independência (?) ou morte! - Centro de Documentação e Pesquisa ...
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H<br />
Itvowp.tür (3<br />
ípmj<br />
INDEPENDÊNCIA (?)<br />
OU MORTE!<br />
No dia 7 <strong>de</strong> Setembro, como todos sabem, o Brasil vai completar seus 166 anos <strong>de</strong><br />
In<strong>de</strong>pendência. Des<strong>de</strong> a primeira vez que sentamos em um banco <strong>de</strong> escola, <strong>ou</strong>vimos aquela<br />
história do Dom Pedro libertando o Brasil <strong>de</strong> Portugal, com a famosa frase In<strong>de</strong>pendência <strong>ou</strong><br />
Morte! Mas hoje, passados 166 anos, será que h<strong>ou</strong>ve <strong>in<strong>de</strong>pendência</strong> <strong>ou</strong> só têm havido <strong>morte</strong>s?<br />
Temos um povo sadio, com escola, transporte bom e barato, <strong>in<strong>de</strong>pendência</strong> financeira dos países<br />
ricos? Ou não? Pense um p<strong>ou</strong>co...<br />
In<strong>de</strong>pendência como? In<strong>de</strong>pendência com favelas? Com latifúndios? In<strong>de</strong>pendência com FMI?<br />
Com índios sendo assassinados? In<strong>de</strong>pendência com doenças, com racismo e maus políticos? Só<br />
se for em sonho... Por sermos brasileiros e por querermos um país nosso, livre e soberano, basta<br />
<strong>de</strong> governo impopular e viva a verda<strong>de</strong>ira liberda<strong>de</strong>!!!
Editorial<br />
O que está acontecendo com o Brasil atualmen-<br />
te? Já estamos cansados <strong>de</strong> <strong>ou</strong>vir falar que o país<br />
está passando por uma crise política, econômica e<br />
social. Mas será que agora se po<strong>de</strong> falar numa cri-<br />
se ética <strong>ou</strong> em crise moral? Já que a "or<strong>de</strong>m" pa-<br />
ra quem ocupa um cargo público é enriquecer o<br />
próprio bolso e favorecer amigos e familiares, que<br />
os escândalos financeiros est<strong>ou</strong>ram constantemente<br />
e os culpados são achados mas ninguém é efetiva-<br />
mente punido, e que o Brasil pass<strong>ou</strong> a ostentar a<br />
marca <strong>de</strong> maior <strong>de</strong>vedor do Mundo e por con-<br />
seqüência todos nós estamos sendo atirados à misé-<br />
ria coletiva...<br />
O balanço <strong>de</strong>stes últimos anos é não apenas me-<br />
lancólico mas catastrófico. O governo Sarney nada<br />
mais é do que a continuação do golpe <strong>de</strong> 64. E a<br />
continuação do autoritarismo na política e da<br />
transnacionalização na economia.<br />
E para ajudar em nossa reflexão o Espalha Fa-<br />
tos aproveita a comemoração do 7 <strong>de</strong> setembro, dia<br />
da In<strong>de</strong>pendência Nacional, para fazer uma provo-<br />
cação: In<strong>de</strong>pendência <strong>ou</strong> Morte? Você acredita que<br />
nós somos realmente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes? Pra você,<br />
quem manda no país? Sarney é <strong>ou</strong> não é o chefe da<br />
Nação? Estamos <strong>ou</strong> não vivendo um processo <strong>de</strong>-<br />
mocrático?<br />
Se você pens<strong>ou</strong> que estamos num processo <strong>de</strong>-<br />
mocrático, err<strong>ou</strong>. Porque f*m processo <strong>de</strong>mocrático<br />
supõe duas coisas: representativida<strong>de</strong> e alternância<br />
no po<strong>de</strong>r. No processo político brasileiro, on<strong>de</strong> é<br />
que encontramos esses dois qualificativos? Pra co-<br />
meço <strong>de</strong> conversa, temos um presi<strong>de</strong>nte que não foi<br />
eleito, foi garantido pelos militares. Não tinha<br />
condições <strong>de</strong> legitimida<strong>de</strong> constitucional para as-<br />
sumir a presidência da República. Foi um golpe.<br />
Constantemente somos ameaçados com a volta dos<br />
que não foram. Os militares não <strong>de</strong>ixaram o po<strong>de</strong>r.<br />
Não <strong>de</strong>ixaram porque impediram as eleições dire-<br />
tas, foram contra a mudança do regime <strong>de</strong> gover-<br />
no, são contra várias conquistas sociais da Consti-<br />
tuinte, empossaram Sarney e lhe <strong>de</strong>ram 5 anos.<br />
Em <strong>ou</strong>tras palavras, nós continuamos vivendo<br />
numa ditadura, pois o povo está fora <strong>de</strong> tudo, não<br />
está sendo contemplado em nada, não está sendo<br />
assistido em nada, enquanto a UDR e as empresas<br />
sonegadoras são beneficiadas pela Constituinte,<br />
enquanto as gran<strong>de</strong>s instituições financeiras, quan-<br />
do ameaçadas <strong>de</strong> falência (Transbrasil, Sulbrasilei-<br />
ro), são socorridas rapidamente pelo gover-<br />
no. . .Para o povo, fica o direito à fome, à miséria,<br />
à inflação, à carestia, à doença, ao arrocho sala-<br />
rial, à falta <strong>de</strong> escola e assim por diante.<br />
E assim, fazemos votos que as pessoas vítimas<br />
<strong>de</strong>sse processo comecem a se rebelar. E a rebelião<br />
já está se manifestando através do agrupamento<br />
dos que têm interesses comuns. De fato, a nossa<br />
Socieda<strong>de</strong> está começando a <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser uma so-<br />
cieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> indivíduos para ser uma socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
grupos sociais. Quando isso ocorrer teremos a in-<br />
<strong>de</strong>pendência e não a <strong>morte</strong>.<br />
Diretoria: Presi<strong>de</strong>nte - Juarez Vollet Filho, Vice-Presi<strong>de</strong>nte - José<br />
Sebastião Zago, Primeira Secretária - Maria <strong>de</strong> Jesus Rodrigues,<br />
Segunda Secretária - Maria Cristina P. Pechtoll, Primeiro Tes<strong>ou</strong>reiro<br />
- Aleto José <strong>de</strong> S<strong>ou</strong>za, Segunda Tes<strong>ou</strong>reira - Hilda Aparecida Nascimento<br />
Colaboradores: Márcia Aparecida Fontana Rodrigues e L<strong>ou</strong>r<strong>de</strong>s<br />
Felício dos Santos, Ramon Álvaro Velasquez<br />
Jornalistas responsáveis: José L<strong>ou</strong>renço Pechtoll (RP Mtb 18450) e<br />
Guilherme Salgado Rocha (RP Mtb 2205)<br />
Diagramação: Mário Lucena<br />
Arte: Kampus e Benê<br />
Past up: Jorge Mariano<br />
Produção Gráfica: AGEN - 229 6734<br />
»» '*«"M *i>»'»'<br />
V» ifefati '««« J.l<br />
Este é o seu espaço<br />
"Prezados companheiros <strong>de</strong> caminhada: Espalha<br />
Fatos. Gostei muito, pois estão sendo espalhados<br />
por todo o Brasil, mostrando às pessoas os sinais,<br />
<strong>de</strong>ixando uma mensagem.<strong>de</strong> conscientização e com-<br />
promisso <strong>de</strong> libertação <strong>de</strong>ssas amarras capitalistas.<br />
Estamos nesta, vamos à luta. E uma ótima iniciati-<br />
va".<br />
Volmir Cândido Bavaresco e Ivo Fiorotti, Ca-<br />
noas, Rio Gran<strong>de</strong> do Sul<br />
"Ao pessoal da Pacom: admiro <strong>de</strong>masiadamente<br />
o trabalho <strong>de</strong> vocês. Espero que continuem assim,<br />
divulgando a notícia do jeito que ela é, e não por<br />
baixo dos panos, como vem sendo feito há muito<br />
