Pesca e Piscicultura Manual do Educador - ProJovem Urbano
Pesca e Piscicultura Manual do Educador - ProJovem Urbano
Pesca e Piscicultura Manual do Educador - ProJovem Urbano
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Presidência da República<br />
Secretaria-Geral<br />
Secretaria Nacional de Juventude<br />
Coordenação Nacional <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong><br />
Coleção Projovem <strong>Urbano</strong><br />
Arco Ocupacional<br />
<strong>Pesca</strong> e <strong>Piscicultura</strong><br />
<strong>Manual</strong> <strong>do</strong> Educa<strong>do</strong>r<br />
Programa Nacional de Inclusão de Jovens<br />
URBANO<br />
2008
PROGRAMA NACIONAL DE INCLUSÃO DE JOVENS (<strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong>)<br />
<strong>Pesca</strong> - <strong>Piscicultura</strong> : Guia de Estu<strong>do</strong> / coordenação, Laboratório Trabalho<br />
& Formação / COPPE - UFRJ / elaboração, Escola de <strong>Pesca</strong> de<br />
Piúma - ESCOPESCA. Reimpressão.<br />
Brasília : Ministério <strong>do</strong> Trabalho e Emprego, 2008.<br />
92p.:il. — (Coleção <strong>ProJovem</strong> – Arco Ocupacional)<br />
1. Ensino de tecnologia. 2. Reconversão <strong>do</strong> trabalho. 3. Qualificação<br />
para o trabalho. I. Ministério <strong>do</strong> Trabalho e Emprego. II . Série.<br />
Ficha Catalográfica<br />
CDD - 607<br />
T675
Presidente da República<br />
Luiz Inácio Lula da Silva<br />
Vice-Presidente da República<br />
José Alencar Gomes da Silva<br />
Secretaria-Geral da Presidência da República<br />
Luiz Soares Dulci<br />
Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome<br />
Patrus Ananias<br />
Ministério da Educação<br />
Fernan<strong>do</strong> Haddad<br />
Ministério <strong>do</strong> Trabalho e Emprego<br />
Carlos Lupi<br />
Secretaria-Geral da Presidência da República<br />
Ministro de Esta<strong>do</strong> Chefe Luiz Soares Dulci<br />
Secretaria-Executiva<br />
Secretário-Executivo Antonio Roberto Lambertucci<br />
Secretaria Nacional de Juventude<br />
Secretário Luiz Roberto de Souza Cury<br />
Coordenação Nacional <strong>do</strong> Programa Nacional de Inclusão de Jovens –<br />
<strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong><br />
Coordena<strong>do</strong>ra Nacional Maria José Vieira Féres
Coleção <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong><br />
Coordenação Nacional <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong> – Assessoria Pedagógica<br />
Maria Adélia Nunes Figueire<strong>do</strong><br />
Cláudia Veloso Torres Guimarães<br />
Luana Pimenta de Andrada<br />
Jazon Macê<strong>do</strong><br />
Ministério <strong>do</strong> Trabalho e Emprego<br />
Ezequiel Sousa <strong>do</strong> Nascimento<br />
Marcelo Aguiar <strong>do</strong>s Santos Sá<br />
Edimar Sena Oliveira Júnior<br />
Arco Ocupacional<br />
Universidade Federal <strong>do</strong> Rio de Janeiro - UFRJ<br />
Coordenação <strong>do</strong>s Programas de Pós-Graduação de Engenharia - COPPE<br />
Programa de Engenharia de Produção - PEP<br />
Laboratório Trabalho & Formação - LT&F<br />
Escola de <strong>Pesca</strong> de Piúma - ESCOPESCA<br />
Coordenação <strong>do</strong>s Arcos Ocupacionais<br />
Fabio Luiz Zamberlan<br />
Sandro Rogério <strong>do</strong> Nascimento<br />
AUTORES<br />
Elaboração<br />
Escola de <strong>Pesca</strong> de Piúma - ESCOPESCA<br />
NÚCLEO DE INTEGRAÇÃO SÓCIO - CULTURAL - NISC<br />
Coordenação e Elaboração<br />
Jonaci Xavier Garcin<strong>do</strong> (Arco)<br />
Renato Lopes Lyra (Arco)<br />
Gabriella Dias (Pedagógico)<br />
Pesquisa e Elaboração<br />
Alba Lucinia Santana Sampaio<br />
Amled Julião Rodrigues<br />
Denise Cristine Sciarretta Simões<br />
Luis Augusto Paraízo <strong>do</strong>s Santos<br />
Patríca Helena Sciarretta<br />
Sebastião Vicente de Oliveira<br />
Projeto Gráfico de Referência<br />
Lúcia Lopes<br />
Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica<br />
Fatima Jane Ribeiro<br />
ART 3 Comunicação<br />
Ilustração<br />
ART3 Comunicação<br />
Fotografia<br />
Luiz Augusto Paraizo <strong>do</strong>s Santos<br />
Renato lopes<br />
Montagem Foto Capa<br />
Eduar<strong>do</strong> Ribeiro Lopes<br />
Agradecimentos<br />
Vera Cristina Rodrigues Feitosa<br />
Escola Agrotécnica Federal de Alegre - EAFA<br />
Secretária Municipal de Educaçã e Cultura de Piúma - SEMEC<br />
Atum <strong>do</strong> Brasil
Caro(a) Educa<strong>do</strong>r(a) de Qualificação Profissional,<br />
Construímos este <strong>Manual</strong> <strong>do</strong> Educa<strong>do</strong>r para subsidiar a<br />
sua função <strong>do</strong>cente no Arco Ocupacional e ampliar as possi-<br />
bilidades de aplicação das atividades sugeridas para o aluno<br />
no Guia de Estu<strong>do</strong>.<br />
Prepare-se a cada dia para novas experiências e novas<br />
aprendizagens nas trocas com seus alunos e alunas.<br />
Considere cada um em particular, valorizan<strong>do</strong> a sua parti-<br />
cipação, incentivan<strong>do</strong> a sua contribuição para o grupo e reco-<br />
nhecen<strong>do</strong> a sua própria aprendizagem.<br />
As dificuldades podem ser superadas com diálogo, aten-<br />
ção, carinho e paciência. Lembre-se de que, na maioria, estes<br />
jovens estiveram fora da escola por algum tempo.<br />
A condução <strong>do</strong>s trabalhos está em suas mãos, mas será<br />
impossível sem a participação ativa <strong>do</strong>s alunos, como pro-<br />
tagonistas de sua história, transforman<strong>do</strong> as expectativas de<br />
vida em direção à inclusão no mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho e buscan<strong>do</strong><br />
a construção coletiva de uma sociedade democrática.<br />
A colaboração, participação nas atividades de planejamen-<br />
to, e troca de experiências com toda a equipe <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong>
<strong>Urbano</strong> – Coordena<strong>do</strong>res Locais/Diretores de Pólo, Professores<br />
Especialistas/Orienta<strong>do</strong>res e Educa<strong>do</strong>res de Participação Ci-<br />
dadã – é fundamental na integração interdimensional e inter-<br />
disciplinar para a desenvolvimento <strong>do</strong> currículo.<br />
Boas Aulas!
Sumário<br />
Apresentação 9<br />
Estrutura <strong>do</strong> Guia de Estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> aluno<br />
<strong>do</strong> Arco Ocupacional PESCA E PISCICULTURA 19<br />
Estrutura e suporte para o planejamento das aulas<br />
Arco Ocupacional PESCA E PISCICULTURA 21<br />
SEÇÃO 1 - O TRABALHADOR NA PESCA ARTESANAL 25<br />
TÓPICO 1 - A pesca e o pesca<strong>do</strong>r 25<br />
TÓPICO 2 - Conhecimentos básicos 29<br />
SEÇÃO 2 - O TRABALHADOR NA PISCICULTURA 47<br />
TÓPICO 1 - Aqüicultura 47<br />
TÓPICO 2 - <strong>Piscicultura</strong> 48<br />
SEÇÃO 3 - O TRABALHADOR EM UNIDADES<br />
DE BENEFICIAMENTO E PROCESSAMENTO DE PESCADOS 61<br />
TÓPICO 1 - Da água para a mesa 61<br />
TÓPICO 2 - O beneficiamento industrial <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> 64<br />
TÓPICO 3 - medidas de higiene 68<br />
TÓPICO 4 - O processamento artesanal <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> 70<br />
SEÇÃO 4 - O VENDEDOR DE PESCADOS 74<br />
TÓPICO 1 - O vende<strong>do</strong>r de pesca<strong>do</strong>s 74<br />
TÓPICO 2 - Saber vender 81<br />
TÓPICO 3 - Locais de trabalho 84<br />
TÓPICO 4 - Atividades rotineiras 85<br />
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS / SITES CONSULTADOS 89<br />
ANEXO: LISTA DE MATERIAIS
Apresentação<br />
A A proposta proposta político-pedagógica <strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong> <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong> tem como tem objetivo como objetivo a formação a formação<br />
profissional profissional inicial inicial <strong>do</strong>s <strong>do</strong>s jovens, jovens, visan<strong>do</strong> a um saber-fazer específico, específico, numa numa perspectiva<br />
perspectiva integrada integrada de caráter de caráter pluriocupacional.<br />
pluriocupacional.<br />
Nesse senti<strong>do</strong>, foi a<strong>do</strong>tada a meto<strong>do</strong>logia participativa, o planejamento<br />
interdisciplinar, a avaliação continuada, o diálogo e a intervenção deliberada,<br />
atenta e cuida<strong>do</strong>sa <strong>do</strong>(a) professor(a), como parte da proposta.<br />
Como princípios nortea<strong>do</strong>res da sua prática, você, professor(a), deve<br />
considerar:<br />
➧ as aprendizagens adquiridas pelos alunos anteriormente;<br />
➧ a singularidade da condição juvenil;<br />
➧ as diversidades regionais nas etnias, nos valores, nos falares e nos costumes;<br />
➧ a possibilidade de melhoria da qualidade de vida <strong>do</strong>s alunos e o impacto<br />
gera<strong>do</strong> na sua comunidade;<br />
➧ a perspectiva de inclusão <strong>do</strong>s alunos nos sistemas produtivos;<br />
➧ a auto-aprendizagem, a participação, a interatividade, as relações afetivas;<br />
➧ o desenvolvimento de valores éticos e de uma consciência cidadã; e<br />
➧ a sala de aula sempre como um laboratório onde os jovens terão<br />
oportunidade de trabalhar em equipe, exercitar a cooperação, a autonomia<br />
e a solidariedade.<br />
O manual <strong>do</strong> educa<strong>do</strong>r<br />
O <strong>Manual</strong> <strong>do</strong> Educa<strong>do</strong>r apresenta sugestões e textos complementares para a<br />
sua prática, professor(a), ten<strong>do</strong> como referência o Guia de Estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> aluno.<br />
O guia de estu<strong>do</strong><br />
No Guia de Estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> aluno foi a<strong>do</strong>tada uma linguagem adequada ao jovem,<br />
uma cuida<strong>do</strong>sa apresentação estética com ilustrações e fotos, textos de fácil<br />
compreensão.<br />
Em algumas atividades e textos, ao longo <strong>do</strong> desenvolvimento das aulas, as<br />
ocupações remetem para as outras, permitin<strong>do</strong> uma visão mais ampla <strong>do</strong> Arco<br />
Ocupacional PESCA e PISCICULTURA.<br />
A interdependência entre as ocupações <strong>do</strong> Arco e outras no mesmo campo<br />
profissional – e, ainda, entre elas e os conteú<strong>do</strong>s da Formação Técnica Geral e<br />
das disciplinas <strong>do</strong> ensino fundamental – contribuem para o aprimoramento <strong>do</strong><br />
Projeto de Orientação Profissional – POP.<br />
Foi nossa intenção promover, por meio de algumas atividades que constam<br />
<strong>do</strong> material elabora<strong>do</strong>, a aproximação com os professores-orienta<strong>do</strong>res,
incentivan<strong>do</strong> encontros durante os momentos da formação profissional,<br />
principalmente em atividades extraclasse.<br />
O Guia de Estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> Arco Ocupacional PESCA e PISCICULTURA,<br />
integra, nas quatro ocupações, assuntos gerais relaciona<strong>do</strong>s ao tema <strong>do</strong> Arco,<br />
considera<strong>do</strong>s, na seleção <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s, fundamentais para o desenvolvimento<br />
multidisciplinar e interdisciplinar da proposta pedagógica <strong>do</strong> Projovem <strong>ProJovem</strong>. <strong>Urbano</strong>.<br />
As Sessões 1, 2, 3 e 4 <strong>do</strong> Guia tratam especificamente das ocupações <strong>do</strong><br />
Arco: O Trabalha<strong>do</strong>r na <strong>Pesca</strong> Artesanal, O Trabalha<strong>do</strong>r na <strong>Piscicultura</strong>, O<br />
Trabalha<strong>do</strong>r em Unidades de Beneficiamento e Processamento de <strong>Pesca</strong><strong>do</strong>s<br />
e O Vende<strong>do</strong>r de <strong>Pesca</strong><strong>do</strong>s.<br />
Apresentam textos e atividades sobre as habilidades, as competências, as<br />
funções, as rotinas, o ambiente, as relações de trabalho e a relação com as demais<br />
profissões <strong>do</strong> mesmo Arco.<br />
O Guia de Estu<strong>do</strong>, com suas atividades, pretende incorporar ao ambiente de<br />
ensino e aprendizagem as experiências <strong>do</strong> aluno, relacionadas à sua vida social e ao<br />
trabalho, através de suas vivências. Dá voz ao aluno e o incentiva a colaborar,<br />
perguntar, refletir e questionar, em um permanente exercício de participação.<br />
Desenvolve um pensar crítico sobre a sua trajetória e a de seus pares e sobre<br />
a sociedade em que ele se insere, ao estimular, entre outras iniciativas, a observação<br />
sobre as ocupações profissionais na sua localidade.<br />
As ocupações oferecidas pelo Arco PESCA e PISCICULTURA<br />
representam para os alunos oportunidades de inserção no mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho e<br />
certamente vão contribui para a melhoria das condições de vida na sua cidade.<br />
Falan<strong>do</strong> da prática<br />
Leitura de textos<br />
A leitura de textos é uma das atividades mais freqüentes na sala de aula e<br />
pode tornar-se muito prazerosa. Nem sempre o aluno entende o que lê, mas as<br />
dificuldades de compreensão podem ser superadas com o próprio exercício da<br />
leitura. É len<strong>do</strong> que se aprende a ler e se entende o que é li<strong>do</strong>.<br />
Entre as formas de leitura de textos escritos apontamos:<br />
➧ leitura silenciosa;<br />
➧ leitura em dupla (um para o outro);<br />
➧ leitura <strong>do</strong> professor;<br />
➧ leitura oral seqüencial pelos alunos;<br />
➧ leitura destacan<strong>do</strong> palavras, idéias ou conceitos principais;<br />
➧ leitura oral individual.<br />
Outra forma de desenvolver a leitura é brincar com a interpretação, propon<strong>do</strong>,<br />
na leitura oral, uma leitura cantada, uma leitura mais lenta ou mais rápida, imitan<strong>do</strong>
um apresenta<strong>do</strong>r de jornal de TV, um locutor de rádio, um locutor de futebol.<br />
Outras idéias poderão surgir no decorrer da aula.<br />
O Guia de Estu<strong>do</strong> apresenta textos curtos, de conteú<strong>do</strong>s relevantes, que podem<br />
ser o ponto de partida para o aprofundamento de novos conhecimentos e para a<br />
elaboração de conceitos. Exercite a leitura com seus alunos com os textos <strong>do</strong> Guia.<br />
Após as atividades de leitura, é importante que você, professor(a), organize<br />
as principais idéias junto com a turma, como forma de avaliar sua compreensão e<br />
verificar se há necessidade de fornecer novas informações.<br />
Escrita de textos<br />
Os alunos escrevem no próprio Guia de Estu<strong>do</strong> elaboran<strong>do</strong> textos, copian<strong>do</strong><br />
as sínteses da turma e preenchen<strong>do</strong> quadros e tabelas. Ainda, criam cartazes e murais,<br />
preparam materiais para as atividades em grupo, para entrevistas e para as pesquisas.<br />
Eles devem ser encoraja<strong>do</strong>s a escrever, e é importante o professor estar atento<br />
às redações <strong>do</strong>s alunos, procuran<strong>do</strong> aproveitar ao máximo a sua criação, para que<br />
eles não se sintam desestimula<strong>do</strong>s. E deve sugerir que eles próprios corrijam as<br />
palavras que apresentem erros ortográficos, incentivan<strong>do</strong> a consulta ao dicionário.<br />
Ouvin<strong>do</strong> música<br />
Ao introduzirmos a música como instrumento pedagógico, entendemos que<br />
a arte é expressão cultural de um povo. O trabalho com a música popular brasileira<br />
– texto e melodia – permite ampliar a compreensão sobre a sociedade em que<br />
vivemos, sobre o tempo e o lugar dessas composições nessa sociedade.<br />
Através da música podemos dar um tratamento integra<strong>do</strong> a diversos<br />
conteú<strong>do</strong>s, asseguran<strong>do</strong> uma coerência entre o que é conheci<strong>do</strong> pelos alunos e o<br />
que é apresenta<strong>do</strong> em sala de aula. A aproximação com a realidade <strong>do</strong> seu dia-adia,<br />
com esse saber impregna<strong>do</strong> de significa<strong>do</strong>s, pode ser considerada o principal<br />
caminho meto<strong>do</strong>lógico para o jovem.<br />
Certamente os alunos são liga<strong>do</strong>s a um gênero de música, a um intérprete, a<br />
um ritmo ou conhecem um grande repertório de músicas e podem ampliar a<br />
proposta da atividade. Aproveite essa contribuição, exploran<strong>do</strong> o potencial criativo<br />
da turma, as diferentes possibilidades de interação <strong>do</strong> grupo e a revelação de talentos.<br />
Você deve conhecer o material previamente e providenciar os equipamentos<br />
necessários à atividade.<br />
Assitin<strong>do</strong> a filmes<br />
Quan<strong>do</strong> trabalhamos com cinema em educação, é importante reconhecer os<br />
diferentes significa<strong>do</strong>s da imagem, que permitem diferentes leituras. As imagens<br />
são fontes de registro da História e de processos culturais, seja na recriação ficcional<br />
<strong>do</strong> lugar e <strong>do</strong> tempo, seja na concepção artística <strong>do</strong>s cria<strong>do</strong>res (diretor, roteirista,<br />
diretor de fotografia etc.).
Você não deve antecipar o roteiro <strong>do</strong> filme, nem apresentar os objetivos da<br />
atividade antes da exibição <strong>do</strong> filme, permitin<strong>do</strong>, assim, que o aluno possa<br />
acompanhá-lo sem a preocupação de ver pelos olhos <strong>do</strong> professor.<br />
Logo após a exibição, o debate deve ser estimula<strong>do</strong>, valorizan<strong>do</strong>-se as<br />
diferentes interpretações e os sentimentos externa<strong>do</strong>s pelo grupo, reflexo da<br />
bagagem de conhecimentos e de vivências de cada um.<br />
Os pontos que você destacar podem enriquecer as opiniões emitidas pelos<br />
alunos e contribuir para a construção de uma conceituação mais ampla sobre o<br />
assunto.<br />
Conhecer o material previamente, providenciar o ambiente adequa<strong>do</strong> e os<br />
equipamentos necessários são condições para que a atividade aconteça.<br />
Trabalhan<strong>do</strong> em grupo<br />
A opção pela utilização de meto<strong>do</strong>logia participativa na formação de jovens<br />
parte <strong>do</strong> pressuposto de que esse aluno tem maior interesse por atividades em que<br />
associe as questões postas em discussão às suas vivências. Nessa condição, ele se<br />
sente encoraja<strong>do</strong> a falar, concordar, discordar, dar a sua opinião.<br />
A dramatização, o diálogo, a exposição oral e visual de situações diferenciadas<br />
e a síntese compartilhada são recursos que incentivam a participação e facilitam a<br />
aprendizagem.<br />
A compreensão <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s propostos se dá na troca de saberes, em que<br />
o aluno se sente realiza<strong>do</strong> ao contribuir para a construção coletiva <strong>do</strong> conhecimento.<br />
Esse aluno geralmente entende que a aquisição de novos conhecimentos é<br />
importante para a sua vida e se compromete com seu próprio processo de<br />
aprendizagem.<br />
Conhecer as características da turma é extremamente importante quan<strong>do</strong> se<br />
pretende trabalhar em grupos, em atividades com enfoque participativo. Comece<br />
com propostas simples, cuja participação não exija conhecimentos específicos e<br />
sistematiza<strong>do</strong>s sobre um determina<strong>do</strong> assunto, para que os alunos possam colaborar<br />
utilizan<strong>do</strong> suas vivências sociais e de trabalho. Dessa forma, você poderá observar<br />
melhor o perfil de seus alunos e as relações no grupo.<br />
Para ter essa visão, também é necessário variar o número de participantes<br />
nos grupos. A distribuição da turma em duplas, no início, proporciona boas<br />
oportunidades de aproximar os alunos e de se estabelecer um conhecimento mais<br />
rápi<strong>do</strong> entre eles.<br />
Sugerir mudanças, de uma atividade para outra, na composição <strong>do</strong>s grupos,<br />
é outra estratégia para a integração da turma e para você, professor(a), entender as<br />
preferências, os isolamentos e reconhecer as lideranças espontâneas. Os líderes<br />
podem ser excelentes colabora<strong>do</strong>res, se soubermos valorizar a sua atuação positiva<br />
e neutralizar possíveis tendências à manipulação de iniciativas <strong>do</strong> grupo.
Preparan<strong>do</strong> a Atividade Grupal<br />
➧ Ter bastante clareza quanto aos objetivos a serem alcança<strong>do</strong>s com a atividade.<br />
➧ Providenciar, com antecedência, to<strong>do</strong>s os materiais necessários à atividade,<br />
com excedente para os imprevistos.<br />
➧ Lembrar que o aluno também pode colaborar trazen<strong>do</strong> materiais.<br />
➧ Verificar se há tempo necessário para a atividade no seu planejamento da aula.<br />
➧ Definir a composição e a forma de participação <strong>do</strong>s grupos.<br />
Desenvolven<strong>do</strong> a Atividade<br />
1. Informar qual é a proposta da atividade, sem antecipar as conclusões.<br />
2. Descrever como a atividade irá desenvolver-se.<br />
3. Quan<strong>do</strong> a atividade for complexa, fazer a demonstração com um <strong>do</strong>s grupos.<br />
4. Iniciar informan<strong>do</strong> o tempo previsto para o término da atividade e/ou de<br />
cada etapa, quan<strong>do</strong> houver.<br />
5. Solicitar que cada grupo relate como foi o processo de organização, de<br />
discussão e de criação e as descobertas feitas nas relações com os componentes<br />
<strong>do</strong> grupo.<br />
6. Divulgar e comentar os resulta<strong>do</strong>s de cada grupo.<br />
7. Fazer a síntese das conclusões <strong>do</strong> grupo para que o conhecimento seja<br />
compartilha<strong>do</strong>.<br />
Essa síntese deve ser feita por meio de relatos orais e de registro visual no<br />
quadro ou em painel de papel par<strong>do</strong> ou similar, para facilitar a compreensão e<br />
propiciar melhor apreensão da informação. Os objetivos que foram estabeleci<strong>do</strong>s<br />
para a atividade devem estar evidentes durante a sistematização <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s.<br />
Dicas:<br />
➧ Evitar dar atenção somente a um grupo.<br />
➧ Procurar circular nos grupos, observan<strong>do</strong> e esclarecen<strong>do</strong> dúvidas.<br />
➧ Variar o número de participantes e a composição <strong>do</strong>s grupos, utilizan<strong>do</strong><br />
técnicas como sorteio, seqüência numérica etc.<br />
➧ Pedir que a turma escolha redatores e relatores, quan<strong>do</strong> for necessário à<br />
atividade, sugerin<strong>do</strong> alternâncias.<br />
➧ Estabelecer o tempo necessário para cada etapa de trabalho e observar se<br />
é suficiente.<br />
➧ Informar e esclarecer, para toda a turma, as dúvidas comuns a vários grupos.<br />
➧ Incentivar a participação, estimular o debate, apresentar para a turma as<br />
dúvidas de um grupo.<br />
➧ Formular perguntas para encaminhar o debate.<br />
➧ Encorajar o aluno a dar respostas às questões levantadas.<br />
➧ Gerenciar os conflitos, evitan<strong>do</strong> possíveis reações desrespeitosas entre os<br />
alunos.
