Untitled - Arquidiocese de Florianópolis

eterno, leva conseqüentemente à partilha dos bens materiais, que são provisórios. Para os cristãos,
a comunhão é sagrada. Não pode ser profanada nem manipulada. Quem dela abusa em benefício
próprio, morre para a comunidade. Esta é a lição do episódio de Ananias e Safira (At 5, 1-11).
A vida de comunhão e de partilha implica uma evangelização que tenha caráter social e que
interfira na vida cotidiana, nas realidades terrestres. Todos somos chamados ao apostolado da
evangelização como força transformadora das realidades humanas e terrestres, a fim de que, pela
obra da evangelização, se estabeleça entre nós o Reino de Deus, reino de justiça e de paz, de
fraternidade e partilha.
Quando falamos em partilha entendemos nosso compromisso social, que implica a organização
e fortalecimento da dimensão social de nossa ação evangelizadora, a qual deve perpassar tudo o
que fazemos, desde os sacramentos, a liturgia e a catequese, até as atividades específicas das
pastorais sociais, Ações Sociais Paroquiais e Ação Social Arquidiocesana, que precisam estar muito
bem articuladas e coordenadas na Pastoral Social, a ser organizada em cada paróquia e em nível
arquidiocesano.
Também faz parte da partilha a oferta mensal do dízimo, que entre nós será feita como ato de
fé e confiança na Divina Providência, como compromisso social e solidário com os pobres, como ato
de esperança na Igreja, que é sinal e instrumento do Reino de Deus.
A partilha de recursos humanos e materiais entre as paróquias da Arquidiocese deve tornar-se
um sinal explícito de nossa comunhão em Cristo.
NA FRAÇÃO DO PÃO
A expressão “fração do pão” vem das refeições judaicas, onde o pai partilhava o pão com os
filhos, com os empregados (Lc 15,17) e os que não tinham nada. Ela lembra as muitas vezes em
que Jesus partilhou o pão com os discípulos e com o povo faminto. Lembra o gesto de partilha que
abriu os olhos dos discípulos de Emaús (Lc 24,30-35). Recorda sobretudo o gesto supremo do
“amor até o fim” (Jo 13,1), a Eucaristia (1Cor 10,16), a memória da morte e ressurreição de Jesus
(1Cor 11,26).
A Eucaristia é a fonte e o ápice de toda obra evangelizadora. Toda ação evangelizadora deve
partir da Eucaristia e a ela conduzir. Na Eucaristia celebramos o encontro de todas as vocações e
ministérios, pelos quais nos reconhecemos agradecidos ao Senhor, que nos chama e envia. Ao
alimentar-nos do pão da vida e do cálice da salvação, recebemos força para continuar a caminhada.
O exemplo de Jesus Cristo de dar a vida em resgate por muitos é a nossa constante fonte de
inspiração para o trabalho da evangelização.
A celebração eucarística é memória da vida, do ministério, da paixão, da morte e da
ressurreição de Jesus de Nazaré. Ele pediu: “Fazei isto em memória de mim”. Quando celebramos a
Eucaristia, nos propomos a refazer a caminhada de Jesus, a ser seus seguidores e seguidoras, a
fazer memória de tudo o que ele foi, disse e fez. Por isso, a celebração da Eucaristia deve estar
sempre relacionada à prática do amor e da promoção e defesa da vida
É a Eucaristia que alimenta a vida em comunidade, a nossa Igreja. A celebração eucarística é o
cartão de visita de cada comunidade eclesial. A alegria festiva do encontro com o Senhor, a
experiência da vida em família, a iniciação permanente nos mistérios da fé e a valorização criativa
de gestos e símbolos, são as características que deverão marcar nossas celebrações.
ENVOLVENDO AS FORÇAS VIVAS
DA ARQUIDIOCESE
Contamos com todas as forças vivas que atuam em nossa Arquidiocese. Damos graças e
glórias ao Espírito Santo que nos concede muitas vocações sacerdotais, religiosas, missionárias e
leigas. Temos entre nós muitas pessoas que assumem os mais diferentes serviços e ministérios.
Somos gente que ama a Igreja de Jesus Cristo. Oferecemos muito de nós: o amor, o tempo, o
cansaço, as lutas, o empenho pelo diálogo e pela superação de conflitos. Dedicamos à obra da
evangelização os nossos talentos e muitas vezes boa parte de nossos bens materiais.
Atuamos nas mais diversas pastorais, organismos, serviços, associações e movimentos,
colégios, meios de comunicação. São muitas as forças vivas que atuam na ação evangelizadora em
nossa Arquidiocese. No entanto, a beleza da diversidade aparece muitas vezes ofuscada pela perda