Consenso - Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia
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<strong>Consenso</strong> Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 29, Nº 1, 2006 53<br />
Entretanto, a sua presença torna obrigatória a exclu-<br />
bém.<br />
diagnóstica <strong>de</strong> fibrose cística. A intolerância ao ácido<br />
são<br />
(idiosincrasia) ocorre mais comumente em<br />
acetil-salicílico<br />
e adultos jovens. A rinite alérgica, raramente,<br />
adolescentes<br />
po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ada por alimentos.<br />
Idosos<br />
6.2.<br />
rinite persistente nos idosos raramente tem causa<br />
A<br />
sendo geralmente provocada por mecanismos<br />
alérgica,<br />
como o <strong>de</strong>sequilíbrio autonômico ou seqüela<br />
não-alérgicos,<br />
distúrbios nasais prévios e do uso <strong>de</strong> medicamentos.<br />
<strong>de</strong><br />
dos melhores exemplos <strong>de</strong> hiperreativida<strong>de</strong> nasal nesta<br />
Um<br />
etária é o "gotejamento nasal do idoso", caracteriza-<br />
faixa<br />
por rinorréia aquosa clara e profusa, formando um goda<br />
retro-nasal. Nesses casos, instilação <strong>de</strong> brometo<br />
tejamento<br />
ipratrópio po<strong>de</strong> ser benéfica.<br />
<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> causa alérgica também po<strong>de</strong> estar presente,<br />
Rinite<br />
recomendável cautela na escolha terapêutica, <strong>de</strong>vido<br />
sendo<br />
ida<strong>de</strong>. Os anti-histamínicos não clássicos são mais<br />
à<br />
nos idosos, já os clássicos po<strong>de</strong>m causar retenção<br />
seguros<br />
e problemas <strong>de</strong> acomodação visual. Vaso-<br />
urinária<br />
especialmente os sistêmicos, mais freqüenteconstritores,<br />
promovem efeitos colaterais cardiovasculares, <strong>de</strong><br />
mente<br />
nervoso central e retenção urinária.<br />
sistema<br />
Gravi<strong>de</strong>z<br />
6.3.<br />
nasal e rinorréia po<strong>de</strong>m ocorrer na grávida e<br />
Obstrução<br />
<strong>de</strong>saparecer rapidamente após o parto. A rinite<br />
costumam<br />
po<strong>de</strong> potencialmente melhorar, piorar ou até mes-<br />
alérgica<br />
ficar inalterada durante a gravi<strong>de</strong>z. O tratamento <strong>de</strong>ve<br />
mo<br />
cauteloso nesta fase. A <strong>de</strong>xclorfeniramina, pelo vasto<br />
ser<br />
<strong>de</strong> suas ações na grávida e na criança, <strong>de</strong>ve<br />
conhecimento<br />
consi<strong>de</strong>rada como o anti-histamínico <strong>de</strong> escolha duran-<br />
ser<br />
a gravi<strong>de</strong>z. Os anti-histamínicos <strong>de</strong> segunda geração<br />
te<br />
ser reservados para pacientes que tenham efeitos<br />
<strong>de</strong>vem<br />
intoleráveis com a <strong>de</strong>xclorfeniramina; <strong>de</strong>vendo<br />
colaterais<br />
preferentemente, utilizados apenas após o primeiro<br />
ser,<br />
<strong>de</strong> gravi<strong>de</strong>z.<br />
trimestre<br />
têm <strong>de</strong>monstrado que os <strong>de</strong>scongestionantes<br />
Estudos<br />
po<strong>de</strong>m causar distúrbios vasculares na placenta<br />
sistêmicos<br />
no feto. A pseudoefedrina oral tem sido consi<strong>de</strong>rada o<br />
e<br />
sistêmico <strong>de</strong> escolha para uso durante a<br />
<strong>de</strong>scongestionante<br />
Entretanto, dados recentes têm associado seu<br />
gravi<strong>de</strong>z.<br />
assim como o <strong>de</strong> outros <strong>de</strong>scongestionantes, no pri-<br />
uso,<br />
trimestre da gravi<strong>de</strong>z, com o aumento do risco do<br />
meiro<br />
<strong>de</strong> malformação congênita como a gas-<br />
<strong>de</strong>senvolvimento<br />
trosquise.<br />
salina e cromoglicato dissódico po<strong>de</strong>m ser utili-<br />
Solução<br />
como terapêutica adjuvante. Nos casos mais graves<br />
zados<br />
corticosterói<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uso intranasal, que já <strong>de</strong>monstra-<br />
os<br />
poucos efeitos adversos, <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados,<br />
ram<br />
preferência à bu<strong>de</strong>sonida. Na presença <strong>de</strong> rinite<br />
dando-se<br />
bacteriana durante a gravi<strong>de</strong>z, a amoxicilina<br />
infecciosa<br />
<strong>de</strong>ve ser o antibiótico <strong>de</strong> primeira escolha.<br />
Atleta<br />
6.4.<br />
é fator <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ante <strong>de</strong> doenças <strong>de</strong> natureza<br />
Exercício<br />
como asma, urticária e anafilaxia. Rinite <strong>de</strong>senca-<br />
