulos e explicações detalhadas<br />
aparecem em legendas, não nas próprias ilustrações.<br />
Cada figura deve ter uma etiqueta colada no verso indicando seu número, o nome do<br />
primeiro autor e o topo da figura. Não escreva no verso de figuras nem as arranhe ou<br />
estrague usando clipe. Não dobre nem cole as figuras em papelão.<br />
Fotografias microscópicas ou de peças devem ter marcadores internos de escala.<br />
Símbolos, setas ou letras usadas em fotografias microscópicas devem estar em contraste<br />
com o fundo.<br />
Caso fotografias de pessoas sejam usadas, os sujeitos não devem ser identificáveis ou<br />
suas fotos devem ser acompanhadas de permissão escrita de uso (veja o item Proteção dos<br />
Direitos dos Pacientes à Privacidade).<br />
As figuras devem ser numeradas consecutivamente de acordo com a ordem em que<br />
foram primeiro mencionadas no texto. Se uma figura foi previamente publicada, reconheça<br />
a fonte original e peça permissão escrita do detentor do copyright para reproduzir o<br />
material. A permissão é exigida independentemente de autoria ou editoria, exceto para<br />
documentos de domínio público.<br />
Para ilustrações coloridas, verifique se a revista exige negativos coloridos,<br />
transparências positivas ou impressões coloridas. Marcas desenhadas para indicar a região a<br />
ser reproduzida podem ser úteis ao editor. Algumas revistas publicam ilustrações coloridas<br />
somente se o autor pagar os custos extras.<br />
26
Legendas para ilustrações<br />
Datilografe ou imprima as legendas para as ilustrações em espaço duplo, em página<br />
separada, com numerais arábicos correspondentes às ilustrações. Quando símbolos, setas,<br />
números ou letras forem usados para identificar partes de uma ilustração, identifique e<br />
explique cada um claramente na legenda. Explique a escala interna e identifique o método<br />
de coloração nas fotografias microscópicas.<br />
Unidades de medida<br />
As medições de largura, altura, peso e volume devem ser relatadas em unidades métricas<br />
(metro, quilograma, litro, etc.) ou seus múltiplos decimais.<br />
As temperaturas devem ser dadas em graus Celsius. A pressão sangüínea deve ser dada<br />
em milímetros de mercúrio.<br />
Todas as medições químicas clínicas e hematológicas devem ser relatadas no sistema<br />
métrico nos termos do Sistema Internacional de Unidades (SI). Os editores podem solicitar<br />
que unidades alternativas ou não-SI sejam acrescidas pelos autores antes da publicação.<br />
Abreviaturas e símbolos<br />
Use somente abreviaturas padronizadas. Evite abreviaturas no título e no resumo. O<br />
termo por extenso ao qual corresponde uma abreviatura deve preceder sua primeira<br />
ocorrência no texto, a menos que seja uma unidade padrão de medida.<br />
Discussão e Conclusão(ões)<br />
Enfatize os aspectos novos e importantes do estudo e as conclusões derivadas dos<br />
mesmos. Não repita detalhadamente os dados ou outras informações já apresentados nas<br />
seções de introdução ou de resultados. Inclua na seção de discussão as implicações das<br />
descobertas e suas limitações, incluindo implicações para futuras pesquisas. Relacione as<br />
observações com outros estudos relevantes.<br />
Associe as conclusões com os objetivos do estudo, mas evite afirmações não<br />
qualificadas e conclusões não sustentadas completamente pelos dados. Em particular, os<br />
autores devem evitar de fazer afirmações sobre benefícios econômicos e custos, a menos<br />
que seus originais incluam dados e análises econômicos. Evite alegar prioridade e aludir a<br />
trabalho que não tenha sido completado. Proponha novas hipóteses quando justificadas,<br />
mas qualifique-as claramente como tal. Recomendações, quando apropriadas, podem ser<br />