➧ Participar das discussões, quan<strong>do</strong> isto for importante para o enriquecimento<br />
<strong>do</strong> debate.<br />
➧ Complementar as lacunas conceituais com sua intervenção, sempre que<br />
necessário.<br />
➧ Estar bastante atento(a) à necessidade de alterar o planejamento, caso surjam<br />
situações imprevistas, que podem acontecer em algumas atividades.<br />
Fazen<strong>do</strong> pesquisa<br />
No Guia de Estu<strong>do</strong> foram propostas algumas atividades de coleta informal de<br />
da<strong>do</strong>s. Parece ser fácil perguntar e coletar respostas, mas, se não tivermos clareza<br />
<strong>do</strong> que queremos saber, para quê e a quem perguntar, não alcançaremos nossos<br />
objetivos. Portanto, é importante que o aluno seja orienta<strong>do</strong> para essa atividade<br />
com a indicação <strong>do</strong>s passos mínimos necessários à realização de uma pesquisa. É<br />
importante lembrar que ele está sempre, no dia a dia, fazen<strong>do</strong> pesquisa: <strong>do</strong> melhor<br />
preço no supermerca<strong>do</strong>, da melhor opção de lazer num fim de semana, da rádio<br />
que toca as músicas que gosta, <strong>do</strong> programa de televisão que quer ver, etc. O que é<br />
mais importante para o resulta<strong>do</strong> da sua pesquisa é ter bastante clareza <strong>do</strong> que<br />
quer saber.<br />
Preparação<br />
1. Objeto da pesquisa:<br />
➧ estabelecer com exatidão o que se deseja pesquisar;<br />
➧ definir o grupo de pessoas a ser entrevista<strong>do</strong>: quantas pessoas, sua idade,<br />
sexo, escolaridade, profissão.<br />
2. Elaboração de um roteiro de entrevista ou de um questionário com perguntas:<br />
➧ as perguntas <strong>do</strong> roteiro ou questionário devem ser discutidas com os alunos<br />
e devem propiciar respostas claras;<br />
➧ começar com as perguntas mais fáceis (o roteiro tem que estar prepara<strong>do</strong><br />
com as perguntas hierarquizadas em graus de dificuldade);<br />
➧ elaborar perguntas para levantamento de da<strong>do</strong>s quantitativos (Ex.: Qual a<br />
sua profissão? Idade? Local de moradia?);<br />
➧ incluir questões mais abertas (Ex.: Por que você escolheu esta profissão? O<br />
que você acha importante nas relações de trabalho?)<br />
3. Realização da entrevista<br />
➧ Antes de entrevistar as pessoas, verificar qual o melhor local, dia e hora<br />
para a realização da entrevista. Ao iniciar a entrevista, identificar-se e falar<br />
<strong>do</strong>s objetivos da pesquisa.<br />
➧ Durante a entrevista, não ser insistente. Se a pessoa entrevistada não entender<br />
a pergunta, modificá-la; não fazer perguntas indiscretas.<br />
➧ Não demonstrar reações diante das respostas <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s, como<br />
surpresa ou reprovação.
➧ Conhecer bem o roteiro, de mo<strong>do</strong> a não precisar interromper o diálogo<br />
para ler as perguntas.<br />
➧ Fazer as perguntas em tom de conversa, em vez de lê-las de mo<strong>do</strong> formal.<br />
➧ Respeitar a opinião <strong>do</strong> entrevista<strong>do</strong> e não apresentar a sua própria.<br />
➧ Anotar a resposta enquanto o entrevista<strong>do</strong> responde.<br />
4. Materiais a serem coleta<strong>do</strong>s<br />
➧ Fotos, músicas, cartas, registros de notícias em <strong>do</strong>cumentos, jornais e revistas<br />
da época a ser pesquisada.<br />
➧ Bibliografia específica.<br />
➧ Sites específicos sobre o tema da pesquisa e/ou sites de busca.<br />
5. Organização e classificação das respostas<br />
Este é, talvez, o momento mais difícil da atividade de pesquisa, pois, muitas<br />
vezes, lida-se com informações desiguais que devem ser agrupadas por categorias.<br />
6.Apresentação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s<br />
Os alunos devem anotar os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s no espaço reserva<strong>do</strong> para<br />
registro no Guia de Estu<strong>do</strong> ou em outro <strong>do</strong>cumento indica<strong>do</strong>.<br />
Após a análise e as conclusões (que também devem ser registradas por<br />
escrito), vem a apresentação final <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s. Para isso, sugerimos a confecção<br />
de um mural com os resulta<strong>do</strong>s, as explicações <strong>do</strong>s procedimentos a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s, um<br />
ou outro relato sobre como decorreu a entrevista. Se possível, o mural deve<br />
conter fotos ou ilustrações <strong>do</strong> local, das pessoas ou quaisquer outras relacionadas<br />
à atividade.<br />
O mural pode estar na sala de aula ou em qualquer outro espaço que a<br />
turma utilize. Lembre-se: um mural só tem senti<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> é visto, li<strong>do</strong>, explica<strong>do</strong><br />
e usa<strong>do</strong> como fonte de consulta.<br />
7. Vivência <strong>do</strong> questionário ou <strong>do</strong> roteiro da entrevista<br />
O recurso da simulação da entrevista em sala de aula (entre alunos e aluno/<br />
professor) melhora o desempenho <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>res, garantin<strong>do</strong> os resulta<strong>do</strong>s<br />
da pesquisa.<br />
O (a) professor(a) ao identificar as dificuldades deve se deter mais tempo,<br />
procuran<strong>do</strong>, se for o caso, sugerir as alterações necessárias no roteiro e/ou<br />
questionário e desenvolver atividades que melhorem as habilidades <strong>do</strong>s alunos<br />
entrevista<strong>do</strong>res.<br />
Visitas<br />
Planejar uma visita é uma atividade que deve ser elaborada em conjunto –<br />
professor(a) e alunos(as) –, com o cuida<strong>do</strong> de envolver os Coordena<strong>do</strong>res que<br />
podem programar as visitas junto com o Professor Orienta<strong>do</strong>r e com o Educa<strong>do</strong>r
de Ação Comunitária. São providências que devem nortear a atividade:<br />
1. definir o local a ser visita<strong>do</strong>, ten<strong>do</strong> em vista os objetivos a serem alcança<strong>do</strong>s;<br />
2. elaborar o roteiro de visitação;<br />
3. prever o tempo de duração da visita;<br />
4. marcar entrevistas, se for o caso, e preparar seus roteiros (ou questionários);<br />
5. conhecer previamente normas e regras de comportamento <strong>do</strong> local;<br />
6. levantar os recursos necessários para tornar possível a visita (meio de transporte, lanche,<br />
acompanhantes etc.).<br />
Os resulta<strong>do</strong>s devem ser organiza<strong>do</strong>s e divulga<strong>do</strong>s para a turma e, em algumas<br />
situações, para outros segmentos <strong>do</strong> Núcleo .<br />
e da Estação da Juventude.<br />
Avaliação<br />
Na Na concepção <strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong> <strong>ProJovem</strong>, <strong>Urbano</strong>, a avaliação a avaliação é um processo é um cumulativo, processo cumulativo, contínuo,<br />
contínuo, abrangente, abrangente, sistemático sistemático e flexível, e flexível, de obtenção de obtenção e julgamento e julgamento de informações de informações de<br />
de natureza qualitativa e quantitativa e quantitativa sobre o o processo de de ensino e e aprendizagem, de<br />
forma a a obter subsídios para para verificar verificar se os se objetivos os objetivos estão sen<strong>do</strong> estão alcança<strong>do</strong>s; sen<strong>do</strong> alcança<strong>do</strong>s; quais as<br />
dificuldades quais as dificuldades <strong>do</strong>s alunos, <strong>do</strong>s individualmente alunos, individualmente e da turma; e planejar da turma; mudanças, planejar se mudanças, for o caso,<br />
na se for meto<strong>do</strong>logia o caso, na a<strong>do</strong>tada; meto<strong>do</strong>logia e sugerir a<strong>do</strong>tada; alterações e sugerir nos matérias alterações didáticos nos matérias e/ou complemen- didáticos<br />
tação e/ou com complementação outros instrumentos com outros de aprendizagem. instrumentos de aprendizagem.<br />
Modalidades de avaliação:<br />
A avaliação deve acompanhar to<strong>do</strong> o trabalho pedagógico, desde o<br />
planejamento inicial das ações até a avaliação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s finais, passan<strong>do</strong> por<br />
todas as etapas <strong>do</strong> processo. Estas modalidades não devem ser vistas de forma<br />
compartimentada, mas se entrelaçan<strong>do</strong> durante o to<strong>do</strong> o curso.<br />
A título de classificação, apresentamos alguns procedimentos que caracterizam<br />
cada modalidade:<br />
Avaliação diagnóstica<br />
A função diagnóstica da avaliação prevê atividades que retratem o estágio<br />
de conhecimento inicial <strong>do</strong>s alunos, a fim de que o (a) professor(a) faça as<br />
adequações necessárias ao melhor aproveitamento da turma. Esta função deve<br />
acompanhar todas as etapas, apontan<strong>do</strong> os ajustes a serem feitos, de forma a:<br />
➧ planejar as intervenções <strong>do</strong>(a) professor(a);<br />
➧ criar formas de apoio aos alunos que apresentem dificuldades;<br />
➧ verificar se os objetivos propostos estão sen<strong>do</strong> alcança<strong>do</strong>s;<br />
➧ obter subsídios para a revisão <strong>do</strong>s materiais e da meto<strong>do</strong>logia <strong>do</strong> curso.<br />
Avaliação formativa<br />
O caráter processual da avaliação formativa pressupõe o controle e o<br />
acompanhamento das etapas <strong>do</strong> trabalho desenvolvi<strong>do</strong>. Consiste na verificação<br />
quantitativa e qualitativa durante o processo de ensino e de aprendizagem.
A avaliação formativa não tem caráter episódico, mas permanente, e to<strong>do</strong>s<br />
os momentos vivencia<strong>do</strong>s em sala de aula e em atividades externas são referenciais<br />
para a análise <strong>do</strong> desempenho e da participação <strong>do</strong>s alunos, destacan<strong>do</strong>-se, nesta<br />
função, a auto-avaliação, que permite que o aluno participe, com autonomia e<br />
responsabilidade, de seu processo de crescimento e se torne consciente de seus<br />
avanços e dificuldades.<br />
A avaliação formativa contribui, ainda, para que, no decorrer <strong>do</strong><br />
desenvolvimento <strong>do</strong> trabalho, o professor, com base nas informações obtidas,<br />
faça ajustes nos processos meto<strong>do</strong>lógicos e na aplicação <strong>do</strong>s materiais, visan<strong>do</strong> a<br />
correções futuras.<br />
Avaliação somativa<br />
A função de avaliação somativa tem caráter cumulativo; ela ocorrerá em<br />
diferentes momentos, durante as atividades e os trabalhos desenvolvi<strong>do</strong>s. Ao final<br />
de cada tópico <strong>do</strong> Guia de Estu<strong>do</strong>, a sistematização <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s permitirá verificar<br />
se há necessidade de retomar conceitos antes de avançar para os tópicos seguintes.<br />
Sugerimos que seja sempre acompanhada da auto-avaliação <strong>do</strong>s alunos, em<br />
relação ao seu desempenho nas atividades propostas.<br />
Os alunos que apresentarem dificuldades durante o processo, como lentidão<br />
na apreensão <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s, na compreensão <strong>do</strong>s textos, faltas freqüentes, atrasos<br />
e limitações nas tarefas solicitadas, merecem atenção especial por parte <strong>do</strong>(a)<br />
professor(a).<br />
➧ Durante o processo de ensino e aprendizagem, o professor(a) deve estar<br />
atento a comportamentos e resulta<strong>do</strong>s objetivos que tornam possível nortear<br />
a avaliação.<br />
Os índices alcança<strong>do</strong>s pela turma, em todas as etapas, devem ser discuti<strong>do</strong>s<br />
pelos alunos e pelo(a) professor(a), para a avaliação <strong>do</strong> curso quanto à meto<strong>do</strong>logia<br />
a<strong>do</strong>tada, à distribuição <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s no planejamento das aulas e às dificuldades<br />
na compreensão <strong>do</strong>s temas, entre outros aspectos que podem surgir durante a<br />
avaliação.<br />
No No <strong>ProJovem</strong> <strong>ProJovem</strong>, <strong>Urbano</strong>, a avaliação a avaliação formal formal está está prevista prevista para para diferentes etapas <strong>do</strong><br />
curso. No fim fim de de cada cada Unidade Unidade Formativa, Formativa, há uma há prova uma prova que versa que sobre versa o sobre conheci- o<br />
mento conhecimento e as habilidades e as habilidades adquiri<strong>do</strong>s adquiri<strong>do</strong>s no Ensino no Fundamental Ensino Fundamental e na Qualificação e na Qualificação Profissional,<br />
Profissional, mais especificamente mais especificamente na Formação na Técnica Formação Geral. Técnica Apesar Geral. <strong>do</strong> seu Apesar caráter <strong>do</strong> somati- seu<br />
vo, caráter esta avaliação somativo, tem esta uma avaliação função diagnóstica tem uma função que aponta diagnóstica os resulta<strong>do</strong>s que positivos aponta que os<br />
devem resulta<strong>do</strong>s continuar positivos nortean<strong>do</strong> que devem o processo continuar de ensino nortean<strong>do</strong> e aprendizagem o processo e as dificuldades de ensino que e<br />
merecem aprendizagem ajustes. e as dificuldades que merecem ajustes.<br />
Conforme as diretrizes <strong>do</strong> Projovem <strong>Urbano</strong>, a avaliação <strong>do</strong> Arco Ocupacional<br />
Para a avaliação específica <strong>do</strong>s Arcos Ocupacionais são indica<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is<br />
é realizada por meio <strong>do</strong> Caderno de Registro de Avaliação. Em cada unidade formativa<br />
instrumentos: são destinadas o Relatório duas fichas <strong>do</strong> para Estudante esse fim: (a ser desenvolvi<strong>do</strong> nas Unidades<br />
Formativas III e IV) e a Realização <strong>do</strong> evento (na Unidade Formativa IV).<br />
- O Ficha quadro 6 – a Desenvolvimento seguir expressa a da distribuição Qualificação da pontuação. Profissional: avaliação <strong>do</strong> arco<br />
ocupacional articula<strong>do</strong> à FTG, a partir <strong>do</strong>s aspectos e habilidades trabalha<strong>do</strong>s nos<br />
guias de estu<strong>do</strong>;
- Ficha 7 – Plano de Orientação Profissional - POP: avaliação <strong>do</strong> arco ocupacional<br />
articula<strong>do</strong> à FTG, realizada a partir das atividades práticas, visitas, técnicas<br />
e entrevistas registradas no referi<strong>do</strong> instrumento.<br />
A avaliação também pode ser realizada por quinzenas, se o professor(a) considerar<br />
que isso pode facilitar a elaboração e registro, com sistematização ao final de<br />
cada Unidade Formativa.<br />
Quanto ao evento, indica<strong>do</strong> na Ficha 6 - Desenvolvimento da Qualificação<br />
Profissional, Unidades Formativas V e VI), recomenda-se que não seja um episódio<br />
apenas de encerramento <strong>do</strong>s trabalhos, mas o coroamento das atividades desenvolvidas.<br />
Produtos confecciona<strong>do</strong>s, fotos registran<strong>do</strong> momentos importantes <strong>do</strong> trabalho<br />
realiza<strong>do</strong>, painéis, cartazes, a reprodução de textos encena<strong>do</strong>s, a sistematização das<br />
pesquisas, o diário das visitas. Portanto, desde o primeiro dia de aula, podemos,<br />
junto com a turma, ir planejan<strong>do</strong> o que vamos mostrar!<br />
É importante, convidar, para esse momento, to<strong>do</strong>s os Núcleos (alunos e educa<strong>do</strong>res)<br />
a Coordenação Local, as instituições e empresas que nos apoiaram, as escolas,<br />
os meios de comunicação locais,enfim, toda a comunidade..<br />
É o momento em que a comunidade que esteve presente, também nas atividades<br />
externas, se veja nas exposições e representações.<br />
(Saiba mais sobre Avaliação no <strong>ProJovem</strong> em: SALGADO,<br />
Maria Umbelina Caiafa (org.). <strong>Manual</strong> <strong>do</strong> Educa<strong>do</strong>r: Orientações Gerais.Brasil.<br />
Presidência da República (Secretaria Geral), Brasília, DF, 2008).
