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Consenso - Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia

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36 Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 29, Nº 1, 2006 <strong>Consenso</strong><br />

congestão nasal grave po<strong>de</strong> interferir com a aeração e<br />

A<br />

a drenagem dos seios paranasais e trompa <strong>de</strong> Eus-<br />

com<br />

resultando em cefaléia ou otalgia, respectivamente.<br />

táquio,<br />

pacientes também referem diminuição da acuida<strong>de</strong><br />

Alguns<br />

ou sensação <strong>de</strong> ouvido tampado ou <strong>de</strong> estalidos<br />

auditiva<br />

a <strong>de</strong>glutição. A congestão nasal crônica acarreta<br />

durante<br />

oral, roncos, voz anasalada e alterações no olfa-<br />

respiração<br />

A respiração oral <strong>de</strong> suplência provoca irritação e secuto.<br />

na garganta.<br />

ra<br />

pacientes apresentam sintomas sistêmicos, tais<br />

Alguns<br />

astenia, irritabilida<strong>de</strong>, diminuição da concentração,<br />

como:<br />

náuseas e <strong>de</strong>sconforto abdominal, sendo os três<br />

anorexia,<br />

sintomas secundários à <strong>de</strong>glutição <strong>de</strong> secreção na-<br />

últimos<br />

abundante. O sintoma <strong>de</strong> tosse po<strong>de</strong> estar presenote.<br />

sal<br />

sintomas <strong>de</strong> rinite alérgica po<strong>de</strong>m ocorrer em qual-<br />

Os<br />

ida<strong>de</strong>, iniciando-se geralmente na infância. Na anamquer<br />

é importante investigar: a época do início do quadro,<br />

nese<br />

duração, a intensida<strong>de</strong> e a freqüência dos sintomas, a<br />

a<br />

dos sintomas e os fatores <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>antes e ou<br />

evolução<br />

da rinite. Devem ser pesquisados ainda os me-<br />

agravantes<br />

previamente prescritos, a freqüência <strong>de</strong> uso, a<br />

dicamentos<br />

clínica obtida e os efeitos adversos. Estes dados<br />

resposta<br />

elementos importantes para o diagnóstico e pla-<br />

fornecem<br />

terapêutico.<br />

no<br />

os antece<strong>de</strong>ntes pessoais <strong>de</strong>vem ser pesquisadas<br />

Entre<br />

doenças alérgicas relacionadas à atopia (asma, con-<br />

outras<br />

alérgica e eczema atópico), traumatismos e interjuntivite<br />

cirúrgicas nasais, bem como investigar complicavenções<br />

que freqüentemente acompanham a rinite alérgica,<br />

ções<br />

como: sinusites e otites <strong>de</strong> repetição.<br />

tais<br />

histórico familiar <strong>de</strong>ve incluir a pesquisa <strong>de</strong> doenças<br />

O<br />

Na história social e nos hábitos <strong>de</strong> vida do paci-<br />

atópicas.<br />

é necessário inquirir sobre tabagismo ativo e passivo,<br />

ente<br />

<strong>de</strong> drogas ilícitas, tipo e local <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lazer e<br />

uso<br />

O tabagismo e vários fatores relacionados a ativi-<br />

hobbies.<br />

recreativas (ex.: natação em piscinas cloradas)<br />

da<strong>de</strong>s<br />

como potenciais agravantes da rinite alérgica.<br />

atuam<br />

história ambiental é importante a investigação <strong>de</strong>ta-<br />

Na<br />

das condições ambientais em que o paciente vive,<br />

lhada<br />

o domicílio e a vizinhança, o ambiente profissio-<br />

incluindo<br />

ida a creche e escola, quanto aos seguintes aspectos:<br />

nal,<br />

do prédio ou da casa, ventilação, tipo <strong>de</strong> piso, pre-<br />

ida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> carpete ou tapete, cortinas, estantes, material e<br />

sença<br />

<strong>de</strong> colchão, travesseiros e cobertores, conví-<br />

revestimentos<br />

com animais <strong>de</strong> pêlo, presença <strong>de</strong> baratas, tabagismo<br />