tempo. Agra<strong>de</strong>ço a vocês por estarem me mandando<br />
o jornal. Está sendo muito útil para mim. E eu est<strong>ou</strong><br />
passando-o à frente. Que Deus ilumine a mente <strong>de</strong><br />
vocês, para que continuem esse trabalho, muito<br />
difícil e ao mesmo tempo gratificante. Dê uma pes-<br />
soa que muito apoia vocês".<br />
Míriam Heman<strong>de</strong>s Camavale, São Caetano do<br />
Sul, São Paulo<br />
A creche é direito da criança<br />
Devagar, vencendo as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada dia, e<br />
tendo sempre absolutamente claros os seus objeti-<br />
vos, a Associação <strong>de</strong> Promoção Social e Educação<br />
Popular (Aprosep), <strong>de</strong> Mauá, não <strong>de</strong>siste. Insiste: o<br />
funcionamento <strong>de</strong> sua creche, carro-chefe <strong>de</strong> seu<br />
trabalho, é fundamental e tem <strong>de</strong> ser conhecido. São<br />
50 crianças do bairro Parque das Américas, caren-<br />
tes, cujas mães trabalham fora e têm renda baixa,<br />
atendidas na creche, envolvendo a família em suas<br />
iniciativas. A creche <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser um <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong><br />
crianças e apenas uma paz para a consciência das<br />
mães. Nada disto. Para o pessoal da Aprosep, a cre-<br />
che é parte fundamental no <strong>de</strong>senvolvimento inte-<br />
gral das crianças <strong>de</strong> dois a seis anos e onze meses<br />
que lá estão.<br />
O bairro tem 50 mil habitantes, dos quais 30%<br />
são crianças. A luta para que a prefeitura <strong>de</strong> Mauá<br />
siga o exemplo da Aprosep, a fim <strong>de</strong> serem conquis-<br />
tadas <strong>ou</strong>tras creches pelos moradores, organizados<br />
em suas ativida<strong>de</strong>s não pára. A creche não pertence<br />
à Prefeitura e nem à Igreja, e a entida<strong>de</strong> faz questão<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar isto claro: ela é dos moradores.<br />
As crianças na cmdw A aada prfpria da anidada<br />
Mas nem só <strong>de</strong> creche vive a Aprosep. O pré-es-<br />
cola, funcionando em duas salas, é <strong>ou</strong>tra experiên-<br />
cia. Um grupo cultural, ainda em fase <strong>de</strong> início dos<br />
trabalhos, vai tentar ser alternativa àquilo <strong>de</strong>senvol-<br />
vido pela Prefeitura e órgãos afins.<br />
E, finalmente, junto ao <strong>Centro</strong> <strong>de</strong> Estudos Políti-<br />
cos e Sociais do ABC (Ceps) algumas pistas <strong>de</strong> tra-<br />
balho vêm sendo levantadas: uma <strong>de</strong>las é a dis-<br />
cussão sobre o orçamento municipal. As duas enti-<br />
da<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sejam <strong>de</strong>mocratizar as informações sobre as<br />
questões orçamentárias, permitindo que os morado-<br />
res priorizem o que <strong>de</strong> fato <strong>de</strong>ve ser priorizado.<br />
Também junto ao Ccps vem sendo elaborada e<br />
<strong>de</strong>senvolvida uma pesquisa no bairro: um verda<strong>de</strong>i-<br />
ro levantamento sócio-econômico, envolvendo todo<br />
o povo, a fim <strong>de</strong> serem abertas perspectivas que po-<br />
<strong>de</strong>rão gerar maior participação popular, capacitando<br />
as pessoas a <strong>de</strong>cidirem suas priorida<strong>de</strong>s. E uma ter-<br />
ceira linha <strong>de</strong> trabalho pren<strong>de</strong>-se à formação políti-<br />
ca: um curso <strong>de</strong> iniciação no assunto está em práti-<br />
ca.
(0<br />
Certamente, você já sabe <strong>de</strong> on<strong>de</strong><br />
vem a palavra "política": vem <strong>de</strong><br />
"polis" que, em grego, significa cida-<br />
<strong>de</strong>. Só existe "política" on<strong>de</strong> existem<br />
mais pessoas. Como o homem é um<br />
ser social, que necessita dos <strong>ou</strong>tros,<br />
ele é essencialmente um ser político.<br />
Só quem vive sozinho não precisa <strong>de</strong><br />
"política". Como ninguém vive sozi-<br />
nho, todos precisam ser políticos.<br />
Quem diz que não é político, <strong>ou</strong> não<br />
faz política, é um ingênuo, um aliena-<br />
do, que <strong>de</strong>ixa que os <strong>ou</strong>tros façam<br />
política nas suas costas: é um legítimo<br />
"pelego", que serve para <strong>ou</strong>tros mon-<br />
tarem nele e conseguirem seus interes-<br />
ses. Todos temos, pois, o direito e o<br />
<strong>de</strong>ver <strong>de</strong> fazer política, isto é, <strong>de</strong> co-<br />
laborar para que as relações que vão<br />
necessariamente se estabelecendo en-<br />
tre as pessoas e grupos aconteçam <strong>de</strong><br />
modo a conseguirem sua realização e<br />
seu <strong>de</strong>senvolvimento integral.<br />
BEM COMUM<br />
"O Bem Comum compreen<strong>de</strong> o<br />
conjunto das condições <strong>de</strong> vida que<br />
permitem aos homens, às famílias e às<br />
O que há <strong>de</strong> novo<br />
na República<br />
Na "nova" República tudo conti-<br />
nua como sempre. Os ministros e o<br />
presi<strong>de</strong>nte se reúnem e anunciam que<br />
a inflação está sob controle, que o dé-<br />
ficit público está contido, que o go-<br />
verno está fazendo um enorme esforço<br />
para reduzir <strong>de</strong>spesas, que vão bem as<br />
negociações com o FMI, que as notí-<br />
cias <strong>de</strong> corrupção são infundadas, que<br />
a priorida<strong>de</strong> é o social...<br />
Contudo, quem está atento para o<br />
que acontece em nosso país sabe que<br />
não é bem assim. Pra começo <strong>de</strong> con-<br />
versa, nem sempre as informações do<br />
governo são confiáveis. Um exemplo<br />
são os números apresentados à socie-<br />
da<strong>de</strong>, com a intenção <strong>de</strong> provar que o<br />
congelamento da URP dos servidores<br />
públicos foi um importante fator <strong>de</strong><br />
equilíbrio das contas do governo,<br />
quando se sabe que é justamente o<br />
contrário. O orçamento não está equi-<br />
instituições conseguirem a própria<br />
perfeição" (Gaudium et Spes, n- 74).<br />
Este conceito <strong>de</strong> bem comum sur-<br />
giu para <strong>de</strong>signar os bens, as necessi-<br />
da<strong>de</strong>s, as condições <strong>de</strong> vida que sejam<br />
necessárias para todas as pessoas e<br />
grupos se realizarem: é o bem <strong>de</strong> to-<br />
dos. A gente po<strong>de</strong>ria dizer que fazem<br />
parte do bem comum os direitos hu-<br />
manos: uma vida digna, moradia, edu-<br />
cação, saú<strong>de</strong>, lazer, liberda<strong>de</strong> religio-<br />
sa, mobilida<strong>de</strong>, participação, comuni-<br />
cação, enfim, ter os bens necessários à<br />
sobrevivência e plena realização. A<br />
marginal ização da maioria da popu-<br />
lação, sem voz e sem vez, a subnu-<br />
trição <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 80 milhões <strong>de</strong> brasi-<br />
leiros, os mais <strong>de</strong> 10 milhões <strong>de</strong> famí-<br />
lias sem terra, um terço das popu-<br />
lações das gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s que vivem<br />