Estrutura <strong>do</strong> Guia de Estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> aluno<br />
<strong>do</strong> Arco Ocupacional PESCA E PISCICULTURA<br />
SEÇÃO 1 - O TRABALHADOR NA PESCA ARTESANAL<br />
Tópico 1 - A PESCA E O PESCADOR<br />
<strong>Pesca</strong> comercial<br />
<strong>Pesca</strong> ama<strong>do</strong>ra e pesca científica<br />
Tópico 2 - CONHECIMENTOS BÁSICOS<br />
As embarcações<br />
Condições <strong>do</strong> mar<br />
Condições <strong>do</strong> rio<br />
Noções de orientação<br />
Comunicação por rádio<br />
Segurança<br />
Tipos de pesca<br />
A isca<br />
Tipos de apetrechos<br />
Nós<br />
Espécies de peixes<br />
O pesca<strong>do</strong>r e o meio ambiente<br />
Vamos sair para pescar!<br />
SEÇÃO 2 - O TRABALHADOR NA PISCICULTURA<br />
Tópico 1 – AQÜICULTURA<br />
Tópico 2 - PISCICULTURA<br />
Diferentes instalações e cultivos<br />
Mãos à obra!<br />
É hora de criar peixes<br />
SEÇÃO 3: O TRABALHADOR EM UNIDADES DE BENEFICIAMENTO<br />
E PROCESSAMENTO DE PESCADOS<br />
Tópico 1 - DA ÁGUA PARA A MESA<br />
Tópico 2 - O BENEFICIAMENTO INDUSTRIAL DO PESCADO<br />
Setor de recepção<br />
Setor de beneficiamento<br />
Setor de embalagem<br />
Setor de armazenamento
Tópico 3 - MEDIDAS DE HIGIENE<br />
A sanitização<br />
A higienização<br />
Tópico 4 - O PROCESSAMENTO ARTESANAL DO PESCADO<br />
Processamento x beneficiamento<br />
Oportunidades de empreendimento<br />
Produtos processa<strong>do</strong>s à base de pesca<strong>do</strong><br />
Do pesca<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> se aproveita...<br />
SEÇÃO 4 - O VENDEDOR DE PESCADOS<br />
Tópico 1 - O VENDEDOR DE PESCADOS<br />
Saberes sobre peixes<br />
Conhecimentos sobre negócios de peixes<br />
Tópico 2 - SABER VENDER<br />
Conhecimento<br />
Bom relacionamento com o cliente<br />
Ética<br />
Motivação<br />
Apresentação pessoal<br />
Tópico 3 - LOCAIS DE TRABALHO<br />
Merca<strong>do</strong> de peixe<br />
Supermerca<strong>do</strong><br />
Peixaria de bairro<br />
Feira livre<br />
Tópico 4 - ATIVIDADES ROTINEIRAS<br />
Preparação da atividade de venda de pesca<strong>do</strong>s<br />
A venda<br />
Atividades pós-venda
Estrutura e suporte para o planejamento das aulas<br />
Arco Ocupacional PESCA e PISCICULTURA<br />
Seção Atividades Horas-aula/dia Anotações <strong>do</strong> Professor<br />
Seção 1 -<br />
O Trabalha<strong>do</strong>r<br />
na <strong>Pesca</strong> Artesanal<br />
Tópico 1 - A <strong>Pesca</strong><br />
e o <strong>Pesca</strong><strong>do</strong>r<br />
<strong>Pesca</strong> comercial<br />
<strong>Pesca</strong> ama<strong>do</strong>ra<br />
Tópico 2 -<br />
Conhecimentos<br />
básicos<br />
As embarcações<br />
Condições <strong>do</strong> mar<br />
Condições <strong>do</strong> rio<br />
Noções<br />
de orientação<br />
Comunicação<br />
por rádio<br />
Segurança<br />
Tipos de pesca<br />
A isca<br />
Tipos de apetrechos<br />
Nós<br />
Espécies de peixes<br />
O pesca<strong>do</strong>r e o<br />
meio ambiente
Seção Atividades Horas-aula/dia Anotações <strong>do</strong> Professor<br />
Vamos sair<br />
para pescar<br />
Seção 2 -<br />
O Trabalha<strong>do</strong>r<br />
na <strong>Piscicultura</strong><br />
Tópico 1 -<br />
Aqüicultura<br />
Tópico 2 -<br />
<strong>Piscicultura</strong><br />
Diferentes instalações<br />
e cultivos<br />
Mãos à obra!<br />
É hora de criar peixes<br />
Seção 3 - O Trabalha<strong>do</strong>r<br />
em Unidades<br />
de Beneficiamento<br />
e Processamento<br />
de <strong>Pesca</strong><strong>do</strong>s<br />
Tópico 1 - Da água<br />
para a mesa<br />
Tópico 2 -<br />
O beneficiamento<br />
industrial <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong><br />
Setor de recepção<br />
Setor de<br />
beneficiamento<br />
Setor de embalagem<br />
Setor de<br />
armazenamento<br />
Tópico 3 - Medidas<br />
de Higiene<br />
A sanitização
Seção Atividades Horas-aula/dia Anotações <strong>do</strong> Professor<br />
A higienização<br />
Tópico 4 -<br />
O Processamento<br />
artesanal <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong><br />
Processamento x<br />
beneficiamento<br />
Oportunidades de<br />
empreendimento<br />
Produtos processa<strong>do</strong>s<br />
à base de pesca<strong>do</strong><br />
Do pesca<strong>do</strong> tu<strong>do</strong><br />
se aproveita...<br />
Seção 4 -<br />
O Vende<strong>do</strong>r<br />
de <strong>Pesca</strong><strong>do</strong>s<br />
Tópico 1 -<br />
O vende<strong>do</strong>r<br />
de pesca<strong>do</strong>s<br />
Saberes sobre peixes<br />
Conhecimentos sobre<br />
negócios de peixes<br />
Tópico 2 -<br />
Saber vender<br />
Conhecimento<br />
Bom relacionamento<br />
com o cliente<br />
Ética<br />
Motivação<br />
Apresentação pessoal<br />
Tópico 3 - Locais<br />
de trabalho
Seção Atividades Horas-aula/dia Anotações <strong>do</strong> Professor<br />
Merca<strong>do</strong> de peixe<br />
Supermerca<strong>do</strong><br />
Peixaria de bairro<br />
Feira livre<br />
Tópico 4 - Atividades<br />
Rotineiras<br />
Preparação da<br />
atividade de venda<br />
de pesca<strong>do</strong>s<br />
A venda<br />
Atividades pós-venda
SEÇÃO 1<br />
O TRABALHADOR NA PESCA ARTESANAL<br />
(pesca<strong>do</strong> de água <strong>do</strong>ce e salgada)<br />
TÓPICO 1 – A pesca e o pesca<strong>do</strong>r<br />
OBJETIVOS<br />
➧ Identificar quem é o profissional deste Arco.<br />
➧ Valorizar a importância <strong>do</strong> conhecimento popular.<br />
➧ Relacionar os tipos de pesca.<br />
TEXTOS E ATIVIDADES<br />
Professor(a) inicie a aula com uma conversa informal, onde você possa<br />
descobrir os motivos que levaram o aluno a escolher o Arco e saber que<br />
experiências profissionais e de vida associadas ao trabalho <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>r ele<br />
vivenciou.<br />
Este primeiro contato <strong>do</strong> aluno com o Arco deve ser extremamente<br />
motiva<strong>do</strong>r, agradável e, ao mesmo tempo, desafia<strong>do</strong>r.<br />
O texto da introdução <strong>do</strong> Guia de Estu<strong>do</strong> é indica<strong>do</strong> para esta primeira<br />
aula.<br />
Fala de um país com uma extensa faixa litorânea, com uma reserva<br />
hídrica privilegiada e com uma enorme variedade de pesca<strong>do</strong>. Destaca, ainda,<br />
a atenção <strong>do</strong> Governo Federal com este setor da economia ao criar uma<br />
Secretaria Especial de Aqüicultura e <strong>Pesca</strong> (SEAP) da Presidência da República,<br />
com status de Ministério. (leia as principais atribuições desta Secretaria e quem<br />
são seus dirigentes no site - www.presidencia.gov.br/seap)<br />
Portanto, elementos não faltam para o aluno entender a importância da<br />
pesca como atividade produtiva.<br />
Este primeiro momento também pode ser esclarece<strong>do</strong>r quanto à estrutura<br />
<strong>do</strong> Arco. Você dever informar aos alunos que as ocupações estão interligadas<br />
por conteú<strong>do</strong>s básicos comuns e que todas são importantes na Ocupação que<br />
ele escolheu. Situe a Ocupação no contexto da cidade que a selecionou,<br />
enfatizan<strong>do</strong> a importância para o desenvolvimento da região.<br />
O texto da introdução é extenso para a leitura individual. Vamos fazer<br />
uma leitura oral seqüencial antes, durante ou depois da nossa conversa, e<br />
vamos terminar esta primeira aula cantan<strong>do</strong> com nossos alunos a bela música<br />
de Caymmi.<br />
25
26<br />
Suíte <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>r<br />
Minha jangada vai sair pro mar<br />
Vou trabalhar, meu bem querer<br />
Se Deus quiser quan<strong>do</strong> eu voltar <strong>do</strong> mar<br />
Um peixe bom eu vou trazer<br />
Meus companheiros também vão voltar<br />
E a Deus <strong>do</strong> céu vamos agradecer<br />
Adeus, adeus<br />
<strong>Pesca</strong><strong>do</strong>r não se esqueça de mim<br />
Vou rezar pra ter bom tempo, meu bem<br />
Pra não ter tempo ruim<br />
Vou fazer sua caminha macia<br />
Perfumada de alecrim<br />
DORIVAL CAYMMI<br />
Dorival Caymmi – compositor responsável, em grande parte, pela imagem que a Bahia<br />
tem hoje em dia – nasceu na Bahia, em 30 de abril de 1914. Seu estilo inimitável de<br />
compor e cantar influenciou várias gerações de músicos brasileiros. Em Salva<strong>do</strong>r teve<br />
vários trabalhos antes de tentar a sorte como cantor de rádio. Como compositor, ganhou<br />
um concurso de músicas de carnaval em 1936. Veio para o Rio de Janeiro e foi logo<br />
reconheci<strong>do</strong> pelas suas primeiras obras. “O Que É Que a Baiana Tem” foi incluída no<br />
filme “Banana da Terra”, estrela<strong>do</strong> por Carmen Miranda. Sua música “O Mar” foi<br />
colocada em um espetáculo promovi<strong>do</strong> pela então primeira-dama Darcy Vargas. Daí<br />
em diante, seu prestígio foi se amplian<strong>do</strong>. As canções que celebrizaram Caymmi versam<br />
na maioria das vezes sobre temas praieiros ou sobre a Bahia e as belezas da terra, o<br />
que colaborou para fixar, de certa forma, uma imagem <strong>do</strong> Brasil para o exterior e para<br />
os próprios brasileiros. Algumas das mais marcantes são “A Lenda <strong>do</strong> Abaeté”,<br />
“Promessa de <strong>Pesca</strong><strong>do</strong>r”, “É Doce Morrer no Mar”, “Marina”, “Não Tem Solução”,<br />
“João Valentão”, “Maracangalha”, “Saudade de Itapoã”, “Doralice”, “Samba da<br />
Minha Terra”, “Lá Vem a Baiana”, “Suíte <strong>do</strong>s <strong>Pesca</strong><strong>do</strong>res”, “Sába<strong>do</strong> em Copacabana”,<br />
“Nem Eu”, “Nunca Mais”, “Saudades da Bahia”, “Dora”, “Oração pra Mãe Menininha”,<br />
“Rosa Morena”, “Eu Não Tenho Onde Morar”, “Promessa de <strong>Pesca</strong><strong>do</strong>r”, “Das Rosas”.<br />
Em 60 anos de carreira, Dorival Caymmi gravou cerca de 20 discos, mas o número de<br />
versões de suas músicas feitas por outros intérpretes é praticamente incalculável. Sua<br />
obra, considerada pequena em quantidade, abrange inigualável número de obras -<br />
primas.<br />
<strong>Pesca</strong> comercial e industrial<br />
A pesca industrial utiliza embarcações de grandes dimensões, geralmente<br />
bem equipadas, e dispõe de redes potentes. Uma vez que esse tipo de pesca está<br />
associada sobretu<strong>do</strong> à pesca longínqua e por vezes à pesca costeira, nas<br />
embarcações há os equipamentos necessários para a conservação e congelamento
<strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>. São utilizadas técnicas de cerco, de arrasto, bem como modernas<br />
sondas. A pesca industrial, entretanto, pode prejudicar algumas espécies de<br />
peixes e até provocar a extinção de algumas delas, provocan<strong>do</strong> grande<br />
desequilíbrio no ecossistema. Para o controle dessa pesca, duas regras são<br />
fundamentais:<br />
➧ Defeso: não se pode pescar certo tipo de peixe em época de sua<br />
reprodução.<br />
➧ Malha da rede: a rede (tamanho, estrutura) tem de estar de acor<strong>do</strong> com<br />
o pesca<strong>do</strong> que o barco se propõe a pescar.<br />
<strong>Pesca</strong> ama<strong>do</strong>ra e pesca científica<br />
A licença para pesca ama<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> IBAMA é válida em to<strong>do</strong> território<br />
nacional e, uma vez licencia<strong>do</strong>, o pesca<strong>do</strong>r pode pescar em qualquer região <strong>do</strong><br />
país, não haven<strong>do</strong> necessidade de pagamento da licença estadual. No entanto,<br />
as normas estaduais devem ser respeitadas quan<strong>do</strong> forem mais restritivas <strong>do</strong><br />
que a norma federal. O limite de cota de captura e transporte federal de pesca<strong>do</strong><br />
por pesca<strong>do</strong>r é de 10kg mais um exemplar, para águas continentais, e 15kg mais<br />
um exemplar, para águas marinhas e estuarinas.<br />
Categorias<br />
A – desembarcada<br />
B – embarcada<br />
C – subaquática<br />
Não é preciso tirar duas ou mais licenças para essas categorias: a<br />
categoria C cobre a categoria B, e a categoria B cobre a categoria A.<br />
Porém, para quem pratica a pesca subaquática (de mergulho), a licença<br />
específica para esse tipo de pesca – categoria C – é recomendada.<br />
O (a) professor(a) deve procurar se informar sobre a obtenção de licença<br />
para <strong>Pesca</strong> Profissional e Artesanal na sua região, se foi elabora<strong>do</strong> algum Projeto<br />
de Lei Municipal ou Estadual que regulamente a atividade de <strong>Pesca</strong> no seu<br />
esta<strong>do</strong> ou município e se existem pontos de pesca subaquática em sua cidade.<br />
Os alunos também podem buscar estas informações.<br />
A pesca científica é praticada com a finalidade exclusiva de pesquisa e<br />
manejo, por pessoas com qualificação técnica para tal fim. Para se obter licença<br />
para <strong>Pesca</strong> Científica, geralmente não é cobrada taxa. A pesca científica sempre<br />
está relacionada a um projeto de pesquisa vincula<strong>do</strong> a alguma instituição de<br />
pesquisa. (universidades, centros de estu<strong>do</strong>s, institutos de pesquisa, entre outros).<br />
ATIVIDADE 1<br />
Esta atividade é muito simples, mas requer <strong>do</strong> aluno atenção e<br />
compreensão da leitura. A verificação das respostas deve ser feita<br />
27
28<br />
oralmente, e se o aluno apresentar dificuldades, o (a) professor(a) deve<br />
ajudá-lo a encontrar a resposta nos textos li<strong>do</strong>s. Procure aceitar a resposta<br />
<strong>do</strong> aluno, se a redação estiver compreensível.<br />
Respostas:<br />
Quem quiser trabalhar na pesca artesanal terá de ter o Registro Geral<br />
de <strong>Pesca</strong> (RGP)<br />
O pesca<strong>do</strong>r profissional artesanal utiliza meios de produção próprios,<br />
exerce sua atividade de forma autônoma.<br />
As embarcações da pesca industrial costeira têm maior autonomia que<br />
as da pesca artesanal e podem atingir áreas distantes da costa.<br />
Grandes embarcações, verdadeiros navios são utiliza<strong>do</strong>s na modalidade<br />
de pesca industrial oceânica.<br />
<strong>Pesca</strong> ama<strong>do</strong>ra e pesca científica<br />
Nas cidades litorâneas é comum vermos pessoas nas areias das praias<br />
pratican<strong>do</strong> a pesca ama<strong>do</strong>ra, ou sobre pontes e pedras de beira de rios.<br />
Professor(a), aproveite o assunto e procure se informar sobre esses tipos<br />
de pesca na sua região (ama<strong>do</strong>ra e científica). Dicas: Mapas da região, melhores<br />
pontos de pesca, endereço de marinas e outros. Troque idéias, durante o<br />
planejamento no seu Núcleo, com o professor especialista da área das Ciências<br />
Humanas.<br />
ATIVIDADE 2<br />
Nestas atividades de completar lacunas, nem sempre as respostas<br />
devem ser idênticas às que estão no gabarito <strong>do</strong> <strong>Manual</strong>. Procure entender<br />
o que o aluno respondeu e se for necessário, solicite que reescreva, voltan<strong>do</strong><br />
aos textos li<strong>do</strong>s.<br />
Respostas:<br />
1. Que tipos de pesca existem na sua região? Esta resposta depende de<br />
cada região e professores (as) e alunos devem buscar a resposta.<br />
2. Quais as principais diferenças entre um pesca<strong>do</strong>r ama<strong>do</strong>r e<br />
um pesca<strong>do</strong>r profissional?<br />
O pesca<strong>do</strong>r ama<strong>do</strong>r é o que pratica a pesca com fins de lazer ou desporto.<br />
O pesca<strong>do</strong>r profissional pesca com fins de comercialização.<br />
ATIVIDADE 3<br />
O professor (a) deve orientar os alunos na escolha <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s,<br />
na forma de conduzir os contatos, na viabilização da entrevista no horário<br />
previsto. Ainda, é de sua responsabilidade avisar aos Coordena<strong>do</strong>res <strong>do</strong>
Núcleo e convidar o Professor Orienta<strong>do</strong>r e o Educa<strong>do</strong>r de Ação<br />
Comunitária. É importante elaborar os roteiros e levantar com os alunos<br />
as principais questões a serem formuladas e as normas a serem seguidas<br />
(se to<strong>do</strong>s perguntam, se as questões serão formuladas em grupos e um<br />
representante <strong>do</strong> grupo pergunta, se vão marcar tempo para cada<br />
convida<strong>do</strong>, etc.)<br />
TÓPICO 2 – Conhecimentos básicos<br />
OBJETIVOS<br />
➧ Ampliar os conhecimentos sobre pesca e embarcações.<br />
➧ Oportunizar a comparação entre os tipos de embarcações.<br />
➧ Conhecer os principais procedimentos de segurança, incluin<strong>do</strong><br />
equipamentos individuais.<br />
➧ Identificar apetrechos e equipamentos necessários à pesca ama<strong>do</strong>ra.<br />
TEXTOS E ATIVIDADES<br />
As embarcações<br />
Existem vários tipos de embarcação, como podemos ver no Guia de<br />
Estu<strong>do</strong>, porém cada uma tem sua utilização específica. Além das apresentadas<br />
no Guia, há outras com características locais e nomes diferentes. O (a)<br />
professor(a) deve propor que os alunos procurem saber se, na sua região, há<br />
embarcações diferentes das que estão no Guia ou que recebam outros nomes.<br />
ATIVIDADE 4<br />
Esta é uma primeira atividade externa. A esta se seguirão outras, para<br />
que os alunos tenham contato com a realidade desta ocupação.<br />
O professor(a) pode organizar a turma de forma a propiciar que to<strong>do</strong>s<br />
os alunos participem das atividades externas. É importante que o aluno<br />
circule na sua comunidade, que conheça as oportunidades de trabalho no<br />
campo da <strong>Pesca</strong>.<br />
Fotografe, desenhe, recolha materiais informativos, de campanhas, etc.<br />
O (a) professor(a) deve fazer contatos com empresas e outros tipos de<br />
organização relacionadas ao Arco para facilitar esta aproximação <strong>do</strong>s alunos.<br />
Esse tipo de prática extraclasse é considera<strong>do</strong> como atividade<br />
presencial; deve, portanto, ser computa<strong>do</strong> em horas-aula no seu<br />
planejamento.<br />
29
30<br />
Esta atividade também introduz a coleta e organização de da<strong>do</strong>s, que<br />
estão presentes em outras atividades da Ocupação. Leia neste <strong>Manual</strong> em<br />
Falan<strong>do</strong> da Prática as orientações sobre como realizar atividades de pesquisa<br />
com os nossos alunos.<br />
Permissão para navegar<br />
O (a) professor (a) deve orientar o aluno a se informar sobre a legislação<br />
estadual e as normas que regulamentam as licenças para navegar no seu<br />
município. A Capitania <strong>do</strong>s Portos pode indicar os procedimentos necessários.<br />
Condições <strong>do</strong> mar<br />
O aluno leu o texto sobre as Condições <strong>do</strong> Mar, e deve ter percebi<strong>do</strong> a<br />
importância de se prever antecipadamente os movimentos das marés.<br />
A tábua de maré é um <strong>do</strong>s instrumentos indispensáveis para quem navega.<br />
A tábua deve ser apresentada pelo professor(a) em transparência ou cartaz<br />
antes <strong>do</strong> desenvolvimento da atividade. Fazer algumas perguntas para levantar<br />
dúvidas quanto aos horários das marés.<br />
Procure sempre, mesmo nas atividades individuais, solicitar que as respostas<br />
<strong>do</strong>s alunos sejam lidas oralmente e façam, juntos, a síntese <strong>do</strong>s conhecimentos<br />
adquiri<strong>do</strong>s com a leitura <strong>do</strong>s textos e a aplicação na atividade realizada.<br />
ATIVIDADE 5<br />
Após os alunos conhecerem como o pesca<strong>do</strong>r utiliza a tábua de<br />
marés, o professor(a) deve solicitar que falem de seus conhecimentos<br />
sobre previsão de tempo. A “leitura” <strong>do</strong> céu, <strong>do</strong>s ventos, da movimentação<br />
das nuvens são conhecimentos <strong>do</strong>s quais, desde as mais remotas<br />
civilizações, o homem lançou mão para se orientar. Os movimentos <strong>do</strong>s<br />
ventos podem ser amigos ou inimigos de quem vai pescar no mar ou nos<br />
rios. Traga para a turma informações sobre esses fenômenos e sobre<br />
como fazer as previsões.<br />
Existem órgãos que podem e devem ser consulta<strong>do</strong>s em grandes<br />
empreitadas de muitos dias, para planejar com mais segurança a saída e o<br />
retorno.<br />
Condições <strong>do</strong> rio<br />
Assim como o mar, o rio também está sujeito a normas da natureza.<br />
Vamos pesquisar quais os rios mais próximos da nossa região e saber como<br />
funciona o trabalho <strong>do</strong>s pesca<strong>do</strong>res de água <strong>do</strong>ce.
ATIVIDADE 6<br />
Nesta atividade, a turma deve ser dividida em grupos, que escolherão<br />
um ou <strong>do</strong>is “artistas da mímica”. A cada rodada <strong>do</strong> jogo, os mímicos <strong>do</strong><br />
grupo da vez receberão <strong>do</strong> professor (a) um papel em que estará descrita a<br />
situação que eles devem representar em silêncio, num tempo limita<strong>do</strong>, para<br />
a interpretação. Vencerá o jogo o grupo que conseguir interpretar a mímica<br />
em menor tempo.<br />
ATIVIDADE 7<br />
Nem sempre os mora<strong>do</strong>res de um município conhecem as entidades<br />
organizadas existentes na sua cidade. Estas informações são importantes,<br />
não apenas para o aluno, mas para a população daquele lugar. Portanto, as<br />
informações coletadas e organizadas pelos alunos em sala de aula, podem,<br />
com a orientação <strong>do</strong> (a) professor(a), se transformar em material<br />
informativo, reproduzi<strong>do</strong> para ser distribuí<strong>do</strong> nas comunidades,<br />
principalmente, nas pesqueiras. O Professor Orienta<strong>do</strong>r e o Educa<strong>do</strong>r de<br />
Ação Comunitária devem participar, facilitan<strong>do</strong> a aproximação <strong>do</strong>s alunos.<br />
Noções de orientação<br />
Os avanços tecnológicos ajudam cada vez mais também aos pesca<strong>do</strong>res<br />
desenvolven<strong>do</strong> aparelhos que podem dar sua localização com precisão via satélite,<br />
mas devemos lembrar que a navegação é uma atividade bem antiga. Vamos dar a<br />
ênfase necessária na atividade a seguir, pois sem esses saberes muitos países não<br />
teriam si<strong>do</strong> descobertos.<br />
ATIVIDADE 8 - PRÁTICA<br />
Esta é a primeira atividade prática que deve ser feita no Laboratório<br />
de <strong>Pesca</strong> <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong>, ou em ambiente similar, convenia<strong>do</strong> com o<br />
programa ou Prefeitura.<br />
Os alunos vão confeccionar uma bússola artesanal, para que entendam<br />
bem como este instrumento funciona. Isto não quer dizer que ele deva utilizar<br />
profissionalmente uma bússola confeccionada desta forma.<br />
A bússola é um equipamento que não custa muito caro.<br />
O GPS, também deve ser um instrumento importante na embarcação,<br />
e atualmente existem vários modelos, alguns bastante acessíveis.<br />
Os materiais para construir a bússola fazem parte da lista de materiais<br />
<strong>do</strong> laboratório.<br />
31
32<br />
Material:<br />
Cola branca<br />
Imã comum<br />
Agulha<br />
Pedaço de cortiça<br />
Recipiente plástico transparente<br />
Caneta que escreva em plástico<br />
ATIVIDADE 9<br />
Esta atividade pode ser feita no pátio da escola, com a Rosa-<strong>do</strong>sventos<br />
sen<strong>do</strong> desenhada no chão com a participação de to<strong>do</strong>s.<br />
Se a noite estiver clara (e é claro, se o curso for noturno), procure<br />
identificar com os alunos o Cruzeiro <strong>do</strong> Sul e apontar as direções <strong>do</strong>s quatro<br />
pontos cardeais. O mesmo pode ser feito, observan<strong>do</strong> o sol!<br />
ATIVIDADE 10<br />
Os alunos que residem próximo ou conhecem mais a comunidade<br />
<strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res da pesca em sua cidade devem ajudar na indicação <strong>do</strong>s<br />
pesca<strong>do</strong>res experientes. O (a) professor(a) também deve fazer contatos para<br />
que a escolha seja a melhor possível. O Educa<strong>do</strong>r de Ação Comunitária<br />
pode ser um excelente colabora<strong>do</strong>r nesta seleção.<br />
O seu município tem referências geográficas que o pesca<strong>do</strong>r <strong>do</strong> lugar<br />
também se utiliza para se orientar. Procure, antes da atividade, durante o<br />
planejamento no seu Núcleo, envolver o professor especialista da área das<br />
Ciências Humanas para relacionar que relevos e/ou outros contornos<br />
geográficos e patrimônios construí<strong>do</strong>s podem servir de orientação, para<br />
que o aluno compreenda melhor, caso sejam recursos utiliza<strong>do</strong>s pelo<br />
pesca<strong>do</strong>r.<br />
Comunicação por rádio<br />
Professor(a) leve <strong>do</strong>is aparelhos de intercomunicação para a sala e simule<br />
uma conversa de rádio entre a embarcação e a Capitania com seus alunos.<br />
Selecione uma relação de termos que são próprios neste tipo de comunicação<br />
com a Capitania. Comente com os alunos que existem vocabulários que são comuns<br />
a to<strong>do</strong>s os lugares e algumas palavras que são utilizadas entre pesca<strong>do</strong>res e mestres<br />
de barco de uma mesma região.
