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Medal Parade do Contingente - Exército

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Volume 3, Edição 1<br />

FEV/MAR 2011<br />

CONCURSO DE FOTOGRAFIA<br />

Anuncia<strong>do</strong>s os vence<strong>do</strong>res<br />

MEDAL PARADE<br />

Militares <strong>do</strong> CN recebem NATO <strong>Medal</strong><br />

INAUGURAÇÃO NA ESCOLA DE PeC<br />

CN ajuda a recuperar Escola de Pol-e-Charki<br />

Pol Charki


PÁGINA 2 EXPRESSO DO ORIENTE VOLUME 3, EDIÇÃO 1<br />

<strong>Medal</strong> <strong>Parade</strong> <strong>do</strong> <strong>Contingente</strong><br />

Em 17MAR11 decorreu, em CAMP<br />

WAREHOUSE, a cerimónia de<br />

imposição de <strong>Medal</strong>has NATO<br />

(Não Artigo V), aos militares <strong>do</strong><br />

<strong>Contingente</strong> Nacional/Força Nacional<br />

Destacada na International<br />

Nesta edição:<br />

<strong>Medal</strong> <strong>Parade</strong> <strong>do</strong> <strong>Contingente</strong> 2<br />

Editorial 3<br />

Curiosidades da História 3<br />

Os Tradutores e a Confiança 4<br />

Militar <strong>do</strong> CN vence prova internacional 4<br />

Exercício de bombeiro 5<br />

Militares portugueses apoiam formação 6<br />

Inauguração da escola de PeC 7<br />

Meia Maratona COWTOWN 7<br />

A História <strong>do</strong>s Homens 8<br />

Campeonato de Matrecos 8<br />

CN auxilia populações carenciadas 9<br />

Concurso de Fotografia 10<br />

Técnicas de Combate Urbano 11<br />

“Race of Strategy in Orienteering 12<br />

O Inicio da Despedida 13<br />

Última página 14<br />

Security Assistance Force (ISAF)<br />

no Afeganistão.<br />

A medalha Não Artigo V para serviços<br />

presta<strong>do</strong>s sob a égide da<br />

NATO na Operação no Afeganistão<br />

e países vizinhos é atribuída a<br />

to<strong>do</strong>s os militares e civis<br />

que estão ou estiveram<br />

empenha<strong>do</strong>s no apoio da<br />

Operação.<br />

O <strong>Contingente</strong> Nacional<br />

actualmente no Teatro de<br />

Operações (TO) iniciou formalmente<br />

a sua missão em<br />

17OUT10 e irá realizar a<br />

cerimónia de Transferência<br />

d e A u t o r i d a d e e m<br />

17ABR11.<br />

Na Parada Portuguesa formou<br />

a Força constituída pelas<br />

seguintes capacidades: Operational<br />

Mentor and Liaison Team-<br />

Division; Operational Mentor and<br />

Liaison Team-Garrison; Equipas<br />

de Forma<strong>do</strong>res/Instrutores ( CSS<br />

Log School, KACTC, ANA Log<br />

Cmd e KMTC) e o Módulo de Apoio<br />

( Force Protection e PelApSvc).<br />

Presidiu à cerimónia o COM KAIA<br />

Brigadeiro General (BG) Nan<strong>do</strong>r<br />

Kilian, acompanha<strong>do</strong> por diversos<br />

Senior Representatives e<br />

Comandantes de <strong>Contingente</strong><br />

que cumprem missão<br />

no TO. Estiveram ainda<br />

presentes como convida<strong>do</strong>s,<br />

diversos oficiais e sargentos<br />

que desempenham tarefas<br />

conjuntas com as várias<br />

Capacidades <strong>do</strong> <strong>Contingente</strong><br />

Nacional.<br />

Do programa da cerimónia,<br />

e para além <strong>do</strong> momento da<br />

imposição de condecorações<br />

relevam-se a intensidade e o sentimento<br />

coloca<strong>do</strong>s nos actos <strong>do</strong><br />

entoar o Hino Nacional e da Homenagem<br />

aos Militares caí<strong>do</strong>s ao longo<br />

<strong>do</strong>s novecentos anos de história<br />

nacional e, em especial, a to<strong>do</strong>s os<br />

que tombaram ao serviço da paz no<br />

Teatro de Operações <strong>do</strong> Afeganistão.<br />

No uso da palavra, o Comandante<br />

<strong>do</strong> <strong>Contingente</strong> Nacional (CN)<br />

COR ART António Emídio da Silva<br />

Salgueiro, relembrou que a confiança,<br />

o incentivo e o entusiasmo<br />

coloca<strong>do</strong>s no início da missão verti<strong>do</strong><br />

no lema “ONE TEAM” se revelou<br />

profícuo, e agora, que se aproxima<br />

o fim da missão revela os<br />

seus frutos. Relevou também que o<br />

brio e o empenho coloca<strong>do</strong> no exercício<br />

das funções que cada um<br />

desempenhou, contribuíram para<br />

trazer esperança ao povo <strong>do</strong> Afeganistão.<br />

Proferiu ainda palavras de<br />

apreço para com as famílias de<br />

to<strong>do</strong>s os militares, que observaram<br />

a missão à distância, esperaram<br />

pacientemente e aguardam expectantes<br />

o deseja<strong>do</strong> regresso.<br />

O BG Nan<strong>do</strong>r Kilian que usou da<br />

palavra de improviso deixou testemunho<br />

<strong>do</strong> trabalho muito positivo<br />

realiza<strong>do</strong> pelos militares portugueses<br />

em serviço no Afeganistão e<br />

felicitou to<strong>do</strong> o <strong>Contingente</strong> Nacional<br />

pela obtenção da medalha<br />

NATO ISAF no culminar da sua<br />

missão neste TO.<br />

O Dia Festivo encerrou com um<br />

lanche de confraternização que<br />

decorreu no refeitório português e<br />

em que participaram to<strong>do</strong>s os convida<strong>do</strong>s<br />

e os militares <strong>do</strong> <strong>Contingente</strong><br />

Nacional.


VOLUME 3, EDIÇÃO 1<br />

EDITORIAL<br />

Curiosidades da História<br />

EXPRESSO DO ORIENTE<br />

Aproximamo-nos <strong>do</strong> final da nossa Missão no Teatro de Operações <strong>do</strong> Afeganistão!<br />

Este é, pois, o nosso derradeiro boletim. Nele se inserem diversos registos<br />

deste último terço da nossa presença em território afegão. A diversidade<br />

das nossas actividades está bem ilustrada nos artigos aqui apresenta<strong>do</strong>s<br />

que se constituem, de per si, como um testemunho da extraordinária prestação<br />

<strong>do</strong> nosso “One Team”. A to<strong>do</strong>s quero, uma vez mais, expressar o meu<br />

grato reconhecimento pela forma dedicada, eficaz e exemplar como executaram<br />

as respectivas tarefas / atribuições individuais, contribuin<strong>do</strong> esclarecida<br />

e empenhadamente para o cumprimento da missão <strong>do</strong> <strong>Contingente</strong><br />

Nacional / FND ISAF. Que orgulho sinto em ser o vosso Comandante, um<br />

vosso camarada mais antigo que convosco tem partilha<strong>do</strong> dias inesquecíveis!<br />

Connosco desde há uns dias, já estão presentes e comungam deste dia-adia<br />

muitos <strong>do</strong>s nossos “replacements”. A to<strong>do</strong>s os militares <strong>do</strong> próximo<br />

<strong>Contingente</strong> Nacional reitero os votos de boas vindas e de muito sucesso<br />

na futura missão. Este é, sem dúvida, um perío<strong>do</strong> muito especial. Na nossa<br />

perspectiva, o culminar de uma experiência ao serviço <strong>do</strong> Povo Afegão,<br />

recheada de extraordinários momentos de cariz profissional, humano e<br />

social, em nome das Forças Armadas Portuguesas e de Portugal. Para os<br />

que chegam, o início de um novo ciclo, de mais uma missão, na senda <strong>do</strong><br />

espírito de bem servir e de bem cumprir, timbre <strong>do</strong>s Solda<strong>do</strong>s portugueses.<br />

