Consenso - Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia
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42 Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 29, Nº 1, 2006 <strong>Consenso</strong><br />
tópico inalatório, associado ao corticosterói-<br />
corticosterói<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> uso tópico nasal. Uma maneira criativa <strong>de</strong> empregar<br />
<strong>de</strong><br />
corticoterapia tópica inalatória em pacientes com asma e<br />
a<br />
foi investigada por Camargos et al, que <strong>de</strong>monstra-<br />
rinite<br />
que a inalação <strong>de</strong> aerossol <strong>de</strong> corticosterói<strong>de</strong>s por<br />
ram<br />
<strong>de</strong> uma máscara nasal po<strong>de</strong> permitir o controle si-<br />
meio<br />
dos sintomas das vias aéreas superiores e<br />
multâneo<br />
inferiores.<br />
prática, a recomendação para não especialistas é<br />
Na<br />
anamnese e exame físico cuidadosos para i<strong>de</strong>nti-<br />
proce<strong>de</strong>r<br />
manifestações <strong>de</strong> rinite em asmáticos e <strong>de</strong> asma entre<br />
ficar<br />
com rinite, o que permite tratamento integral<br />
pacientes<br />
<strong>de</strong> cada paciente. Esta avaliação eminentemente<br />
a<strong>de</strong>quado<br />
po<strong>de</strong> ser complementada com prova <strong>de</strong> função pul-<br />
clínica<br />
e com nasofibroscopia ou consulta otorrinolaringomonar<br />
em casos <strong>de</strong> dúvida.<br />
lógica,<br />
Pontos importantes<br />
da rinite alérgica:<br />
Co-morbida<strong>de</strong>s<br />
respirador bucal<br />
•<br />
• otites<br />
• rinossinusite<br />
• asma<br />
Quadro 2 - Medidas <strong>de</strong> controle do ambiente<br />
• O quarto <strong>de</strong> dormir <strong>de</strong>ve ser preferentemente bem ventilado e ensolarado.<br />
3.7. Tratamento<br />
3.7.1. Medidas não-farmacológicas<br />
Controle do ambiente<br />
3.7.1.1.<br />
não haja evidências que comprovem a eficácia<br />
Embora<br />
medidas <strong>de</strong> controle do ambiente sobre a rinite alérgi-<br />
das<br />
talvez pela dificulda<strong>de</strong> metodológica <strong>de</strong> se realizar esca,<br />
científico a<strong>de</strong>quado para analisar o potencial benefício<br />
tudo<br />
medidas <strong>de</strong> controle ambiental, o paciente <strong>de</strong>ve ser in-<br />
das<br />
sobre as várias medidas que po<strong>de</strong>m reduzir a exformado<br />
aos fatores <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>antes ou agravantes. Por ouposição<br />
lado, o médico <strong>de</strong>ve estar ciente das limitações <strong>de</strong> suas<br />
tro<br />
<strong>de</strong>correntes muitas vezes da pouca a<strong>de</strong>-<br />
recomendações,<br />
do paciente, até por motivos financeiros. É importante<br />
são<br />
lembrar que certos fatores po<strong>de</strong>m agravar a rinite<br />
também<br />
alguns pacientes e em outros não. O quadro 2 resume<br />
em<br />
principais medidas para o controle do ambiente<br />
as<br />
avaliação do impacto das medidas <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> ex-<br />
A<br />
a alérgenos, sobre a redução <strong>de</strong> sintomas, <strong>de</strong>penposição<br />
do número <strong>de</strong> alérgenos aos quais o indivíduo está sen<strong>de</strong><br />
e exposto, o que interfere na interpretação dos<br />
sibilizado<br />
<strong>de</strong> estudos das medidas <strong>de</strong> controle ambiental<br />
resultados<br />
dificulda<strong>de</strong> em se atingir uma suficiente diminuição da<br />
pela<br />
<strong>de</strong> alérgenos com relevância clínica. Todos os con-<br />
carga<br />
<strong>de</strong> asma e rinite alérgica recomendam as medidas<br />
sensos<br />
afastamento <strong>de</strong> alérgenos como uma etapa da estraté-<br />
<strong>de</strong><br />
terapêutica.<br />
gia<br />
• Evitar travesseiro e colchão <strong>de</strong> paina ou pena. Usar os <strong>de</strong> espuma, fibra ou látex, sempre que possível, envoltos em material plástico<br />
(vinil) ou em capas impermeáveis aos ácaros. Recomenda-se limpar o estrado da cama duas vezes por mês.<br />
• Evitar tapetes, carpetes, cortinas e almofadões. Dar preferência a pisos laváveis (cerâmica, vinil e ma<strong>de</strong>ira) e cortinas do tipo persianas<br />
ou <strong>de</strong> material que possa ser limpo com pano úmido.<br />
• Camas e berços não <strong>de</strong>vem ser justapostos à pare<strong>de</strong>.<br />
• Evitar bichos <strong>de</strong> pelúcia, estantes <strong>de</strong> livros, revistas e caixas <strong>de</strong> papelão no quarto <strong>de</strong> dormir.<br />
• Combater o mofo e a umida<strong>de</strong>, principalmente no quarto <strong>de</strong> dormir. Verificar periodicamente as áreas úmidas da casa, como banheiro<br />
(cortinas plásticas do chuveiro, embaixo das pias, etc.). A solução <strong>de</strong> ácido fênico entre 3% e 5% po<strong>de</strong> ser aplicada nos locais mofados,<br />
até a resolução <strong>de</strong>finitiva <strong>de</strong>sta umida<strong>de</strong>.<br />
• Evitar o uso <strong>de</strong> vassouras, espanadores e aspiradores <strong>de</strong> pó comuns. Passar pano úmido diariamente na casa ou usar aspiradores <strong>de</strong> pó<br />
com filtros especiais.<br />
• Evitar animais <strong>de</strong> pelo e pena. De preferência, animais <strong>de</strong> estimação para crianças alérgicas são peixes e tartarugas. Evitar inseticidas e<br />
produtos <strong>de</strong> limpeza com forte odor.<br />
• Dar preferência às pastas e sabões em pó para limpeza <strong>de</strong> banheiro e cozinha. Evitar talcos, perfumes, <strong>de</strong>sodorantes, principalmente na<br />
forma <strong>de</strong> sprays.<br />
• Não fumar e nem <strong>de</strong>ixar que fumem <strong>de</strong>ntro da casa e do automóvel.<br />
• Roupas e cobertores <strong>de</strong>vem ser lavados e secados ao sol antes do uso. Evitar banhos extremamente quentes. A temperatura i<strong>de</strong>al da<br />
água é a temperatura corporal.<br />
• Dar preferência à vida ao ar livre. Esportes po<strong>de</strong>m e <strong>de</strong>vem ser praticados.<br />
3.7.2. Medidas farmacológicas<br />
Anti-histamínicos<br />
3.7.2.1.<br />
primeira fase da reação alérgica ocorre 15 a 30 minu-<br />
A<br />
após um antígeno bivalente combinar-se a duas molétos<br />
<strong>de</strong> IgE próximas que estão ligadas à membrana <strong>de</strong><br />
culas<br />
ou basófilo. A seguir temos a <strong>de</strong>granulação<br />
mastócito<br />
células com liberação <strong>de</strong> mediadores iniciando a<br />
<strong>de</strong>stas<br />
da reação alérgica. A histamina é o principal<br />
cascata<br />
liberado nessa <strong>de</strong>granulação e tem como ações<br />
mediador<br />
vasodilatação, e<strong>de</strong>ma, aumento <strong>de</strong> secreção e<br />
promover<br />
prurido.