incluídas.<br />
Neste capítulo os resultados da pesquisa (revisão bibliográfica ou dados de pesquisa de<br />
campo) serão analisados, interpretados e comparados com os dados da literatura citada,<br />
respeitando sempre a ordem cronológica. É o capítulo da apreciação crítica. Citar primeiro<br />
os dados alheios e depois os dados obtidos na pesquisa, comparando-os e fazendo críticas<br />
favoráveis ou não. Aqui entram os depoimentos pessoais, mas sempre com muita clareza e<br />
objetividade. Deve-se evitar depoimentos do tipo impressões pessoais, dando destaque aos<br />
dados comprovados. O tempo verbal deve acontecer no passado. A discussão deve fornecer<br />
27
elementos para as conclusões. “É o mais livre dos itens e o que mais evidencia a vivência<br />
do pesquisador” (CUNHA, 1991).<br />
A(s) conclusão(ões) fundamentam-se nos resultados e na discussão. Respondem à<br />
pergunta elaborada na introdução e contém deduções lógicas. É breve e exata, sem rodeios.<br />
O tempo verbal utilizado deve ser no presente.<br />
Agradecimentos<br />
Num lugar apropriado no artigo (nota de rodapé da página de rosto ou em apêndice ao<br />
texto; veja as exigências da revista) uma ou mais afirmações devem especificar (a)<br />
contribuições que precisam ser reconhecidas, mas não justificam autoria, tais como apoio<br />
geral por parte de um chefe de departamento; (b) agradecimentos por auxílio técnico; (c)<br />
agradecimentos por apoio financeiro e material, que devem especificar a natureza do apoio;<br />
e (d) relações que podem levar a um conflito de interesses (ver “conflito de interesses”<br />
adiante).<br />
Pessoas que tenham contribuído intelectualmente para o trabalho, mas cujas<br />
contribuições não justificam autoria, podem ser citadas e suas funções ou contribuições<br />
descritas (por exemplo, “consultor científico”, “revisão crítica da proposta do estudo”,<br />
“coleta de dados” ou “participação no estudo”). Tais pessoas devem ter dado sua permissão<br />
para serem citadas. Os autores são responsáveis pela obtenção de permissão escrita das<br />
pessoas citadas nos agradecimentos, pois os leitores podem inferir que elas endossam os<br />
dados e as conclusões.<br />
O auxílio técnico deve ser reconhecido em um parágrafo separado dos demais, em que<br />
se agradecem outras contribuições.<br />
Referências<br />
As referências devem ser numeradas consecutivamente na ordem em que foram<br />
mencionadas a primeira vez no texto. Identifique as referências no texto, tabelas e legendas<br />
de ilustrações por numerais arábicos entre parênteses. As referências citadas apenas em<br />
tabelas ou em legendas devem ser numeradas de acordo com a seqüência estabelecida pela<br />
primeira identificação da tabela ou ilustração em questão no texto.<br />
Use o estilo dos exemplos que seguem, os quais são baseados nos formatos usados pela<br />
NLM no Index Medicus. Os títulos das revistas devem ser abreviados de acordo com o<br />
estilo usado no Index Medicus. Consulte a Lista de Revistas Indexadas no Index Medicus<br />
(List of Journals Indexed in Index Medicus), publicada anualmente, pela NLM, em<br />
separado e também como uma lista, no número de janeiro do Index Medicus. A lista<br />
também pode ser obtida através do endereço da NLM na Internet (http://www.nlm.nih.gov).<br />
Evite usar resumos (abstracts) como fonte de referência. As referências a trabalhos<br />
aceitos, mas ainda não publicados devem ser designadas como “no prelo” (“in press” ou<br />
“forthcoming”); os autores devem obter permissão por escrito para citar tais trabalhos e<br />
devem assegurar-se de que foram aceitos para publicação. Informações de originais<br />