Boa sorte!<br />

Solda<strong>do</strong>s, nascemos com a própria<br />

Pátria fortes, bravos e galantes,<br />

desde a fundação de Portugal, dan-<br />

<strong>do</strong> as conquistas e quebran<strong>do</strong><br />

encantos <strong>do</strong>s navega<strong>do</strong>res. Misto<br />

guerreiro de fé e de sonho, somos a<br />

pura essência portuguesa, cimen-<br />

tada aos golpes de espadas, aben-<br />

çoada nos braços da cruz, <strong>do</strong>mi-<br />

nan<strong>do</strong> o Mun<strong>do</strong>, saudan<strong>do</strong> em<br />

corajosas aventuras o solo queima-<br />

<strong>do</strong> da África, o panganismo hin-<br />

dustão, as riquezas <strong>do</strong> Brasil, cas-<br />

tigan<strong>do</strong> os crimes na costa chinesa.<br />

Como solda<strong>do</strong> como vós, sei entu-<br />

Coronel António Salgueiro<br />

Comandante <strong>do</strong> CN<br />

siasmar ao falar <strong>do</strong> meu Portugal,<br />

não saben<strong>do</strong> mentir ao rezar as<br />

suas glórias.<br />

É que, meus senhores e Solda<strong>do</strong>s,<br />

quan<strong>do</strong> dentro deste canto aben-<br />

çoa<strong>do</strong> se levanta a figura viril <strong>do</strong><br />

Solda<strong>do</strong>, ela traz dentro de si todas<br />

as virtudes atávicas da Raça, a<br />

valentia de Viriato, o desembaraço<br />

de Sertório, a inteligência arábica,<br />

a aventura finica, o engenho visi-<br />

gótico, a arte grega, a fé romana e<br />

a fidelidade de um cruza<strong>do</strong>! São<br />

estas virtudes herdadas pelos lusi-<br />

tanos <strong>do</strong>s povos que por aqui pas-<br />

PÁGINA 3<br />

saram que escreveram sob o solo<br />

sagra<strong>do</strong> da minha Pátria a profecia<br />

– Portugal é eterno. Foi o que em 9<br />

de Abril sentiram os solda<strong>do</strong>s da<br />

Alemanha ao lançarem oito esco-<br />

lhidas divisões de manobra contra<br />

a 2ª divisão portuguesa.<br />

Solda<strong>do</strong>s! Firmes, olhos na bandei-<br />

ra e enquanto as quinas e castelos<br />

forem o farol de uma Raça que crê,<br />

que combate e que vence, Portugal<br />

será sempre avante!<br />

Excerto <strong>do</strong> discurso de Juramento de<br />

Bandeira no RC 4, em 1923.


PÁGINA 4 EXPRESSO DO ORIENTE VOLUME 3, EDIÇÃO 1<br />

Os Tradutores e a Confiança<br />

Na cadeia Mentores/Forma<strong>do</strong>res –<br />

Tradutores – Militares Afegãos,<br />

existe um elo, o central, que é uma<br />

das peças fundamentais em to<strong>do</strong> o<br />

trabalho desenvolvi<strong>do</strong>. Fundamental<br />

porquanto, sem este elo, não<br />

haverá mensagem passada, nem<br />

tão- pouco existirá retorno.<br />

Sen<strong>do</strong> ele fundamental, urge<br />

criar, logo desde o início,<br />

regras concretas e objectivas<br />

de trabalho em equipa, de<br />

definição de objectivos a atingir,<br />

de disciplina, mas criar<br />

também, paralelamente,<br />

relações de confiança e se<br />

possível, de alguma amizade.<br />

A confiança e a amizade<br />

andam de mãos dadas e num<br />

trabalho rodea<strong>do</strong> de desconfianças,<br />

de incerteza em relação<br />

à mensagem que se pretende<br />

seja passada e de desconhecimento<br />

quase total em relação à<br />

pessoa com quem estamos a trabalhar,<br />

assume ainda maior importância.<br />

No que respeita à informa-<br />

ção, o tradutor apenas deverá ter<br />

conhecimento <strong>do</strong> estritamente<br />

necessário. É também fundamental<br />

que ele seja isento. Esta poderá<br />

ser a maior dificuldade, uma vez<br />

que ele tem sentimentos e uma<br />

ligação natural em relação ao seu<br />

país de origem, o que poderá de<br />

alguma forma influenciar o seu<br />

trabalho.<br />

Poderá parecer um pormenor<br />

menos importante ou até supér-<br />

Militar <strong>do</strong> CN vence prova internacional<br />

Decorreu em 11FEV11, no Kabul<br />

Air Corps Training Center<br />

(KACTC) uma prova de 5 km deno-<br />

minada de “OKAB 5K Fun Run"<br />

organizada pela 438th Air Expedi-<br />

tionary Wing em memória ao 1st<br />

Lt. Dennis W. Zilinski, morto em<br />

combate no Iraque em 2005. Esta<br />

prova é realizada em vários países<br />

<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, entre os quais, Afega-<br />

nistão, Iraque, China e Esta<strong>do</strong>s<br />

Uni<strong>do</strong>s da América.<br />

Participaram neste evento<br />

desportivo, reservada a<br />

militares pertencentes ao<br />

KACTC, mais de 30 milita-<br />

res oriun<strong>do</strong>s de 5 nações da<br />

ISAF (afegãos, canadianos,<br />

mongóis, americanos e por-<br />

tugueses) entre os quais 4<br />

militares da Equipa da For-<br />

ça Aérea portuguesa da<br />

NTM-A: MAJ/PA José<br />

fluo, mas um sorriso no cumprimento<br />

pela manhã e no começo da<br />

tarefa questioná-lo sobre o seu<br />

esta<strong>do</strong> e o da família, são pormenores<br />

que o envolverão e trarão com<br />

certeza frutos no futuro.<br />

Sem dúvida que existe um contrato<br />

e um salário pelo trabalho<br />

efectua<strong>do</strong>, mas são duas<br />

razões muito cruas e o ideal<br />

será que exista aquilo que<br />

jamais algum valor monetário<br />

pode pagar; a confiança<br />

mútua.<br />

Há que respeitar a pessoa<br />

com quem estamos a trabalhar<br />

e o respeito pelos usos<br />

e costumes <strong>do</strong> país onde nos<br />

encontramos. Se isto acontecer,<br />

paralelamente a um<br />

desempenho com qualidade<br />

no trabalho que desenvolvemos,<br />

ele sentir-se-á muito mais<br />

envolvi<strong>do</strong> na tarefa e to<strong>do</strong>s ganharemos<br />

no final.<br />

SAJ. FZ Silva<br />

Vicente, CAP/PA Paulo Vieira,<br />

1SAR/OPMET Paulo Viana e<br />

1SAR/OPSAS Ricar<strong>do</strong> Monteiro.<br />

Com uma temperatura a rondar os<br />

zero graus e sob aguaceiros de<br />

neve, a prova foi ganha pelo<br />

CAP/PA Paulo Vieira sen<strong>do</strong> de<br />

destacar também os excelentes<br />

resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s restantes militares<br />

portugueses conseguin<strong>do</strong> lugares<br />

bastante honrosos.<br />

É de realçar que esta foi a segunda<br />

vitória <strong>do</strong> CAP Vieira em provas<br />

no KACTC, sen<strong>do</strong> que já tinha<br />

ganho a Stockade-athon 15Km em<br />

Novembro passa<strong>do</strong>.