ATIVIDADE 11 - VEJA O FILME<br />
Sugerimos o filme Mar em Fúria, que aborda um fato ocorri<strong>do</strong> com<br />
um barco pesqueiro que naufraga. Será importante para discutir com a turma<br />
a necessidade da comunicação para quem está embarca<strong>do</strong>. O (a) professor(a)<br />
não deve adiantar o roteiro <strong>do</strong> filme. Isto pode provocar o desinteresse<br />
<strong>do</strong>s especta<strong>do</strong>res.<br />
Outros filmes que abordem o tema podem ser escolhi<strong>do</strong>s.<br />
Mar em Fúria<br />
País de origem: Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s<br />
Diretor: Wolfgang Petersen<br />
Gênero: Drama<br />
Duração: 130 minutos<br />
Basea<strong>do</strong> em um best seller da década de 90 nos EUA, “Tormenta”,<br />
de Sebastian Junger. No livro, Junger, repórter especial da Vanity Fair,<br />
conta a tragédia da embarcação Andrea Gail, que desapareceu no Atlântico<br />
Norte, em 1991. O destino de seis pesca<strong>do</strong>res da cidade de Gloucester,<br />
em Massachussets, USA, foi recria<strong>do</strong> pelo autor, pois nenhum deles<br />
retornou com vida para narrar a história.<br />
COMENTE COM A TURMA<br />
Após a exibição <strong>do</strong> filme, o (a) professor(a) deve promover uma discussão livre: desempenho<br />
<strong>do</strong>s atores, época e local onde se passam as cenas, etc. Certamente, durante o debate o<br />
tema comunicação por rádio será aborda<strong>do</strong>.<br />
As atividades que se seguem consolidam a aprendizagem sobre o assunto.<br />
Um clássico da literatura universal que pode ser aconselha<strong>do</strong> para leitura é O velho e o mar,<br />
de Ernest Hemingway.<br />
ATIVIDADE 12<br />
Seria interessante se o (a) professor(a) relatasse um fato real, aconteci<strong>do</strong><br />
na sua cidade ou município vizinho e incentivasse os alunos a contarem seus<br />
“causos”. O nosso folclore é rico e não vai faltar uma história de Iemanjá,<br />
da Mãe d’Água, <strong>do</strong> boto, e até de tubarão!!!<br />
Em grupos, os alunos vão construir uma história em quadrinhos<br />
contan<strong>do</strong> um fato ocorri<strong>do</strong> ou imagina<strong>do</strong>!<br />
Dicas:<br />
➧ tempestade à vista (informação meteorológica passada pelo rádio)<br />
➧ choque provável de embarcações (informação passada pelo rádio de<br />
alguma embarcação fora da rota)<br />
➧ falta de combustível (pedir ajuda pelo rádio)<br />
33
34<br />
Segurança<br />
Riscos para o pesca<strong>do</strong>r<br />
Riscos para a embarcação<br />
Professor(a) promova com seus alunos uma exposição <strong>do</strong>s utensílios de<br />
segurança que devemos ter sempre em mãos para uma boa pescaria. Você pode<br />
utilizar cartazes para expor as normas de segurança dentro das embarcações.<br />
Estes equipamentos de segurança o(a) professor(a) deve solicitar ao Coordena<strong>do</strong>r<br />
de Qualificação Profissional que os providenciará no Laboratório <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong>.<br />
ATIVIDADE 13<br />
Esta atividade deve ser antecipada pelo manuseio <strong>do</strong>s equipamentos<br />
de segurança adquiri<strong>do</strong>s pelo <strong>ProJovem</strong> para o Laboratório. A atividade<br />
lúdica de pescar palavras auxilia no reconhecimento destes EPI e EPC.<br />
Respostas: colete salva-vidas, chapéu de palha, boné, protetor solar, luvas, botas<br />
de borracha, faca, facão, alicate, primeiros socorros, bote salva-vidas.<br />
O (a) professor(a) deve conhecer a legislação que protege o trabalha<strong>do</strong>r, as<br />
normas que se aplicam ao trabalho, de um mo<strong>do</strong> geral, para tirar dúvidas <strong>do</strong>s<br />
alunos e informar melhor sobre Comissão Interna de Prevenção de Acidentes-<br />
CIPA.<br />
Ainda em relação à segurança, é importante enfatizar a proteção aos raios<br />
solares, chaman<strong>do</strong> atenção <strong>do</strong>s alunos para as formas <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>r se proteger.<br />
Além da utilização <strong>do</strong> filtro solar, que infelizmente nem sempre está disponível a<br />
ele, usar chapéu de aba larga, que cubra os ombros e as costas, camisa de teci<strong>do</strong><br />
leve, de mangas compridas, protetor nos lábios e óculos escuros.<br />
Quanto aos animais peçonhentos, recomendamos ao (à) professor(a) que<br />
se informe sobre as instituições de pesquisa que fabricam os antí<strong>do</strong>tos. A sabe<strong>do</strong>ria<br />
popular nem sempre funciona. Quan<strong>do</strong> os alunos relatarem fatos aconteci<strong>do</strong>s,<br />
em que foram utiliza<strong>do</strong>s esses conhecimentos, é importante analisar, se possível,<br />
junto com eles, os fundamentos científicos e não incentivar essa prática,<br />
principalmente em acidentes graves.<br />
ATIVIDADE 14<br />
Ao solicitarmos aos alunos que identifiquem os erros, vamos destacar<br />
e listar no Guia os procedimentos corretos. É isto que nos interessa!!! O<br />
(a) professor(a) deve lembrar aos jovens que a atitude preventiva vale para<br />
o pesca<strong>do</strong>r e para a Anita, que é visitante.
Tipos de pesca<br />
Como estamos falan<strong>do</strong> de pesca artesanal, destacamos três tipos de pesca:<br />
pesca de rede, pesca de linha e pesca de armadilha. Entretanto, é importante que<br />
o aluno saiba que existem outras técnicas e aplicação de tecnologias de ponta na<br />
pesca comercial e industrial. São registra<strong>do</strong>s verdadeiros crimes ambientais a<br />
partir de algumas práticas. O (a) professor(a)pode localizar alguns fatos ocorri<strong>do</strong>s<br />
e publica<strong>do</strong>s em jornais e revistas. Os jovens também têm conhecimento dessas<br />
ocorrências quan<strong>do</strong> acontecem na sua comunidade.<br />
<strong>Pesca</strong> de Rede<br />
Ao falarmos da pesca de rede é importante destacar os impactos<br />
provenientes das puxadas de rede ao meio ambiente, as regras que regulamentam<br />
o tipo de pesca<strong>do</strong> que pode ser captura<strong>do</strong> e as épocas propícias.<br />
Nas ilustrações os alunos vão conhecer <strong>do</strong>is tipos de puxadas. Converse<br />
com eles sobre as vantagens e dificuldades de cada puxada. Dessa forma, o (a)<br />
professor(a) estará preparan<strong>do</strong> o aluno para a próxima atividade.<br />
ATIVIDADE 15<br />
As saídas da turma para a realização de observações in loco devem ser<br />
planejadas com antecedência e serem comunicadas ao Coordena<strong>do</strong>r de<br />
Qualificação Profissional <strong>do</strong> Núcleo, e devem envolver o Professor<br />
Orienta<strong>do</strong>r e o Educa<strong>do</strong>r de Ação Comunitária.<br />
Nesta atividade o (a) professor(a), junto com os alunos que tiverem<br />
mais disponibilidade e conhecimento <strong>do</strong> lugar, devem procurar pesca<strong>do</strong>res<br />
experientes, que utilizam os diferentes tipos de rede.<br />
Professor(a) providencie com antecedência as máquinas fotográficas<br />
<strong>do</strong> laboratório, para os alunos fotografarem, se possível, as redes.<br />
Conforme sugeri<strong>do</strong>, no início deste <strong>Manual</strong>, em Falan<strong>do</strong> da Prática,<br />
principalmente as atividades externas podem resultar em materiais para o<br />
evento <strong>do</strong> final <strong>do</strong> curso.<br />
<strong>Pesca</strong> de linha<br />
<strong>Pesca</strong> de armadilha<br />
O (a) professor(a) deve providenciar, com antecedência, a localização desses<br />
materiais que fazem parte <strong>do</strong> Laboratório <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong> e levar para a turma. O<br />
ideal seria levá-los ao Laboratório. Os tipos de anzóis e armadilhas podem ser<br />
compra<strong>do</strong>s prontos em lojas especializadas. Mas, na atividade 17 o (a) professor(a)<br />
vai ensinar o aluno a fazer a sua própria armadilha. As recomendações sobre a<br />
preservação <strong>do</strong> meio ambiente (fauna e flora) devem permear sempre as discussões<br />
sobre essas práticas.<br />
35
36<br />
ATIVIDADE 16<br />
Nesta atividade, o aluno deve ser orienta<strong>do</strong> pelo(a) professor(a) a<br />
pesquisar na Internet, em sites especializa<strong>do</strong>s no assunto, consultas a<br />
publicações, visitas a entidades como associações etc.<br />
Esta atividade demanda alguns dias, e o Professor Orienta<strong>do</strong>r pode<br />
disponibilizar seu tempo com a turma para ela.<br />
O quadro final deve ser exposto em lugar de circulação no Núcleo e/<br />
ou na Estação da Juventude e guarda<strong>do</strong> para o Evento final.<br />
ATIVIDADE 17 - PRÁTICA<br />
O (a) professor(a) deve verificar antes, se existem recursos no<br />
Laboratório para desenvolver a atividade. Mas esta atividade é feita com<br />
material reaproveita<strong>do</strong> e fácil de ser trazi<strong>do</strong> pelo aluno.<br />
Os alunos vão escolher as mais “caprichadas” para guardar para a<br />
exposição <strong>do</strong> Evento final.<br />
ATIVIDADE 18<br />
Esta é mais uma atividade a ser planejada com antecedência. O (a)<br />
professor(a) deve lembrar de solicitar as máquinas fotográficas na<br />
Coordenação de Qualificação Profissional.<br />
As respostas <strong>do</strong>s alunos devem ser sistematizadas em texto, em painel<br />
com fotos, em desenhos.<br />
A isca<br />
A leitura sobre os tipos de isca deve ser feita pelos alunos sublinhan<strong>do</strong> as<br />
vantagens e desvantagens das iscas naturais e artificiais e a que espécie de peixe se<br />
destinam. É muito importante que o pesca<strong>do</strong>r saiba qual a isca utilizar para não<br />
perder tempo na pescaria, Após a leitura o (a) professor(a) conversa com os<br />
alunos e sistematiza no quadro. Promova com seus alunos um debate sobre os<br />
tipos mais comuns. É importante que os alunos sejam solicita<strong>do</strong>s a contribuir<br />
com a sua experiência.<br />
Tipos de apetrechos<br />
Os textos e quadros sobre as bóias e chumbadas, também justificam uma<br />
leitura pausada e oral. O aluno não precisa memorizar, mas conhecer.<br />
Nas lojas especializadas, ele encontra essas informações.<br />
O (a) professor(a) deve enfatizar que, para cada fun<strong>do</strong> de rio ou mar, existe<br />
um tipo de chumbada.
ATIVIDADE 19<br />
Esta é uma atividade lúdica, fácil de ser realizada. Depois de os alunos<br />
indicarem os erros, o (a) professor(a) deve destacar quais seriam os apetrechos<br />
que deveriam ter si<strong>do</strong> usa<strong>do</strong>s pelo pesca<strong>do</strong>r. Enfatize o certo!<br />
Outros apetrechos<br />
Outros apetrechos não podem faltar para quem pretende ser um trabalha<strong>do</strong>r<br />
da pesca artesanal.<br />
No Laboratório <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong> o (a) professor(a) vai encontrar esses<br />
materiais.<br />
Os alunos devem anotar os que existem e suas características. Os alunos<br />
vão aproveitar melhor se levarem as relações de apetrechos que estão no Guia de<br />
Estu<strong>do</strong>, como referência. São eles:<br />
➧ Anzóis<br />
➧ Gira<strong>do</strong>r ou destorce<strong>do</strong>r<br />
➧ Empate<br />
➧ Grampos<br />
➧ Vara<br />
➧ Molinete<br />
➧ Bicheiro<br />
➧ Puçá<br />
Nós<br />
Quan<strong>do</strong> alguém precisa de um nó firme, desses que não desatam mesmo<br />
ou artisticamente bonito, pede um nó de pesca<strong>do</strong>r. Parece até que a primeira<br />
coisa que um pesca<strong>do</strong>r aprende é dar nó. Desde as mais remotas civilizações, os<br />
marinheiros e os pesca<strong>do</strong>res sabiam os segre<strong>do</strong>s e as “coreografias” com as mãos<br />
para dar um ótimo nó, sem correr o risco de as ondas <strong>do</strong> mar levarem a sua<br />
embarcação, ou o peixe levar a sua isca.<br />
Ele precisa <strong>do</strong> nó na embarcação para segurar as âncoras, para controlar as<br />
velas e para prender as bóias, os anzóis, as redes, etc.<br />
Professor(a) fale <strong>do</strong>s nós para os alunos e pratique no Laboratório como<br />
fazer os vários nós.<br />
ATIVIDADE 20 - PRÁTICA<br />
Nesta atividade, o (a) professor(a) deverá seguir as indicações <strong>do</strong> Guia<br />
de Estu<strong>do</strong>.<br />
Verificar com antecedência se tem linha suficiente (o tipo de linha<br />
indica<strong>do</strong>) para to<strong>do</strong>s os alunos praticarem.<br />
37
38<br />
Vamos guardar os nós para o nosso evento de final de curso.<br />
Espécies de peixes<br />
Professor(a) aproveite o assunto para ampliar o conhecimento <strong>do</strong>s seus<br />
alunos pesquisan<strong>do</strong> os tipos de peixes que existem na região que não estão lista<strong>do</strong>s<br />
no Anexo. Se for o caso, complemente a lista.<br />
Atenção para os peixes que são conheci<strong>do</strong>s por outros nomes.<br />
ATIVIDADE 21<br />
Nesta atividade, a pesquisa <strong>do</strong>(a) professor(a) será enriquecida com<br />
as contribuições <strong>do</strong>s alunos. Peça que desenhem e descrevam as características<br />
dessas espécies que são comuns na sua região. Peça aos alunos que levantem<br />
as medidas mínimas de captura desses peixes.<br />
O pesca<strong>do</strong>r e o meio ambiente<br />
Legislação<br />
Professor(a) aproveite o momento e analise a legislação vigente e compare,<br />
se possível, com as antigas, lembran<strong>do</strong> sempre de ressaltar a importância de<br />
preservar o meio ambiente. Dica: Sugira aos alunos que pesquisem na Internet<br />
sobre as legislações vigentes e as anteriores.<br />
ATIVIDADE 22<br />
Nesta atividade o (a) professor(a) pode levar as fotos já selecionadas<br />
ou levar para a sala de aula revistas e jornais que relatam crimes ambientais<br />
que afetaram o litoral e os rios brasileiros.<br />
Promova, se possível, junto com o professor especialista da área de<br />
Ciências da Natureza e com o Educa<strong>do</strong>r de Ação Comunitária, passeios<br />
em locais de Preservação Ambiental e faça um debate em sala de aula na<br />
volta.<br />
Sugestão: Reservas Ecológicas, Manguezais, Lagos, Rios e outras<br />
opções que tiver em sua região.<br />
Cuida<strong>do</strong>s com o mar e com os rios<br />
ATIVIDADE 23<br />
Professor(a) faça uma campanha com seus alunos de conscientização,<br />
envolven<strong>do</strong> a comunidade local, sobre a importância da preservação <strong>do</strong><br />
meio ambiente e, com seus alunos, distribua tabelas de decomposição. Vamos
mobilizar to<strong>do</strong>s!<br />
A preservação de espécies<br />
Além da importante preservação das espécies, devemos nos preocupar<br />
também com a introdução de outros animais que não pertencem ao nosso<br />
ecossistema. A natureza é perfeita com seus ciclos de animais e seus preda<strong>do</strong>res.<br />
Precisamos estar muito atentos para esses desequilíbrios, que afetam diretamente<br />
o meio ambiente.<br />
ATIVIDADE 24<br />
Aproveite outros relatos de seus alunos. Eles também podem<br />
conhecer situações semelhantes a que ocorreu em Cachoeiro de Itapemirim<br />
– ES.<br />
O (a) professor(a) deverá mediar o debate.<br />
Vamos sair para pescar!<br />
Preparan<strong>do</strong> a viagem<br />
Para preservar o que se quer pescar, precisamos respeitar algumas regras,<br />
como tamanho <strong>do</strong> peixe a ser pesca<strong>do</strong>, o perío<strong>do</strong> de defeso e outras regras<br />
ambientais. Professor(a) converse sempre com seus alunos sobre a importância<br />
de se respeitar essas leis. A nova legislação sobre tamanho mínimo e defeso<br />
deve ser apresentada para os alunos.<br />
Agora, já conscientiza<strong>do</strong>s, vamos preparar nossa primeira pescaria.<br />
ATIVIDADE SÍNTESE - 25<br />
Nesta atividade, o (a) professor(a) vai poder observar conhecimentos<br />
básicos adquiri<strong>do</strong>s pelos alunos durante as atividades desenvolvidas nesta<br />
primeira Ocupação.<br />
Relacione a coluna da esquerda com a coluna da direita:<br />
1- Bússola (2) Manutenção da saúde física da<br />
tripulação<br />
2- Coletes, bóia salva-vidas (1) Orientação pelos pontos cardeais<br />
3- Bicheiros (5) Conservação <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> até sua<br />
. comercialização e/ou consumo<br />
4- Material de limpeza e higiene (3) Captura de pesca<strong>do</strong> de grande porte<br />
5- Gelo (2) Proteção em risco de afogamento e<br />
inundação<br />
39
40<br />
ATIVIDADE 26<br />
A turma será dividida em grupos, e os alunos vão escrever e encenar<br />
uma peça teatral.<br />
O primeiro grupo vai representar, no primeiro ato, a preparação da<br />
viagem; o segun<strong>do</strong>, a viagem de ida (segun<strong>do</strong> ato); o terceiro, a pescaria<br />
propriamente dita (terceiro ato); o quarto, o retorno e a chegada (quaro<br />
ato). Antes da encenação, cada grupo deve fazer um pequeno roteiro para<br />
a parte que lhe coube, dividir os papéis na peça (quem é quem e quem faz o<br />
quê) e combinar alguns aspectos da encenação e de improvisação de cenário.<br />
Depois de cada ato, os alunos especta<strong>do</strong>res comentam a encenação,<br />
destacan<strong>do</strong> os aspectos que mais agradaram.<br />
O professor deverá ser o media<strong>do</strong>r.
ARCO PESCA E PISCICULTURA – texto de apoio<br />
O potencial <strong>do</strong> Brasil para o desenvolvimento da pesca é imenso: o país<br />
tem 8.400km de costa marítima, 5.500.000 hectares de reservatórios de águas<br />
<strong>do</strong>ces e um número razoável de ilhas. Isso totaliza uma área de aproximadamente<br />
3,5 milhões de km² de Zona Econômica Exclusiva (ZEE), que se estende desde<br />
o Cabo Orange (5ºN) até o Chuí (34ºS).<br />
Além dessas características, nosso clima é extremamente favorável para o<br />
crescimento <strong>do</strong>s organismos cultiva<strong>do</strong>s; ainda existem muitas terras disponíveis<br />
e relativamente baratas na maior parte <strong>do</strong> país; há mão-de-obra abundante e é<br />
crescente a demanda por pesca<strong>do</strong> no merca<strong>do</strong> interno.<br />
No entanto, a despeito <strong>do</strong> tamanho <strong>do</strong> nosso litoral, as condições ambientais<br />
das águas marinhas sob jurisdição nacional são típicas de regiões tropicais e<br />
subtropicais, ou seja, são <strong>do</strong>minadas por águas de temperatura e salinidade<br />
elevadas, com baixas concentrações de nutrientes.<br />
As dimensões continentais <strong>do</strong> país favorecem enorme diversidade de<br />
recursos e das atividades pesqueiras desenvolvidas. Mas é possível destacar as<br />
principais características das grandes regiões regionais, como veremos a seguir.<br />
Região Norte<br />
Os principais pesca<strong>do</strong>s explora<strong>do</strong>s na Região Norte – tanto pelas pesca artesanal quanto pela<br />
industrial – são a piramutaba, o pargo e os camarões. Entretanto, a maior contribuição para a<br />
produção total da região é aportada pela pesca artesanal ou de pequena escala.<br />
Recursos potenciais dessa região são os camarões de profundidade (camarão carabineiro),<br />
recentemente detecta<strong>do</strong>s em profundidades maiores que 600m, e os estoques sazonais de<br />
grandes peixes pelágicos.<br />
Região Nordeste<br />
De maneira similar à Região Norte, a produção de pesca<strong>do</strong> estuarino/marinho no nordeste<br />
brasileiro é majoritariamente oriunda da pesca artesanal (cerca de 75% das capturas regionais).<br />
Tradicionalmente, os principais recursos explora<strong>do</strong>s na região são lagostas, pargo e atuns. Em<br />
termos potenciais, merece destaque a detecção de recursos demersais de profundidade, como<br />
é o caso <strong>do</strong> batata, <strong>do</strong>s serranídeos (garoupas e chernes), <strong>do</strong>s cações e <strong>do</strong>s caranguejos de<br />
profundidade.<br />
Região Sudeste<br />
Diferentemente das duas regiões anteriores, a produção de pesca<strong>do</strong> estuarino/marinho na<br />
região sudeste é pre<strong>do</strong>minantemente industrial (70% das capturas regionais).<br />
As espécies tradicionalmente capturadas são os peixes demersais (serranídeos e lutjanídeos),<br />
os camarões e a sardinha-verdadeira. A possibilidade de expansão da produção sustentável<br />
para a região pode depender de espécies emergentes como o peixe-sapo ou tamboril, a anchoíta<br />
e o caranguejo de profundidade.<br />
41
42<br />
Região Sul<br />
Tal qual na Região Sudeste, a pesca industrial <strong>do</strong>mina na Região Sul, com 80% da captura<br />
regional. Destacam-se as pescarias de sardinha-verdadeira, bonito-listra<strong>do</strong>, camarões e peixes<br />
demersais.<br />
Nos últimos anos, a pesca tem se direciona<strong>do</strong> para o tamboril ou peixe-sapo e para o caranguejo<br />
de profundidade, recursos de alto valor econômico, mas extremamente frágeis.<br />
Na região sul, alguns recursos emergentes podem ser alvos de capturas industriais, tais como<br />
cefalópodes, abrótea, anchoíta e outros peixes forrageiros.<br />
A frota pesqueira marinha e estuarina que opera no litoral brasileiro, tanto<br />
na zona costeira quanto na pesca oceânica, está estimada em torno de 30.000<br />
embarcações, 10% delas consideradas de médio e grande portes. É a chamada<br />
frota industrial.<br />
Em outras palavras, 27.000 embarcações são utilizadas pela pesca dita<br />
artesanal: são embarcações de pequeno porte (jangadas, canoas, botes, etc.) que,<br />
pelas suas características, têm pouco raio de ação e, conseqüentemente, autonomia<br />
de mar limitada.<br />
A pesca artesanal atua nas capturas com objetivo comercial e também para<br />
a obtenção de alimento para as famílias <strong>do</strong>s pesca<strong>do</strong>res. Pre<strong>do</strong>mina, portanto, o<br />
trabalho familiar, ou <strong>do</strong> grupo de vizinhança. Nesse tipo de pesca, os produtores<br />
são proprietários de seus meios de produção (redes, anzóis etc.). A embarcação<br />
da pesca artesanal não é, exclusivamente, um meio de produção, mas, também,<br />
de deslocamento. O proprietário da embarcação é, normalmente, um <strong>do</strong>s<br />
pesca<strong>do</strong>res que participa, como os demais, de toda a faina de pesca.<br />
A frota pesqueira considerada industrial, ou empresarial, é composta de<br />
sub-frotas especializadas que atuam na exploração de determina<strong>do</strong>s grupos de<br />
recursos pesqueiros forma<strong>do</strong>s por uma ou mais espécies afins. Essa frota atua<br />
tanto sobre os recursos costeiros (camarões, lagostas, piramutaba, sardinha, etc.),<br />
quanto sobre os recursos considera<strong>do</strong>s oceânicos, tais como os atuns e afins, o<br />
peixe-sapo e outras espécies.<br />
A pesca artesanal é mais representativa no norte, nordeste e centro-oeste,<br />
embora continue desempenhan<strong>do</strong> um importante papel no cenário da pesca<br />
nacional. Consideran<strong>do</strong>-se que a quase totalidade da pesca extrativa continental é<br />
de pequena escala ou artesanal, pode-se inferir que, ainda nos dias de hoje, essa<br />
pesca é responsável por cerca de 60% de toda a produção extrativa nacional.<br />
A pesca é responsável pela geração de aproximadamente 800 mil empregos<br />
diretos. O parque industrial é composto por cerca de 300 empresas relacionadas<br />
à captura e ao processamento. Para se ter uma idéia <strong>do</strong> peso da atividade de<br />
pesca na estrutura econômica nacional: no ano de 2002, a aqüicultura e a pesca no<br />
Brasil produziram 985.000 toneladas, o que implicou geração de renda em torno<br />
de US$ 4,9 bilhões, o equivalente a 0,4% <strong>do</strong> PIB.
