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Consenso - Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia

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<strong>Consenso</strong> Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 29, Nº 1, 2006 37<br />

fungos são alérgenos importantes que proliferam<br />

Os<br />

quando há vazamento ou umida<strong>de</strong> excessi-<br />

principalmente<br />

no ambiente. Sintomas persistentes que se agravam<br />

va<br />

o tempo frio e úmido sugerem hipersensibilida<strong>de</strong> ao<br />

com<br />

Plantas no interior do domicílio po<strong>de</strong>m funcionar<br />

mofo.<br />

reservatório <strong>de</strong> fungos. Os principais fungos incrimi-<br />

como<br />

em alergia são Cladosporium sp, Aspergillus sp, Alnados<br />

sp e Penicillium notatum.<br />

ternaria<br />

baratas continuamente <strong>de</strong>spren<strong>de</strong>m proteínas ori-<br />

As<br />

da renovação e <strong>de</strong>composição corporal, provenienundas<br />

da saliva, secreções e material fecal, que po<strong>de</strong>m comtes<br />

a poeira domiciliar, mesmo em edifícios que parecem<br />

por<br />

livres <strong>de</strong> infestação. Apesar disto, a sensibilização a<br />

estar<br />

insetos parece ser mais freqüente em famílias <strong>de</strong><br />

estes<br />

classes sociais <strong>de</strong>sfavorecidas e tem sido associada a ma-<br />

Quadro 1 - Fatores <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>antes da rinite.<br />

Aeroalérgenos<br />

Irritantes e poluentes<br />

clínica <strong>de</strong> rinite alérgica acompanhada <strong>de</strong> asma<br />

nifestação<br />

maior gravida<strong>de</strong>. As espécies mais comuns no Brasil são<br />

<strong>de</strong><br />

Blatella germanica e a Periplaneta americana.<br />

a<br />

sensibilização a alérgenos liberados <strong>de</strong> animais, po<strong>de</strong><br />

A<br />

por exposição direta (presença do animal no ambi-<br />

ocorrer<br />

ou mesmo indireta (transporte passivo do aeroalérente)<br />

O alérgeno principal do gato é produzido pelas glângeno).<br />

sebáceas e secretado na pele. Excreção semelhante<br />

dulas<br />

nos cães, apesar <strong>de</strong>ste ser uma fonte menos poten-<br />

ocorre<br />

<strong>de</strong> alérgeno. Proteínas <strong>de</strong> animais roedores, como os<br />

te<br />

são altamente alergênicos. Há evidências <strong>de</strong> que<br />

hamsters,<br />

exposição a animais domésticos como gato e cão em<br />

a<br />

fase precoce da vida, antes da ocorrência <strong>de</strong> sensibili-<br />

uma<br />

po<strong>de</strong> ter efeito protetor quanto à sensibilização atózação, <br />

pica e manifestações alérgicas.<br />

ácaros da poeira: Dermatophagoi<strong>de</strong>s pteronyssinus, Dermatophagoi<strong>de</strong>s farinae, Blomia tropicalis<br />

fungos: Cladosporium sp, Aspergillus sp, Alternaria sp , Penicillium notatum<br />

baratas: Blatella germanica , Periplaneta americana<br />

animais: gato, cão, hamster<br />

polens: Lolium multiflorum<br />

ocupacionais: trigo, poeira <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, <strong>de</strong>tergentes, látex<br />

intradomiciliares: fumaça <strong>de</strong> cigarro, poluentes ambientais<br />

extra-domiciliares: ozônio, óxidos do nitrogênio , dióxido <strong>de</strong> enxofre<br />

alérgenos ocupacionais estão potencialmente pre-<br />

Os<br />

na poeira do trigo, do trabalho em ma<strong>de</strong>ira e <strong>de</strong><br />

sentes<br />

<strong>de</strong>tergentes. A alergia ao látex em trabalhadores<br />

produtos<br />

área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> também po<strong>de</strong> se manifestar por sintomas<br />

da<br />

rinite. <strong>de</strong><br />

Brasil, a alergia ao pólen foi documentada nos esta-<br />

No<br />

da região Sul, on<strong>de</strong> as modificações climáticas, estados<br />

do ano melhor <strong>de</strong>finidas e o cultivo <strong>de</strong> plantas alergêções<br />