VOLUME 3, EDIÇÃO 1<br />

Camp Warehouse, 09.00 horas de<br />

segunda-feira, dia 24 de Janeiro de<br />

2011.<br />

Do local em que o pôr-<strong>do</strong>-sol é<br />

impressionante por ser o ponto<br />

mais eleva<strong>do</strong> <strong>do</strong> campo, vai dar-se<br />

início ao treino que os bombeiros<br />

franceses efectuam semanalmente.<br />

Desta vez, porém, os bombeiros são<br />

diferentes; trata-se de um grupo de<br />

militares <strong>do</strong> <strong>Contingente</strong> Português<br />

que, convida<strong>do</strong>s por estes<br />

militares da Força Aérea que<br />

desempenham para além de outras<br />

tarefas, a da salvaguarda da vida<br />

humana em to<strong>do</strong> o campo, vão iniciar<br />

a subida ao depósito que serve<br />

de referência para quem chega a<br />

Warehouse.<br />

Após uma breve explicação, começamos<br />

por envergar o pesa<strong>do</strong> casaco<br />

de couro para protecção, segui<strong>do</strong><br />

das luvas. Sempre com o apoio e a<br />

verificação cuidada <strong>do</strong>s camaradas<br />

franceses, o material vai sen<strong>do</strong><br />

coloca<strong>do</strong>. È chegada a hora de<br />

EXPRESSO DO ORIENTE<br />

Exercício de bombeiro<br />

envergar o dispositivo com as duas<br />

garrafas de ar comprimi<strong>do</strong>. Apesar<br />

de ser um pouco menos<br />

pesa<strong>do</strong> que o colete balístico,<br />

toda aquela estrutura<br />

começa já a fazer sentir<br />

o seu peso. A última<br />

“percebermos melhor a<br />

dificuldade daqueles homens<br />

em actuar em caso de sinistro,,<br />

peça a colocar é a mascara<br />

que, para quem não está familiariza<strong>do</strong>,<br />

cria alguma ansiedade<br />

na respiração.<br />

A máscara é estanque e só poderá<br />

ser retirada por alguém que se<br />

encontre ao la<strong>do</strong>, uma vez que possui<br />

encaixes que dificilmente<br />

o próprio<br />

conseguiria remover.<br />

Da subida fazem parte<br />

oito lanços em ziguezague<br />

com catorze<br />

degraus em cada lanço.<br />

Como se trata de<br />

treino para uma emergência,<br />

o binómio terá<br />

que transportar material<br />

para combater o<br />

sinistro, tal como três<br />

mangueiras e uma<br />

agulheta. A subida é<br />

efectuada por binómios, sempre na<br />

companhia de <strong>do</strong>is franceses, um<br />

na frente e um outro à retaguarda.<br />

Iniciamos a subida. Como<br />

nos parece fácil, a tendência<br />

é andar rápi<strong>do</strong> para<br />

chegar depressa ao fim. É<br />

um erro que se paga ao chegar<br />

ao cimo pois o ritmo<br />

cardíaco aumenta rapidamente<br />

e a dificuldade em<br />

respirar também.<br />

A meio <strong>do</strong> trajecto já se<br />

ouve a respiração mais acelerada.<br />

Continuamos e surge finalmente o<br />

último patamar. Ali largamos o<br />

material e iniciamos mais um<br />

exercício que consiste em içar,<br />

através de uma retenida, material<br />

que se encontra na base <strong>do</strong> depósito.<br />

Chega<strong>do</strong> ao cimo voltamos<br />

a descer o material na<br />

retenida, após o que iniciamos<br />

a descida até ao ponto<br />

de partida. A descida é<br />

efectuada de marchaatrás,<br />

o que dificulta ainda mais a<br />

tarefa.<br />

Aquilo que nos parecia no início<br />

uma brincadeira, tornou-se numa<br />

tarefa algo complicada até chegarmos<br />

ao local da partida.<br />

Quan<strong>do</strong> por fim, to<strong>do</strong> o grupo por-<br />

tuguês terminou, fomos convida<strong>do</strong>s<br />

pelos bombeiros franceses a tomar<br />

um café no seu bar de apoio onde<br />

nos foi entregue, um diploma de<br />

participação.<br />

Para além de percebermos melhor<br />

a dificuldade daqueles homens em<br />

actuar em caso de sinistro, cimentámos<br />

também as relações de amizade<br />

que são de extrema importância<br />

e devem existir entre o pessoal<br />

de to<strong>do</strong>s os contingentes.<br />

Saj. FZ Silva<br />

PÁGINA 5


PÁGINA 6 EXPRESSO DO ORIENTE VOLUME 3, EDIÇÃO 1<br />

Militares portugueses apoiam formação<br />

No dia 30 de Janeiro de 2011 o<br />

sorriso <strong>do</strong>s militares <strong>do</strong> Kabul<br />

Military Training Center, que con-<br />

nosco partilham a formação <strong>do</strong><br />

“Team Leader Course”, tornou-se<br />

mais intenso. Após efectuar o<br />

levantamento de algumas dificul-<br />

dades na sala de formação 221 e<br />

posteriormente colocarmos a pro-<br />

posta ao Coman<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>Contingente</strong><br />

Português, foi decidi<strong>do</strong> produzir<br />

<strong>do</strong>is estra<strong>do</strong>s para que o instrutor<br />

fique ligeiramente eleva<strong>do</strong> e visível<br />

por to<strong>do</strong>s os alunos no interior da<br />

sala de aula. Depois de recebermos<br />

informação <strong>do</strong> Módulo de Apoio,<br />

que o material se encontrava pron-<br />

to, planeámos a vinda de uma via-<br />

tura <strong>do</strong> ANA a Camp Warehouse<br />

para efectuar o seu transporte.<br />

Como planea<strong>do</strong>,<br />

a viatura entrou<br />

no campo, sen<strong>do</strong><br />

acompanhada de<br />

imediato por<br />

elementos da<br />

Force Protection que a conduziram<br />

ao edifício <strong>do</strong> Coman<strong>do</strong> Português.<br />

Na viatura encontrava-se o Major<br />

Wa<strong>do</strong>od, coordena<strong>do</strong>r da formação<br />

<strong>do</strong> TLC, acompanha<strong>do</strong> de um ofi-<br />

cial da Companhia.<br />

Após efectuar o carregamento e<br />

depois de uma troca<br />

de palavras de agrade-<br />

cimento pelo Major<br />

Wa<strong>do</strong>od ao Coman-<br />

dante <strong>do</strong> <strong>Contingente</strong><br />

Português, os <strong>do</strong>is<br />

oficiais foram convida-<br />

<strong>do</strong>s a almoçar no refei-<br />

tório português, acom-<br />

panha<strong>do</strong>s <strong>do</strong> SAJ. FZ<br />

Silva e <strong>do</strong> 2SAR. ART.<br />

Santos, que fizeram as<br />

honras da casa.<br />

Para além da utilidade deste mate-<br />

rial e <strong>do</strong> prazer de poder<br />

contribuir para uma melho-<br />

ria significativa na qualida-<br />

de da formação, este peque-<br />

no gesto cimenta também a<br />

confiança, pilar importante<br />

e passaporte único na conti-<br />

nuidade <strong>do</strong> trabalho da<br />

equipa Portuguesa.<br />

No KMTC, junto ao Buil-<br />

ding 221, esperava-os o<br />

Cap. INF. Campos, chefe da<br />

equipa de Formação e Men-<br />

Podemos afirmar, sem orgulho<br />

desmedi<strong>do</strong>, mas com a consciência<br />

<strong>do</strong> dever cumpri<strong>do</strong>, que a primeira<br />

batalha, a da confiança entre<br />

Portugueses e Afegãos, está ganha<br />

toria Portuguesa, no KMTC, em<br />

conjunto com a equipa que durante<br />

a manhã supervisionou a sessão de<br />

tiro real: Ten.<br />

INF Martins,<br />

SCH. FZ<br />

Freitas, SAJ.<br />

INF Sanches,<br />

SAJ. F Z<br />

Espada, 1SAR. CAV Albuquerque<br />

e 1SAR. INF Reis. Após proceder à<br />

colocação <strong>do</strong> estra<strong>do</strong> no solo, este<br />

foi transporta<strong>do</strong> para o interior da<br />

sala e coloca<strong>do</strong> no seu lugar. A sur-<br />

presa, a admiração e o efeito da<br />

pequena oferta fez com que os ins-<br />

trutores presentes ficassem<br />

radiantes de alegria e se desfizes-<br />

sem em agradecimentos. Para<br />

além <strong>do</strong>s estra<strong>do</strong>s em madeira,<br />

foram também ofereci<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is<br />