em malocas e favelas, tudo isso é um<br />
crime contra o bem comum. Tudo bem<br />
se todos fossem pobres, todos estives-<br />
sem em tais condições. Mas não é isso<br />
que se vê; pelo contrário, po<strong>de</strong>-se<br />
afirmar, como afirmam os bispos bra-<br />
sileiros (subsídios para uma política<br />
social, CNBB, n 9 17), numa citação<br />
que vem a calhar bem nos 100 anos <strong>de</strong><br />
A política<br />
e o bem comum<br />
"libertação" dosl escravos, que "utili-<br />
zando os símbolos da socieda<strong>de</strong> es-<br />
cravagista, po<strong>de</strong>mos dizer que exis-<br />
tem, <strong>de</strong> um lado, os senhores do en-<br />
genho, cercados da constelação das<br />
mordomias tecnoburocráticas; <strong>de</strong> <strong>ou</strong>-<br />
tro, a imensa maioria anônima a servi-<br />
ço do engenho. Os senhores têm aces-<br />
so ao consumo <strong>de</strong> bens e serviços,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> os aprazíveis até os escandalo-<br />
sos. Os servos sobrevivem, isto é, têm<br />
acesso aos bens e serviços indis-<br />
pensáveis para garantir a sobrevivên-<br />
cia à reprodução, sem o que o sistema<br />
entraria em colapso". Há até um estu-<br />
dioso da socieda<strong>de</strong> brasileira que<br />
afirma ser o trabalhador <strong>de</strong> salário mí-<br />
nimo, no Brasil (40% dos trabalhado-<br />
res), mais barato que um escravo no<br />
tempo da escravatura. Paulo VI, na<br />
Populorum Progressio, n- 33, afirma:<br />
"Não é lícito aumentar a riqueza dos<br />
ricos e o po<strong>de</strong>r dos fortes, confirman-<br />
do a miséria dos pobres e tomando<br />
maior a escravidão dos oprimidos".<br />
Certamente, há muita coisa para mu-<br />
dar antes que possamos dizer que o<br />
Bem Comum está sendo respeitado no<br />
Brasil.<br />
COMO VAI A ECONOMIA<br />
librado e o peso dos salários é bem<br />
menor do que se preten<strong>de</strong>.<br />
Sabe-se ainda que o problema dos<br />
salários não é seu valor, mas sim a<br />
quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> funcionários. No entan-<br />
to (conforme informação do próprio<br />
Tribunal <strong>de</strong> Contas), <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 85 a<br />
junho <strong>de</strong> 87, o governo Samey admi-<br />
tiu nada mais nada menos do que 140<br />
mil novos servidores. Daria para lotar<br />
o Maracanã! E o que é pior, gran<strong>de</strong><br />
parte <strong>de</strong>ssas contratações <strong>de</strong>srespeita<br />
os <strong>de</strong>cretos que proíbem admissões.<br />
Em relação à contenção <strong>de</strong> <strong>de</strong>spe-<br />
sas não é diferente. Todos acompa-<br />
nhamos pela imprensa o repasse indis-<br />
criminado <strong>de</strong> verbas a fundo perdido,<br />
do Governo Fe<strong>de</strong>ral para <strong>ou</strong>tros mu-<br />
nicípios. A transferência <strong>de</strong> verbas em<br />
si mesma não seria problemática se<br />
fosse feita <strong>de</strong> forma or<strong>de</strong>nada e com<br />
critérios rigorosos <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> e<br />
priorida<strong>de</strong>s sociais. Mas o que ocorre<br />
,.,ENTÍO,P0DEH0S-<br />
COMEÇAR/. /iáP p% ) f<br />
2 4 V f^í i\
RIO GRANDE DA SERRA<br />
Sessenta famílias sem terra, que se dirigi-<br />
ram à Prefeitura <strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong> da Serra, não<br />
foram recebidas pelo prefeito William Valério<br />
Ramos, que mand<strong>ou</strong> avisar que não estava. As<br />
famílias, vindas da Vila Con<strong>de</strong>, resolveram<br />
acampar em frente à Prefeitura até o dia se-<br />
guinte,_25 <strong>de</strong> agosto. Somente aí, a fim <strong>de</strong> evi-<br />
tar maiores problemas, o prefeito resolveu re-<br />
ceber as pessoas...Mas, on<strong>de</strong> estamos nós...,<br />
só recebeu as famílias fora da Prefeitura, im-<br />
pedindo que entrassem no "templo sagrado",<br />
on<strong>de</strong> só colocam os pés aqueles que tudo pos-<br />
suem. Aos pobres, quando muito, a calçada<br />
em frente à Prefeitura.<br />
E para completar, ele <strong>de</strong>u queixa na Dele-<br />
gacia <strong>de</strong> Polícia contra o movimento popular,<br />
alegando <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m e confusão. É sempre as-<br />
sim. Ao invés do diálogo, a polícia...<br />
Mas as famílias sem terra vão insistir. Que-<br />
v ■.••■■ ^.■■■■■■.■.v::;<br />
Em época <strong>de</strong> eleição, antes <strong>de</strong> darmos o vo-<br />
to, é bom saber o que os candidatos a prefeito<br />
estão pensando. Afinal <strong>de</strong> contas, o prefeito é<br />
alguém escolhido pelo povo para dirigir os<br />
<strong>de</strong>stinos da cida<strong>de</strong>, e não um herói, um rei <strong>ou</strong><br />
uma pessoa colocada <strong>de</strong>ntro da redoma. Por<br />
isto, em Mauá, ainda em setembro, vão estar<br />
reunidos todos os candidatos. Até o momento<br />
A Associação <strong>de</strong> Promoção Social e Educação<br />
Popular (Aprosep) e o <strong>Centro</strong> <strong>de</strong> Estudos Políticos e<br />
Sociais do ABC (Ceps) programaram um Curso In-<br />
trodutório <strong>de</strong> Formação Política, oferecido ao pes-<br />
soal que trabalha no movimento popular e a todos os<br />
interessados, <strong>de</strong> maneira geral.<br />
O curso começ<strong>ou</strong> no dia 22 <strong>de</strong> agosto e será en-<br />
cerrado somente a 19 <strong>de</strong> <strong>ou</strong>tubro. Quem quiser mais<br />
<strong>de</strong>talhes, po<strong>de</strong> ligar para 416.1555. Os temas e expo-<br />
sitores a partir <strong>de</strong> cinco <strong>de</strong> setembro São os seguin-<br />
tes: 5/9 - Movimentos Populares - formas <strong>de</strong><br />
atuação recentes, com Marilena Nakano,pedagoga.<br />
Dia 12/9, A Câmara Municipal, com Antônio C.<br />
Granado, economista. Dia 19/9 ,0 Executivo Muni-<br />
cipal, com Celso Daniel, professor da PUC e da<br />
Fundação Getúlio Vargas.<br />
Pobre não entra<br />
na Prefeitura<br />
rem um documento com o qual po<strong>de</strong>rão rene-<br />
gociar junto à Cohab a imissão <strong>de</strong> posse. O<br />
movimento não vai parar, disto todos estão sa-<br />
bendo. A disposição <strong>de</strong> enfrentar o t<strong>ou</strong>ro pelos<br />
chifres é muito gran<strong>de</strong>...<br />
Outra notícia <strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong>: um circo ar-<br />
mado na Vila Con<strong>de</strong>, como lazer, está causan-<br />
do a maior confusão. Exatamente por ter sido<br />
montado pela coligação PTB, PFL e PDT. Por<br />
falar nisto, são tão díspares os programas dos<br />
três partidos (pelo"menos em tese, é bom ficar<br />
claro) que a coligação está sendo chamada pe-<br />
lo povo <strong>de</strong> "Coligação Frankenstein", exata-<br />
mente como um monstro, apanhando pedaços<br />
<strong>de</strong> cada pessoa para formar um corpo.<br />
O movimento popular está preparando um<br />
documento sério e esclarecedor, a fim <strong>de</strong> mos-<br />
trar ao povo quem compõe essa coligação e do<br />