(ex: Lolium multiflorum) po<strong>de</strong>m ser os responsáveis<br />

nicas<br />

estabelecimento <strong>de</strong> alergia com caráter estacional<br />

pelo<br />

Além da ocorrência <strong>de</strong> rinite, uma característica<br />

(polinose).<br />

polinose é a conjuntivite alérgica. Em geral, os sintomas<br />

da<br />

estão presentes entre os meses <strong>de</strong> outubro e <strong>de</strong>zembro.<br />

Irritantes da mucosa respiratória<br />

3.3.2.<br />

mais importantes são a exposição ao fumo e a po-<br />

Os<br />

ambiental.<br />

luição<br />

exposição ao fumo é o maior agressor e principal<br />

A<br />

inalável intradomiciliar que agri<strong>de</strong> diretamente o<br />

poluente<br />

nasal e po<strong>de</strong> <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar e agravar a rinite alérgi-<br />

epitélio<br />

Além disso, o hábito <strong>de</strong> fumar potencializa a sensibilica.<br />

a haptenos no ambiente <strong>de</strong> trabalho.<br />

zação<br />

poluição ambiental cada vez mais apresenta evidên-<br />

A<br />

epi<strong>de</strong>miológica <strong>de</strong> fator precipitante e agravante <strong>de</strong> ricia<br />

alérgica. Ozônio, óxidos do nitrogênio e dióxido <strong>de</strong> ennite<br />

são os principais poluentes oriundos da combustão<br />

xofre<br />

<strong>de</strong>rivados do petróleo eliminados pela fumaça do esca-<br />

dos<br />

<strong>de</strong> automóveis, existentes nas áreas <strong>de</strong> tráfego<br />

pamento<br />

intenso, que po<strong>de</strong>m agredir diretamente a mucosa respira-<br />

A exaustão do diesel po<strong>de</strong> potencializar a formação<br />

tória.<br />

moléculas <strong>de</strong> IgE, bem como facilitar a a<strong>de</strong>são do alér-<br />

<strong>de</strong><br />

ao epitélio respiratório, <strong>de</strong>sta forma contribui para a<br />

geno<br />

da inflamação alérgica. A concentração <strong>de</strong> 0,4<br />

perpetuação<br />

induz um processo inflamatório neutrofílico em indiví-<br />

ppm<br />

saudáveis, bem como aumento <strong>de</strong> triptase, o que suduos<br />

que o efeito nocivo <strong>de</strong>ste irritante po<strong>de</strong> ser boem maior<br />

gere<br />

alérgicos. Poluentes intradomiciliares também são no-<br />

nos<br />

pois os pacientes são usualmente hipersensíveis a<br />

civos,<br />

não específicos como perfumes, <strong>de</strong>sodorantes,<br />

irritantes<br />

químicos usados na limpeza, odores fortes e gás<br />

produtos<br />

cozinha.<br />

<strong>de</strong><br />

Outros fatores associados<br />

3.3.3.<br />

antiinflamatórios não-hormonais, <strong>de</strong>ntre os quais<br />

Os<br />

o ácido acetil-salicílico, po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar ou<br />

<strong>de</strong>staca-se<br />

rinite alérgica e asma, principalmente em adultos.<br />

agravar<br />

corantes e conservantes alimentares raramente<br />

Alimentos,<br />

induzir rinite alérgica.<br />

po<strong>de</strong>m<br />

Imunopatogenia<br />

3.4.<br />

rinite alérgica é conseqüência <strong>de</strong> reação <strong>de</strong> hipersen-<br />

A<br />

mediada por anticorpos IgE a alérgenos especísibilida<strong>de</strong><br />

que ocorre em indivíduos geneticamente predisposficos,<br />

e sensibilizados.<br />

tos<br />

fase <strong>de</strong> sensibilização do processo alérgico inicia-se<br />

A<br />

o processamento e apresentação <strong>de</strong> fragmentos do<br />

com<br />

por Células Apresentadoras <strong>de</strong> Antígenos (APC)<br />

alérgeno<br />

ao linfócito T auxiliar. Este processo envolve a ativação <strong>de</strong>

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