retroprojectores que vão permitir<br />

um melhor apoio às aulas.<br />

Podemos afirmar, sem orgulho des-<br />

medi<strong>do</strong>, mas com a consciência <strong>do</strong><br />

dever cumpri<strong>do</strong>, que a primeira<br />

batalha, a da confiança entre Por-<br />

tugueses e Afegãos, está ganha.<br />

Pode parecer uma tarefa fácil, mas<br />

quem está no terreno sabe a difi-<br />

culdade que isso representa. Sem<br />

estes laços de confiança, o cumpri-<br />

mento diário não existirá sequer.<br />

No entanto, comprometemo-nos a<br />

ir ainda mais longe e os resulta<strong>do</strong>s<br />

consegui<strong>do</strong>s nas mudanças intro-<br />

duzidas na formação estão à vista.<br />

Cada mudança é uma batalha tre-<br />

menda e a lentidão com que elas<br />

acontecem fazem-nos vacilar mui-<br />

tas vezes. Mas um dia mais produ-<br />

tivo incentiva-nos a continuar e a<br />

levar a tarefa tão longe quanto<br />

possível.<br />

SAJ. FZ Silva


VOLUME 3, EDIÇÃO 1<br />

No dia 28 de Fevereiro realizou-se<br />

a cerimónia de inauguração <strong>do</strong><br />

Edifício da Escola de Pol-e-Charki<br />

(PeC), recupera<strong>do</strong> com verbas disponibilizadas<br />

por Portugal e sob a<br />

égide <strong>do</strong> <strong>Contingente</strong> Português.<br />

Este projecto, desenvolvi<strong>do</strong> por<br />

iniciativa <strong>do</strong> CN, tem por objectivo<br />

a recuperação de alguns edifícios<br />

da escola localizada na povoação<br />

de Pol-e-Charki. Nesta escola estão<br />

matricula<strong>do</strong>s cerca de 6300 alunos<br />

e alunas, servin<strong>do</strong> uma área com<br />

grande densidade populacional<br />

extremamente carente.<br />

Apesar da importância desta escola,<br />

a mesma encontrava-se a funcionar<br />

em condições muito deficientes<br />

a to<strong>do</strong>s os níveis, destacan<strong>do</strong>-se<br />

a falta de mobiliário nas<br />

salas de aula, a falta de janelas e<br />

EXPRESSO DO ORIENTE<br />

Inauguração da escola de PeC<br />

respectivos vidros, a não existência<br />

de electricidade, a acentuada deterioração<br />

da pintura <strong>do</strong>s edifícios<br />

(interior e exterior) e a escassez de<br />

material escolar, quer à disposição<br />

<strong>do</strong> corpo <strong>do</strong>cente quer, sobretu<strong>do</strong>,<br />

<strong>do</strong>s milhares de alunos provenientes<br />

de famílias muito carenciadas.<br />

Na cerimónia estiveram presentes<br />

a Direcção da Escola e grande parte<br />

<strong>do</strong>s quase 130 professores, o<br />

Comandante <strong>do</strong> <strong>Contingente</strong><br />

Nacional, COR António Salgueiro,<br />

e <strong>do</strong> ANA o COR Fahim, Cmdt da<br />

GSU de PeC.<br />

Como é tradição neste país a<br />

Comunidade foi representada<br />

pelos Elders (anciãos) e ainda os<br />

Mullahs (líderes religiosos).<br />

No uso da palavra o director da<br />

escola, agradeceu o apoio presta<strong>do</strong><br />

e lembrou que com um passo<br />

começa uma grande caminhada.<br />

Que este era o primeiro passo<br />

daquilo que seria o sonho de<br />

muitos alunos, ter condições<br />

para estudar e vir a viver num<br />

próspero Afeganistão.<br />

Por seu la<strong>do</strong>, o representante <strong>do</strong>s<br />

Elders, afirmou que a comunidade<br />

se iria empenhar na garantia da<br />

preservação <strong>do</strong> imóvel para que<br />

Meia Maratona COWTOWN<br />

Decorreu em 25FEV11, no Kabul<br />

Afghanistan International Airport<br />

(KAIA) uma meia-<br />

maratona denominada<br />

de "COWTOWN" orga-<br />

nizada pela 438th Air<br />

Expeditionary Wing,<br />

da USAF.<br />

Esta corrida anual de<br />

Fort Worth Cowtown, é<br />

uma das maiores corridas de estra-<br />

da nos EUA, e este ano também foi<br />

realizada em KAIA.<br />

Durante uma<br />

manhã fria e enso-<br />

larada, a corrida<br />

atraiu cerca de<br />

200 atletas repre-<br />

sentan<strong>do</strong> 18 dife-<br />

rentes países.<br />

Desta feita, a par-<br />

ticipação <strong>do</strong> CN realizou-se através<br />

PÁGINA 7<br />

este pudesse continuar a ser ao<br />

longo <strong>do</strong>s anos um local capaz para<br />

o ensino.<br />

Nesta data concluiu-se a primeira<br />

fase <strong>do</strong> projecto, encontran<strong>do</strong>-se o<br />

Coman<strong>do</strong> <strong>do</strong> CN a realizar contactos<br />

ten<strong>do</strong> em vista a recuperação<br />

de to<strong>do</strong> o parque escolar, num<br />

esforço concerta<strong>do</strong> de diversas<br />

entidades. Este objectivo, de grande<br />

impacto sócio-cultural é a<br />

“marca” que este <strong>Contingente</strong><br />

como “ONE TEAM”, pretende deixar<br />

no TO, conscientes que iremos<br />

deixar o nome de Portugal bem<br />

alto nos corações de milhares de<br />

crianças que, nas próximas gerações<br />

frequentarem aquele estabelecimento<br />

de ensino. Porque também<br />

é assim que se defende Portugal…<br />

<strong>do</strong> esforço de 9 militares das<br />

seguintes capacidades: OMLT-D,<br />

KACTC e FP/MódAp.<br />

Embora o espírito que primou na<br />

inscrição voluntária fosse a partici-<br />

pação no evento desportivo, não<br />

pode deixar de ser feita uma refe-<br />

rência especial para o CAP/PA<br />

Paulo Vieira que terminou em 4º<br />

lugar ex-aequo com o Sold CMD<br />

Nelson Graça.


PÁGINA 8 EXPRESSO DO ORIENTE VOLUME 3, EDIÇÃO 1<br />

A História <strong>do</strong>s Homens<br />

Quis Deus que a Terra fosse<br />

toda uma…<br />

Este é um poema nosso, canta<strong>do</strong><br />

pela Dulce Pontes. Nada poderia<br />

aproximar-se mais <strong>do</strong> que é<br />

comum aos portugueses. Na era<br />

<strong>do</strong>s Descobrimentos começámos a<br />

traçar a nossa epopeia, levan<strong>do</strong><br />

novos Mun<strong>do</strong>s ao Mun<strong>do</strong> e deixan<strong>do</strong><br />