submetidos, mas não aceitos devem ser citadas no texto como “observações não<br />
publicadas”, com a permissão escrita da fonte.<br />
Evite citar uma “comunicação pessoal”, a menos que forneça informação essencial não<br />
disponível em uma fonte pública; neste caso o nome da pessoa e a data da comunicação<br />
devem ser citados entre parênteses no texto. Para artigos científicos, os autores devem obter<br />
28
permissão escrita e confirmação acerca da precisão da citação por parte da fonte da<br />
comunicação pessoal.<br />
As referências devem ser confrontadas pelo(s) autor(es) com os documentos originais.<br />
O estilo dos requisitos uniformes (o estilo deVancouver) baseia-se amplamente em um<br />
estilo padrão ANSI adaptado pela NLM para seus bancos de dados (por exemplo, o<br />
MEDLINE). Notas foram acrescentadas nos pontos em que o estilo de Vancouver difere do<br />
estilo atualmente usado pela NLM.<br />
Artigos em revistas<br />
1. Artigo padrão<br />
Liste os primeiros seis autores, seguidos por et al.<br />
(Nota: a NLM agora lista até 25 autores; se há mais do que 25 autores, a referida<br />
biblioteca lista os primeiros 24, seguindo-se o último autor e, por fim, a expressão et al.)<br />
Vega KJ, Pina I, Krevsky B. Heart transplantation is associated with an increased risk<br />
for pancreatobiliary disease. Ann Intern Med 1996 Jun 1;124(11):980-3.<br />
Como opção, se uma revista tem paginação contínua ao longo de um volume (como o<br />
fazem muitas revistas médicas), o mês e o número podem ser omitidos.<br />
(Nota: por coerência, esta opção é usada em todos os exemplos neste documento. A<br />
NLM não usa essa opção.)<br />
Vega KJ, Pina I, Krevsky B. Heart transplantation is associated with an increased risk<br />
for pancreatobiliary disease. Ann Intern Med 1996;124:980-3.<br />
Mais de seis autores<br />
Parkin DM, Clayton D, Black RJ, Masuyer E, Friedl HP, Ivanov E, et al. Childhood<br />
leukaemia in Europe after Chernobyl: 5 year follow-up. Br J Cancer 1996;73:1006-12.<br />
2. Uma organização como autor<br />
The Cardiac Society of Australia and New Zealand. Clinical exercise stress testing.<br />
Safety and performance guidelines. Med J Aust 1996;164:282-4.<br />
3. Ausência de autor<br />
Cancer in South Africa [editorial]. S Afr Med J 1994;84:15.<br />
4. Artigo que não esteja em inglês<br />
(Nota: a NLM traduz o título para o inglês, coloca a tradução entre colchetes e<br />
acrescenta uma designação abreviada da língua.)<br />
Ryder TE, Haukeland EA, Solhaug JH. Bilateral Infrapatellar seneruptur hos tidligere<br />
frisk kvinne. Tidsskr Nor Laegeforen 1996;116:41-2.<br />
5. Volume com suplemento<br />
Shen HM, Zhang QF. Risk assessment of nickel carcinogenicity and occupational lung<br />
cancer. Environ Health Perspect 1994;102 Suppl 1:275-82.<br />
6. Número com suplemento<br />
Payne DK, Sullivan MD, Massie MJ. Women’s psychological reactions to breast cancer.<br />
Semin Oncol 1996;23(1 Suppl 2):89-97.<br />
29
7. Volume em partes<br />
Ozben T, Nacitarhan S, Tuncer N. Plasma and urine sialic acid in non-insulin dependent<br />
diabetes mellitus. Ann Clin Biochem 1995;32(Pt 3):303-6.<br />
8. Número em partes<br />
Poole GH, Mills SM. One hundred consecutive cases of flap lacerations of the leg in<br />
ageing patients. NZ Med J 1994; 107(986 Pt 1):377-8.<br />
9. Número sem volume<br />
Turan I, Wredmark T, Fellander-Tsai L. Arthroscopic ankle arthrodesis in rheumatoid<br />
arthritis. Clin Orthop 1995;(320):110-4.<br />
10. Sem número nem volume<br />
Browell DA, Lennard TW. Immunologic status of the cancer patient and the effects of<br />
blood transfusion on antitumor responses. Curr Opin Gen Surg 1993:325-33.<br />
11. Paginação em numerais romanos<br />