que se trata realmente...<br />
Candidatos se reúnem<br />
em que estávamos terminando o número <strong>de</strong> se-<br />
tembro do Espalha Fatos, o local estava <strong>de</strong>fi-<br />
nido: será no <strong>Centro</strong> Comunitário Macuco, à<br />
rua Remo Luiz Coradini, 105, no Jardim Zaí-<br />
ra. Faltava somente a data. Assim, o pessoal<br />
<strong>de</strong> Mauá <strong>de</strong>ve ficar <strong>de</strong> <strong>ou</strong>vido em pé para sa-<br />
ber o dia do <strong>de</strong>bate. Ou então ligar para a Pa-<br />
com que a gente dá a informação. O telefone é<br />
415.5282.<br />
Formação Política<br />
A partir <strong>de</strong> 26 <strong>de</strong> setembro, o curso entra em suai<br />
segunda fase, discutindo temas específicos, a saber:<br />
26/09/88 SAÚDE - EXPOSITOR: Fernando<br />
Galvanese (Médico Sanitarista)<br />
28/09/88 TRANSPORTE - EXPOSITOR: Um<br />
dos membros da Assoc. dos Usuários <strong>de</strong> Transportes<br />
Coletivos <strong>de</strong> Santo André<br />
03/10/88 CULTURA - EXPOSITOR: Sérgio<br />
Magalhães (Dir. e ator <strong>de</strong> Teatro e Prof. Filosofia na<br />
PUC)<br />
05/10/88 HABITAÇÃO - EXPOSITOR: Irineu<br />
Baragnoli Jr. (Sociólogo e Membro da Coor<strong>de</strong>nação<br />
Nacional dos Mutuários da Habitação)<br />
17/10/88 EDUCAÇÃO - EXPOSITOR: Sérgio<br />
Gomes da Silva (Pedagogo)<br />
19/10/88 AVALIAÇÃO DO CURSO<br />
DIADEMA<br />
A Assistência Judiciária Gratuita <strong>de</strong> Dia-<br />
<strong>de</strong>ma promove nos dias 10 e 11 <strong>de</strong>ste mês o<br />
Seminário da Moradia, no <strong>Centro</strong> Cultural<br />
Okinawa, na avenida Sete <strong>de</strong> Setembro, 1670.<br />
Serão dois <strong>de</strong>bates, ambos começando às 18<br />
horas.<br />
No dia 10, um sábado, o tema é Como Fica<br />
a Teria com a Nova Constituição. São dois os<br />
Debates sobre<br />
a Reforma Agrária<br />
convidados: o <strong>de</strong>putado fe<strong>de</strong>ral constituinte<br />
Plínio <strong>de</strong> Arruda Sampaio e Vidal Serrano Jú-<br />
nior, assessor dos movimentos populares.<br />
E no dia 11, domingo, também às 18 horas,<br />
o tema é Concessão do Direito Real <strong>de</strong> Uso,<br />
com três participantes: Fermino Fecchio, vi-<br />
ce-presi<strong>de</strong>nte do <strong>Centro</strong> Santo Dias <strong>de</strong> Direi-<br />
tos Humanos, Pedro Estevam, o Pedrinho, ad-<br />
vogado e professor <strong>de</strong> Direito Público, e Wag-<br />
ner Gõpfert, advogado e professor <strong>de</strong> Direito<br />
Público.<br />
No convite distribuído às comunida<strong>de</strong>s e ao<br />
povo em geral está frisado: "a questão do <strong>de</strong>s-<br />
pejo, da posse, do usucapião e da concessão<br />
do direito real <strong>de</strong> uso serão submetidos a no-<br />
vas regras e o povo precisa estar informado'".<br />
NEGRO E SEM DIPLOMA NO GOVERNO<br />
Ainda em Dia<strong>de</strong>ma, é bom ser frisado, foi<br />
empossado no início <strong>de</strong> agosto como diretor<br />
do Departamento <strong>de</strong> Governo da Prefeitura,<br />
Armelindo Santana Lopes. Até aí nada <strong>de</strong>-<br />
mais, não é verda<strong>de</strong>? Acontece que Armelindo<br />
SANTO ANDRÉ<br />
Dois grupos distintos se chocam na Facul-<br />
da<strong>de</strong> <strong>de</strong> Filosofia, Ciências e Letras-Fundação<br />
Santo André. O <strong>Centro</strong> Acadêmico (CA) e o<br />
Grupo <strong>de</strong> Matemática (GM). Tudo po<strong>de</strong>ria<br />
correr muito bem se não acontecessem as di-<br />
vergências... Vejam bem o que há.<br />
O GM afinna tentar fazer um trabalho mais<br />
voltado aos problemas da escola (biblioteca,<br />
seminários culturais, reforma do prédio) em<br />
é negro e não tem diploma universitário, o que<br />
<strong>de</strong>veriam ser dois pontos negativos, se consi-<br />
<strong>de</strong>rarmos o racismo existente no Brasil e o<br />
preconceito contra quem quer administrar uma<br />
cida<strong>de</strong> e não tem diploma. Bola pra frente,<br />
Armelindo, e sucesso no trabalho junto ao po-<br />
vo. Antes <strong>de</strong> terminar: talvez seja a primeira<br />
vez que isto acontece no ABC, se não estamos<br />
enganados ..<br />
ESTUDANTES DIVIDIDOS<br />
uma prática conjunta com a direção da facul-<br />
da<strong>de</strong>. Mas não é reconhecido como a chapa<br />
oficial dos estudantes e não aceita o CA por<br />
achar o pessoal partidário e radical. O GM<br />
julga os membros do CA pessoas que apenas<br />
tentam promover alguns partidos e centrais<br />
sindicais exatamente por ser ano eleitoral.<br />
Já o CA afirma ter posse legal e aceita pela<br />
maioria dos estudantes (65%). Tem chapa re-<br />
conhecida pela direção da escola. O CA tenta<br />
fazer trabalhos nas áreas sociais; engajando os<br />
estudantes em movimentos populares e escla-<br />
recendo questões <strong>de</strong> fundo político, manifes-<br />
tações <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontentamento com o po<strong>de</strong>r da<br />
direção da escola através <strong>de</strong> passeatas.<br />
O CA não aceita o GM por achar a turma<br />
ligada ao po<strong>de</strong>r da burguesia, conchavada com<br />
o po<strong>de</strong>r econômico e sem real ativida<strong>de</strong> que<br />
vise o bem do estudante.<br />
TUCANOS TEM CANDIDATO<br />
O atual vereador José Nanei e o professor Santo André, pelo PSDB, o partido dos tuca- da<strong>de</strong>, eficiência e participação. O lançamento<br />
Acilino Belisomi foram lançados candidatos a nos. A candidatura do. vereador tem o apoio aconteceu na Câmara Municipal e agora a<br />
prefeito e vice-prefeito, respectivamente, em do FSB e PV. O lema da campanha é austeri- campanha vai para as ruas <strong>de</strong> Santo André.<br />
REGIÃO<br />
Com o objetivo <strong>de</strong> pressionar o governo fe<strong>de</strong>ral,<br />
a União dos Movimentos <strong>de</strong> Moradia <strong>de</strong> São Paulo<br />
organiz<strong>ou</strong> uma caravana a Brasília. Foram os gru-<br />
pos <strong>de</strong> favelas, cortiços, sem terra, aluguel, etc,<br />
juntos na incansável luta por moradia. Sete ônibus<br />
partiram com seus representantes no dia 14 <strong>de</strong><br />
agosto para cobrar das autorida<strong>de</strong>s fe<strong>de</strong>rais o que é<br />
direito do povo.<br />
Em Brasília, o movimento, <strong>de</strong>vido à gran<strong>de</strong><br />
pressão exercida, conseguiu conversar com os lí<strong>de</strong>-<br />
res <strong>de</strong> alguns partidos, o presi<strong>de</strong>nte da Constituin-<br />
te, Ulysses Guimarães, o presi<strong>de</strong>nte da Caixa<br />
Econômica, Maurício Viotti, o Ministro da Habi-<br />
tação, Prisco Viana, e assessores da Seplan, Secre-<br />
taria <strong>de</strong> Planejamento e Secretaria <strong>de</strong> Ação Comu-<br />
nitária-Seac.<br />
Durante os dias 15 e 16, Brasília teve uma nova<br />
população. Foram 450 pessoas. Entre elas, repre-<br />
sentantes <strong>de</strong> 74 entida<strong>de</strong>s: sete ônibus <strong>de</strong> São Pau-<br />