marcas indeléveis que são hoje<br />

marcos centenários e atestam não<br />

só a nossa passagem, mas a primazia<br />

na chegada aos lugares mais<br />

longínquos. Confirman<strong>do</strong> que as<br />

obras enaltecem os homens em<br />

qualquer ponto da Terra, estou<br />

confiante que aqui, neste teatro<br />

tão cheio de complexidade, o Con-<br />

Campeonato de Matrecos<br />

No inicio <strong>do</strong> mês de Março decorreu no Bar<br />

Português mais um evento que recebeu grande<br />

adesão por parte <strong>do</strong>s nossos militares, o Cam-<br />

peonato de Matraquilhos.<br />

Este torneio que fez vibrar durante vários dias<br />

a nossa comunidade, teve confrontos extrema-<br />

mente renhi<strong>do</strong>s e trouxe ao de cima as rivali-<br />

dades clubistas <strong>do</strong>s nossos militares. Para<br />

memória futura, regista-se aqui a classificação<br />

final deste torneio:<br />

1ª equipa classificada:<br />

Sold CMD Covinha e Sold CMD Martins<br />

2ª equipa classificada:<br />

SCH FZ Freitas e 1SAR CAV Albuquerque<br />

tingente Português no Afeganistão<br />

executa a tarefa que<br />

lhe foi incumbida, de<br />

forma exemplar.<br />

São tantas as obras<br />

que nos propusemos<br />

realizar, durante a missão que está<br />

a decorrer, que teria dificuldade<br />

em enumerá-las todas aqui. No<br />

entanto, aquelas que merecem<br />

especial destaque, são concerteza<br />

as alterações provocadas no refeitório<br />

e no bar Português. São<br />

simultaneamente marcas de bemestar<br />

e cuida<strong>do</strong>, na imagem que<br />

passamos diariamente a quem<br />

visita este nosso espaço, onde figura<br />

em primeiro plano a Bandeira<br />

Nacional, porta de entrada para a<br />

amizade e confraternização entre<br />

to<strong>do</strong>s os povos, sem distinção.<br />

Não a procuran<strong>do</strong>, porque a palavra<br />

de ordem é, “cumprir a tarefa”,<br />

este <strong>Contingente</strong> Português já fez<br />

história. É a história da tarefa<br />

cumprida, da simplicidade, da coesão,<br />

da camaradagem com os contingentes<br />

que nos rodeiam e das<br />

porque a palavra de ordem<br />

é, “cumprir a tarefa”,<br />

marcas que aqui deixamos, sejam<br />

elas visíveis no<br />

solo, ou nos Afegãos<br />

com quem<br />

partilhámos a<br />

nossa vida ao<br />

longo <strong>do</strong>s mais de 200 dias aqui<br />

vivi<strong>do</strong>s, que ajudará a manter bem<br />

vivas as cores da Bandeira de Portugal.<br />

Este é sem dúvida o nosso<br />

destino, o de marcar da forma mais<br />

positiva aqueles que nos rodeiam.<br />

“Se eu tiver feito aqui, um amigo<br />

que seja, então a minha viagem<br />

não terá si<strong>do</strong> em vão”. Até sempre<br />

Afeganistão!<br />

SAJ. FZ Silva


VOLUME 3, EDIÇÃO 1<br />

Militares portugueses auxiliam<br />

populações mais carenciadas no<br />

Afeganistão<br />

No passa<strong>do</strong> dia 3 de Março, uma<br />

equipa de 15 militares <strong>do</strong> <strong>Contingente</strong><br />

Nacional em Missão no Afeganistão<br />

acompanharam e<br />

assessoraram congéneres<br />

<strong>do</strong> <strong>Exército</strong> <strong>do</strong> Afeganistão,<br />

numa Acção Humanitária<br />

que levou mais de<br />

três toneladas de roupas,<br />

cobertores, material escolar<br />

e brinque<strong>do</strong>s à população<br />

de Khalé Dashtak,<br />

uma das aldeias mais<br />

remotas e carenciadas <strong>do</strong><br />

Vale de Musahi, situa<strong>do</strong> a<br />

cerca de 30 quilómetros a<br />

Sul da capital afegã,<br />

Kabul. À espera da coluna<br />

militar que transportou<br />

to<strong>do</strong> este material, estavam representantes<br />

de quase duzentas famílias<br />

afegãs, que, desta forma,<br />

viram minoradas as suas enormes<br />

carências neste tipo de haveres,<br />

melhoran<strong>do</strong>, assim, a sua qualidade<br />

de vida, sobretu<strong>do</strong> nesta época<br />

<strong>do</strong> ano em que os rigores <strong>do</strong> Inverno<br />

se fazem sentir com grande<br />

agressividade naquelas paragens.<br />

A operação decorreu numa região<br />

muito problemática <strong>do</strong> sopé da<br />

coroa circular montanhosa Shalkhay<br />

Gharib, que atinge mais de<br />

três mil metros de altitude, situa-<br />

EXPRESSO DO ORIENTE<br />

CN auxilia populações carenciadas<br />

da no Distrito de Lowgar e absolutamente<br />

coberta de neve nesta<br />

altura <strong>do</strong> ano. Esta região remota,<br />

de acessos pedregosos e muito<br />

difíceis, é conhecida como um<br />

<strong>do</strong>s baluartes da implantação<br />

territorial e popular <strong>do</strong>s<br />

“Taliban”, pelo que a concepção<br />

e planeamento desta acção<br />

humanitária demorou algumas<br />

semanas, pois teria que dispor<br />

de um forte sistema de segurança,<br />

tanto para a população<br />

civil, como para os militares e<br />

polícia que asseguraram o cumprimento<br />

da acção. Felizmente<br />

para os organiza<strong>do</strong>res e para os<br />

militares portugueses envolvi<strong>do</strong>s,<br />

a operação atingiu to<strong>do</strong>s os objectivos<br />

e decorreu sem quaisquer incidentes.<br />

O material agora distribuí<strong>do</strong><br />

fora envia<strong>do</strong> de Portugal<br />

e havia si<strong>do</strong> ofereci<strong>do</strong> pela<br />

população de Riachos, através<br />

da equipa Caritas<br />

daquela Paróquia da Diocese<br />

de Santarém, pelos alunos<br />

e professores da Escola<br />

Prof. Galopim de Carvalho,<br />

de Pendão, Queluz e ainda<br />

pelos militares <strong>do</strong> <strong>Contingente</strong><br />

Nacional aqui desta-<br />

PÁGINA 9<br />

ca<strong>do</strong>, que sensibilizaram familiares<br />

e amigos em Portugal para a<br />

angariação deste material.<br />

O sucesso da operação foi total e<br />

era bem visível a satisfação <strong>do</strong>s<br />

populares afegãos, nomeadamente<br />

dezenas de crianças, que receberam<br />

os haveres, os quais deverão<br />

chegar agora às mais de mil pessoas<br />

que constituem os agrega<strong>do</strong>s<br />

das 189 famílias a quem foram<br />

distribuídas as <strong>do</strong>tações individualizadas<br />

destes haveres. De registar<br />

que os militares portugueses estão<br />

já a assessorar o <strong>Exército</strong> afegão<br />

na preparação de mais duas acções<br />

deste âmbito, que poderão decorrer<br />

até ao final <strong>do</strong> mês de Março ou<br />

início de Abril, preven<strong>do</strong>-se<br />

que, desta vez, a maioria<br />

<strong>do</strong>s haveres a receber de<br />

Portugal, seja constituída<br />

por cobertores, peças de<br />

agasalho de que estas<br />

populações são extraordinariamente<br />

carenciadas.<br />

Já há muito material recolhi<strong>do</strong>,<br />

especialmente pela<br />

mesma equipa da Caritas<br />

atrás referida, mas também<br />

por outras instituições<br />

e gente anónima que<br />

entendeu associar-se aos<br />

militares das Forças Armadas<br />

Portuguesas que tentam contribuir<br />

para um Afeganistão<br />

melhor.