vio<br />

exposição a irritantes inespecíficos, (produtos <strong>de</strong><br />

passivo,<br />

aparelhos <strong>de</strong> ar condicionado e sua manutenção,<br />

limpeza),<br />

intra-domiciliares, vegetação na área externa e<br />

plantas<br />

extra-domiciliares.<br />

poluentes<br />

necessária ainda a investigação sobre os <strong>de</strong>mais apa-<br />

É<br />

e sistemas, obtendo-se informações sobre condições<br />

relhos<br />

co-existentes (ex.: alterações hormonais) e <strong>de</strong> me-<br />

clínicas<br />

em uso (ex.: ácido acetil-salicílico e beta-bloqueadicações<br />

Estes dados são úteis no diagnóstico diferencial e<br />

dores).<br />

manejo terapêutico.<br />

no<br />

é essencial avaliar o quanto a rinite alérgica<br />

Finalmente,<br />

na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida do paciente, em aspectos<br />

interfere<br />

alterações do sono, prejuízo no rendimento escolar<br />

como<br />

profissional e limitação nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lazer ou es-<br />

ou<br />

portivas.<br />

faciais típicas estão presentes em gran<strong>de</strong><br />

Características<br />

<strong>de</strong> pacientes com rinite alérgica, tais como: olhei-<br />

número<br />

dupla linha <strong>de</strong> Dennie-Morgan, prega nasal horizontal<br />

ras,<br />

pelo freqüente hábito <strong>de</strong> coçar a narina com mo-<br />

(causada<br />

para cima "saudação alérgica"), alterações múscuvimento<br />

da face, entre outras.<br />

lo-esqueléticas<br />

exame das cavida<strong>de</strong>s nasais é essencial, sendo parti-<br />

O<br />

importante a rinoscopia anterior, que consiste<br />

cularmente<br />

inspeção interna da cavida<strong>de</strong> nasal. É exame rápido e<br />

na<br />

realizado em consultório médico e que fornece<br />

indolor<br />

informações importantes. A rinoscopia anterior <strong>de</strong>ve ser<br />

em todos os pacientes com queixas nasais. Para<br />

realizada<br />

sua realização são necessários: foco <strong>de</strong> luz, rinoscópio ou<br />

a<br />

nasal, que se introduz na fossa nasal <strong>de</strong> baixo pa-<br />

espéculo<br />

cima e <strong>de</strong> forma perpendicular ao plano da face. o<br />

ra<br />

observar o aspecto da mucosa da fossa nasal,<br />

Deve-se<br />

sua coloração, trofismo, vascularização e hidra-<br />

analisando<br />

Observar também a presença <strong>de</strong> rinorréia e suas<br />

tação.<br />

(mucosa, aquosa, purulenta, sanguinolenta)<br />

características<br />

como a forma e o tamanho das conchas nasais, o<br />

assim<br />

<strong>de</strong> obstrução, a coloração e a presença <strong>de</strong> e<strong>de</strong>ma <strong>de</strong><br />

grau<br />

Nos casos <strong>de</strong> rinite alérgica em geral a mucosa<br />

mucosa.<br />

é pálida, e<strong>de</strong>maciada e com abundante secreção cla-<br />

nasal<br />

A mucosa está geralmente avermelhada na presença <strong>de</strong><br />

ra.<br />

ou do uso abusivo <strong>de</strong> vasoconstritor tópico (rinite<br />

infecções<br />

ou irritantes (cocaína). A formação <strong>de</strong><br />

medicamentosa)<br />

po<strong>de</strong> sugerir rinite atrófica ou doença sistêmica.<br />

crostas<br />

Fatores <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>antes<br />

2.3.<br />

ocorrência dos sintomas <strong>de</strong> rinite alérgica po<strong>de</strong> ser sa-<br />