Ora, os recursos pesqueiros das águas marinhas e <strong>do</strong>ces <strong>do</strong> Brasil constituem<br />
importante fonte protéica e um potencial considerável para a produção de<br />
alimentos. Nesse senti<strong>do</strong>, a valorização <strong>do</strong>s produtos pesqueiros pelas suas<br />
qualidades nutricionais e para a preservação da saúde humana tem contribuí<strong>do</strong><br />
para aumentar a demanda no merca<strong>do</strong> interno. Acrescente-se que há sinais claros<br />
da viabilidade de expansão da atividade pesqueira. Além <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> interno há<br />
enorme demanda de produtos pesqueiros para exportação. Os camarões<br />
marinhos, por exemplo: cerca de 30% da produção é destinada ao merca<strong>do</strong><br />
interno, enquanto 70% é exportada para os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, França, Espanha,<br />
Itália e Holanda.<br />
Nosso consumo anual de pesca<strong>do</strong> ainda é muito baixo. É de 6 kg/ano e,<br />
segun<strong>do</strong> a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação<br />
(FAO), os produtos pesqueiros, em função de suas excelentes qualidades<br />
nutricionais, devem ter um consumo mínimo de 12 kg/habitante/ano.<br />
Entre as principais ações no senti<strong>do</strong> de vitalizar o setor pesqueiro, destacamse:<br />
➧ o melhor e maior aproveitamento <strong>do</strong>s recursos existentes na Zona<br />
Econômica Exclusiva (ZEE);<br />
➧ a implantação de programas de diversificação e modernização da frota;<br />
➧ o treinamento e valorização da mão-de-obra;<br />
➧ uma política de governo alicerçada na sustentabilidade.<br />
Como estratégia importante nesse processo, foi criada através da Lei 10.683,<br />
de 28 de maio de 2003, a Secretaria Especial de Aqüicultura e <strong>Pesca</strong> (SEAP) da<br />
Presidência da República. Cabe a esse órgão assessorar direta e imediatamente o<br />
Presidente da República na formulação de políticas e diretrizes para o<br />
desenvolvimento e o fomento da produção pesqueira e aqüícola; promover a<br />
execução e a avaliação de medidas, programas e projetos de apoio ao<br />
desenvolvimento da pesca artesanal e industrial; promover ações voltadas para a<br />
implantação de infra-estrutura de apoio à produção e comercialização <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>;<br />
promover o fomento à pesca e à aqüicultura.<br />
Segun<strong>do</strong> diagnóstico elabora<strong>do</strong> pela SEAP, o crescimento potencial das<br />
atividades de aqüicultura e pesca exige, ainda:<br />
➧ aumento substancial na produção de camarões marinhos;<br />
➧ aumento na produção de moluscos, especialmente ostras e vieiras;<br />
➧ aumento significativo na produção de peixes de água <strong>do</strong>ce, especialmente<br />
tilápias e algumas espécies nativas;<br />
➧ rápi<strong>do</strong> desenvolvimento <strong>do</strong> cultivo em gaiolas ou tanques-redes nos<br />
reservatórios;<br />
➧ aumento <strong>do</strong> uso de rações comerciais e diminuição <strong>do</strong>s cultivos realiza<strong>do</strong>s<br />
à base de estercos de animais terrestres;<br />
43
44<br />
➧ priorização de espécies autóctones nas bacias hidrográficas mais<br />
preservadas, tais como a Amazônica e a <strong>do</strong> Paraguai;<br />
➧ maior atenção ao controle sanitário <strong>do</strong>s organismos aquáticos;<br />
➧ maiores restrições relativas ao uso e à contaminação das águas <strong>do</strong>ces;<br />
➧ maior uso de equipamentos para sistemas intensivos;<br />
➧ maior dificuldade de introdução de novas espécies exóticas no país;<br />
➧ mais atenção aos merca<strong>do</strong>s externos e à exportação;<br />
➧ aumento no número de produtos aqüícolas processa<strong>do</strong>s e com valor<br />
agrega<strong>do</strong>.<br />
Por fim, e traduzin<strong>do</strong> a principal razão para o investimento e o estu<strong>do</strong> das<br />
ocupações que compõem este Arco, outro fator recorrentemente aponta<strong>do</strong> –<br />
e que merece extrema atenção – é a relativa carência de mão-de-obra especializada<br />
para a atividade, tanto no setor público como na iniciativa privada. Não há dúvidas<br />
de que estamos tratan<strong>do</strong> de um setor em plena expansão econômica, que atende<br />
aos requisitos <strong>do</strong> desenvolvimento sustentável.<br />
ARCO PESCA – texto de apoio<br />
MAR AFORA, RIO A DENTRO<br />
Quan<strong>do</strong> os pesca<strong>do</strong>res artesanais deixam suas moradias e seguem em<br />
direção ao rio ou mar, dificilmente saem a esmo. Basea<strong>do</strong>s em anos de<br />
experiências, eles sabem onde e em que época <strong>do</strong> ano encontrar determina<strong>do</strong>s<br />
peixes. Além disso, detêm informações importantes sobre os hábitos alimentares,<br />
o tipo de reprodução e o comportamento migratório de variadas espécies. Esse<br />
conhecimento natural, também chama<strong>do</strong> de popular, está ganhan<strong>do</strong> cada vez<br />
mais espaço no meio acadêmico. Graças à etnobiologia, ciência que estuda o<br />
saber e os conceitos sobre biologia desenvolvi<strong>do</strong>s por certas comunidades,<br />
como as <strong>do</strong>s caiçaras da Mata Atlântica ou as <strong>do</strong>s caboclos da Amazônia, os<br />
pesquisa<strong>do</strong>res têm queima<strong>do</strong> etapas no esforço para compreender melhor a<br />
natureza. O objetivo <strong>do</strong>s cientistas é também conceber modelos que permitam<br />
a conservação da biodiversidade e a gestão sustentável <strong>do</strong>s recursos naturais.<br />
<strong>Pesca</strong><strong>do</strong>res guardam informações importantes<br />
Na Unicamp, a professora Alpina Begossi, pesquisa<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> Museu de<br />
História Natural <strong>do</strong> Instituto de Biologia (IB), vem trabalhan<strong>do</strong> há cerca de 20<br />
anos com a etnobiologia, mais especificamente com uma linha de pesquisa<br />
intitulada “Ecologia de <strong>Pesca</strong><strong>do</strong>res”. De acor<strong>do</strong> com a pesquisa<strong>do</strong>ra, os estu<strong>do</strong>s<br />
tratam de aspectos biológicos, mas têm como objeto principal os grupos de<br />
pesca<strong>do</strong>res artesanais. “Essas pessoas têm uma interação muito forte com a<br />
natureza. Tanto o pesca<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Rio Negro, na Amazônia, quanto o de Copacabana,
no Rio de Janeiro, apresentam essa característica. O que nós tentamos fazer é<br />
entender como se dá essa relação e que tipo de conhecimento ela tem gera<strong>do</strong>”,<br />
explica.<br />
Quan<strong>do</strong> sai a campo, a equipe da professora Alpina trabalha com modelos<br />
de ecologia junto às comunidades. Uma das primeiras missões é compreender<br />
como os pesca<strong>do</strong>res percebem o recurso e o classificam. “Nós, humanos,<br />
classificamos tu<strong>do</strong>, de cores a objetos. O pesca<strong>do</strong>r, por sua vez, tem uma<br />
classificação própria em relação aos peixes. Normalmente, ao ser coloca<strong>do</strong> diante<br />
de fichas com imagens de várias espécies, ele as agrupa de acor<strong>do</strong> com a morfologia<br />
ou os hábitos alimentares. Ao proceder assim, demonstra deter informações<br />
importantes, que muitas vezes não são <strong>do</strong> conhecimento da academia”, afirma a<br />
pesquisa<strong>do</strong>ra.<br />
Mais recentemente, ainda segun<strong>do</strong> Alpina, os especialistas da Unicamp estão<br />
incorporan<strong>do</strong> novos fatores às investigações, tais como migração e reprodução.<br />
A professora assinala que nem sempre interessa saber se as informações <strong>do</strong>s<br />
pesca<strong>do</strong>res concordam com o que está registra<strong>do</strong> na literatura. Muitas vezes, diz,<br />
o que eles contam não foi descrito pela ciência, simplesmente porque nenhum<br />
pesquisa<strong>do</strong>r havia toma<strong>do</strong> conhecimento <strong>do</strong> fato anteriormente. “Isso nos obriga<br />
a investigar, por exemplo, se determinada espécie se alimenta daquilo que o<br />
pesca<strong>do</strong>r disse. Com isso, estamos adquirin<strong>do</strong> conhecimento biológico”. A idéia,<br />
conforme ela, é usar o saber popular, portanto não sistematiza<strong>do</strong>, para acelerar o<br />
processo de compreensão da natureza.<br />
Em vez de começar <strong>do</strong> zero, observan<strong>do</strong> o comportamento e o<br />
desenvolvimento de uma espécie, os cientistas aproveitam o que os pesca<strong>do</strong>res já<br />
sabem sobre ela. Normalmente, trata-se de um conhecimento bastante sóli<strong>do</strong>,<br />
acumula<strong>do</strong> através de gerações. “A academia deve considerar outras fontes de<br />
conhecimento. Por exemplo, o saber popular, devidamente analisa<strong>do</strong>, também<br />
pode ser valoriza<strong>do</strong> e emprega<strong>do</strong> em benefício da sociedade”, pondera. Um<br />
exemplo da importância dessa parceria vem de um trabalho desenvolvi<strong>do</strong> por<br />
uma aluna de <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> da professora Alpina, Priscila Lopes, que, ainda em sua<br />
tese de mestra<strong>do</strong>, detectou queda na diversidade <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> numa dada região,<br />
indican<strong>do</strong> a necessidade da implantação de planos locais de manejo e preservação.<br />
A comunidade, sabe<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> problema, solicitou à pesquisa<strong>do</strong>ra que fizesse<br />
um estu<strong>do</strong> específico sobre o robalo, espécie muito cobiçada tanto por pesca<strong>do</strong>res<br />
artesanais quanto por turistas. “Esse da<strong>do</strong> é bastante significativo, pois tem pelo<br />
menos duas implicações. A primeira diz respeito à sobrevivência das famílias <strong>do</strong>s<br />
pesca<strong>do</strong>res. Com a redução da oferta de peixes que geram interesse comercial,<br />
elas podem vir a ter a renda comprometida. A segunda refere-se ao<br />
empobrecimento da dieta <strong>do</strong> brasileiro. A pesca artesanal, responsável pela<br />
metade da produção pesqueira brasileira, oferece muita diversidade.<br />
Já a pesca industrial concentra-se em poucas espécies”, adverte a professora<br />
Alpina (grifo nosso).<br />
45
46<br />
Atualmente, a pesquisa<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> IB está demarcan<strong>do</strong> os pontos de pesca ao<br />
longo da Mata Atlântica, numa faixa litorânea que vai <strong>do</strong> sul de São Paulo até a<br />
Bahia. Para isso, ela também está se valen<strong>do</strong> de da<strong>do</strong>s coleta<strong>do</strong>s junto a comunidades<br />
de pesca<strong>do</strong>res. A professora Alpina esclarece que, quan<strong>do</strong> vai para o mar, o<br />
pesca<strong>do</strong>r não conduz o barco ao acaso. Ele sabe exatamente onde procurar o peixe.<br />
Esse processo de decisão obedece ao conhecimento que ele tem sobre a migração<br />
<strong>do</strong>s cardumes e os locais onde certas espécies buscam alimento ou proteção contra<br />
preda<strong>do</strong>res, por exemplo. Além <strong>do</strong> mais, o pesca<strong>do</strong>r também avalia com admirável<br />
precisão o custo/benefício da atividade.<br />
Ou seja, ele sabe se compensa financeiramente ir mais longe em busca de um<br />
determina<strong>do</strong> tipo de pesca<strong>do</strong>. “Ao demarcar esses pontos, o que identifiquei é que<br />
eles já são objeto de uma divisão informal por parte das comunidades adjacentes.<br />
Como sabem onde estão os recursos e qual a sua disponibilidade, os pesca<strong>do</strong>res<br />
conseguem dividi-los, evitan<strong>do</strong> sobreposição na exploração <strong>do</strong>s recursos. Essa regra<br />
pode muito bem ser aproveitada para o desenvolvimento de planos de manejo e<br />
conservação”, analisa a pesquisa<strong>do</strong>ra. Segun<strong>do</strong> ela, os locais de pesca praticamente<br />
não variaram nos últimos 30 anos, o que demonstra que têm estabilidade.<br />
De posse desse conjunto de informações, insiste a pesquisa<strong>do</strong>ra da Unicamp,<br />
é possível estabelecer ações de monitoramento da pesca, de forma a impedir que<br />
os recursos sejam exauri<strong>do</strong>s. “As migrações das espécies ocorrem em épocas<br />
diferentes. Sen<strong>do</strong> assim, não adianta definir apenas um perío<strong>do</strong> para a pesca, sob o<br />
argumento da preservação. Isso não funciona. E funciona menos ainda se o<br />
conhecimento natural não for leva<strong>do</strong> em consideração. Conservação é desde sempre<br />
um assunto local”, afirma Alpina.<br />
MANUEL ALVES FILHO<br />
em http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje<br />
Acesso em 14/11/2007
SEÇÃO 2<br />
O TRABALHADOR NA PISCICULTURA<br />
TÓPICO 1 – Aqüicultura<br />
OBJETIVOS<br />
➧ Valorizar a aqüicultura como um conjunto de atividades produtivas<br />
que podem trazer benefícios para o homem <strong>do</strong> campo e das comunidades<br />
costeiras.<br />
➧ Comparar as atividades de pesca com as atividades de aqüicultura,<br />
apontan<strong>do</strong> as vantagens e desvantagens de cada tipo de empreendimento.<br />
➧ Identificar os organismos aquáticos que se prestam à criação em<br />
cativeiro.<br />
TEXTOS E ATIVIDADES<br />
Na Ocupação anterior, o nosso aluno adquiriu conhecimentos sobre a pesca e<br />
suas diferentes modalidades: comercial, industrial, científica, artesanal.<br />
Capturar o peixe provoca emoções experimentadas nas conquistas. É sempre<br />
desafia<strong>do</strong>r. A criação de organismos aquáticos em cativeiro parece ser uma atividade<br />
mais segura. Será?<br />
Com essa discussão, o (a) professor(a) deve introduzir os temas aqüicultura e<br />
piscicultura.<br />
São muitos os cuida<strong>do</strong>s e as técnicas que devem ser a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> o cria<strong>do</strong>r<br />
de pesca<strong>do</strong>s resolve investir no cultivo em reservatórios, lagos e tanques. Mas, não<br />
desanimem os alunos! Vai ser um bom debate e o (a) professor(a) vai ser habili<strong>do</strong>so<br />
na mediação, porque também é emocionante observar e acompanhar o crescimento<br />
de cada espécie...<br />
Para conferir as vantagens <strong>do</strong> investimento em Aqüicultura, o (a)<br />
professor(a) deve buscar informações na sua região sobre o tópico acima,<br />
poden<strong>do</strong> assim ajudar no esclarecimento de possíveis dúvidas que surgirem no<br />
decorrer <strong>do</strong> desenvolvimento <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong>. Você pode, também, propor aos<br />
alunos mais curiosos e interessa<strong>do</strong>s uma visita a empresas e organizações que<br />
desenvolvem essas atividades de cultivo.<br />
ATIVIDADE 27<br />
Esta atividade objetiva a sistematização <strong>do</strong>s conhecimentos<br />
adquiri<strong>do</strong>s na leitura <strong>do</strong>s textos anteriores e no debate.<br />
47
48<br />
A pesquisa sobre o tipo de criação para preencher as lacunas pode ser<br />
feita em sites e outras publicações impressas especializadas. Ao pesquisar, os<br />
alunos vão saber mais um pouco sobre cada uma. O (a) professor(a) deve solicitar<br />
que tragam informações sobre atividades de aqüicultura na sua região para a<br />
sala de aula.<br />
ATIVIDADE 28<br />
Nesta atividade o (a) professor(a) deve solicitar, durante a correção<br />
oral, que os alunos justifiquem o porquê de suas respostas (falso ou<br />
verdadeiro).<br />
Para se tornar piscicultor, basta você fazer um açude ou tanque e<br />
jogar peixe lá dentro. F<br />
A piscicultura e a aqüicultura são duas formas de cultivo. F<br />
O Brasil dispõe de parte considerável da água <strong>do</strong>ce da Terra. V<br />
O pesca<strong>do</strong> é alimento recomenda<strong>do</strong> pela OMS. V<br />
A produção de pesca<strong>do</strong> <strong>do</strong> país já atingiu seu máximo. F<br />
ATIVIDADE 29<br />
Produção lucrativa, a preservação <strong>do</strong> meio ambiente e o<br />
desenvolvimento social são os pilares da aqüicultura. Antes da criação<br />
<strong>do</strong>s cartazes, é fundamental que o (a) professor(a) converse com a turma<br />
sobre cada um <strong>do</strong>s pilares.<br />
O (a) professor(a) deve solicitar que os alunos tragam para a sala de<br />
aula jornais e revistas para a preparação <strong>do</strong>s cartazes.<br />
A discussão pode caminhar para uma reflexão sobre a importância<br />
<strong>do</strong>s três pilares, sugerin<strong>do</strong> que os alunos apontem o que consideram mais<br />
importante. Façam uma exposição de to<strong>do</strong>s os cartazes. Os alunos vão<br />
selecionar os cartazes que devem ser guarda<strong>do</strong>s para a exposição <strong>do</strong> evento<br />
no final <strong>do</strong> curso.<br />
TÓPICO 2 – <strong>Piscicultura</strong><br />
OBJETIVOS<br />
➧ Analisar as diferenças entre aqüicultura e piscicultura.<br />
➧ Identificar as várias espécies cultivadas e as características de cada cultivo.
➧ Reconhecer a piscicultura como uma atividade produtiva rentável.<br />
➧ Relacionar o tipo de cultivo à infra-estrutura local – a água, a topografia,<br />
o tipo de solo e a localização <strong>do</strong> empreendimento quanto ao acesso e à<br />
proximidade <strong>do</strong>s centros distribui<strong>do</strong>res.<br />
TEXTOS E ATIVIDADES<br />
Embora seja um investimento que movimenta milhões no mun<strong>do</strong>, a<br />
piscicultura ainda é pouco conhecida no nosso país.<br />
Após a leitura <strong>do</strong> texto, feita oralmente pelos alunos, o (a) professor(a) faz<br />
perguntas curtas para respostas rápidas sobre o texto li<strong>do</strong>. Solicita aos alunos<br />
que falem o que sabem sobre o assunto, que já foi aborda<strong>do</strong> no Tópico 1.<br />
Aproveite para sugerir aos alunos uma pesquisa global sobre esse assunto,<br />
buscan<strong>do</strong> saber que países trabalham com esse tipo de empreendimento, que<br />
pesca<strong>do</strong>s prevalecem, além de outras informações pertinentes.<br />
Diferentes instalações e cultivos<br />
No planejamento integra<strong>do</strong> no Núcleo, o (a) professor(a) deve conversar<br />
com o professor especialista da área de Ciências Humanas sobre os aspectos<br />
que pre<strong>do</strong>minam na geografia local – tais como o relevo, as bacias hidrográficas,<br />
os lagos, o tipo de solo, a produção agrícola – que podem orientar o aluno<br />
quanto às condições de desenvolvimento da piscicultura no seu município.<br />
A partir deste Tópico 1, muitos termos técnicos vão ser apresenta<strong>do</strong>s<br />
para os alunos pela primeira vez.<br />
O (a) professor(a) pode organizar, junto com eles, um glossário de termos,<br />
que cada aluno irá encartar no final <strong>do</strong> seu Guia de Estu<strong>do</strong>.<br />
Tipos de instalações<br />
➧ Viveiros de barragem<br />
ATIVIDADE 30<br />
Esta atividade tem como objetivo sintetizar a leitura <strong>do</strong> texto anterior.<br />
Algumas respostas:<br />
Viveiros de barragem<br />
Vantagens Desvantagens<br />
Baixo custo Difícil controle da quantidade de água<br />
Utilização de fonte natural Dificuldades no manejo<br />
49
50<br />
➧ Viveiros de derivação<br />
A leitura desse texto deve ser feita de forma pausada, em leitura oral<br />
seqüenciada, com intervenções <strong>do</strong>(a) professor(a) para acompanhar o nível de<br />
compreensão <strong>do</strong>s alunos. O glossário continua sen<strong>do</strong> feito.<br />
➧ Tanques<br />
Neste Tópico o aluno já deve <strong>do</strong>minar operações matemáticas com<br />
decimais, medidas como área e volume. Converse com o professor especialista<br />
de Matemática para intensificar as atividades com os referi<strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s.<br />
ATIVIDADE 31<br />
Esta atividade introduz uma conversa de três personagens: um casal<br />
e um representante da SEAP. Trata-se de uma encenação: alunos<br />
representarão o mari<strong>do</strong>, a mulher e o representante da SEAP, profissional<br />
que entende bem de piscicultura e deverá assessorar o casal, interessa<strong>do</strong><br />
em iniciar um empreendimento. A conversa, que os alunos vão criar em<br />
grupos, gira sobre o tipo de viveiro ou tanque que deve ser construí<strong>do</strong>.<br />
No final da atividade escrita de criação <strong>do</strong>s diálogos por diversos grupos,<br />
um grupo se apresenta para encenar a conversa, e a turma avalia a encenação<br />
– o conteú<strong>do</strong> e a forma. Possivelmente to<strong>do</strong>s os grupos vão querer ler<br />
seus diálogos, o que é muito bom.<br />
Esta atividade é a primeira de uma seqüência de três (31, 40 e 44),<br />
em que, através <strong>do</strong>s diálogos, os alunos irão explicitar os conteú<strong>do</strong>s<br />
aprendi<strong>do</strong>s. Por isso, os personagens serão sempre os mesmos: o casal de<br />
empreende<strong>do</strong>res e o assessor técnico. Ao longo das três atividades, os<br />
alunos vão perceber a acumulação de saberes que serão úteis para o<br />
desenvolvimento da última atividade prevista para esta Ocupação.<br />
Durante a FTG - Formação Técnica Geral, os alunos discutiram o<br />
que é ser empreende<strong>do</strong>r. O (a) professor(a) pode voltar com eles a esse<br />
debate.<br />
Tipos de cultivos<br />
Nos tipos de cultivo, os alunos vão aprender não só como é feito, mas<br />
também os condicionantes que devem ser considera<strong>do</strong>s, entre eles os recursos<br />
hídricos existentes no local, o tipo de solo e as características geográficas.<br />
Investir em piscicultura, como em qualquer outro negócio, merece uma<br />
análise cuida<strong>do</strong>sa <strong>do</strong> retorno <strong>do</strong>s recursos aplica<strong>do</strong>s.<br />
Poucos peixes e um rendimento que pode crescer com novos investimentos?<br />
Ou deve-se apostar em um grande investimento, com alta produtividade?