Fisher GA, Sikic BI. Drug resistance in clinical oncology and hematology. Introduction.<br />
Hematol Oncol Clin North Am 1995 Apr;9(2):xi-xii.<br />
12. Tipo de artigo indicado conforme o caso<br />
Enzensberger W, Fischer PA. Metronome in Parkinson’s disease [letter]. Lancet<br />
1996;347:1337.<br />
Clement J, De Bock R. Hematological complication of hantavirus nephropathy (HVN)<br />
[abstract]. Kidney Int 1992;42:1285.<br />
13. Artigo contendo retratação<br />
Garey CE, Schwarzman AL, Rise ML, Seyfried TN. Ceruloplasmin gene defect<br />
associated with epilepsy in El mice [retraction of Garey CE, Schwarzman AL, Rise ML,<br />
Seyfried TN. In: Nat Genet 1994;6:426-31]. Nat Genet 1995;11:104.<br />
14. Artigo retratado<br />
Liou GI, Wang M, Matragoon S. Precocious IRBP gene expression during mouse<br />
development [retracted in Invest Ophthalmol Vis Sci 1994;35:3127]. Invest Ophthalmol<br />
Vis Sci 1994;35:1083-8.<br />
15. Artigo com publicação de erratum<br />
Hamlin JA, Kahn AM. Herniography in symptomatic patients following inguinal hernia<br />
repair [published erratum appears in West J Med 1995;162:278]. West J Med<br />
1995;162:28-31.<br />
Livros e outras obras monográficas<br />
(Nota: nas edições prévias, o chamado estilo de Vancouver erradamente indicava uma<br />
vírgula em lugar de ponto-e-vírgula entre a editora e a data.)<br />
16. Autor(es) pessoal(is)<br />
30
Ringsven MK, Bond D. Gerontology and leadership skills for nurses. 2nd ed. Albany<br />
(NY): Delmar Publishers; 1996.<br />
17. Editor(es), compilador(es) como autor(es)<br />
Norman IJ, Redfern SJ, editors. Mental health care for elderly people. New York:<br />
Churchill Livingstone; 1996.<br />
18. Organização como autor e editor<br />
Institute of Medicine (US). Looking at the future of the Medicaid program. Washington:<br />
The Institute; 1992.<br />
19. Capítulo em um livro<br />
(Nota: o estilo de Vancouver anteriormente tinha uma vírgula em lugar de um p antes da<br />
indicação das páginas).<br />
Phillips SJ, Whisnant JP. Hypertension and stroke. In: Laragh JH, Brenner BM, editors.<br />
Hypertension: pathophysiology, diagnosis, and management. 2nd ed. New York: Raven<br />
Press; 1995. p.465-78.<br />
20. Anais de congressos<br />
Kimura J, Shibasaki H, editors. Recent advances in clinical neurophysiology.<br />
Proceedings of the 10th International Congress of EMG and Clinical Neurophysiology;<br />
1995 Oct 15-19; Kyoto, Japan. Amsterdam: Elsevier; 1996.<br />
21. Trabalho de congresso<br />
Bengtsson S, Solheim BG. Enforcement of data protection, privacy and security in<br />
medical informatics. In: Lun KC, Degoulet P, Piemme TE, Rienhoff O, editors.<br />
MEDINFO 92. Proceedings of the 7th World Congress on Medical Informatics; 1992<br />
Sep 6-10; Geneva, Switzerland. Amsterdam: North-Holland; 1992. p.1561-5.<br />
22. Relatório científico ou técnico<br />
Publicado por agência de fomento ou de patrocínio<br />
Smith P, Golladay K. Payment for durable medical equipment billed during skilled<br />
nursing facility stays. Final report. Dallas (TX): Dept. of Health and Human Services<br />
(US), Office of Evaluation and Inspections; 1994 Oct. Report No.:<br />
HHSIGOEI69200860.<br />
Publicado pela agência responsável<br />
Field MJ, Tranquada RE, Feasley JC, editors. Health services research: work force and<br />
educational issues. Washington: National Academy Press; 1995. Contract No.:<br />
AHCPR282942008. Sponsored by the Agency for Health Care Policy and Research.<br />
23. Dissertação<br />
Kaplan SJ. Post-hospital home health care: the elderly’s access and utilization<br />
[dissertation]. St. Louis (MO): Washington Univ.; 1995.<br />
24. Patente<br />
31
Larsen CE, Trip R, Johnson CR, inventors; Novoste Corporation, assignee. Methods for<br />
