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Consenso - Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia

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52 Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 29, Nº 1, 2006 <strong>Consenso</strong><br />

Rinite emocional<br />

5.2.7.<br />

o quadro <strong>de</strong> rinite <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ado em indivíduos sus-<br />

É<br />

quando em situações <strong>de</strong> estresse: sobrecargas<br />

ceptíveis,<br />

física, intelectual e emocional. Este distúrbio tam-<br />

psíquica,<br />

aparece em outras situações, como no ato sexual, e<br />

bém<br />

provavelmente por estimulação autonômica paras-<br />

ocorre<br />

Alterações psiquiátricas po<strong>de</strong>m mimetizar doensimpática.<br />

como a asma e a laringite estridulosa, incluindo-se a<br />

ças,<br />

do pânico. Em forma <strong>de</strong> rinites, <strong>de</strong>stacam-se os<br />

síndrome<br />

<strong>de</strong> somatização, que nos casos mais graves,<br />

quadros<br />

alterar a vida produtiva do paciente e se observam:<br />

po<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong>sproporção entre a queixa e o achado físico;<br />

•<br />

influência psicossocial importante no <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>amento<br />

•<br />

sintomas, por exemplo, por perda do emprego,<br />

dos<br />

<strong>de</strong> parente com câncer <strong>de</strong> vias aéreas superio-<br />

morte<br />

etc.; res,<br />

utilização inapropriada, excessiva <strong>de</strong> recursos médicos,<br />

•<br />

paralela à resistência em procurar ajuda psiquiátrica.<br />

sintoma predominante é a obstrução nasal em <strong>de</strong>cor-<br />

O<br />

<strong>de</strong> congestão da mucosa. Po<strong>de</strong> haver sintomas asrência<br />

como: rinorréia aquosa, alterações olfativas, ansociados,<br />

<strong>de</strong>pressão, etc.<br />

sieda<strong>de</strong>,<br />

tratamento visa orientar maior equilíbrio entre traba-<br />

O<br />

e lazer, exercícios físicos e ativida<strong>de</strong>s visando relaxalho<br />

e melhora da auto-estima. Medicamentos apropriamento<br />

e orientação psiquiátrica po<strong>de</strong>m ser necessários.<br />

dos<br />

5.2.8. Rinite atrófica<br />

Ozenosa<br />

5.2.8.1.<br />

pela atrofia osteomucosa do nariz, prin-<br />

Caracteriza-se<br />

das conchas, que leva à formação <strong>de</strong> crostas e<br />

cipalmente<br />

mucopurulenta, exalando mau cheiro. Sintomas e<br />

secreção<br />

como cefaléia, hiposmia, obstrução nasal e epistaxis<br />

sinais<br />

estar presentes. A etiologia é <strong>de</strong>sconhecida, atribui-<br />

po<strong>de</strong>m<br />

o processo infeccioso como secundário à Klebsiella ozesenae.<br />

Secundária<br />

5.2.8.2.<br />

rinite atrófica "secundária" parece ser um quadro dis-<br />

A<br />

e <strong>de</strong> ocorrência rara, muitas vezes reversível. Po<strong>de</strong><br />

tinto<br />

resultado <strong>de</strong> tratamentos cirúrgicos radicais, por exem-<br />

ser<br />

exérese <strong>de</strong> tumores nasais ou turbinectomias muito<br />

plo,<br />

Granulomatose crônica, sinusite crônica, trauma-<br />

amplas.<br />

e radiação são causas que contribuem para o estabetismo<br />

<strong>de</strong> rinite atrófica. O tratamento <strong>de</strong> ambas se faz<br />

lecimento<br />

lavagem salina, associada a antibióticos locais e sistê-<br />

com<br />

e também estrógenos. Tratamentos cirúrgicos (rinomicos, <br />

plastias) visam estreitar a cavida<strong>de</strong> do nariz.<br />

5.2.9. Rinite secundária a variações anatômicas estru-<br />

turais<br />

algumas situações encontramos alterações estrutu-<br />

Em<br />

que dificultam o sucesso do tratamento do paciente<br />

rais<br />

rinite. As principais são as seguintes:<br />

com<br />

alterações da válvula nasal<br />

•<br />

<strong>de</strong>svio <strong>de</strong> septo<br />

•<br />

perfuração septal<br />

•<br />

rinólito<br />

•<br />

hipertrofia óssea <strong>de</strong> conchas uni ou bilaterais<br />

•<br />

<strong>de</strong>generação polipói<strong>de</strong> <strong>de</strong> concha média<br />

•<br />

atresia coanal (uni e bilateral)<br />

•<br />

hipertrofia acentuada <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nói<strong>de</strong>s<br />