Essas questões dependem da envergadura <strong>do</strong> empreendimento e da<br />
disponibilidade de recursos que serão aplica<strong>do</strong>s.<br />
Professor(a), é importante que o nosso aluno reflita sobre a relação custobenefício<br />
e sobre os riscos <strong>do</strong>s empreendimentos. Portanto, deve-se fazer um<br />
planejamento adequa<strong>do</strong>, que leve em conta os aspectos positivos e negativos e,<br />
principalmente, como diz o dita<strong>do</strong> popular “não dar um passo maior <strong>do</strong> que as<br />
pernas”.<br />
Aproveite o assunto para saber se seus alunos já vivenciaram experiências<br />
de lucros, perdas e custo. Na FTG esse tema foi discuti<strong>do</strong>; abor<strong>do</strong>u-se, inclusive,<br />
a concepção de Economia Solidária.<br />
Os alunos vão conhecer os tipos de cultivo existentes – extensivo, semiintensivo,<br />
intensivo e super-intensivo –, suas características produtivas, os<br />
méto<strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s e, para cada sistema, os resulta<strong>do</strong>s alcança<strong>do</strong>s na produção.<br />
ATIVIDADES 32/33/35/37<br />
Nestas atividades o (a) professor(a) deve observar a compreensão<br />
<strong>do</strong> texto li<strong>do</strong> pelos alunos. A turma pode estar dividida em grupos, e<br />
cada grupo realizar uma das atividades. Após o trabalho nos grupos, os<br />
alunos vão escrever no quadro a síntese da turma, com todas as<br />
contribuições.<br />
O (a) professor(a) deve levar para a sala de aula os equipamentos de<br />
medição e controle da água, fundamentais nos Sistemas de Cultivo<br />
Intensivo. (Laboratório <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong>)<br />
Sistema de cultivo extensivo<br />
ATIVIDADE 32<br />
Possíveis respostas:<br />
Características da produção: Praticada em reservatórios, represas, lagos,<br />
lagoas ou açudes já existentes.<br />
Méto<strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s: O abastecimento de água é feito pela água da chuva<br />
e/ou <strong>do</strong> fluxo direto de córregos e rios. Os peixes não são alimenta<strong>do</strong>s regularmente, e<br />
sua alimentação é apenas a natural, produzida na água.<br />
Produção obtida: Rendimentos que se obtêm nesse sistema são baixos, a não<br />
ser que o produtor amplie seu empreendimento para tanques-rede.<br />
Sistema de cultivo semi-intensivo<br />
ATIVIDADE 33<br />
Possíveis respostas:<br />
51
52<br />
Características da produção: Os viveiros ou os tanques são construí<strong>do</strong>s, o<br />
que requer conhecimentos técnicos de solo e de água e exige investimento financeiro.<br />
Méto<strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s: São utilizadas, além das fontes naturais de alimento,<br />
rações balanceadas. Há técnicas especiais para manejo e para a despesca.<br />
Produção obtida: Maior retorno produtivo <strong>do</strong> que no sistema extensivo.<br />
Sistema de cultivo intensivo<br />
ATIVIDADE 34<br />
Nesta atividade o (a) professor(a) vai levar para a sala de aula o kit<br />
teste para água <strong>do</strong>ce e salgada, utiliza<strong>do</strong> para medir a presença de amônia<br />
nos rios e aquedutos ou em tanques e viveiros de peixes. Nos viveiros de<br />
água <strong>do</strong>ce ou salgada, o controle da amônia é importante devi<strong>do</strong> ao fato<br />
de ser tóxica para a vida aquática. O méto<strong>do</strong> emprega<strong>do</strong> é a colorimetria.<br />
Em recipientes o(a) professor (a) vai colocar água com amônia em<br />
diferentes proporções. O aluno vai observar o resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> teste pela<br />
coloração <strong>do</strong>s reagentes químicos.<br />
ATIVIDADE 35<br />
Possíveis respostas:<br />
Características da produção: No planejamento e construção <strong>do</strong>s tanques e<br />
viveiros deve-se dar muita importância ao controle de entrada e saída de água, pois a<br />
qualidade da água é essencial. Há necessidade de investimento na construção e manutenção<br />
<strong>do</strong>s viveiros e tanques, bem como em mão-de-obra qualificada.<br />
Méto<strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s: Técnicas para monitorar periodicamente a qualidade<br />
da água, com utilização de equipamentos próprios: termômetro, oxímetro, peagômetro,<br />
disco de Secchi e reagentes químicos (colorimetria). Técnicas para o esgotamento total <strong>do</strong><br />
tanque ou viveiro.<br />
Produção obtida: A quantidade de peixe cultivada nesse sistema é muito<br />
maior <strong>do</strong> que a <strong>do</strong> cultivo semi-intensivo.<br />
Professor(a), que tal promover com seus alunos uma pesquisa sobre<br />
qual é o melhor tipo de peixe para cada cultivo, ou seja, qual o mais rentável?<br />
ATIVIDADE 36<br />
Nesta atividade o(a) professor vai recordar com a turma os textos<br />
li<strong>do</strong>s, que descrevem as características de cada sistema de cultivo.Os alunos<br />
vão preencher a tabela em to<strong>do</strong>s os seus itens. Cada item deve ser analisa<strong>do</strong><br />
e se os alunos apresentarem dificuldades, devem recorrer novamente aos
textos. Ao final da atividade, será feita uma única tabela, em papel tipo<br />
kraft, com a orientação <strong>do</strong>(a) professor(a).<br />
Tipo<br />
Quantidade Custo <strong>do</strong> Méto<strong>do</strong><br />
lucratividade<br />
de cultivo de Produção Emprega<strong>do</strong><br />
Extensivo baixa baixa baixo<br />
Semi-intensivo média média médio<br />
Intensivo alta alta baixo<br />
Sistema de cultivo super-intensivo<br />
Professor (a), agora que seus alunos já sabem sobre os tipos de cultivos,<br />
promova um debate em sala para melhor fixar o assunto, ten<strong>do</strong> como base qual<br />
é o melhor cultivo para sua região, qual é o mais rentável e quais aqueles com<br />
que os alunos mais se identificaram.<br />
ATIVIDADE 37<br />
Com os mesmos objetivos das Atividades 32, 33 e 35 a turma vai<br />
sintetizar o que compreendeu por sistema super-intensivo.<br />
Possíveis respostas:<br />
Características da produção: O cultivo super-intensivo caracteriza-se pela<br />
renovação constante de água nos locais onde os tanques-rede estão instala<strong>do</strong>s e pelas<br />
altas densidades de peixes.<br />
Méto<strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s: Uma única espécie de peixe é cultivada; há técnicas<br />
de manejo bem definidas.<br />
Produção obtida: A produção varia de acor<strong>do</strong> com o cultivo já que só uma<br />
espécie é cultivada no reservatório, poden<strong>do</strong> alcançar grande quantidade de peixes, que<br />
podem atingir o tamanho e peso planeja<strong>do</strong>s.<br />
ATIVIDADE 38<br />
Esta é a primeira atividade externa dessa ocupação.<br />
O (a) professor(a) – junto com os alunos e com a colaboração <strong>do</strong><br />
Educa<strong>do</strong>r de Ação Comunitária – deve organizar uma visita a uma<br />
piscicultura em sua região.<br />
Essa visita certamente vai precisar de transporte e lanche, e a<br />
Coordenação <strong>do</strong> Núcleo deve ser consultada para o planejamento.<br />
Saben<strong>do</strong> qual é o sistema de cultivo que vai ser observa<strong>do</strong>, os alunos<br />
devem preparar a visita, em sala de aula: que espécies são cultivadas;<br />
características geográficas, principalmente os recursos hídricos; a<br />
53
54<br />
produtividade; o tipo de solo, o número e perfil <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res, etc.<br />
Incentive os alunos a participarem da elaboração <strong>do</strong> roteiro de visita.<br />
A volta é importante. As informações, as fotos, os materiais<br />
recolhi<strong>do</strong>s devem compor um painel expositivo que pode ser guarda<strong>do</strong><br />
para o evento <strong>do</strong> final <strong>do</strong> curso.<br />
Mãos à obra!<br />
As condições <strong>do</strong> terreno e o tipo de solo são <strong>do</strong>is fatores fundamentais<br />
para definir a construção <strong>do</strong>s viveiros e tanques. O terreno onde se pretende<br />
implantar o cultivo não deve ser muito inclina<strong>do</strong> para não encarecer a instalação<br />
com serviços de terraplanagem.<br />
Quanto ao solo, algumas características – se é mais argiloso ou arenoso, se<br />
é suficientemente impermeável, se há necessidade de drenagem – são<br />
condicionantes para a indicação <strong>do</strong> cultivo.<br />
ATIVIDADE 39 - PRÁTICA<br />
A análise proposta nesta atividade prática é feita por técnicos<br />
especializa<strong>do</strong>s, entretanto, será uma grande aventura levar a turma a fazer<br />
a análise de um tipo de solo. É uma atividade prática que exige<br />
deslocamentos a serem planeja<strong>do</strong>s com antecedência. O (a) professor(a)<br />
deve levantar se existe alguma escola agrícola ou algum terreno da prefeitura<br />
onde a atividade possa se desenvolver.<br />
Convide um técnico para acompanhar atividade.O passo a passo<br />
<strong>do</strong> Guia de Estu<strong>do</strong> deve ser segui<strong>do</strong> pelos alunos em todas as etapas. Durante<br />
a atividade, os alunos devem se revezar, ora uns anotam, ora outros põe a<br />
mão na massa, literalmente.<br />
1º Teste de pressão<br />
2º Teste de água no fun<strong>do</strong><br />
Este teste deve ser feito durante o perío<strong>do</strong> seco para conseguir<br />
resulta<strong>do</strong>s confiáveis.<br />
3º Teste de permeabilidade <strong>do</strong> solo com relação à água.<br />
A água<br />
Como vimos anteriormente, as condições <strong>do</strong> terreno e o tipo <strong>do</strong> solo são<br />
fatores que devem ser considera<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> vamos implementar uma unidade<br />
de criação de pesca<strong>do</strong>s. Outros fatores devem ser considera<strong>do</strong>s, entre eles<br />
destacamos a água.
A água usada na piscicultura deve conservar em condições ideais suas<br />
características físicas, químicas e biológicas para permitir e manter o cultivo de<br />
pesca<strong>do</strong>s. A qualidade da água está diretamente associada à saúde <strong>do</strong>s peixes.<br />
Podemos identificar três categorias de água utiliza<strong>do</strong>s na piscicultura:<br />
➧ a água oriunda de fontes, nascentes, represas, lagos ou córregos;<br />
➧ a água de uso, que é utilizada no próprio sistema, nos tanques, viveiros,<br />
lagos, etc;<br />
➧ a água de lançamento, que é a oriunda <strong>do</strong> sistema,com to<strong>do</strong>s os resíduos.<br />
A qualidade da água também depende <strong>do</strong> tipo de solo e da contaminação<br />
<strong>do</strong> solo por agrotóxicos e outras substâncias prejudiciais à manutenção da<br />
criação.<br />
ATIVIDADE 40<br />
Fonte: Agrossuise LTDA – Setor de <strong>Piscicultura</strong> - UFRRJ<br />
http://www.qualittas.com.br/site/noticia<br />
Nesta atividade, vamos continuar o nosso “teatro” com o casal da<br />
Atividade 31.<br />
O (a) professor(a) deve ajudar os alunos na continuação <strong>do</strong> diálogo.<br />
Devem ser feitas perguntas pertinentes ao assessor, expostos problemas<br />
possíveis e o assessor deve ter respostas consistentes. Para isso, é preciso<br />
que os alunos consigam formular os conhecimentos que adquiriram no<br />
perío<strong>do</strong> entre esta aula e a da Atividade 31.<br />
Os personagens são os mesmos: mulher, mari<strong>do</strong> e assessor. Quan<strong>do</strong><br />
os grupos tiverem termina<strong>do</strong> a tarefa de escrever o diálogo, peça que<br />
leiam e escolha um grupo para encenar.<br />
Professor(a), vamos aproveitar e sugerir uma visita à estação de<br />
tratamento de água de nossa cidade.<br />
Escolhen<strong>do</strong> as espécies<br />
O Guia de Estu<strong>do</strong> está ilustra<strong>do</strong> com as espécies mais comuns que são<br />
cultivadas no Brasil. Os textos descritivos de cada espécie devem ser li<strong>do</strong>s<br />
oralmente, de forma seqüencial, por vários alunos. A partir dessa leitura, o (a)<br />
professor(a) pode avaliar a compreensão <strong>do</strong>s alunos com uma brincadeira de<br />
adivinhação.<br />
Um aluno descreve para a turma as principais características de uma espécie<br />
e a turma tem que descobrir qual é a espécie. Quem acertar, faz a próxima<br />
adivinhação.<br />
55
56<br />
ATIVIDADE 41<br />
Esta atividade pode ser realizada em sala de aula. O (a) professor(a)<br />
deve orientar os alunos na escolha <strong>do</strong> perfil <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s. O roteiro<br />
da entrevista deve ser feito em sala de aula, basean<strong>do</strong>-se nas espécies de<br />
peixe apresentadas para o aluno. Os entrevista<strong>do</strong>s podem ser piscicultores,<br />
membros de associações de piscicultores, representantes da SEAP etc.<br />
Escolha, junto com os alunos, quem vai conduzir a entrevista.<br />
Este assunto presta-se a uma exposição. Vamos prepará-la para o<br />
nosso evento de final de curso.<br />
ATIVIDADE 42/43<br />
A turma estará dividida em <strong>do</strong>is grupos para estas atividades externas.<br />
Tanto a preparação da saída quanto a sistematização no retorno das<br />
duas atividades são realizadas pela turma toda.<br />
Um grupo irá à representação da SEAP local para se informar sobre<br />
os procedimentos necessários ao Registro Geral de <strong>Pesca</strong> (RPG) na<br />
categoria Aqüicultor: como se tira licença ambiental; como se obtém<br />
outorga <strong>do</strong> uso de recursos hídricos. O outro grupo irá a um merca<strong>do</strong> de<br />
peixes.<br />
As duas atividades devem ser planejadas e organizadas com<br />
antecedência, e os Coordena<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Núcleo devem estar informa<strong>do</strong>s<br />
sobre as ações a serem executadas para facilitar a ida <strong>do</strong>s alunos. Os alunos<br />
que vão ao SEAP certamente vão precisar de carta de apresentação.<br />
É hora de criar peixes<br />
O Guia de Estu<strong>do</strong> faz uma comparação entre a piscicultura e a agricultura e<br />
o (a) professor(a) deve promover com os alunos uma reflexão sobre os cuida<strong>do</strong>s<br />
que são comuns nas duas atividades.<br />
Povoan<strong>do</strong> o viveiro<br />
Para cada tipo de viveiro ou tanque, e para cada espécie, há uma proporção<br />
ideal de densidade de peixe por m² e m3 .<br />
O (a) professor(a), ao realizar o planejamento integra<strong>do</strong> no seu Núcleo,<br />
deve conversar com o professor de Matemática sobre as operações matemáticas<br />
necessárias para a compreensão desse conteú<strong>do</strong>: operações com números<br />
decimais, proporcionalidade, medidas como área e volume (m² e m³).
O Guia de Estu<strong>do</strong> apresenta um exemplo com tilápia. O (a) professor(a)<br />
deve pesquisar outros exemplos, entre as nove espécies de peixes, cultiva<strong>do</strong>s em<br />
cativeiro, listadas no Guia.<br />
ATIVIDADE 44<br />
Esta atividade continua e encerra a encenação <strong>do</strong> diálogo entre o<br />
casal que quer investir na criação de peixes e o assessor. De que informações<br />
eles ainda precisam? Os alunos devem voltar às atividades 31 e 40 e criar<br />
um final, que vai remetê-los à última atividade <strong>do</strong> Guia de Estu<strong>do</strong>, a Atividade<br />
50.<br />
ATIVIDADE 45<br />
Neste ponto, é importante o professor recordar com seus alunos os<br />
diferentes tipos de cultivo apresenta<strong>do</strong>s no início da Ocupação, antes de<br />
completar a atividade.<br />
1- Extensivo: O povoamento ideal é de 1.000 peixes por m2 2- Semi-intensivo: O povoamento ideal é de 5.000. peixes por m2 .<br />
3- Intensivo: O povoamento ideal é de 10.000 peixes por m2 .<br />
4- Super-intensivo: O povoamento ideal é de 600 a 1.200 peixes<br />
por m3 .<br />
Comprar ou produzir alevinos?<br />
Professor(a), será que seus alunos sabem o que são alevinos?<br />
Promova com eles uma pesquisa para saber quais os tipos mais<br />
comercializa<strong>do</strong>s e as diferenças de preço. Confira as informações e acrescente<br />
outras sobre o tema – os alevinos mais caros, os que se desenvolvem mais rápi<strong>do</strong>,<br />
os mais resistentes –, para traçar com os alunos um panorama de custos iniciais.<br />
ATIVIDADE 46<br />
Nos textos que antecedem a atividade, os alunos vão obter<br />
informações gerais sobre os alevinos. A leitura deve ser feita em duplas,<br />
sublinhan<strong>do</strong> o que destacariam no texto como sen<strong>do</strong> os conteú<strong>do</strong>s mais<br />
importantes relativos a alevinos. As conclusões devem ser discutidas na<br />
turma.<br />
Para engordar os peixes<br />
To<strong>do</strong>s nós precisamos de vitaminas e sais minerais, assim como de outras<br />
fontes de energia; com os animais não é diferente. Destaque para os alunos os<br />
57
58<br />
principais componentes da alimentação <strong>do</strong>s peixes – proteínas,hidratos,<br />
vitaminas, minerais, entre outros – e comparem quais os alimentos <strong>do</strong>s quais<br />
tanto os seres humanos quanto os peixes precisam. O(a) professor(a), no<br />
planejamento semanal, deve conversar com o especialista em Ciências da<br />
Natureza e juntos planejarem, de forma integrada, conteú<strong>do</strong>s sobre alimentos.<br />
ATIVIDADE 47<br />
Nesta atividade o (a) professo(a) deve solicitar aos alunos que<br />
tragam amostras de alimentos naturais <strong>do</strong>s peixes que vivem nos viveiros.<br />
Procurem classificar esses organismos. Em seguida, os alunos vão<br />
numerar as ilustrações de acor<strong>do</strong> com o número <strong>do</strong>s parênteses.<br />
( 1 ) Fitoplâncton<br />
( 2 ) Zooplâncton<br />
( 3 ) Sedimento Orgânico<br />
( 4 ) Plantas Aquáticas<br />
( 5 ) Benton<br />
O (a) professor(a) deve levar também para a sala de aula amostras<br />
de ração: fareladas, granuladas (peletizadas) e flutuantes (extrusadas), para<br />
os alunos manusearem e conhecerem melhor.<br />
ATIVIDADE 48<br />
A leitura atenta <strong>do</strong>s textos sobre alimentação <strong>do</strong>s peixes facilita o<br />
preenchimento da tabela. O (a) professor (a) deve complementar com<br />
outras informações. Sugestão: http://www.uov.com.br/biblioteca
Tipos de cultivo Alimentação adequada<br />
EXTENSIVO<br />
SEMI-INTENSIVO<br />
INTENSIVO<br />
SUPER-INTENSIVO<br />
Após o preenchimento, os resulta<strong>do</strong>s são li<strong>do</strong>s para a turma,<br />
debati<strong>do</strong>s e, em caso de discordância, discuti<strong>do</strong>s.<br />
Despesca<br />
A Despesca é o momento da retirada <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> para a comercialização.<br />
Os cuida<strong>do</strong>s nessa etapa <strong>do</strong> processo são muito importantes também.<br />
Qualquer ferimento no peixe pode prejudicar a conservação em condições<br />
adequadas. Professor(a), se possível, encontre algum local em que haverá uma<br />
despesca e leve seus alunos. Com certeza será uma ótima experiência<br />
de campo.<br />
ATIVIDADE 49<br />
Nesta atividade a turma poderá estar dividida em grupos para fazer<br />
a cadeia produtiva, ou ela será feita no quadro ou em papel tipo kraft, com<br />
a participação de to<strong>do</strong>s. O (a) professor(a) deve lembrar que, na FTG,<br />
eles trabalharam esse conteú<strong>do</strong>.<br />
ATIVIDADE 50 A E 50 B<br />
Professor(a), na parte A desta atividade, os alunos devem responder<br />
às perguntas propostas, que o ajudarão a perceber diversos aspectos <strong>do</strong><br />
negócio que estão inician<strong>do</strong>.Com esse exercício, eles estarão bem muni<strong>do</strong>s<br />
de idéias e informações para fazer a parte B da atividade.<br />
Na parte B, o (a) professor(a) orientará os alunos na redação de um<br />
projeto.Valen<strong>do</strong>-se de um modelo simplifica<strong>do</strong>, discutirá, com os alunos,<br />
o conteú<strong>do</strong> das diferentes seções de um projeto e registrará no quadro ou<br />
em papel tipo kraft o resulta<strong>do</strong>. Como o projeto é uma simulação, pode<br />
ser que os alunos tenham dificuldades para obter os custos detalha<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />
projeto.<br />
Modelo Simplifica<strong>do</strong> para a Elaboração de um Projeto:<br />
➧ Título <strong>do</strong> projeto<br />
➧ Data<br />
59
60<br />
➧ Introdução (apresentação resumida da idéia <strong>do</strong> projeto, com uma<br />
descrição geral <strong>do</strong> local onde será realiza<strong>do</strong>)<br />
➧ Justificativa<br />
➧ Objetivos<br />
➧ Estu<strong>do</strong>s de viabilidade<br />
➧ Execução das atividades<br />
➧ Preparação<br />
➧ Recursos necessários<br />
➧ Cronograma de implantação<br />
➧ Planilha de despesas<br />
➧ Custo geral <strong>do</strong> Projeto<br />
➧ Estu<strong>do</strong>s de impactos ambientais no local<br />
➧ Benefícios sociais para a comunidade <strong>do</strong> entorno<br />
➧ Acompanhamento e Avaliação
Ê, tem jangada no mar<br />
Ê, iê, iêi,<br />
Hoje tem arrastão<br />
Ê, to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> pescar<br />
Chega de sombra, João<br />
J’ouviu<br />
SEÇÃO 3<br />
O TRABALHADOR EM UNIDADES<br />
DE BENEFICIAMENTO E PROCESSAMENTO<br />
DE PESCADOS<br />
TÓPICO 1 – Da água para a mesa<br />
Nas duas ocupações anteriores, o aluno adquiriu conhecimentos sobre os<br />
trabalha<strong>do</strong>res que se dedicam à captura <strong>do</strong> peixe e à criação <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> em<br />
cativeiro, e ainda, quais os procedimentos técnicos, instrumentos e equipamentos<br />
que são emprega<strong>do</strong>s nesta atividade produtiva.<br />
Em homenagem aos trabalha<strong>do</strong>res que tiram <strong>do</strong> mar, <strong>do</strong>s rios, enfim<br />
das águas o seu sustento e acreditam no pesca<strong>do</strong> como um alimento completo,<br />
vamos começar esta Ocupação cantan<strong>do</strong> junto com Edu Lobo uma canção<br />
de sua autoria e <strong>do</strong> poeta Vinicius de Moraes.<br />
Tragam o equipamento de som para a sala de aula e surpreendam os seus<br />
alunos!<br />
Arrastão<br />
Edu Lobo/Vinícius de Moraes<br />
Olha o arrastão entran<strong>do</strong> no mar sem fim<br />
Ê, meu irmão, me traz Yemanjá prá mim<br />
Olha o arrastão entran<strong>do</strong> no mar sem fim<br />
Ê, meu irmão, me traz Yemanjá pra mim<br />
Minha Santa Bárbara<br />
Me abençoai<br />
Quero me casar com Janaína<br />
Ê, puxa bem devagar<br />
Ê, iê, iêi, Já vem vin<strong>do</strong> o arrastão<br />
Ê, é a Rainha <strong>do</strong> Mar<br />
Vem, vem na rede João<br />
Pra mim<br />
Valha-me Deus Nosso Senhor <strong>do</strong> Bonfim<br />
Nunca jamais se viu tanto peixe assim<br />
Valha-me Deus Nosso Senhor <strong>do</strong> Bonfim<br />
Nunca jamais se viu tanto peixe assim<br />
61
62<br />
VINÍCIUS DE MORAES (19/10/1913 A 9/7/1980)<br />
Vinícius nasceu no Rio de Janeiro em uma família amante das letras e da música, e<br />
seguiu as duas vocações. Ainda no colégio, começou a compor com os amigos Paulo e<br />
Harol<strong>do</strong> Tapajós e, juntos, tocavam em festinhas. Nos anos 30, formou-se em Direito e fez<br />
letra para dez músicas que foram gravadas, nove delas parcerias com os irmãos Tapajós.<br />
Em 1933, publicou seu primeiro livro de poemas, “O Caminho para a Distância”. Amigo<br />
de Oswald de Andrade, Manuel Bandeira e Mário de Andrade, publicou outros livros de<br />
poemas nessa década. Como diplomata, morou nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, França, Uruguai. Em<br />
1954, inicia-se como teatrólogo, escreven<strong>do</strong> a peça “Orfeu da Conceição”, que mais<br />
tarde virou o filme “Orfeu <strong>do</strong> Carnaval”. Sua carreira como músico é impulsionada a<br />
partir das décadas de 50 e 60, quan<strong>do</strong> conhece Tom Jobim, Antônio Maria, Edu Lobo,<br />
Carlos Lyra, Baden Powell. O primeiro grande show em que se apresenta, na boate Au<br />
Bon Gourmet, em 1962, ao la<strong>do</strong> Tom Jobim e João Gilberto, o liga permanentemente ao<br />
mun<strong>do</strong> da música popular e aos palcos. Seu elo com a bossa nova é muito importante. Fez<br />
letras para algumas das músicas mais importantes <strong>do</strong> movimento, como “Garota de<br />
Ipanema”, “Chega de Saudade”, “Eu Sei que Vou Te Amar”, “Amor em Paz”, “Insensatez”,<br />
“Se To<strong>do</strong>s Fosse Iguais a Você” (todas com Tom Jobim), “Minha Namorada”, “Coisa Mais<br />
Linda”, “Você e Eu” (com Carlos Lyra). Após a promulgação <strong>do</strong> AI-5, em 1968, Vinicius é<br />
aposenta<strong>do</strong> compulsoriamente da carreira diplomática. A partir de então passa a se<br />
dedicar à vida artística. Faz shows em vários países e lança muitos discos na década de<br />
70. Um <strong>do</strong>s mais importantes é “Tom, Vinicius, Toquinho e Miúcha”, grava<strong>do</strong> ao vivo no<br />
Canecão (Rio de Janeiro), em um espetáculo que ficou quase um ano em cartaz no Rio e<br />
seguiu para outras cidades da América <strong>do</strong> Sul e Europa. Apesar <strong>do</strong> sucesso com a música<br />
popular, Vinicius não aban<strong>do</strong>nou a poesia, ten<strong>do</strong> grava<strong>do</strong> discos em que recita suas obras.<br />
EDU LOBO<br />
Edu Lobo nasceu no Rio de Janeiro, em 29 de agosto de 1943. Filho <strong>do</strong> compositor Fernan<strong>do</strong><br />
Lobo, começou na música tocan<strong>do</strong> acordeom e depois se interessou pelo violão,<br />
aprimoran<strong>do</strong>-se nesse instrumento. Em 1962, compôs sua primeira parceria com Vinicius<br />
de Moraes, “Só Me Fez Bem”. Gravou no mesmo ano seu primeiro compacto, com canções<br />
tipicamente de bossa nova. Mais tarde, desviou-se um pouco dessa tendência, a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong><br />
uma linha mais combativa de cultura popular, graças à parceria com Ruy Guerra, que<br />
resultou em composições como “Canção da Terra”, “Reza” e “Aleluia”. Fez trilha para<br />
teatro, participou <strong>do</strong> evento “Arena Conta Zumbi” em 1965 em São Paulo, onde estreou<br />
um de seus maiores sucessos, “Upa, Neguinho”, em parceria com Gianfrancesco Guarnieri,<br />
mais tarde gravada por Elis Regina. Participou <strong>do</strong>s festivais de música popular, obten<strong>do</strong> o<br />
primeiro prêmio em 1965 com “Arrastão” (com Vinicius de Moraes) e em 1967 com<br />
“Ponteio”, parceria com Capinam. Lançou discos solo e em parcerias ilustres, como “Edu<br />
e Tom”, em 1981, e “O Grande Circo Místico”, de 1983, com composições suas e de<br />
Chico Buarque interpretadas por outros artistas. Nos anos 90, lançou discos com músicas<br />
inéditas e compôs trilhas para filmes como “Canu<strong>do</strong>s”, de Sergio Resende. Seu CD “Meianoite”<br />
(1995) recebeu o prêmio Sharp de melhor disco de música popular brasileira <strong>do</strong><br />
ano.