PÁGINA 10 EXPRESSO DO ORIENTE VOLUME 3, EDIÇÃO 1<br />

Concurso de Fotografia<br />

Decorreu entre 01 de Fevereiro e 04 de Março, o concurso de<br />

fotografia <strong>do</strong> <strong>Contingente</strong> Nacional no Afeganistão.<br />

O evento teve a participação de 17 concorrentes, com um<br />

total de 39 fotos apresentadas a concurso.<br />

Da decisão <strong>do</strong> júri, reuni<strong>do</strong> no dia 24 de Fevereiro de 2011,<br />

foram atribuí<strong>do</strong>s os seguintes prémios;<br />

Foto mais original<br />

Este prémio foi atribuí<strong>do</strong> ao 2SAR. ART. Santos<br />

Melhor foto no contexto operacional<br />

Este prémio foi atribuí<strong>do</strong> ao, MAJ. Marques<br />

Melhor fotografia geral<br />

Este prémio foi atribuí<strong>do</strong> ao, CTEN. FZ Palma<br />

O júri decidiu ainda atribuir duas Menções Honrosas em<br />

cada uma das áreas premiadas;<br />

1ª Menção honrosa foto mais original<br />

Esta Menção foi atribuída ao, 1SAR. Silva<br />

2ª Menção honrosa foto mais original<br />

Esta Menção foi atribuída ao, SAJ. Dinis<br />

1ª Menção honrosa melhor foto no contexto operacional<br />

Esta Menção foi atribuída ao, SAJ. INF. Sanches<br />

2ª Menção honrosa melhor foto no contexto operacional<br />

Esta Menção foi atribuída ao, MAJ. Apolinário<br />

1ª Menção honrosa melhor fotografia<br />

Esta Menção foi atribuída ao, SAJ. HE. Westermann<br />

2ª Menção honrosa melhor fotografia geral<br />

Esta Menção foi atribuída ao, 2SAR Farias.