procedures related to the electrophysiology of the heart. US patent 5,529,067. 1995 Jun<br />
25.<br />
Outros materiais publicados<br />
25. Artigo de jornal<br />
Lee G. Hospitalizations tied to ozone pollution: study estimates 50,000 admissions<br />
annually. The Washington Post 1996 Jun 21;Sect. A:3 (col. 5).<br />
26. Material audiovisual<br />
HIV+/AIDS: the facts and the future [videocassette]. St. Louis (MO): Mosby-Year<br />
Book; 1995.<br />
27. Material legal<br />
Lei Pública:<br />
Preventive Health Ammendments of 1993, Pub. L. No. 103-183, 107 Stat. 2226 (Dec.<br />
14, 1993).<br />
Projeto de lei não promulgado:<br />
Medical Records Confidentiality Act of 1995, S. 1360, 104th Cong., 1st Sess. (1995).<br />
Código de Regulamentações Federais<br />
Informed Consent, 42 C.F.R. Sect. 441.257 (1995).<br />
Audiência<br />
Increased Drug Abuse: the Impact on the Nation’s Emergency Rooms: Hearings Before<br />
the Subcomm. on Human Resources and Intergovernmental Relations of the House<br />
Comm. on Government Operations, 103rd Cong., 1st Sess. (May 26, 1993).<br />
28. Mapa<br />
North Carolina. Tuberculosis rates per 100,000 population, 1990 [demographic map].<br />
Raleigh: North Carolina Dept. of Environment, Health, and Natural Resources, Div. of<br />
Epidemiology; 1991.<br />
29. Livro da Bíblia<br />
The Holy Bible. King James version. Grand Rapids (MI): Zondervan Publishing House;<br />
1995. Ruth 3:1-18.<br />
30. Dicionário e referências similares<br />
Stedman’s medical dictionary. 26th ed. Baltimore: Williams & Wilkins; 1995. Apraxia;<br />
p. 119-20.<br />
31. Material Clássico<br />
The Winter’s Tale: act 5, scene 1, lines 13-16. The complete works of William<br />
Shakespeare. London: Rex; 1973.<br />
32
Material não publicado<br />
32. No prelo<br />
(Nota: a NLM prefere “forthcoming” porque nem todos os itens serão impressos.)<br />
Leshner AI. Molecular mechanisms of cocaine addiction. N. Engl J Med. In press 1996.<br />
Material eletrônico<br />
33. Artigo de revista em formato eletrônico<br />
Morse SS. Factors in the emergence of infectious diseases. Emerg Infect Dis [serial<br />
online] 1995 Jan-Mar [cited 1996 Jun 5];1(1):[24 screens]. Available from: URL:<br />
http://www.cdc.gov/ncidod/EID/eid.htm<br />
34. Monografia em formato eletrônico<br />
CDI, clinical dermatology illustrated [monograph on CD-ROM], Reeves JRT, Maibach<br />
H. CMEA Multimedia Group, producers. 2nd ed. Version 2.0. San Diego: CMEA; 1995.<br />
35. Arquivo de computador<br />
Hemodynamics III: the ups and downs of hemodynamics [computer program]. Version<br />
2.2. Orlando (FL): Computerized Educational Systems; 1993.<br />
Envio do original à revista<br />
Envie o número exigido de cópias do original em um envelope de papel encorpado,<br />
protegendo as cópias e as ilustrações com papelão, se necessário, para evitar que as<br />
fotografias sejam dobradas. Coloque as fotografias e as transparências em envelope<br />
encorpado separado.<br />
Os originais devem ser acompanhados por uma carta de apresentação assinada por todos<br />
os autores. Essa carta deve incluir (a) informações sobre publicação prévia ou duplicada ou<br />
sobre submissão, a outras revistas, de qualquer parte do trabalho, como definido<br />
anteriormente neste documento; (b) declaração de relações financeiras ou de outra natureza<br />
que possam levar a conflito de interesses; (c) declaração de que o original foi lido e<br />
aprovado por todos os co-autores, de que as exigências sobre autoria, como estabelecidas<br />
anteriormente neste documento, foram atendidas e de que cada co-autor acredita que o<br />
original representa trabalho honesto; e (d) o nome, endereço e número de telefone do autor<br />