Vamos cantar com os alunos e aproveitar a oportunidade para falar de<br />
como, em torno <strong>do</strong> mar e <strong>do</strong>s rios, ocorrem festejos, comemorações religiosas e<br />
folclóricas, os mitos, as lendas, o artesanato, os pratos típicos da nossa cultura.<br />
A lenda da Vitória Régia, a Cobra d’água, a Iara, o Boto e muitas histórias<br />
de tradições de pesca<strong>do</strong>res que os alunos certamente vão contar.<br />
Neste Tópico 1, o (a) professor(a) está apresentan<strong>do</strong> a terceira ocupação<br />
<strong>do</strong> Arco, que não é tão cantada em versos como o pesca<strong>do</strong>r, mas se situa num<br />
campo de trabalho que vem se expandin<strong>do</strong> com a aplicação de novas tecnologias<br />
e estu<strong>do</strong>s científicos volta<strong>do</strong>s para o aumento e a melhoria da qualidade da<br />
produção de alimentos. Para atender a uma demanda crescente, os processos de<br />
beneficiamento e processamento <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> transformam o peixe in natura,<br />
atribuin<strong>do</strong>-lhe condições para melhor conservação, para facilitar seu preparo<br />
e para atender a consumi<strong>do</strong>res mais sofistica<strong>do</strong>s.<br />
OBJETIVOS<br />
➧ Reconhecer a importância <strong>do</strong> crescimento da indústria pesqueira diante<br />
da crescente demanda de consumo de pesca<strong>do</strong> no país.<br />
➧ Valorizar os atributos <strong>do</strong>s pesca<strong>do</strong>s para uma alimentação saudável e<br />
nutritiva.<br />
➧ Identificar e compreender os processos que são emprega<strong>do</strong>s na<br />
transformação <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>, desde seu esta<strong>do</strong> in natura até o consumo.<br />
TEXTOS E ATIVIDADES<br />
Os temas <strong>do</strong> Tópico 2 vão ser introduzi<strong>do</strong>s através de uma visita aos<br />
locais onde se desenvolvem atividades de beneficiamento e processamento<br />
<strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>.<br />
O roteiro das entrevistas e a indicação <strong>do</strong>s alunos que vão conduzir as<br />
perguntas devem ser defini<strong>do</strong>s nessa primeira aula. Afinal, esta atividade de<br />
campo é que vai despertar no aluno o interesse por querer saber mais sobre a<br />
ocupação.<br />
ATIVIDADE 51<br />
As perguntas ainda não abordam os procedimentos técnicos de<br />
forma sistematizada, mas podem surgir a partir das observações feitas.<br />
Registros fotográficos podem ser utiliza<strong>do</strong>s depois, em sala de aula,<br />
para exemplificar as práticas que vão ser apresentadas no Guia de Estu<strong>do</strong>.<br />
Os alunos terão maior facilidade para compreender os textos,<br />
incluin<strong>do</strong> os termos técnicos.<br />
63
64<br />
TÓPICO 2 – O beneficiamento industrial <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong><br />
Este Tópico é bastante descritivo e introduz uma grande quantidade de<br />
termos técnicos. O (a) professor(a) deve solicitar aos alunos que sublinhem os<br />
termos novos que devem ser acrescenta<strong>do</strong>s ao glossário inicia<strong>do</strong> na primeira<br />
ocupação.<br />
Uma unidade de beneficiamento de pesca<strong>do</strong>, a Atum Brasil serviu<br />
como modelo referencial para relacionar os setores básicos no processo<br />
industrial de beneficiamento.<br />
No Laboratório <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong>, o (a) professor(a) deve demonstrar para<br />
os alunos algumas técnicas que serão depois experimentadas e praticadas por<br />
eles.Os instrumentos que oferecem perigo, como os cortantes, devem ser<br />
manusea<strong>do</strong>s com muito cuida<strong>do</strong>; devem ser utiliza<strong>do</strong>s os equipamentos de<br />
proteção indica<strong>do</strong>s.<br />
OBJETIVOS<br />
➧ Situar o trabalha<strong>do</strong>r que atua nas unidades de beneficiamento <strong>do</strong><br />
pesca<strong>do</strong>, na cadeia produtiva da pesca.<br />
➧ Conhecer a estrutura e o funcionamento da indústria de beneficiamento<br />
<strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>.<br />
➧ Descrever os setores básicos de beneficiamento <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>.<br />
➧ Enumerar os procedimentos que caracterizam o setor de beneficiamento<br />
propriamente dito, as atividades e o instrumental utiliza<strong>do</strong>.<br />
➧ Adquirir um repertório amplo de termos técnicos aplica<strong>do</strong>s no<br />
beneficiamento <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>.<br />
TEXTOS E ATIVIDADES<br />
Na Empresa Atum Brasil o processo de beneficiamento se divide em<br />
quatro setores, que são descritos no Guia de Estu<strong>do</strong>: recepção, beneficiamento,<br />
embalagem e armazenamento. O (a) professor(a), ao propor na Atividade 50,<br />
uma visita a uma unidade de beneficiamento de pesca<strong>do</strong> na sua cidade, pode<br />
compará-la à Empresa citada.<br />
To<strong>do</strong>s os setores descritos foram muito bem ilustra<strong>do</strong>s, portanto, o (a)<br />
professor(a) deve se deter com os alunos na observação detalhada de cada<br />
foto.<br />
Setor de recepção<br />
Professor (a), os textos são curtos e precisos. Solicite que os alunos<br />
façam a leitura oral, comentada, varian<strong>do</strong> os leitores.
Destaque as duas palavras-chaves no texto: carrega<strong>do</strong>r e classifica<strong>do</strong>r.<br />
Quais as funções de cada um, que habilidades são desejáveis, qual o<br />
perfil desses trabalha<strong>do</strong>res, que conhecimentos eles adquiriram para exercer a<br />
função, etc.<br />
ATIVIDADE 52/53<br />
Estas duas atividades se complementam. O (a) professor(a) pode<br />
dividir a turma e realizar as duas atividades no mesmo momento.<br />
A turma fará, junto com o (a) professor(a), a sistematização das<br />
conclusões.<br />
Setor de beneficiamento<br />
Na unidade de beneficiamento propriamente dita, o (a) professor(a)<br />
deve enfatizar que é nesta etapa que o peixe – depois de ser classifica<strong>do</strong> – vai<br />
passar por to<strong>do</strong>s os procedimentos, desde a lavagem até os cortes, para depois<br />
ser embala<strong>do</strong> e distribuí<strong>do</strong>.<br />
Portanto, é nesta fase que vai ocorrer uma concentração de atividades<br />
práticas no Laboratório. O (a) professor(a) deve planejá-las, preven<strong>do</strong> o tempo<br />
necessário para a atividade e para os deslocamentos, se houver. É preciso<br />
checar se os instrumentos e os materiais estão disponíveis e quem ficará<br />
responsável por adquirir os pesca<strong>do</strong>s que serão manipula<strong>do</strong>s pelos alunos.<br />
O (a) professor(a) deve fazer uma relação no quadro das técnicas que<br />
prevalecem neste setor, explican<strong>do</strong> como se processam. Dessa forma, a leitura<br />
<strong>do</strong> texto ficará mais fácil para o aluno.<br />
Os alunos deverão conhecer as técnicas para todas as etapas: lavagem,<br />
escamação, esfola, retirada das barbatanas e da cauda, evisceração, decapitação,<br />
e cortes (filés ou postas).<br />
As fotos mostram essas atividades de beneficiamento. Peça aos alunos<br />
que observem e descrevam como o profissional está vesti<strong>do</strong>, que equipamentos<br />
de segurança está usan<strong>do</strong>, os instrumentos de trabalho e a técnica que utilizam.<br />
Lavagem<br />
ATIVIDADE 54<br />
Nessas atividades que abordam o perfil profissional <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r,<br />
o (a) professor(a) deve ficar atento aos preconceitos e ao descaso em<br />
relação a algumas funções. É importante sempre destacar a contribuição<br />
de cada um para que os resulta<strong>do</strong>s sejam alcança<strong>do</strong>s, com mais qualidade<br />
e em menor tempo. Lembrar que na FTG eles adquiriram conhecimentos<br />
gerais sobre trabalho, inclusive sobre divisão <strong>do</strong> trabalho.<br />
65
66<br />
Escamação ou esfola.<br />
Retirada das barbatanas e da cauda.<br />
Evisceração e decapitação.<br />
ATIVIDADE 55 - PRÁTICA<br />
O (a) professor(a) deve providenciar o que é necessário para esta<br />
atividade, que deve ser realizada no Laboratório especialmente prepara<strong>do</strong><br />
para as atividades práticas <strong>do</strong> Arco, ou em instituição conveniada. Após<br />
a escamação e a esfola, os próximos passos são a retirada das barbatanas,<br />
da cauda, e a evisceração, tarefas mais complexas que dependem de<br />
vários fatores e recursos para serem também realizadas no Laboratório.<br />
O importante é o aluno praticar!<br />
O Corte<br />
ATIVIDADE 56 - PRÁTICA<br />
Os alunos continuam em laboratório <strong>do</strong> Arco e devem realizar os<br />
<strong>do</strong>is tipos de corte (filés e postas). To<strong>do</strong> cuida<strong>do</strong> é pouco, pois os alunos<br />
vão manusear ferramentas cortantes.<br />
Nestas atividades, nem to<strong>do</strong>s os alunos estarão pratican<strong>do</strong> ao<br />
mesmo tempo, portanto o (a) professor(a) deve prever um rodízio para<br />
que a turma toda execute as atividades. Após as atividades <strong>do</strong> dia, o<br />
Laboratório deve passar pelos procedimentos de limpeza e sanitização,<br />
descritos a seguir no Guia de Estu<strong>do</strong>. Afinal, é assim que acontece nas<br />
unidades de beneficiamento de pesca<strong>do</strong>.<br />
Setor de embalagem<br />
O texto que descreve o setor de embalagem deve ser li<strong>do</strong> pelos alunos,<br />
oralmente e de forma seqüencial. Cada aluno comenta o trecho li<strong>do</strong>. Após a<br />
leitura, o (a) professor(a) deve solicitar que os alunos falem de suas experiências<br />
como consumi<strong>do</strong>res: que tipos de embalagem conhecem, se acham adequadas,<br />
se têm o hábito de ler os rótulos e as etiquetas, se já compraram produtos<br />
deteriora<strong>do</strong>s com a embalagem danificada, etc.<br />
Os comentários <strong>do</strong> (a) professor(a) devem encaminhar para as duas<br />
qualidades essenciais de uma embalagem: a impermeabilidade e a resistência.<br />
A impermeabilidade evita que elementos líqui<strong>do</strong>s penetrem no alimento.<br />
Isto é muito comum em balcões refrigera<strong>do</strong>s. A resistência mantém o<br />
acondicionamento sem furos, rasgos ou partes descoladas.<br />
O rótulo e etiqueta também são fundamentais e obrigatórios.
Converse com os alunos sobre a importância <strong>do</strong> profissional seguir as<br />
normas da Vigilância Sanitária e <strong>do</strong> Ministério da Agricultura. Pergunte sobre o<br />
papel <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r em relação às etiquetas e rótulos.<br />
ATIVIDADE 57<br />
O (a) professor(a) deve programar uma visita a uma unidade de<br />
beneficiamento de pesca<strong>do</strong>s para os alunos observarem a prática <strong>do</strong><br />
eviscera<strong>do</strong>r e <strong>do</strong> embala<strong>do</strong>r. Essa observação deve ser anotada. Em<br />
sala, a partir das anotações, os alunos poderão descrever a atividade.<br />
O (a) professor(a) deverá incentivar comentários relativos às dificuldades<br />
observadas, aos cuida<strong>do</strong>s no manuseio <strong>do</strong> produto, ao uso de EPI etc.<br />
ATIVIDADE 58<br />
São tarefas bem distintas, mas podem ser comparadas. Fazer a<br />
mímica das técnicas profissionais desses trabalha<strong>do</strong>res pode ajudar a<br />
tornar a atividade mais interessante.<br />
Em seguida, o quadro deve ser preenchi<strong>do</strong> e comenta<strong>do</strong>.<br />
Setor de armazenamento<br />
No setor de armazenamento, o aluno vai ler os números negativos das<br />
temperaturas. Um termômetro deve ser leva<strong>do</strong> para a sala de aula. Se isso não<br />
for possível, o (a) professor(a) deve desenhá-lo no quadro ou levá-lo já desenha<strong>do</strong><br />
em papel tipo kraft. No planejamento integra<strong>do</strong> no Núcleo, o (a) professor(a)<br />
procura se informar com o professor de Matemática sobre a compreensão que<br />
o aluno já têm de operações com números negativos.<br />
A tabela com o tempo de conservação <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> também deve ser<br />
ampliada para que os alunos façam a leitura com a orientação <strong>do</strong> (a) professor(a).<br />
Continuamos com o nosso glossário. Termos como estoquista, câmara<br />
de resfriamento, devem ser acrescenta<strong>do</strong>s.<br />
ATIVIDADE 59<br />
Esta atividade permite a sistematização deste Tópico. O (a)<br />
professor(a) pode trabalhar com setas indican<strong>do</strong> o fluxo das atividades.<br />
Pode também usar um quadro, como no exemplo a seguir. Se quiser<br />
acrescentar os símbolos que representam as atividades de cada etapa,<br />
recordar com os alunos o conteú<strong>do</strong> das páginas 80 e 81 <strong>do</strong> Guia de<br />
Estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> aluno da FTG 1.<br />
67
68<br />
Modelo<br />
Quem faz Etapas<br />
RECEPÇÃO<br />
Carrega<strong>do</strong>r Identifica e retira o peixe <strong>do</strong> caminhão<br />
Classifica<strong>do</strong>r Separa os peixes de acor<strong>do</strong> com o tamanho, espécie, peso,<br />
qualidade <strong>do</strong> produto.<br />
BENEFICIAMENTO<br />
Lava<strong>do</strong>r Supervisiona a lavagem na esteira<br />
Procede à lavagem manual ou mecânica<br />
Inspeciona o resulta<strong>do</strong> da lavagem<br />
Eviscera<strong>do</strong>r Escama ou esfola<br />
Retira as barbatanas e caudas<br />
Eviscera<br />
Corta a cabeça<br />
Faz os cortes em filés ou postas<br />
EMBALAGEM<br />
Embala<strong>do</strong>r Escolhe a embalagem<br />
Embala o produto<br />
Verifica os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> rótulo<br />
Coloca o rótulo<br />
ARMAZENAMENTO<br />
Estoquista Refrigera ou congela o pesca<strong>do</strong>.<br />
TÓPICO 3 – Medidas de higiene<br />
OBJETIVOS<br />
➧ Reconhecer, nos processos de beneficiamento e processamento <strong>do</strong><br />
pesca<strong>do</strong>, a importância <strong>do</strong>s procedimentos de sanitização e de higienização<br />
prescritas pela Vigilância Sanitária.<br />
➧ Conhecer técnicas de sanitização e higienização para atuar na produção<br />
de alimentos.<br />
TEXTOS E ATIVIDADES<br />
O (a) professor(a) já deve ter feito referências, nas atividades práticas no<br />
Laboratório, não só à importância da higiene pessoal, da limpeza <strong>do</strong> vestuário<br />
e <strong>do</strong>s calça<strong>do</strong>s, da proteção aos cabelos, das máscaras, luvas, aventais e outros<br />
adereços específicos, mas também aos cuida<strong>do</strong>s com o local de trabalho,<br />
bancadas, pias, bacias, instrumentos e equipamentos.
Neste Tópico, os alunos vão conhecer como devem ser realiza<strong>do</strong>s os<br />
procedimentos, em todas as suas etapas, para não expor o consumi<strong>do</strong>r a<br />
riscos de <strong>do</strong>enças com alimentos contamina<strong>do</strong>s.<br />
Sanitização<br />
ATIVIDADE 60<br />
Nesta atividade, o (a) professor(a), ao verificar as respostas e as<br />
justificativas dadas para as afirmativas falsas, deve perguntar sempre<br />
para o aluno quais os procedimentos corretos. A resposta verdadeira<br />
deve ser destacada, com comentários <strong>do</strong>s alunos e <strong>do</strong> (a) professor(a).<br />
Respostas prováveis<br />
Avalie as afirmativas abaixo como verdadeiras (V) ou falsas (F).<br />
No caso de resposta falsa, justifique sua resposta.<br />
(V) Na limpeza preliminar, deve-se usar água corrente potável,<br />
tratada preferencialmente com cloro.<br />
A água tratada já elimina várias impurezas e bactérias que podem contaminar<br />
o produto./A água que não tenha essas características tem bactérias e impurezas<br />
que podem contaminar o pesca<strong>do</strong><br />
(F) É melhor que o profissional responsável pela sanitização utilize<br />
detergente sem diluição.<br />
É importante seguir as recomendações relativas a produtos químicos, pois<br />
altas concentrações de certos elementos podem ser prejudiciais à saúde de quem<br />
os utiliza e/ou contaminar produtos.<br />
(F ) O sanitizante é joga<strong>do</strong> sobre os equipamentos para eliminar<br />
resíduos.<br />
O sanitizante é usa<strong>do</strong> para a eliminação de microorganismos e bactérias e não<br />
de resíduos./O sanitizante joga<strong>do</strong> sobre equipamentos pode danificá-los<br />
(F) Um programa de sanitização pode se restringir à lavagem inicial<br />
e à aplicação de sanitizante.<br />
É preciso fazer a remoção cuida<strong>do</strong>sa de resíduos (sangue, vísceras, etc) que<br />
ficam presos em pontos que só a água não consegue retirar. Para isso é<br />
necessária a ação <strong>do</strong> detergente e a esfrega com fibras (esponjas) ou escovas.<br />
A higienização<br />
Tanto a higienização quanto a sanitização exigem padrões rígi<strong>do</strong>s. Ao<br />
ler sobre a sanitização, o aluno ficou ciente da importância <strong>do</strong>s procedimentos<br />
de limpeza <strong>do</strong> local de trabalho para eliminação de microorganismos e bactérias.<br />
O (a) professor(a) deve destacar que a higienização começa em casa, com a<br />
higiene <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r antes de chegar ao local de trabalho. E que, mesmo<br />
69
70<br />
assim, existem normas que variam de uma unidade produtiva para outra.<br />
Alguns procedimentos são realiza<strong>do</strong>s na própria unidade, como a lavagem<br />
obrigatória das mãos e braços, a lavagem das botas, o uso de uniformes<br />
esteriliza<strong>do</strong>s. Isto não deve, de forma nenhuma, trazer constrangimentos para<br />
o profissional. Pelo contrário, ele deve exigir to<strong>do</strong>s esses cuida<strong>do</strong>s por parte da<br />
empresa.<br />
O (a) professor(a) deve procurar se informar e trazer para os alunos as<br />
Leis, Portarias e Resoluções <strong>do</strong> seu esta<strong>do</strong> e município que regulamentam a<br />
fabricação e manuseio de produtos de origem animal. Geralmente esses órgãos<br />
têm folhetos e manuais prontos para distribuição aos interessa<strong>do</strong>s.<br />
ATIVIDADE 61<br />
Peça ao aluno para comparar a ilustração com as ótimas fotos<br />
apresentadas no seu Guia de Estu<strong>do</strong>.<br />
É sempre oportuno, quan<strong>do</strong> falamos <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r, seja em qualquer<br />
campo de atuação, recordarmos também <strong>do</strong>s equipamentos de proteção<br />
individual e coletiva, que já foram cita<strong>do</strong>s na Ocupação 1. Lembre aos alunos<br />
que, tanto no beneficiamento quanto no processamento, eles vão lidar com<br />
instrumentos cortantes. Vão, também, trabalhar em locais muito úmi<strong>do</strong>s,<br />
principalmente nas atividades de higienização e sanitização, o que exige, entre<br />
outros cuida<strong>do</strong>s, os com fios desencapa<strong>do</strong>s.<br />
TÓPICO 4 – O processamento<br />
artesanal <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong><br />
Neste Tópico, os alunos vão aprender como o pesca<strong>do</strong> in natura, que foi<br />
beneficia<strong>do</strong>, se transforma em outros produtos, quase prontos para o consumo.<br />
É importante que o (a) professor(a) lembre que o peixeiro – cuja ocupação é<br />
a próxima deste Arco – vende o peixe em seu esta<strong>do</strong> natural. O peixe processa<strong>do</strong><br />
geralmente é encontra<strong>do</strong> em estabelecimentos comerciais e feiras. Os três<br />
procedimentos de processamento – fishburguer, lingüiça de peixe e defuma<strong>do</strong>s<br />
– devem ser apresenta<strong>do</strong>s de forma detalhada.<br />
OBJETIVOS<br />
➧ Situar o trabalha<strong>do</strong>r que atua nas unidades de processamento <strong>do</strong><br />
pesca<strong>do</strong> na cadeia produtiva da pesca.