•<br />

exame do nariz com espéculo nasal é indispensável<br />

O<br />

todos os casos <strong>de</strong> rinite unilateral ou persistente. O<br />

em<br />

é complementar o exame pela endoscopia nasal, a<br />

i<strong>de</strong>al<br />

tornará possível a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> alterações estru-<br />

qual<br />

sendo o tratamento dirigido para a correção da cauturais,sa.<br />

Pólipos nasais<br />

5.2.10.<br />

polipose nasal (PN) é uma doença inflamatória crônica<br />

A<br />

mucosa nasal que acomete em torno <strong>de</strong> 0,5% da popu-<br />

da<br />

O acometimento <strong>de</strong> crianças e adolescentes é incolação.<br />

sendo que sua incidência aumenta com a faixa etámum,<br />

atingindo o pico em pacientes com mais <strong>de</strong> 50 anos.<br />

ria,<br />

doenças estão relacionadas com o aparecimento <strong>de</strong><br />

Muitas<br />

nasais, entre as quais: intolerância ao ácido acetil-<br />

pólipos<br />

fibrose cística, RENA, asma, síndrome <strong>de</strong> Churg-<br />

salicílico,<br />

sinusite fúngica alérgica, discinesia ciliar (síndro-<br />

-Strauss,<br />

me <strong>de</strong> Kartagener) e síndrome <strong>de</strong> Young.<br />

polipose nasal po<strong>de</strong> ser classificada em:<br />

A<br />

pólipo antrocoanal: pólipo único, normalmente prove-<br />

•<br />

do seio maxilar.<br />

niente<br />

pólipos <strong>de</strong> contato: <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> contato <strong>de</strong><br />

•<br />

normalmente da região do meato médio.<br />

mucosa,<br />

pólipos associados com rinossinusite crônica sem eosi-<br />

•<br />

polipose difusa com exame histopatológico <strong>de</strong>nofilia:<br />

discreto infiltrado eosinofílico.<br />

monstrando<br />

pólipos associados com rinossinusite crônica com eosi-<br />

•<br />

polipose difusa com exame histopatológico <strong>de</strong>nofilia:<br />

intenso infiltrado eosinofílico.<br />

monstrando<br />

pólipos associados com doenças específicas (fibrose<br />

•<br />

cística, discinesia ciliar, etc.).<br />

tratamento inicial da PN é clínico (exceção: pólipo an-<br />

O<br />

Entre os tratamentos propostos estão:<br />

trocoanal).<br />

lavagem nasal com soro fisiológico<br />

•<br />

uso tópico <strong>de</strong> corticosterói<strong>de</strong>s<br />

•<br />

uso sistêmico <strong>de</strong> corticosterói<strong>de</strong>s (eventual)<br />

•<br />

uso sistêmico <strong>de</strong> antimicrobianos<br />

•<br />

uso sistêmico <strong>de</strong> anti-histamínicos (pólipos eosinofíli-<br />

•<br />

cos)<br />

exérese cirúrgica da PN <strong>de</strong>ve ser indicada quando a<br />

A<br />

ao tratamento clínico não for satisfatória, o que<br />

resposta<br />

acaba ocorrendo em gran<strong>de</strong> parte dos pacientes.<br />

6. CONSIDERAÇÕES ESPECÍFICAS<br />

Crianças<br />

6.1.<br />

com rinite alérgica têm freqüência elevada <strong>de</strong><br />

Crianças<br />

<strong>de</strong> vias aéreas superiores, que ten<strong>de</strong>m a agravar<br />

infecções<br />

rinite e po<strong>de</strong>m acarretar complicações. Rinites virais po-<br />

a<br />

ocorrer já nas primeiras semanas <strong>de</strong> vida, tornando-<br />

<strong>de</strong>m<br />

mais freqüentes com o contato com outras crianças. Na<br />

-se<br />

etária <strong>de</strong> dois a seis anos a freqüência média é <strong>de</strong><br />

faixa<br />

resfriados ao ano. No entanto, infecções bacterianas<br />

seis<br />

po<strong>de</strong>m prolongar esse tipo <strong>de</strong> rinite por várias<br />

secundárias<br />

Por outro lado, consi<strong>de</strong>rando-se que os seios pa-<br />

semanas.<br />

estão anatomicamente integrados às cavida<strong>de</strong>s<br />

ranasais<br />

este processo inflamatório po<strong>de</strong>ria constituir uma<br />

nasais,<br />

Rinite <strong>de</strong> natureza viral com duração maior<br />

rinossinusite.<br />

que uma semana sugere fortemente essa complicação.<br />

do<br />

<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ada por aeroalérgenos é pouco obser-<br />

Rinite<br />

até os quatro ou cinco anos <strong>de</strong> vida. Com o avançar<br />

vada<br />

ida<strong>de</strong> há um progressivo aumento <strong>de</strong> sua incidência,<br />

da<br />

seu pico entre o período <strong>de</strong> adolescência e adulto<br />

atingindo<br />

Segundo o estudo ISAAC, conduzido no Brasil, a<br />

jovem.<br />

média do diagnóstico <strong>de</strong> rinite foi <strong>de</strong> 19,9%<br />

prevalência<br />

crianças <strong>de</strong> seis a sete anos. Em crianças que apre-<br />

para<br />

rinossinusites infecciosas, otites médias e tonsilites<br />

sentem<br />

é importante a avaliação <strong>de</strong> uma causa alérgi-<br />

recorrentes<br />

ou <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>ficiência imunológica.<br />

ca<br />

idiopática e rinite eosinofílica não-alérgica (RENA)<br />

Rinite<br />

pouco freqüentes na infância, e a polipose nasal tam-<br />

são

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