VOLUME 3, EDIÇÃO 1<br />

Decorreu entre os dias 21 e 23 de<br />

Fevereiro mais uma sessão “Train<br />

the Trainers”, levada a cabo pela<br />

equipa de forma<strong>do</strong>res que trabalha<br />

no KMTC.<br />

Desta vez o objectivo era apresentar<br />

conceitos e técnicas no âmbito<br />

<strong>do</strong> Combate em Áreas Edificadas<br />

ou em linguagem internacional<br />

“MOUT” a um universo de oito<br />

instrutores, alguns já com muitos<br />

anos de exército e com experiência<br />

de combate.<br />

Esta área nunca figurou no programa<br />

<strong>do</strong> curso, programa que é aprova<strong>do</strong><br />

pelo MoD Afegão, num curso<br />

que já leva 9 meses de existência.<br />

Erro fulcral, pois grande parte das<br />

operações de contra insurgência<br />

desenvolvidas pelo ANA em conjunto<br />

com as Forças de Coligação<br />

são em área urbanizada e populacional,<br />

como acontece em Bagram,<br />

Shkin, Jalalabad, Mazar-e-Sharif e<br />

em Kandahar, onde os focos de<br />

insurgência se procuram instalar<br />

em zonas populacionais, mais<br />

fáceis de camuflar e onde a presença<br />

de não combatentes dificulta ao<br />

máximo a tarefa de quem persegue<br />

os insurgentes.<br />

No primeiro dia de sessão foram<br />

abordadas questões teóricas <strong>do</strong><br />

MOUT, o surgimento <strong>do</strong> combate<br />

nas áreas urbanas, caracterização<br />

<strong>do</strong> espectro urbano, a multidimensionalidade<br />

da ameaça os elementos<br />

que influenciam o processo de<br />

tomada de decisão no combate<br />

EXPRESSO DO ORIENTE<br />

Técnicas de Combate Urbano para o TLC<br />

urbano e ainda a constituição e<br />

organização para combate urbano<br />

<strong>do</strong> escalão Pelotão, Secção e<br />

Esquadra e as valências e equipamentos<br />

de cada combatente no seu<br />

elemento de combate.<br />

Conceitos como Cabo Estratégico,<br />

Kit´s de abertura e brecha, explosivos<br />

de efeito dirigi<strong>do</strong>, técnica de<br />

uso <strong>do</strong> aríete entre outros, foram<br />

encara<strong>do</strong>s com surpresa mas com<br />

aceitação.<br />

O segun<strong>do</strong> dia foi essencialmente<br />

prático e to<strong>do</strong> ele passa<strong>do</strong> numa<br />

área edificada construída para o<br />

efeito. É uma construção recente<br />

mas de grande qualidade. Capaz<br />

de albergar forças numerosas.<br />

Numa primeira fase abordámos as<br />

posições de transporte da arma, e<br />

técnicas individuais a utilizar na<br />

transposição de obstáculos urbanos.<br />

A seguir partimos para as progressões<br />

em área urbana exterior, com<br />

e sem anel de segurança ou perímetro<br />

de protecção, onde as distâncias<br />

entre homens<br />

e equipas variam.<br />

Depois de os conhecimentos<br />

estarem<br />

assimila<strong>do</strong>s usámos<br />

para o efeito<br />

uma equipa de 4<br />

elementos constituída<br />

por forma<strong>do</strong>res<br />

portugueses e<br />

uma equipa formada por instrutores<br />

afegãos, lidera<strong>do</strong>s por um<br />

comandante de secção afegão.<br />

Trabalhar em conjunto com os instrutores<br />

afegãos e ao mesmo nível<br />

revela um sentimento de proximidade<br />

e admiração. O treino pelo<br />

exemplo também é muito valoriza<strong>do</strong><br />

pelos militares afegãos.<br />

A sessão de treino acabou com<br />

algumas técnicas de progressão no<br />

interior de edifícios, onde dedicámos<br />

mais tempo nas progressões<br />

PÁGINA 11<br />

em corre<strong>do</strong>res. Técnicas como a<br />

Serpentine, Rolling-T e Thunder<br />

foram mais uma vez olhadas com<br />

admiração mas sobretu<strong>do</strong> assimiladas<br />

pela vertente útil e pela fácil<br />

execução das mesmas.<br />

Este último dia visou essencialmente<br />

as técnicas de abertura e<br />

brecha, com recurso a méto<strong>do</strong>s<br />

mecânicos, explosivos e balísticos,<br />

técnicas de entrada em compartimentos,<br />

Cross Entry e Hook e<br />

como ocupar o compartimento para<br />

melhor esclarecer e neutralizar as<br />

ameaças, através da conceito de<br />

Strong Wall, Center Door e Corner<br />

Door bem como os processos de<br />

marcação e sinalização no exterior<br />

e interior de edifícios.<br />

To<strong>do</strong>s tiveram oportunidade de<br />

revelar algumas experiências nesta<br />

área e o seu ponto de vista de<br />

como abordariam algumas ameaças<br />

presentes neste tipo de cenário<br />

urbano. O contentamento era visível<br />

em to<strong>do</strong>s.<br />

To<strong>do</strong> este processo terminou no dia<br />

23 de Fevereiro<br />

com a entrega<br />

de diplomas<br />

que certificam<br />

os instrutores<br />

que estiveram<br />

presentes na<br />

sessão de formação.<br />

E para grande<br />

satisfação de to<strong>do</strong>s os forma<strong>do</strong>res<br />

da 1st Portuguese Training Team,<br />

que trabalha com o Team Leader<br />

Course, soubemos no dia 23 que<br />

pela 1ª vez foi aceite e aprovada<br />

pelo MoD Afegão a disciplina de<br />

“MOUT” em horário, que agora<br />

consta de forma curricular na formação<br />

<strong>do</strong>s futuros sargentos afegãos.<br />

Pelo 1Sarg Cav Hugo Albuquerque


PÁGINA 12 EXPRESSO DO ORIENTE VOLUME 3, EDIÇÃO 1<br />

“Race of Strategy in Orienteering Relay”<br />

Na manhã de 18 de Março de 2011,<br />

o <strong>Contingente</strong> Português no Afeganistão<br />

levou a efeito mais uma das<br />

suas singulares iniciativas lúdicas,<br />

com o propósito de fortalecer o<br />

moral e bem-estar <strong>do</strong> seu pessoal,<br />

actividade dinamizada pela equipa<br />

de forma<strong>do</strong>res da CSS School<br />

(Logistics School), com a magnífica<br />

cooperação <strong>do</strong> Módulo de Apoio e<br />

da equipa de forma<strong>do</strong>res <strong>do</strong><br />

KMTC. O Evento para além da<br />

componente técnica, tinha como<br />

principal intenção associada,<br />

fomentar entre os participantes<br />

um ambiente de agradável confraternização,<br />

interacção e diversão,<br />

desígnios manifestamente alcança<strong>do</strong>s,<br />

ten<strong>do</strong> em conta, a satisfação<br />

revelada no feedback da<strong>do</strong> pelos<br />

participantes e especta<strong>do</strong>res.<br />

A “Race of Strategy in Orienteering<br />

Relay”, foi concebida com<br />

influências <strong>do</strong>s jogos de estratégia<br />

e ten<strong>do</strong> por base a disciplina de<br />

“Orientação”, cujas características<br />

técnicas são reconhecidamente<br />

militares, com um modelo de prova<br />

na forma de “Estafeta em Orientação<br />

Urbana”, combinan<strong>do</strong> com uma<br />

componente de planeamento estratégico<br />

ou táctico, atenção e decisão.<br />

A estratégia da prova começava<br />

desde logo, com a formação da<br />

equipa e a leitura <strong>do</strong> Regulamento<br />

da actividade, que foi pensada<br />

num sistema de escalão único e por<br />

um processo de bonificação a aplicar<br />

sobre o Tempo de Prova, que<br />

valorizava a participação de elementos<br />

<strong>do</strong> sexo feminino e de forma<br />

gradativa a idade média <strong>do</strong>s<br />

elementos que compunham as<br />

equipas. Para a realização da actividade<br />

foi utiliza<strong>do</strong> um mapa de<br />

Camp Warehouse, na escala aproximada<br />

de 1:4000, actualiza<strong>do</strong><br />

pelos elementos da organização <strong>do</strong><br />

<strong>Contingente</strong> Nacional (CN), e um<br />

conjunto de “balizas e pinças perfura<strong>do</strong>ras”,<br />

símbolos internacionais<br />

tradicionalmente utiliza<strong>do</strong>s<br />

na modalidade desportiva da<br />

“Orientação”.<br />

As equipas constituídas por 2 elementos,<br />

concentravam-se num<br />

ponto simultaneamente de partida<br />

e chegada, em torno <strong>do</strong> qual<br />

tinham 19 pontos de controlo dispersamente<br />

marca<strong>do</strong>s e identifica<strong>do</strong>s<br />

por 5 percursos. Depois da partida,<br />

dada em simultâneo para<br />

todas as equipas, passavam a ter<br />

contacto com o mapa e com a<br />

arquitectura da prova em que,<br />

após observação cuida<strong>do</strong>sa teriam<br />

que agrupar os pontos por percursos<br />

e, de seguida, escolher uma<br />

ordem estratégica pela qual iriam<br />

executar a prova, poden<strong>do</strong> redefinir<br />

o seu plano no início de cada<br />

novo percurso. A ordenação da<br />

classificação considerava o Tempo<br />

de Prova, perío<strong>do</strong> que a equipa<br />

demorou a realizar os 5 percursos<br />

correctamente, ao qual eram deduzidas<br />

as bonificações pela composição<br />

da equipa.<br />

Apesar da iniciativa se ter realiza<strong>do</strong><br />

em dia de descanso <strong>do</strong> CN, teve<br />

uma agradável adesão de 44 participantes<br />

num total de 22 equipas<br />

em representação das suas forças,<br />

nomeadamente, Elemento de<br />

Segurança (“Force Protection”)<br />

com 3 equipas e OMLT-D uma<br />

equipa, salientan<strong>do</strong>-se no entanto,<br />

as participações em eleva<strong>do</strong> núme-<br />

ro proporcional ao seu efectivo, <strong>do</strong><br />

Módulo de Apoio com 6 equipas, da<br />

OMLT-G com 3 e forma<strong>do</strong>res <strong>do</strong><br />

KMTC e KACTC, com 3 e 2 equipas<br />

respectivamente. Participaram<br />

ainda no evento, 2 equipas de<br />

nacionalidade Francesa e 1 mista<br />

entre Portugal e Grécia.<br />

A competição foi muito “renhida”<br />

atenden<strong>do</strong> à diferença de Tempos<br />

de Prova Geral entre as equipas, e<br />

as 6 que melhor souberam tirar<br />

parti<strong>do</strong> <strong>do</strong> esquema da actividade e<br />

das características <strong>do</strong>s seus elementos,<br />

foram as seguintes: 1ª<br />

classificada, equipa de forma<strong>do</strong>res<br />

<strong>do</strong> KMTC, constituída por SAJ<br />

INF João Sanches e SAJ FZ João<br />

Espada; 2ª classificada, equipa da<br />

OMLT-D, com TCOR INF João<br />

Roque e CAP Luís Garcia; 3ª classificada,<br />

equipa de forma<strong>do</strong>res <strong>do</strong><br />

KACTC, com MAJ PA José Vicente<br />

e CAP PA Paulo Vieira; 4ª classificada,<br />

equipa da “Force Protection”,<br />

com 1TEN FZ Philippe Dias e<br />

2SAR FZ César Francisco; 5ª classificada<br />

OMLT-G, com TCOR INF<br />

João Godinho e 1TEN FZ Nuno<br />

Gonçalves; 6ª classificada equipa<br />

Francesa, com OR-6 Gorden Ro<strong>do</strong>lphe<br />

e OR-5 Morerod Jeremy.


VOLUME 3, EDIÇÃO 1<br />

O Início da Despedida<br />

Nos ciclos, tal como na vida, tu<strong>do</strong><br />

tem um princípio e um fim.<br />

Começámos o nosso contacto com<br />

os militares <strong>do</strong> KMTC, não com<br />

me<strong>do</strong>, porque imbuí<strong>do</strong>s <strong>do</strong> espírito<br />