lo e um <strong>de</strong> Pernambuco. Todos cobrando <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />
financiamento até a construção em mutirão pelos<br />
próprios trabalhadores. Segundo o <strong>de</strong>putado fe<strong>de</strong>-<br />
ral Eduardo Jorge, <strong>de</strong> São Paulo, a pressão consti-<br />
tuiu-se em um significativo ato em relação à<br />
questão urbana.<br />
Terra<br />
e moradia já!<br />
As reivindicações foram muitas. Entre elas, po-<br />
<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>stacadas:<br />
- a <strong>de</strong>stinação dos recursos captados pela CEF,<br />
através do FGTS e p<strong>ou</strong>pança dos trabalhadores,<br />
para a construção em massa e imediata <strong>de</strong> casas<br />
populares.<br />
- participação dos movimentos organizados na<br />
gestão dos recursos e construção dos empreendi-<br />
mentos habitacionais.<br />
- repasse das verbas diretamente para as asso-<br />
ciações e cooperativas do movimento e que sejam<br />
respeitados os projetos já existentes.<br />
- que se aumente a dimensão das casas, <strong>de</strong> 25<br />
para 46 metros quadrados.<br />
- participação da Seac na compra dos terrenos.<br />
- que o movimento indique as áreas sujeitas à<br />
<strong>de</strong>sapropriação e compra.<br />
Além disto, o movimento fez exigências aos<br />
constituintes, a fim <strong>de</strong> ser facilitado o acesso do<br />
trabalhador à casa própria. Mas casas dignas <strong>de</strong><br />
morar...Entre as conquistas obtidas, uma politi-<br />
zação em relação à moradia foi importante vitória.<br />
O povo mostr<strong>ou</strong> que quer fazer valer seus direi-<br />
tos e que governo nenhum po<strong>de</strong>rá segurar essa lu-<br />
ta. O lema é claro: "terra e moradia já!"<br />
O que e e a quem serve a TFP<br />
Tal a importância do assunto, o Espalha Fatos<br />
publica em três números (setembro, <strong>ou</strong>tubro e no-<br />
vembro) uma reportagem que saiu originalmente na<br />
revista Manchete, sobre a Tradição, Família e Pro-<br />
prieda<strong>de</strong>, a TFP. Aqui em Santo André o pessoal<br />
da TFP está mais centralizado na Vila Clarissa.<br />
Portanto, é bom saber com quem estamos lidando.<br />
Leia a primeira parte da reportagem neste número:<br />
- O QUE E A TFP -<br />
No início, quando eles apareciam nas ruas com<br />
suas túnicas vermelhas e sua pregação ortodoxa,<br />
todo mundo pensava que se tratava <strong>de</strong> um movi-<br />
mento religioso inofensivo. Depois eles passaram a<br />
usar a violência e a se a<strong>de</strong>strar no manejo <strong>de</strong> armas<br />
automáticas.<br />
Os militantes da TFP no Norte Fluminense nu-<br />
trem verda<strong>de</strong>iro ódio pelo Papa João Paulo n, que<br />
eles qualificam <strong>de</strong> "aliado do comunismo interna-<br />
cional". Esse ódio é tamanho que durante os<br />
exercícios <strong>de</strong> tiro praticados nos fins <strong>de</strong> semana em<br />
algumas proprieda<strong>de</strong>s, o retrato <strong>de</strong> Karo Wojtyla é<br />
o alvo favorito e os atiradores vibram quando lhe<br />
acertam o rosto.<br />
CALCULA-SE QUE EXISTEM ATUAUtfENTC<br />
NO BRASIL MAIS DE 10 MIL MILITANTES<br />
DA TFP TREINADOS PARA A<br />
LUTA ARMADA<br />
A história parece ficção. Um homem rico, Plínio<br />
Correia <strong>de</strong> Oliveira, paulista <strong>de</strong> nascimento, consi-<br />
<strong>de</strong>rado um verda<strong>de</strong>iro gênio por seus seguidores,<br />
i<strong>de</strong>aliz<strong>ou</strong> há tempos a organização <strong>de</strong> um exército<br />
internacional para salvar a humanida<strong>de</strong>. Inicial-<br />
mente, contava com um grupo reduzido, <strong>de</strong>nomi-<br />
nado Tradição, Família e Proprieda<strong>de</strong>. Trata-se <strong>de</strong><br />
um grupo <strong>de</strong> extrema-direita, cujos membros apa-<br />
reciam freqüentemente nas ruas das principais ci-<br />
da<strong>de</strong>s brasileiras, conduzindo um estandarte ver-<br />
melho que tem como símbolo central um leão. To-<br />
dos <strong>de</strong> boa aparência, os militantes da TFP nunca<br />
foram levados muito a sério. Aparentemente ino-<br />
fensivos, costumam bater tambores, fazendo pro-<br />
paganda contra o comunismo.<br />
Mas, como todas as organizações acabam tendo<br />
suas dissidências, sempre é possível encontrar uma<br />
brecha para tomar conhecimento <strong>de</strong> seus principais<br />
segredos. Foi, aliás, isto o que aconteceu agora, a<br />
propósito dos acontecimentos centralizados no<br />
Norte Fluminense. A idéia <strong>de</strong> Plínio Oliveira é ba-<br />
seada na aparição <strong>de</strong> Nossa Senhora <strong>de</strong> Fátima, em<br />
1917, em Portugal Na oportunida<strong>de</strong>, a Santa teria<br />
feito três previsões, acrescentando: "Por fim meu<br />
coração triunfará.. ".<br />
Na lavagem cerebral dos jovens é incutido que<br />
dos segredos revelados e que foram guardados du-<br />
rante muito tempo pelo Vaticano, dois já se-toma-<br />
ram realida<strong>de</strong>. O primeiro diz respeito à Rússia: se<br />
o mundo não se convertesse, esse país dominaria<br />
<strong>ou</strong>tros países... Os a<strong>de</strong>ptos da TFP não especifi-<br />
cam esta <strong>ou</strong> aquela nação, dizendo simplesmente<br />
que os russos já dominam a humanida<strong>de</strong>. Quem<br />
não é pela TFP está do <strong>ou</strong>tro lado do muro, e até<br />
João Paulo 11 foi tachado comunista...<br />
O segundo segredo diz respeito à Segunda<br />
Guerra Mundial. O terceiro, consi<strong>de</strong>rado o Gran<strong>de</strong><br />
Segredo, e que <strong>de</strong>veria ser divulgado pelo Papa<br />
João XXIU, em 1980, não foi ainda revelado em<br />
virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua gravida<strong>de</strong>. João XXIU morreu e a<br />
revelação pública não foi feita. Mas a TFP diz ter<br />
conhecimento do segredo. E garante que ainda<br />
neste século haverá uma hecatombe mundial.<br />
Guerras convencionais e atômicas. A terra - juram<br />
- passará por um longo período <strong>de</strong> nova cristiani-<br />
zação, mas para que isso aconteça terá <strong>de</strong> ser or-<br />
ganizado um exército internacional, uma espécie<br />
<strong>de</strong> nova inquisição, a fim <strong>de</strong> obrigar os infiéis a<br />
seguirem a d<strong>ou</strong>trina <strong>de</strong> Cristo. Devem também os<br />
membros da TFP estar preparados para a eventua-<br />
lida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma guerrilha. O lema da entida<strong>de</strong> é: a<br />
melhor <strong>de</strong>fesa é o ataque. Baseados nessa con-<br />
vicção praticam luta livre, judô e boxe. Sempre<br />
vestidos <strong>de</strong> azul, com carros também azuis, quando<br />
transitam, aos pares, pelas ruas <strong>de</strong> Campos, Itape-<br />
runa, São FidéUs e <strong>de</strong>mais cida<strong>de</strong>s do Norte Flu-<br />
minense, o povo murmura:<br />
"Cuidado, lá vem eles!"<br />
Não falam com ninguém, e agri<strong>de</strong>m os que <strong>ou</strong>-<br />
sam interpelá-los.