responsável por comunicar-se com os demais sobre revisões e aprovação final das provas.<br />
A carta deve fornecer qualquer informação adicional que possa ser útil ao editor como, por<br />
exemplo, o tipo de artigo que o original representa na revista em questão e se o(s) autor(es)<br />
concorda(m) em arcar com os custos da reprodução de ilustrações coloridas.<br />
O original deve ser acompanhado das cópias de quaisquer permissões referentes a<br />
reprodução de material publicado, uso de ilustrações, relato de informações sobre pessoas<br />
identificáveis, ou citação de pessoas por suas contribuições.<br />
Opção de Revistas que seguem o ICMJE:<br />
Pró-fono, Revista da SBFa, Fono Atual, <strong>CEFAC</strong> e Fonoaudiologia Brasil<br />
33
IX – ENDEREÇOS DE SITES PARA FONOAUDIÓLOGOS(AS)<br />
Alexander Graham Bell Association – http://www.agbell.org/<br />
Baylor´s College (Otorrinolar.) – http://www.bcm.tmc.edu/oto/studs/toc.html<br />
<strong>CEFAC</strong> – http://www.cefac.br<br />
Center for Impr. of the Early Reading Achievement – http://www.ciera.com<br />
Conselho Federal de Fonoaudiologia – http://www.fono.com.br<br />
Educational Audiology Association – http://www.edaud.org<br />
Grupo de Estudos de Linguagem – http://www.gel.com.br<br />
Hearing and Balance – http://www.neurophys.wisc.edu/h&b/index.html<br />
International Reading Association – http://www.reading.org<br />
TEXTOS<br />
http://www.edpro.com/archives/brain.html (textos sobre o cérebro)<br />
http://www.agbell.org/publications/checklist.html – Speech and Hearing<br />
http://www.healthtouch.com/level1/leaflets/aslha/aslha032.htm – Apraxia<br />
http://faculty.washington.edu/spchphys/chewing/ - desenvolvimento da<br />
mastigação em crianças de 12 a 48 meses<br />
PARA FAZER PESQUISA BIBLIKOGRÁFICA<br />
Medline, Lilacs, MedCaribe – http://www.bireme.com.br e http://www.usp.br<br />
AskEric – http://www.eric.syr.edu<br />
Northen Light – http://www.nlsearch.com<br />
E-Library – http://www.elibrary.com (cobra taxa módica)<br />
SAWeb Search Service – http://www.accesion.com/socabs (cobra taxa)<br />
34
INFORMAÇÕES SOBRE “JOURNAL”<br />
American Journal of Audiology – http://journals.asha.org/aja/<br />
Journal of Acoustical Society of America – http://sound.media.mit.edu/<br />
Journal of Children Communication Disorders – http://pegasus.cc.ucf.edu<br />
Journal of Communication Disorders – http://elsevier.com/inca/publications/<br />
Journal of Medical Speech and Language Pathology –<br />
http://www.singpub.com/journals/sp-lang-path.html<br />
Topics in Language Disorders – http://www.swets.nl/sps<br />
INFORMAÇÕES SOBRE PATOLOGIAS<br />
Afasia – http://www.umich.edu/<br />
National Stroke Association – http://www.stroke.org<br />
Apraxia – http://www.jump.nt/~gmikel/apraxia/<br />
Dislexia – http://www.interdys.org<br />
Fissura – http://www.centrinho.usp.br e http://widesmiles.org<br />
National Parkinson Fundation – http://www.parkinson.org<br />
Voz – National Center Of Voice – http://www2.shc.uiowa.edu<br />
University of Pittsburg Voice Center – http://www.upmc.edu/upmcvoice/<br />
Deglutição e Disfagia – http://www.d.umn.edu/csd/video/swallowing.htm<br />
Gagueira – http://www.mankato.msus.edu/dept/comdis/kuster/therapy.html<br />
International Stuttering Association – http://xs4all.nl/~edorlow/isa.html<br />
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Paralisia Cerebral – http://www.irsc.org/cerebral.htm<br />
Autismo – http://www.unc.edu/depts/teach/<br />
Fissura – http://www.afissore.org.br<br />
Anatomia – http://www.innerbody.com/htm/body/html<br />
Doenças do Sistema Nervoso – http://www.mic.ki.se/Diseases/c10.html<br />
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