alérgica<br />
por exercício tem como principal manifestação a ri<strong>de</strong>ada<br />
sendo esta mais intensa e com maior potencial <strong>de</strong><br />
norréia,<br />
sobre o <strong>de</strong>sempenho aos exercícios, entre os in-<br />
interferir<br />
com doença alérgica <strong>de</strong> base.<br />
divíduos<br />
exercício físico é, por si só, um potente vasoconstri-<br />
O<br />
A resistência nasal <strong>de</strong>cresce gradualmente com o autor.<br />
da pulsação, <strong>de</strong>vido principalmente à liberação <strong>de</strong><br />
mento<br />
Em circunstâncias normais, não ocorre efei-<br />
noradrenalina.<br />
rebote e a vasoconstrição tem duração <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> uma<br />
to<br />
após o exercício. Em alguns atletas, como corredores<br />
hora<br />
longas distâncias ou ciclistas, um efeito rebote ocorre<br />
<strong>de</strong><br />
após um curto período <strong>de</strong> aumento da patência nasal. O<br />
então, bloqueia por um consi<strong>de</strong>rável período <strong>de</strong> tem-<br />
nariz,<br />
o que po<strong>de</strong> afetar o <strong>de</strong>sempenho do atleta no esporte.<br />
po,<br />
se prescrever medicação para o controle da rinite em<br />
Ao<br />
dois princípios <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados:<br />
atletas,<br />
o medicamento preconizado não po<strong>de</strong> ser proibido nas<br />
•<br />
(lista <strong>de</strong> doping).<br />
competições<br />
a medicação não <strong>de</strong>ve ter efeito adverso que afete o<br />
•<br />
<strong>de</strong>sempenho no esporte.<br />
medicamentos citados na tabela 12 po<strong>de</strong>m induzir<br />
Os<br />
positivos pelo teste <strong>de</strong> doping.<br />
resultados<br />
12 – Medicamentos que induzem o exame <strong>de</strong> doping<br />
Tabela<br />
positivo<br />
Vasoconstrictores<br />
Derivados da betafeniletilamina<br />
•<br />
• Efedrina (oral e nasal)<br />
• Pseudo-efedrina (oral e nasal)<br />
Corticosterói<strong>de</strong>s<br />
Sistêmicos<br />
•<br />
• Tópicos *<br />
Estes são permitidos se o atleta pu<strong>de</strong>r entregar uma <strong>de</strong>claração<br />
*<br />
prescrição médica sobre as indicações terapêuticas.<br />
da<br />
seguintes medicamentos têm influência sobre o <strong>de</strong>-<br />
Os<br />
físico:<br />
sempenho<br />
anti-histamínicos <strong>de</strong> primeira geração têm efeito se-<br />
•<br />
e anticolínérgico<br />
dante<br />
imunoterapia po<strong>de</strong> causar <strong>de</strong>sconforto no local da inje-<br />
•<br />
ção subcutânea por vários dias.<br />
em conta essas consi<strong>de</strong>rações, se o atleta<br />
Levando-se<br />
rinite alérgica necessitar <strong>de</strong> tratamento medicamen-<br />
com<br />
<strong>de</strong>ve-se preferir um anti-histamínico-H1 <strong>de</strong> segunda<br />
toso,<br />
e/ou um corticosterói<strong>de</strong> tópico. Em casos <strong>de</strong> rinite<br />
geração<br />
a imunoterapia po<strong>de</strong> reduzir a necessida<strong>de</strong> ou a<br />
sazonal,<br />
<strong>de</strong> medicação adicional. Ela <strong>de</strong>ve ser iniciada<br />
quantida<strong>de</strong><br />
meses antes da temporada esportiva, e os pacientes<br />
três<br />
ser aconselhados a evitar exercícios físicos mais<br />
<strong>de</strong>veriam<br />
no dia da injeção. É importante que todas as dro-<br />
intensos<br />
preconizadas para atletas com rinite sejam notificadas<br />
gas<br />
órgãos responsáveis pela organização das competi-<br />
aos<br />
ções.<br />
TRATAMENTO CIRÚRGICO<br />
7.<br />
tratamento cirúrgico da rinite alérgica refratária ao<br />
O<br />
clínico é direcionado às conchas inferiores e<br />
tratamento<br />
o aumento da cavida<strong>de</strong> nasal sem alterar a fisiologia<br />
visa<br />
nasal.<br />
procedimentos cirúrgicos, listados abaixo, têm por<br />
Os<br />
a redução da hipertrofia da mucosa e da hiper-<br />
objetivo<br />
óssea, ou ambos:<br />
trofia<br />
infiltração <strong>de</strong> corticosterói<strong>de</strong>s<br />
•<br />
luxação lateral da concha nasal<br />
•<br />
turbinectomia parcial<br />
•<br />
turbinoplastia inferior<br />
•<br />
criocirurgia<br />
•<br />
vaporização a laser<br />
•<br />
ressecção submucosa<br />
•<br />
eletrocauterização <strong>de</strong> superfície<br />
•<br />
eletrocauterização da submucosa<br />
•<br />
ablação por radiofreqüência<br />
•<br />
o momento, nenhuma técnica foi estabelecida como<br />
Até<br />
A remoção completa da concha inferior, tam-<br />
padrão-ouro.<br />
bém <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> turbinectomia total, <strong>de</strong>ve ser evitada