m^<br />
Bang-bang na eleição<br />
Mais uma vez, em época <strong>de</strong> eleição<br />
sindical. Santo André vive momentos<br />
<strong>de</strong> tensão e violência antes dos traba-<br />
lhadores irem às umas. Parece que<br />
tem gente achando que com bala se<br />
ganha voto. Estamos assistindo e<br />
acompanhando as acusações dirigidas<br />
à chapa 2 pelo presi<strong>de</strong>nte do Sindicato<br />
dos Químicos do ABC, Agenor Narci-<br />
so, candidato à reeleição. Segundo<br />
ele, em entrevista ao Espalha Fatos,<br />
"está criado o jaguncismo na porta<br />
das fábricas, com o que não concor-<br />
damos. A chapa 2 não tem propostas<br />
concretas e, portanto, usa a violência<br />
como meio <strong>de</strong> convencer os trabalha-<br />
dores. Isto é um absurdo".<br />
A chapa 2, <strong>de</strong> oposição, conhecida<br />
por sua visão assistencialista em re-<br />
lação ao sindicato, cai em contra-<br />
dição. Um <strong>de</strong> seus membros, Joaquim<br />
Alencar, disse que "a chapa aceita<br />
apoio <strong>de</strong> todas as centrais sindicais,<br />
menos da CUT".<br />
As eleições para o Sindicato serão<br />
nos dias 27, 28, 29 e 30 <strong>de</strong>ste mês.<br />
Todos querem, pelo menos teorica-<br />
mente, que as eleições corram em um<br />
clima <strong>de</strong>mocrático. E <strong>de</strong>mocracia, a<br />
não ser em casos especiais, não se ga-<br />
nha com balas.<br />
Os químicos em condições <strong>de</strong> voto<br />
já chegam ali mil, e as eleições pro-<br />
metem ser as mais concorridas dos úl-<br />
timos anos. Discutir suas propostas,<br />
lutar pela direção do sindicato, correr<br />
atrás do voto dos trabalhadores, tudo<br />
é permitido. Menos, é evi<strong>de</strong>nte, atirar<br />
em um companheiro <strong>de</strong> trabalho, o<br />
que acab<strong>ou</strong> ocorrendo em Santo An-<br />
dré. Atitu<strong>de</strong> que envergonha a cida<strong>de</strong>,<br />
não resta a menor dúvida. Chega <strong>de</strong><br />
violência e salve a <strong>de</strong>mocracia e as<br />
eleições limpas...<br />
Direito irrestrito <strong>de</strong> greve<br />
Após muitos anos convivendo com<br />
uma legislação <strong>de</strong> inspiração fascista,<br />
os trabalhadores brasileiros finalmente<br />
conseguiram o direito irrestrito <strong>de</strong><br />
greve, aprovado no dia 16 <strong>de</strong> agosto<br />
<strong>de</strong> 1988, pela Constituinte Este direi-<br />
to legaliza gran<strong>de</strong> parte das parali-<br />
sações que, atualmente, a Justiça do<br />
Trabalho julga ilegais.<br />
Na prática, os trabalhadores já qua-<br />
se não seguem o procedimento impos-<br />
to pela atual lei, embora esta os obri-<br />
gue. Assim, muitos movimentos ocor-<br />
ridos na Nova República eram consi-<br />
<strong>de</strong>rados ilegais. A <strong>de</strong>cisão do Con-<br />
gresso Constituinte apenas legaliza o<br />
que já era um fato e consi<strong>de</strong>rado legí-<br />
timo pelos trabalhadores.<br />
Pelos dados do Ministério do Tra-<br />
balho, durante o governo Samey ocor-<br />
reu uma média <strong>de</strong> 4,3 greves por dia:<br />
20,4 milhões <strong>de</strong> trabalhadores fizeram<br />
5.403 greves durante todo o governo<br />
Samey. Apesar <strong>de</strong> um <strong>de</strong>clínio signi-<br />
ficativo nas greves neste primeiro se-<br />
mestre <strong>de</strong> 1988 (cerca <strong>de</strong> 31% a me-<br />
nos comparado com igual período do<br />
ano passado), este número ainda assim<br />
é muito expressivo: se os trabalhado-<br />
res levaram todo o ano <strong>de</strong> 1985 para<br />
fazer 843 greves, em 1988, só <strong>de</strong> ja-<br />
neiro a maio, fizeram 872. A pesquisa<br />
feita pelo Ministério do Trabalho in-<br />
dica que nos primeiros seis meses <strong>de</strong>s-<br />
te ano só os funcionários públicos,<br />
uma categoria que a lei proíbe que fa-<br />
ça greves, foram os que mais pararam<br />
este ano: 2 milhões <strong>de</strong> servidores en-<br />
tre janeiro e maio. No mesmo período,<br />
431 mil trabalhadores na indústria pa-<br />
ralisaram suas ativida<strong>de</strong>s.<br />
O direito irrestrito <strong>de</strong> greve também<br />
represent<strong>ou</strong> uma <strong>de</strong>rrota para a políti-<br />
ca trabalhista do governo fe<strong>de</strong>ral, ex-<br />
tremamente tímida e nada inovadora,<br />
pois continua recorrendo a leis auto-<br />
ritárias.<br />
COMISSÃO DE<br />
A origem da proposta das co-<br />
missões <strong>de</strong> fábrica está na própria<br />
história da classe operária brasileira.<br />
Antes <strong>de</strong> 1930, os trabalhadores já se<br />
organizavam <strong>de</strong>ntro das empresas <strong>ou</strong><br />
por ofícios. Com Getúlio Vargas, mu-<br />
d<strong>ou</strong> a direção do movimento sindical<br />
brasileiro, sendo criada a atual estru-<br />
tura sindical, ligada ao governo. De-<br />
pois da <strong>de</strong>rrota do movimento operá-<br />
rio em 1964, alguns sindicalistas to-<br />
maram a iniciativa <strong>de</strong> organização <strong>de</strong><br />
grupos <strong>de</strong> fábrica.<br />
Basicamente, as comissões <strong>de</strong> fá-<br />
brica <strong>de</strong>vem ser eleitas por todos os<br />
trabalhadores, com representantes <strong>de</strong><br />
todas as seções. Ela <strong>de</strong>ve negociar os<br />
interesses dos trabalhadores, mas a<br />
<strong>de</strong>cisão final é da assembléia da clas-<br />
se.<br />
Des<strong>de</strong> o início, as comissões assu-<br />
mem a <strong>de</strong>fesa dos trabalhadores. Por<br />
isto são atacadas pelos patrões e pelos<br />
dirigentes sindicais pelegos. Esses pe-<br />
legos, quando se colocam contra as<br />
comissões, expressam o pavor dos pa-<br />
trões e do governo frente à organi-<br />
FÁBRICA<br />
zação in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte dos trabalhadores.<br />
Várias tentativas <strong>de</strong> enrolar as co-<br />
missões têm surgido. Pressão dos pa-<br />
trões, <strong>de</strong>smoralização do pessoal, <strong>de</strong>s-<br />
vio da atenção dos reais motivos <strong>de</strong><br />
luta, ameaças <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego.<br />
As comissões <strong>de</strong> fábrica são hoje<br />
um divisor <strong>de</strong> águas. Quem está con-<br />
tra fica contra o movimento operário e<br />
acaba <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo o patrão. Toda co-<br />
missão <strong>de</strong> fábrica consciente, que pre-<br />
ten<strong>de</strong> trabalhar para a classe trabalha-<br />
dora, <strong>de</strong>ve compreen<strong>de</strong>r com clareza<br />
seus objetivos:<br />
1 - a luta pela conquista das reivin-<br />
dicações mais sentidas;<br />
2 - a elevação do nível <strong>de</strong> cons-<br />
ciência e organização política da clas-<br />
se;<br />
Estes dois objetivos estão ligados<br />
entre si. Depen<strong>de</strong>m um do <strong>ou</strong>tro para<br />
que o trabalho avance e tenha êxito.<br />
Devemos, através da luta <strong>de</strong> classes,<br />