A<br />

ou perene. Os sintomas sazonais estão relacionados<br />

zonal<br />

à sensibilização e à exposição a polens.<br />

principalmente<br />

a sensibilização e exposição aos alérgenos for<br />

Quando<br />

ou perene (ex: ácaros da poeira domiciliar), os sinto-<br />

diária<br />

ocorrerão ao longo <strong>de</strong> todo o ano. Eles po<strong>de</strong>rão ser<br />

mas<br />

ou intermitentes, <strong>de</strong> acordo com a maior ou<br />

persistentes<br />

exposição aos alérgenos em questão e a gravida<strong>de</strong><br />

menor<br />

caso. Em nosso país, a rinite alérgica por sensibilização<br />

do<br />

ácaros e/ou fungos tem o seu curso clínico agravado nos<br />

a<br />

<strong>de</strong> outono/inverno, pelas condições climáticas fa-<br />

períodos<br />

à proliferação dos mesmos. Nos casos <strong>de</strong> exposivoráveis<br />

ocupacional, os sintomas estão presentes nos dias <strong>de</strong><br />

ção<br />

ocorrendo melhora clínica nos feriados e finais <strong>de</strong><br />

trabalho,<br />

semana.<br />

aeroalérgenos, em geral, são proteínas solúveis <strong>de</strong><br />

Os<br />

peso molecular, que po<strong>de</strong>m facilmente se <strong>de</strong>spren<strong>de</strong>r<br />

baixo<br />

sua fonte o que facilita sua dispersão aérea e ao penetra-<br />

da<br />

no epitélio respiratório. Os alérgenos <strong>de</strong> maior relevânção<br />

clínica são os oriundos <strong>de</strong> ácaros da poeira, baratas,<br />

cia<br />

e <strong>de</strong> outras fontes alergênicas (ex. pêlos, saliva e<br />

fungos<br />

<strong>de</strong> animais domésticos; restos <strong>de</strong> insetos; alimentos)<br />

urina<br />

1).<br />

(quadro<br />

rinite alérgica po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ada ou agravada,<br />

A<br />

pela exposição a aeroalérgenos, mas tam-<br />

principalmente<br />

pela exposição a mudanças bruscas <strong>de</strong> clima, inalação<br />

bém<br />

irritantes inespecíficos (ex: odores fortes, gás <strong>de</strong> cozi-<br />

<strong>de</strong><br />

fumaça <strong>de</strong> cigarro), inalação <strong>de</strong> ar frio e seco e ingesnha,<br />

<strong>de</strong> antiinflamatórios não hormonais, em indivíduos pretão<br />

(quadro 1). A alergia alimentar raramente induz<br />

dispostos<br />

<strong>de</strong> rinite <strong>de</strong> modo exclusivo, apesar dos sintomas<br />

sintomas<br />

ocorrerem com freqüência no contexto da reação<br />

nasais<br />

<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ada por alimentos.<br />

anafilática<br />

Aeroalérgenos<br />

3.3.1.<br />

ácaros da poeira domiciliar têm mais <strong>de</strong> 20 compo-<br />

Os<br />

alergênicos i<strong>de</strong>ntificados, contudo a fonte mais imnentes<br />

<strong>de</strong> aeroalérgenos <strong>de</strong>stes insetos são as partículas<br />

portante<br />

cobertas por proteases resultantes <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong><br />

fecais<br />

da lisina. Os três ácaros mais comuns e i<strong>de</strong>nti-<br />

<strong>de</strong>gradação<br />

como sensibilizantes em estudos brasileiros são o<br />

ficados<br />

pteronyssinus, o Dermatophagoi<strong>de</strong>s<br />

Dermatophagoi<strong>de</strong>s<br />

e a Blomia tropicalis. Postula-se que a exposição a<br />

farinae<br />

100 ácaros por grama <strong>de</strong> poeira domiciliar po<strong>de</strong><br />

apenas<br />

um lactente ou criança <strong>de</strong> baixa ida<strong>de</strong> genetica-<br />

sensibilizar<br />

predisposta a doenças alérgicas. Os ácaros sobrevimente<br />

principalmente em ambientes escuros com temperatuvem<br />

entre 21-28ºC e com umida<strong>de</strong> relativa do ar em torno<br />

ra<br />

70%. A proliferação excessiva <strong>de</strong>stes ocorre principal-<br />

<strong>de</strong><br />

no colchão e travesseiros on<strong>de</strong> se alimentam <strong>de</strong><br />

mente<br />

da pele humana, sendo seu crescimento<br />

<strong>de</strong>scamações<br />

favorecido em ambientes com umidificado-<br />

especialmente<br />

res, carpetes, almofadas e cobertores.

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