de Bartolomeu Dias, mas também<br />

com o nosso Cabo das Tormentas,<br />

a que podemos hoje, sem me<strong>do</strong>,<br />

chamar Cabo da Boa Esperança.<br />

Fomos descobrin<strong>do</strong> minuciosamente<br />

a sua forma de trabalhar, sem<br />

ter sequer a coragem de os interpelar.<br />

Mas o nosso objectivo estava<br />

traça<strong>do</strong> e apesar <strong>do</strong>s olhares, muitas<br />

vezes desconfia<strong>do</strong>s e indiferentes,<br />

nunca desistimos e os frutos<br />

estavam, sem dúvida, à nossa<br />

espera no final da tarefa.<br />

Com a calma <strong>do</strong> felino que sabe<br />

esperar e a paciência aprendida na<br />

lição da vida,<br />

fomos amparan<strong>do</strong>, aconselhan<strong>do</strong> e<br />

modifican<strong>do</strong> sempre que era possível.<br />

Percebemos a forma de os conquistar<br />

e a velocidade que teria que ser<br />

impressa. Tu<strong>do</strong> tem que estar conjuga<strong>do</strong>,<br />

caso contrário a engrenagem<br />

deixa de estar em sintonia e<br />

não funciona. O levantamento de<br />

algumas necessidades na sala de<br />

aula e a oferta de alguns materiais<br />

foram também importantes. Identificámos<br />

algumas lacunas na área<br />

da formação e aconselhámos o<br />

”Train the trainers” para os instrutores<br />

que se mostrassem disponíveis<br />

para aprender.<br />

EXPRESSO DO ORIENTE<br />

Recor<strong>do</strong> as primeiras sessões de<br />

formação: tivemos de enfrentar<br />

olhos inquisi<strong>do</strong>res que esperavam<br />

de nós, falhas e incapacidade.<br />

Revestimo-nos de simplicidade e<br />

referimos que não éramos professores,<br />

mas tão-só militares como<br />

eles e que<br />

gostaríamos de tirar algumas dúvidas<br />

que tivessem e sobretu<strong>do</strong> ajudar<br />

a melhorar<br />

a formação.<br />

O tempo trouxe a vitória e hoje,<br />

volvi<strong>do</strong>s quase três meses, na última<br />

formação<br />

de instrutores, numa matéria que<br />

passará a vigorar a partir de agora<br />

no planeamento <strong>do</strong> TLC, o<br />

“Combate em Áreas Edificadas”,<br />

temos praticamente to<strong>do</strong>s os alunos<br />

presentes.<br />

Terminada a formação, ficou agendada<br />

para as 14.00horas <strong>do</strong> dia 23<br />

de Fevereiro, a entrega de diplomas.<br />

Chegada a hora determinada,<br />

começou a surgir um nó na garganta,<br />

pois esta singela, mas importante<br />

cerimónia, sabe-nos já a despedida.<br />

Esta foi a última formação<br />

que os instrutores irão receber deste<br />

grupo de Mentores/Forma<strong>do</strong>res,<br />

até à sua partida de regresso a<br />

Portugal. Foi agradável ver nos<br />

seus rostos aquela felicidade de<br />

vence<strong>do</strong>res. Estão, a partir de agora,<br />

mais bem prepara<strong>do</strong>s para<br />

melhor formar!<br />

Um a um foram sen<strong>do</strong> chama<strong>do</strong>s.<br />

Foi-lhes dito que, a partir de ago-<br />

ra, a sua responsabilidade é maior<br />

porque detêm conhecimento que só<br />

servirá se for passa<strong>do</strong> a outras<br />

gerações de alunos, que por sua<br />

vez a passarão aos seus subordina<strong>do</strong>s.<br />

Ao grito da palavra “Jwand”, que<br />

significa “vida longa”, mostram aos<br />

camaradas o Diploma que receberam<br />

das nossas mãos.<br />

Mas a maior surpresa estava para<br />

vir, quan<strong>do</strong>, pela boca <strong>do</strong> TCor<br />

Abdul Yahya,<br />

Comandante <strong>do</strong> TLC, ouvimos pronunciar<br />

o nosso nome para recebermos<br />

um diploma assina<strong>do</strong> pelo<br />

BGen. Aminullah, Comandante <strong>do</strong><br />

KMTC. Ficámos também sensibiliza<strong>do</strong>s<br />

e o nó, que se tinha desvaneci<strong>do</strong>,<br />

voltou agora mais forte. É<br />

apenas um papel, escrito em Inglês<br />

e Dari, mas é sem dúvida a confirmação<br />

que conseguimos, acima de<br />

tu<strong>do</strong>, a sua amizade, o respeito e<br />

reconhecimento.<br />

Esperamos que o trabalho desenvolvi<strong>do</strong><br />

durante estes seis meses,<br />

sirva duas causas: a primeira, para<br />

enriquecer o conhecimento e a<br />

capacidade <strong>do</strong>s militares <strong>do</strong> ANA<br />

para servirem as Forças Armadas<br />

Afegãs e o Afeganistão. A segunda,<br />

para servir de plataforma à equipa<br />

que abraçar de seguida, a tarefa de<br />

Mentorar os próximos cursos de<br />

Sargentos <strong>do</strong> ANA.<br />

SAJ. FZ Silva<br />

PÁGINA 13


EXPRESSO DO ORIENTE<br />

B OLETIM DE CULTURA E INFORMAÇÃO DO<br />

CN/FND ISAF<br />

Camp Warehouse<br />

Cabul<br />

Afeganistão<br />

Correio electrónico:<br />

gabapoio.fnd.isaf@mail.exercito.pt<br />

Apoiar o Afeganistão<br />

com a Pátria no Coração<br />

O chapéu Pakol <strong>do</strong> Afeganistão<br />

A cobertura mais caracteristica no Afeganistão é o Pakol.<br />

Este nome surgiu no norte <strong>do</strong> País onde este tipo de protecção<br />

da cabeça é originário.<br />

Este chapéu Pakol é feito<br />

de um material resistente<br />

e quente com um interior<br />

forra<strong>do</strong>. É 100% lã, poden<strong>do</strong><br />

a sua forma ser<br />

alterada, enrolan<strong>do</strong> as<br />

suas extremidas com pequenos<br />

pedaços de restos<br />

de material, para lhe<br />

acrescentar volume.<br />

O Pakol afegão ficou<br />

celebriza<strong>do</strong> no ocidente graças a Ahmad Shah Masood, lider e<br />

herói <strong>do</strong> povo afegão, que se destacou na luta contra os soviéticos<br />

e, posteriormente, asseguraria a resistência contra os<br />

Talibãs, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> assassina<strong>do</strong>.<br />

Feria<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Afeganistão: Eid-Milad Nnabi<br />

O Nascimento <strong>do</strong> Profeta Muhammad<br />

deu-se no ano 570 da era<br />

cristã, no dia 12 de rabiul awwal.<br />

Dada o contexto histórico e o significa<strong>do</strong><br />

espiritual da vinda <strong>do</strong><br />

Profeta Muhammad , como Misericórdia<br />

para a humanidade,<br />

vários teólogos e islamólogos<br />

consideram que Allah distinguiu<br />

este dia como um dia<br />

EID. Os dias de EID, são dias<br />

de felicidade, de carinho entre<br />

os muçulmanos e uma festa<br />

religiosa onde se celebram<br />

eventos de grande importância.<br />

Este dia foi rechea<strong>do</strong> de situações<br />

únicas que nunca antes<br />

tinham ocorri<strong>do</strong>:<br />

1. Os í<strong>do</strong>los que se encontravam<br />

na Ka’aba, simbolizan<strong>do</strong> o<br />

politeísmo da época, caíram;<br />

2. As chamas <strong>do</strong> poderio persa da<br />

época se extinguiram;<br />

3. Nos céus se viu uma luz que<br />

nunca antes se vira;<br />

4. O paraíso foi decora<strong>do</strong>;<br />

5. Allah removeu os problemas de<br />

agricultura que os habitantes<br />

de Meca tinham nos seus solos,<br />

fazen<strong>do</strong>-os férteis e tornan<strong>do</strong><br />

as árvores ricas em frutos dan<strong>do</strong><br />

à tribo Quraish vários tipos<br />

de bençãos;<br />

6. Allah enviou <strong>do</strong>nzelas <strong>do</strong><br />

paraíso para acompanharem o<br />

abençoa<strong>do</strong> parto de Syeda Ami-<br />

na (que a paz lhe acompanhe) ,<br />

A Abençoada e Querida Mãe <strong>do</strong><br />

Santo profeta Muhammad .<br />

7. Allah também enviou 3 personalidades<br />

<strong>do</strong> círculo divino<br />

feminino para congratularem<br />

Syeda Amina (que a paz lhe<br />

acompanhe) , <strong>do</strong> filho abençoa<strong>do</strong><br />

que dera à luz. Essas Personalidades<br />

foram Hazrat Maryam<br />

(que a paz lhe acompa-<br />

nhe), a abençoada mãe de Issa<br />

(paz esteja com ele), Hazrat<br />

Aasiya (que a paz lhe acompanhe)<br />

, a esposa <strong>do</strong> faraó distinguida<br />

pelo seu papel no acolhimento<br />

e na educação de Hazrat<br />

Musa (paz esteja com ele) e<br />

Hajra (que a paz lhe acompanhe),<br />

a esposa de Hazrat<br />

Ibrahim (paz esteja com<br />

ele).<br />

Sen<strong>do</strong> o dia 12 de rabiul<br />

awwal um dia de EID, é<br />

recomenda<strong>do</strong> aos fiéis que o<br />

momin (crente) esteja prepara<strong>do</strong><br />

para receber este<br />

dia repleto de bençãos.<br />

Na véspera da noite abençoada,<br />

o momin deverá efectuar<br />

o banho, vestir-se utilizan<strong>do</strong><br />

roupas novas pois trata-se<br />

de uma ocasião especial e deverá<br />

usar perfume (antar).<br />

Após a oração de ixa, o momin<br />

deverá recitar o Sagra<strong>do</strong> Alcorão e<br />

juntar-se aos programas religiosos<br />

organiza<strong>do</strong>s pelas mesquitas.<br />

Esta noite é para recordar a vida<br />

pie<strong>do</strong>sa, abençoada e sagrada <strong>do</strong><br />

Profeta de Allah, Hazrat Muhammad<br />

Mustafa.

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