criar condições para que os compa-<br />
nheiros <strong>de</strong>scubram a contradição irre-<br />
conciliável existente entre os seus in-<br />
teresses e os interesses capitalistas.<br />
Sindicato edita livro<br />
Novida<strong>de</strong> no mercado editorial: foi<br />
lançado o primeiro livro editado por um<br />
sindicato. O infan to-juvenil Quando os<br />
pássaros foram à luta, do veterano jor-<br />
nalista sindical Antônio Carlos Felix<br />
Nunes, publicado pelo Sindicato dos Vi-<br />
dreiros <strong>de</strong> São Paulo. Waldir Carlos<br />
Ferreira, presi<strong>de</strong>nte do Sindicato, acre-<br />
dita que a iniciativa irá motivar <strong>ou</strong>tras<br />
entida<strong>de</strong>s a entrarem na área.<br />
Quando os pássaros foram à luta<br />
conta a história <strong>de</strong> um bando <strong>de</strong> passari-<br />
nhos que <strong>de</strong>cidiu se unir para proteger a<br />
natureza a que pertencem. E <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />
muita luta, percebem que não po<strong>de</strong>rão<br />
<strong>de</strong>scansar "enquanto os homens não<br />
construírem um regime social em que<br />
eles próprios (os homens) vivam em paz,<br />
sem essas disputas <strong>de</strong>siguais pelo resul-<br />
tado do trabalho e <strong>de</strong>sfrute da terra". O<br />
Sindicato dos Vidreiros fica na av. Ran-<br />
gel Pestana, 1187 - tel. 228-3088 - São<br />
Paulo.<br />
-
Nos dias 23, 24 e 25 <strong>de</strong> novembro,<br />
acontecerá a Semana da Pastoral<br />
Operária, a partir das 20 horas, com<br />
os <strong>de</strong>bates versando sobre as conquis-<br />
tas obtidas na Constituinte e como<br />
po<strong>de</strong>rão ser aproveitadas pelos traba-<br />
lhadores. O pessoal da PO fez questão<br />
<strong>de</strong> dar o aviso com antecedência (afi-<br />
nal, são mais <strong>de</strong> dois meses) a fim <strong>de</strong><br />
De 17 a 21 <strong>de</strong> <strong>ou</strong>tubro, acontecerá<br />
em Curitiba o Capítulo Provincial da<br />
Or<strong>de</strong>m dos Franciscanos Menores<br />
Conventuais, uma espécie <strong>de</strong> Assem-<br />
bléia geral da Or<strong>de</strong>m, com a presença<br />
ie 44 fra<strong>de</strong>s. Eles vão fazer o Capítu-<br />
lo em dois turnos. Em <strong>ou</strong>tubro, vão<br />
analisar os três anos <strong>de</strong> trabalho e ele-<br />
ger o ministro geral e os quatro <strong>de</strong>fi-<br />
Semana<br />
da<br />
Pastoral Operária<br />
ir movimentando os trabalhadores, le-<br />
vando muita gente à Paróquia São Fe-<br />
lipe, no Parque das Américas, em<br />
Mauá.<br />
Quem quiser mais <strong>de</strong>talhes, po<strong>de</strong><br />
telefonar para o padre Ângelo, no<br />
número 450.6122, <strong>ou</strong> então ir direta-<br />
mente à rua América do Sul, 780, no<br />
Parq e das Américas.<br />
Franciscanos<br />
discutem mudanças<br />
nidores. Em janeiro, na segunda eta-<br />
pa, os franciscanos vão programar os<br />
três próximos anos, confirmando <strong>ou</strong><br />
não as mudanças dos fra<strong>de</strong>s.<br />
Os franciscanos conventuais, uma<br />
das três divisões dos franciscanos, têm<br />
trabalhado em quatro estados: Bahia,<br />
Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, Paraná e São Pau-<br />
lo.<br />
Pastoral da Juventu<strong>de</strong>:<br />
A Pastoral da Juventu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Utinga<br />
promove, dia 9 <strong>de</strong> <strong>ou</strong>tubro, das 9 às<br />
17 horas, o Encontro das Comunida-<br />
<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Jovens, na Paróquia Nossa Se-<br />
nhora do Bom Parto. O Encontro será<br />
encontro sobre gênesis<br />
sobre o Gênesis, o primeiro livro da<br />
Bíblia. Des<strong>de</strong> já, começam os prepara-<br />
tivos e o interesse da PJ é dar for-<br />
mação bíblica aos jovens. Todos estão<br />
convidados a participar e po<strong>de</strong>m obter<br />
informações junto à região Utinga.<br />
Tem festa no Bonfim!<br />
Tem festa no Bonfim! Dias 10 e<br />
11, 17 e 18 <strong>de</strong>ste mês, no Parque das<br />
Nações, em Santo André, haverá sor-<br />
teios, alegria, doces, salgados e muita<br />
animação. Tudo a partir das 19 horas,<br />
não se esqueça! E no dia 25, no salão<br />
atrás da Igreja, uma boa feijoada vai<br />
ter lugar. Começando às llhSOm, a<br />
600 cruzados a porção. O pessoal po-<br />
<strong>de</strong> comer lá mesmo no local <strong>ou</strong> então<br />
levar a bóia pra casa.<br />
A festa é tradicional e todo ano<br />
tem. Como lembrança, é importante<br />
frisar que o crucifixo da igreja é répli-<br />
ca do que existe em Senhor do Bon-<br />
fim, na Bahia, feito em jàcarandá pelo<br />
artista José Ferreira da Silva, e foi<br />
doação do povo católico baiano ao <strong>de</strong><br />
Santo André, em 1948. Naquela épo-<br />
ca, a Igreja do Bonfim, <strong>de</strong> Santo An-<br />
dré, era a mais pobre'da ArquidiOfceSe<br />
--.-.<strong>de</strong>'-São Paula. .>».-.-<br />
^<br />
m {sm BOMã<br />
O padre Otaviano Bispo <strong>de</strong> S<strong>ou</strong>za, <strong>de</strong> 40 anos, está morando em Alme-<br />
nara, cida<strong>de</strong> do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Quem é mineiro,<br />
sabe como a região é pobre. Ele é responsável por 40 cida<strong>de</strong>s e em setem-<br />
bro, mês da Bíblia, resolveu inovar: quer distribuir a Bíblia entre seus pa-<br />
roquianos. Por isto, está pedindo a ajuda <strong>de</strong> quem pu<strong>de</strong>r entregar um<br />
exemplar, ajudando o padre Otaviano e levar adiante seu trabalho pastoral.<br />
Outras informações pelo telefone (011) 930287. E um gesto concreto <strong>de</strong><br />
amor.<br />
Mês da Bíblia. Mês dos Salmos. O<br />
Salmo é uma maneira muito especial<br />
<strong>de</strong> dialogar com Deus, <strong>de</strong> orar. O sal-<br />
mo é uma oração cantada e acompa-<br />
nhada <strong>de</strong> instrumentos musicais. E<br />
cantar não é uma maneira muito espe-<br />
cial <strong>de</strong> orar? Setembro - mês da Bí-<br />
blia. Vamos rezar a vida palmo a pal-<br />
mo - Animar a luta salmo a salmo.<br />
Ler uma história é uma coisa. Ler<br />
um salmo é <strong>ou</strong>tra, muito diferente. A<br />
história é como a vereda <strong>de</strong> luz rom-<br />
pendo a escuridão da mata. O^Salmo é<br />
.um-sopro,, um animes-uma coragem.<br />
SETEMBRO:<br />
MÊS DA BÍBLIA<br />
Para ler os salmos, verda<strong>de</strong>iramente,<br />
precisamos <strong>de</strong> um espírito crítico e um<br />
corpo criativo.<br />
O povo <strong>de</strong> Israel usava essa forma<br />
especial <strong>de</strong> animar a luta. A caminha-<br />
da era difícil: vitórias,| <strong>de</strong>rrotas, can-<br />
saços, alegrias. E em todos esses mo-<br />
mentos, misturando todas as experiên-<br />
cias - e esperanças, o povo se reunia<br />
para criar e rezar os seus salmos.<br />
Também aqui, no Brasil <strong>de</strong> agora,<br />
nós continuamos aquela caminhada<br />
pela libertação. E continuamos<br />
"támbêM, latino-americanamentç,<br />
•criando e rezando os nosse» salmo» .
SANTO<br />
DOMES<br />
São Cosme<br />
e Damião<br />
Setembro também é mês <strong>de</strong> São Cosme e Damião, os<br />
santos dos médicos, farmacêuticos e das balas e doces.<br />
O fato <strong>de</strong> São Cosme Damião serem irmãos é apenas<br />
uma opinião, conforme registrai a história. Mas tem todas<br />
as evidências <strong>de</strong> ser verda<strong>de</strong>. Eles curavam todas as enfer-<br />
mida<strong>de</strong>s dos animais e do povo, fazendo tudo gratuitamen-<br />
te. Foram perseguidos e mortos <strong>de</strong>capitados. A <strong>morte</strong> <strong>de</strong><br />
ambos, inclusive, tem passagens emocionantes: con<strong>de</strong>na-<br />
dos, as pessoas atiravam-lhes pedras, mas elas voltavam<br />
contra os perseguidores. Colocados em um paredão, as fle-<br />
chas dos soldados voltavam e matavam quem estivesse ati-<br />
rando. Os seus carrascos tiveram, então, <strong>de</strong> recorrer à es-<br />
pada para acabar com suas vidas.<br />
O NOSSO TIME<br />
A equipe <strong>de</strong> lazer da Igreja Nosso Senhor do Bonfim,<br />
que tem como responsáveis o José Antônio Rodrigues, o<br />
popular Zezinho, e o João Teixeira, está <strong>de</strong>senvolvendo um<br />
significativo trabalho junto à meninada do Parque das<br />
Nações, em Santo André. É o seguinte: a meninada que<br />
não encontrava um único espaço <strong>de</strong> lazer, pass<strong>ou</strong> a ir jogar<br />
bola no campo da Igreja, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> ficar sem algo para<br />
fazer. Então a coisa peg<strong>ou</strong>. Com o esporte e o trabalho <strong>de</strong><br />
acompanhamento <strong>de</strong>senvolvidos, a meninada não fica pe-<br />
rambulando, evitando contato com um mundo marginal,<br />
sempre pronto a apanhar os mais ingênuos e <strong>de</strong>spreveni-<br />
dos. Mas o Zezinho e o João Teixeira querem mais gente na<br />
GENTE DO POVO<br />
D. Maria Buzetto:<br />
receita <strong>de</strong> vida longa<br />
Dona Maria Mesqui-<br />
m Buzetto (na foto é a<br />
do meio) nasceu no dia<br />
23 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1917<br />
(vai fazer 71 anos) em<br />
Serra Negra, bairro dos<br />
Frói, aqui mesmo no es-<br />
tado <strong>de</strong> São Paulo. Veio<br />
para Santo André em<br />
1943 e mora em Santa<br />
Terezinha há 20 anos.<br />
Ela tem três filhas, seis netos e está ansiosa pela che-<br />
gado do primeiro bisneto, que virá em <strong>de</strong>zembro. Já fez<br />
muitas coisas na vida. Trabalh<strong>ou</strong> na Swift enchendo sal-<br />
sicha, lingüiça, morta<strong>de</strong>la...Isto quando as coisas eram<br />
mais saudáveis.. .Depois foi ser sacoleira. Quem não sa-<br />
be e não conhece as dificulda<strong>de</strong>s em ven<strong>de</strong>r as coisas, <strong>de</strong><br />
porta em porta?<br />
Aí junt<strong>ou</strong> uns trocados, um tostão daqui e <strong>de</strong> lá, e vi-<br />
r<strong>ou</strong> comerciante. Abriu uma porta <strong>de</strong> loja em frente à<br />
sua casa e nos fundos cuidava da casa e das filhas, e no<br />
balcão atendia a freguesia. Só <strong>de</strong>ix<strong>ou</strong> <strong>de</strong> trabalhar fora<br />
quando se mud<strong>ou</strong> para Santa Terezinha. No bairro con-<br />
tinua ativa, faz parte da comissão <strong>de</strong> festa da paróquia,<br />
ajuda nos trabalhos da quermesse, chás beneficentes,<br />
limpeza <strong>de</strong> igreja. E ótima costureira. Faz parte dos vi-<br />
centinos há 14 anos. Tem um pedaço <strong>de</strong> terra em Socor-<br />
ro, e quando sobra tempo cuida das verduras da hotta.<br />
Eis aí uma boa receita <strong>de</strong> longevida<strong>de</strong>. .Ah, tem mais:<br />
ela também trabalha com os pobres <strong>de</strong> rua...<br />
história, pois atualmente são cerca <strong>de</strong> 150 meninos interessados.<br />
Vejam aí as fotos <strong>de</strong> dois times. Vejam o físico dos meninos, que<br />
coisa mais parecida com o Maguila...Brinca<strong>de</strong>ira...São meninos<br />
saudáveis, cheios <strong>de</strong> vida. Bola pra frente, rapaziada e também<br />
pro Zezinho e pro João. E sempre legal ver a rapaziada sadia, se<br />
divertindo e conversando sobre as coisas da ida<strong>de</strong>.<br />
NOME<br />
ENDEREÇO<br />
CEP<br />
ESTADO<br />
O Espalha Fatos é o jornal oficial do <strong>Centro</strong> <strong>de</strong><br />
Pastoral-da Comunicação - PACOM - situado à rua<br />
Iugoslávia, 384, Parque das Nações, CEP 09280, Santo<br />
André. SP, fone: (011) 415 5282<br />
-' ■, . IMPRESSO ■<br />
O Espalha Fatos é o jornal da região do Gran<strong>de</strong> ABC<br />
que divulga a luta do movimento popular, sindical e pastoral.<br />
Assinatura anual CzS 400,00.<br />
. BAIRRO. . CIDADE.<br />
. TELEFONE.<br />
NUMERO DO CHEQUE OU VALE POSTAL.<br />
Envie cheque em nome do <strong>Centro</strong> <strong>de</strong> Pastoral da Comunicação - PACOM<br />
no en<strong>de</strong>reço abaixo.<br />
•> y y > f » J • ', ',-v-' ?,v,v.f » .<br />
1<br />
. . ■ í - _ , *<br />
RECURSOS<br />
Kairós <strong>Centro</strong>-Americano; um Desa-<br />
fio às Igrejas e ao Mundo. Este é o no-<br />
me do documento elaborado por pasto-<br />
res, bispos e agentes <strong>de</strong> pastoral da<br />
América Central, sobre a realida<strong>de</strong><br />
eclesial e política vivida pelo sofrido<br />
povo irmão, em luta constante e há mui-<br />
tos anos por sua integral libertação.<br />
Em São Paulo, o lançamento foi rea-<br />
lizado no Colégio do Carmo, na terça-<br />
feira, 30 <strong>de</strong> agosto. Muita gente, perto<br />
<strong>de</strong> 200 pessoas, particip<strong>ou</strong> do lança-<br />
mento, que teve momentos emocionan-<br />
tes: pessoas <strong>de</strong> diversos países da Amé-<br />
rica Central prestaram seu <strong>de</strong>poimento<br />
sobre sua realida<strong>de</strong> específica.<br />
O documento Kairós está sendo pu-<br />
blicado pelo Serviço Informativo sobre<br />
a América Central-Sisac, que se <strong>de</strong>stina<br />
à divulgação <strong>de</strong> textos significativos pa-<br />
ra a compreensão da realida<strong>de</strong> centro-<br />
ameicana. Mais informações e pedidos<br />
po<strong>de</strong>m ser feitos pelo telefone (011)<br />
2896660, <strong>ou</strong> então à rua Martiniano <strong>de</strong><br />
Carvalho, 114, CEP 0I32I, São Paulo,<br />
SP A leitura do documento é recomen-<br />
dada enfaticamente, a fim <strong>de</strong> nos unir-<br />
mos à luta <strong>de</strong> nossos irmãos centro-<br />
americana.,<br />
2 O Jornal das CEBs - Já está circu-<br />
lando o primeiro número do boletim A<br />
Caminho, divulgando os preparativos<br />
do 7- Encontro Intereclesial das Comu-<br />
nida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Base do Brasil, que será rea-<br />
lizado em Duque <strong>de</strong> Caxias, dos dias 10<br />
a 14 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1989. O lema que ilu-<br />
minará o encontro é Povo <strong>de</strong> Deus, na<br />
América I .atina, a Caminho da Liber-<br />
tação.<br />
Na Pacom você po<strong>de</strong> ter mais infor-<br />
mações sobre o boletim, e até mesmo<br />
sobre o encontro. E quem <strong>de</strong>sejar rece-<br />
ber o impresso, escreva para Av. Presi-<br />
<strong>de</strong>nte Kennedy, 1861, CEP 25020, Du-<br />
que <strong>de</strong> Caxias, RJ.