➧ Entender como o processamento propicia o melhor aproveitamento<br />
<strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>, inclusive em subprodutos.<br />
➧ Reconhecer e distinguir as espécies de pesca<strong>do</strong>s mais indicadas para<br />
determina<strong>do</strong>s processamentos.<br />
➧ Dominar técnicas de processamento <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>.<br />
ATIVIDADE 62<br />
Nesta atividade, o (a) professor(a) deve orientar a turma para a<br />
pesquisa. Os alunos podem se dividir e fazer a pesquisa perto de sua<br />
casa. O trabalho será enriqueci<strong>do</strong> com as variedades de respostas.<br />
A síntese da pesquisa deve ir para um mural que será guarda<strong>do</strong> para o<br />
evento de final de curso.<br />
Processamento x beneficiamento<br />
ATIVIDADE 63<br />
Nesta atividade, os alunos podem sugerir outros produtos que<br />
não constam da relação. Dependen<strong>do</strong> da região, outras práticas de<br />
processamento são comuns.<br />
Peixe beneficia<strong>do</strong> Peixe processa<strong>do</strong><br />
Peixe defuma<strong>do</strong> fishburguer,<br />
filé de peixe almôndegas de peixe<br />
peixe inteiro eviscera<strong>do</strong> conserva de peixe<br />
peixe salga<strong>do</strong> quibe de peixe<br />
peixe em postas<br />
Oportunidades de empreendimento<br />
O (a) professor(a) deve destacar para os alunos que, antes <strong>do</strong><br />
processamento <strong>do</strong> peixe – que pode ser visto como uma boa oportunidade de<br />
empreendimento –, foram necessários diversos procedimentos: captura,<br />
transporte, beneficiamento, conservação. A higiene e a limpeza <strong>do</strong>s locais por<br />
onde o pesca<strong>do</strong> passou até chegar ao local de processamento são essenciais<br />
para a não deterioração <strong>do</strong> produto.<br />
As cooperativas são uma boa indicação para atender à complexidade de<br />
mão-de-obra, às despesas de instalação e, principalmente, à confiabilidade <strong>do</strong><br />
produto. Como vimos, é trabalho para muitos e com habilidades e competências<br />
diferenciadas. Oriente o aluno a procurar no seu município o SEBRAE regional<br />
e a recordar os Tópicos da FTG, que tratam desse assunto.<br />
71
72<br />
ATIVIDADE 64<br />
Nesta atividade o (a) professor(a) vai orientar os alunos na simulação<br />
da criação de uma cooperativa. A atividade começa a “esquentar” nos<br />
grupos de alunos e culmina com toda a turma crian<strong>do</strong> uma cooperativa.<br />
Depois, o (a) professor(a) pode sugerir uma encenação da<br />
cooperativa em funcionamento, com suas vitórias e seus revezes. Recorde,<br />
com os seus alunos, que a criação de cooperativas é conteú<strong>do</strong> da FTG.<br />
Produtos processa<strong>do</strong>s à base de pesca<strong>do</strong><br />
ATIVIDADE 65<br />
O exemplo <strong>do</strong>s imigrantes japoneses que introduziram este hábito<br />
de consumo é bem próprio para discutir beneficiamento. No caso <strong>do</strong><br />
sushi e <strong>do</strong> sashimi, só há beneficiamento, pois as características da carne<br />
ficam preservadas.<br />
Traga para a sala de aula outros exemplos de outros hábitos trazi<strong>do</strong>s<br />
pelos imigrantes e processos que até hoje são utiliza<strong>do</strong>s e que foram<br />
dissemina<strong>do</strong>s pelos índios brasileiros e afro-descendentes.<br />
Alguns exemplos: na Páscoa judaica é servi<strong>do</strong> um prato à base de<br />
bolinho de peixe, a truta defumada foi difundida aqui pelos europeus.<br />
Os alunos certamente vão lembrar de outros exemplos <strong>do</strong>s portugueses,<br />
<strong>do</strong>s italianos, <strong>do</strong>s alemães, <strong>do</strong>s árabes e outros povos que chegaram<br />
aqui no Brasil.<br />
ATIVIDADE 66 - PRÁTICA<br />
Sempre que os alunos forem para o Laboratório para uma atividade<br />
prática, o (a) professor(a) deve verificar se os materiais necessários foram<br />
providencia<strong>do</strong>s. No caso da fabricação <strong>do</strong> fishburguer, a preparação começa<br />
antes, em sala de aula: quem vai adquirir o peixe, como escolher os<br />
melhores, a quantidade para uma distribuição pela turma ou, quem<br />
sabe, até para to<strong>do</strong> o Núcleo, organizan<strong>do</strong> uma festa!!<br />
Caso o (a) professor(a) não disponha <strong>do</strong> Laboratório, deve ser<br />
organizada uma visita a um local de processamento que, de preferência,<br />
produza fishburguer.<br />
Do pesca<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> se aproveita!<br />
O (a) professor(a) destaca a importância econômica e para a preservação<br />
ambiental das técnicas de reaproveitamento. A relação de produtos indica<strong>do</strong>s<br />
no Guia de Estu<strong>do</strong> – farinha de resíduos, couro, cola e gelatina, produtos<br />
peroliza<strong>do</strong>s, produtos artesanais, fertilizante e/ou adubo orgânico.
Pode ser ampliada com artesanatos locais e outros usos alimentares.<br />
Os alunos devem ser solicita<strong>do</strong>s a trazer as suas contribuições.<br />
ATIVIDADE 67<br />
Nesta atividade, o (a) professor(a) propõe aos alunos a preparação<br />
de uma exposição para o evento de final de curso.<br />
Fazer cartazes, legendas descritivas da composição <strong>do</strong>s produtos,<br />
fotos das localidades que mantêm essa tradição, objetos feitos com<br />
elementos marinhos e de rio – conchas, estrelas <strong>do</strong> mar, algas, areia,<br />
seixos rola<strong>do</strong>s – e tantos outros produtos que você, professor(a) vai<br />
descobrir com seus alunos.<br />
Não esqueça, professor(a), <strong>do</strong> glossário. Ele é, aliás, um outro produto<br />
da turma <strong>do</strong> Arco da <strong>Pesca</strong> e <strong>Piscicultura</strong> para a exposição. Ele continua a ser<br />
produzi<strong>do</strong> na Ocupação 4.<br />
73
74<br />
SEÇÃO 4<br />
O VENDEDOR DE PESCADOS<br />
TÓPICO 1 – O vende<strong>do</strong>r de pesca<strong>do</strong>s<br />
O vende<strong>do</strong>r é a ponta final das atividades <strong>do</strong> Arco <strong>Pesca</strong> e <strong>Piscicultura</strong>.<br />
Com a venda, justifica-se o esforço e a dedicação <strong>do</strong> homem que vai buscar o<br />
pesca<strong>do</strong>.<br />
O vende<strong>do</strong>r é aquele que está próximo ao consumi<strong>do</strong>r. Conhece o que o<br />
consumi<strong>do</strong>r quer comprar. Afinal, de que adiantaria o trabalho de pesca<strong>do</strong>res e<br />
cultiva<strong>do</strong>res de pesca<strong>do</strong>s se o freguês não fosse comprar?<br />
Dos antigos pregões nas feiras e merca<strong>do</strong>s, anuncian<strong>do</strong> a chegada <strong>do</strong> peixe<br />
fresquinho às atuais técnicas de venda, a figura <strong>do</strong> peixeiro está presente,<br />
principalmente, nas regiões costeiras <strong>do</strong> país e nas cidades que margeiam os<br />
nossos rios.<br />
OBJETIVOS<br />
➧ Compreender o que é a ocupação de Vende<strong>do</strong>r de Comércio Varejista.<br />
➧ Conhecer os diferentes tipos de comércio varejista de pesca<strong>do</strong>.<br />
➧ Nomear os indica<strong>do</strong>res que garantem a qualidade <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> para<br />
consumo.<br />
➧ Descrever as principais técnicas de conservação e armazenagem <strong>do</strong>s<br />
produtos para a venda.<br />
➧ Identificar as espécies mais comuns de pesca<strong>do</strong>s vendidas na região.<br />
➧ Relacionar técnicas básicas de preparo de pesca<strong>do</strong>s.<br />
TEXTOS E ATIVIDADES<br />
Neste Tópico o (a) professor(a ) deve enfatizar, de forma geral, as<br />
habilidades de um bom vende<strong>do</strong>r, mas principalmente destacar a importância<br />
<strong>do</strong> conhecimento da merca<strong>do</strong>ria que está sen<strong>do</strong> vendida.Ser comunicativo,<br />
educa<strong>do</strong>, agradável são qualidades fundamentais, mas o compra<strong>do</strong>r quer ter<br />
certeza de que está levan<strong>do</strong> o que necessita, e só o <strong>do</strong>mínio seguro das<br />
características <strong>do</strong> produto vai permitir que o vende<strong>do</strong>r tenha segurança no<br />
convencimento. Quanto mais ele se interessar em saber sobre os pesca<strong>do</strong>s,<br />
melhor ele poderá atender o freguês. O bom vende<strong>do</strong>r de pesca<strong>do</strong>s é aquele<br />
que é também um aprecia<strong>do</strong>r da culinária. Dá dicas de receitas, ensina a conservar<br />
o peixe e a escolher o que serve para cada prato!<br />
Com essa primeira conversa, o (a) professor(a) provoca uma ótima<br />
discussão sobre o tema. Pelos estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s sobre o perfil <strong>do</strong> nosso aluno
<strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong>, uma grande maioria atuou ou atua no merca<strong>do</strong> informal como<br />
vende<strong>do</strong>r <strong>do</strong> comércio varejista, portanto deve ter experiência em vendas, em<br />
diversas áreas e podem dar excelentes contribuições ao debate.<br />
Como estamos falan<strong>do</strong> de vendas, o (a) professor(a) não pode esquecer<br />
de mencionar as várias tecnologias que estão modifican<strong>do</strong> o trabalho <strong>do</strong><br />
vende<strong>do</strong>r: call centers, televendas, marketing direto, e-mail, telefone celular, Internet,<br />
computa<strong>do</strong>res. Muitos vende<strong>do</strong>res usam computa<strong>do</strong>res para lançar pedi<strong>do</strong>s,<br />
atualizar mailing de clientes, organizar estoques, etc.<br />
Essas formas de venda vêm crescen<strong>do</strong> até na venda de pesca<strong>do</strong>s.<br />
Atualmente encontramos, na Internet, várias ofertas de entrega em <strong>do</strong>micílio de<br />
pesca<strong>do</strong>s beneficia<strong>do</strong>s e processa<strong>do</strong>s, de diversas procedências <strong>do</strong> país, de água<br />
salgada e <strong>do</strong>ce, geralmente cria<strong>do</strong>s em cativeiros.<br />
Saberes sobre peixes<br />
ATIVIDADE 68<br />
Nesta atividade os alunos visitarão locais próximos às suas casas.<br />
Vão anotar e fotografar as espécies de peixes encontradas e como são<br />
chama<strong>do</strong>s na região. O (a) professor(a) vai pedir que registrem também<br />
outros pesca<strong>do</strong>s que são vendi<strong>do</strong>s pelos peixeiros, como, por exemplo,<br />
camarão, lula, polvo, mexilhão, lagosta e tantos outros que fazem parte <strong>do</strong><br />
ecossistema local.<br />
Vai solicitar que verifiquem como estão sen<strong>do</strong> conserva<strong>do</strong>s, expostos<br />
para a venda, bem como os preços que estão afixa<strong>do</strong>s.<br />
Os alunos devem localizar no Anexo as espécies observadas.<br />
O resulta<strong>do</strong> das visitas deve ser apresenta<strong>do</strong> pelos alunos e pode ser<br />
cria<strong>do</strong> mais um mural para a exposição <strong>do</strong> evento final.<br />
Procedência<br />
A procedência <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> interessa ao consumi<strong>do</strong>r e, principalmente, ao<br />
vende<strong>do</strong>r que deve conhecer a trajetória da merca<strong>do</strong>ria. O peixe é um produto<br />
que se deteriora com facilidade e o tipo de transporte, o acondicionamento e as<br />
distâncias de deslocamento são fatores que afetam diretamente o seu esta<strong>do</strong> de<br />
conservação.<br />
Os acidentes ambientais e os danos causa<strong>do</strong>s por catástrofes naturais<br />
podem contaminar e/ou alterar as características <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>. Substâncias tóxicas,<br />
muitas vezes difíceis de serem identificadas, afetam a composição das águas e<br />
provocam o envenenamento e/ ou a mortandade das espécies aquáticas. Os<br />
agentes polui<strong>do</strong>res mais encontra<strong>do</strong>s nas águas são fertilizantes agrícolas, esgotos<br />
<strong>do</strong>mésticos e industriais, compostos orgânicos sintéticos, plásticos, petróleo e<br />
metais pesa<strong>do</strong>s. Esses compostos têm efeitos cumulativos e podem levar muitos<br />
anos para que cessem ou diminuam a sua atuação negativa.<br />
75
76<br />
O (a) professor(a) deve levar, para a sala de aula, notícias de jornais e<br />
revistas que tenham publica<strong>do</strong> matérias alusivas ao tema, de fenômenos ocorri<strong>do</strong>s<br />
não apenas na sua região e no Brasil, mas em outros continentes.Também solicitar<br />
aos alunos que tragam e que façam relatos sobre situações semelhantes das quais<br />
ele já tenha toma<strong>do</strong> conhecimento na sua comunidade.<br />
ATIVIDADE 69<br />
Nesta atividade os alunos vão recordar a visita que fizeram ao<br />
comércio de pesca<strong>do</strong> e identificar as espécies que vêm de fora <strong>do</strong> seu<br />
esta<strong>do</strong> e <strong>do</strong> país, bem como as que têm uma pesca intensa e suprem outros<br />
merca<strong>do</strong>s.<br />
Indica<strong>do</strong>res de conservação<br />
O Guia de Estu<strong>do</strong> aponta oito indica<strong>do</strong>res de conservação <strong>do</strong>s peixes:<br />
cheiro, aspecto <strong>do</strong> corpo, aspecto da carne, olhos, brânquias, escamas,<br />
pele e vísceras. Outros indica<strong>do</strong>res podem ser considera<strong>do</strong>s como secreções<br />
viscosas e ab<strong>do</strong>me proeminente. O (a) professor(a), deve destacar a importância<br />
da manutenção <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>, desde sua captura, em temperaturas baixas, haja<br />
vista que o peixe é considera<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s alimentos mais perecíveis. É importante<br />
considerar a qualidade <strong>do</strong> gelo que fica em contato direto com o pesca<strong>do</strong>, que<br />
deve estar livre de impurezas.<br />
A leitura <strong>do</strong>s textos é de fácil compreensão; eles podem ser li<strong>do</strong>s oralmente,<br />
em seqüência, pelos alunos, com comentários <strong>do</strong> (a) professor(a) e alunos sobre<br />
experiências vivenciadas na compra de pesca<strong>do</strong>s.<br />
Os conteú<strong>do</strong>s <strong>do</strong> item Saberes sobre Peixes são direciona<strong>do</strong>s tanto para o<br />
peixeiro quanto para o consumi<strong>do</strong>r. É eticamente correto quem está atrás <strong>do</strong><br />
balcão ensinar a quem vai comprar os cuida<strong>do</strong>s que deve ter ao escolher o<br />
produto.<br />
ATIVIDADE 70<br />
Esta atividade tem como objetivo levar o aluno a identificar o esta<strong>do</strong><br />
<strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>. O (a) professor(a), com o apoio da Coordenação de<br />
Qualificação Profissional <strong>do</strong> seu Núcleo, vai solicitar recursos para adquirir<br />
pesca<strong>do</strong>s. Os pesca<strong>do</strong>s que são manipula<strong>do</strong>s no Laboratório, dependen<strong>do</strong><br />
de seu esta<strong>do</strong> de conservação, podem se transformar numa refeição para<br />
a turma. Podemos conversar com a cozinheira da escola...<br />
Características da Carne<br />
A utilização <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> na culinária vai depender dessas características.<br />
Se o peixe tem a carne mais macia, não pode cozinhar muito, pois se desmancha;
se eu vou servir um pesca<strong>do</strong> para uma criança, é preferível que seja um corte que<br />
não tenha espinhas. Durante a leitura <strong>do</strong>s textos o (a) professor(a) convida alguns<br />
alunos para virem ao quadro fazer uma tabela com as características – gordura,<br />
coloração, textura e espinha –, as observações e exemplos de espécies de peixes.<br />
ATIVIDADE 71 - PRÁTICA<br />
Esta atividade pode ser realizada no mesmo momento da atividade<br />
anterior, Os peixes, certamente podem ser os mesmos da Atividade 70.<br />
O merca<strong>do</strong> pode ser opção na falta <strong>do</strong> Laboratório <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong><br />
ou outro convenia<strong>do</strong>.<br />
Conservação<br />
A leitura desse texto, que dá dicas para a conservação <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> pode<br />
ser feita de forma criativa, em ritmo de Rap brasileiro.O professor pode sugerir<br />
que os alunos façam adaptações, ensaiem e depois cantem.<br />
Textos <strong>do</strong> Guia de Estu<strong>do</strong> a serem adapta<strong>do</strong>s:<br />
O peixeiro deve alertar seus clientes para os devi<strong>do</strong>s cuida<strong>do</strong>s na<br />
conservação <strong>do</strong>s pesca<strong>do</strong>s. Vejamos algumas dicas importantes que o peixeiro<br />
deve dar a seu freguês e, assim, zelar pela qualidade de seu peixe até quan<strong>do</strong> ele<br />
já não é mais seu!<br />
Dicas<br />
➧ Prepare o pesca<strong>do</strong> assim que chegar em casa.<br />
➧ Se não for prepará-lo imediatamente, ponha-o logo na geladeira.<br />
➧ Se não for usar o peixe no mesmo dia, congele-o.<br />
➧ Para descongelar, tire o peixe <strong>do</strong> congela<strong>do</strong>r na noite anterior ao preparo<br />
e deixe-o na geladeira.<br />
➧ Não descongele o peixe em água corrente: ele pode se estragar.<br />
➧ Se for preparar o peixe cozi<strong>do</strong> ou ensopa<strong>do</strong>, pode tirar <strong>do</strong> congela<strong>do</strong>r<br />
e levar direto para a panela.<br />
➧ Depois de descongela<strong>do</strong>, o peixe não pode ser novamente congela<strong>do</strong>.<br />
➧ Depois de descongela<strong>do</strong>, deve ser logo consumi<strong>do</strong>.<br />
O professor deve recordar com os alunos a tabela de refrigeração,<br />
resfriamento e congelamento da ocupação anterior.<br />
Após a leitura <strong>do</strong>s títulos refrigerar, gelar ou resfriar e congelar, o (a) professor(a)<br />
deve enfatizar que cada procedimento de conservação <strong>do</strong> peixe atende a uma<br />
finalidade de uso. Se formos utilizar o peixe no mesmo dia em que foi pesca<strong>do</strong>,<br />
podemos apenas refrigerá-lo. Por outro la<strong>do</strong>, se o congelarmos, o peixe pode<br />
ser armazena<strong>do</strong> por um tempo razoável, desde que se respeitem os padrões<br />
ideais de armazenamento.<br />
77
78<br />
ATIVIDADE 72<br />
O professor deve promover o debate sobre outras formas de<br />
conservação, como a defumação e a salga, prática que foi desenvolvida<br />
em localidades onde a energia elétrica chegou depois. No norte <strong>do</strong> Brasil,<br />
nos esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Amazonas, Pará e Amapá, encontramos excelentes<br />
pesca<strong>do</strong>s de água <strong>do</strong>ce que são conserva<strong>do</strong>s pelo processo de salga.<br />
O depoimento a seguir é um exemplo da prática de salga, que infelizmente<br />
não foi preservada, independentemente da ampliação da distribuição de energia<br />
elétrica. Peça a um aluno que leia, interpretan<strong>do</strong> a fala <strong>do</strong> depoente.<br />
Em seguida a turma vai comparar o relato com outras situações que<br />
tenha vivencia<strong>do</strong>.<br />
Depoimento de mora<strong>do</strong>r <strong>do</strong> município de Armação de Búzios<br />
“A pesca era muito importante. A rede cercava e vinha muito peixe. Aqueles<br />
peixes grandão. Porque o peixe era salga<strong>do</strong> no verão. No inverno, os <strong>do</strong>nos da salga<br />
levavam os animais para vender, por exemplo, em Quissamã, em Campos. As<br />
crianças, as mulheres e até os homens também salgavam, porque salgavam e ressalgavam<br />
o peixe muitas vezes para poder o peixe não estragar, porque aqui não tinha fábrica,<br />
nunca teve fábrica. Em 50 chegava a rede na praia cheia de bonito, sardinha. Era<br />
uma coisa linda de ver aquela rede arrebentan<strong>do</strong> de peixes, e os pesca<strong>do</strong>res puxan<strong>do</strong><br />
e a gente ia pra ali pra ajudar com faca pra escalar aquele bonito.Tinha que salgar<br />
esse peixe, fiz muito isso. Aí que os caminhões levavam depois para fora daqui e<br />
vendia. Aí a gente ganhava alguma coisa, às vezes o próprio peixe. Escalar é abrir<br />
o peixe, tirar as guelras e tripas, a espinha fica, aí dava uns cortes no peixe e ali<br />
botava o sal. Tinha que ser muito bem feito para o peixe não ficar moí<strong>do</strong>.”<br />
Depoimento de mora<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Município de Armação de Búzios, RJ, para a pesquisa realizada<br />
durante a tese de Doutoramento de Ana Maria Severiano de Paiva, O Município de Armação de<br />
Búzios e a Educação, UFF, 2004<br />
Armazenamento<br />
Destacar na leitura os tipos de embalagem, os prazos de armazenamento<br />
e a maneira correta de fazer o descongelamento. São informações fundamentais<br />
para quem vende o pesca<strong>do</strong>, e devem ser repassadas para o consumi<strong>do</strong>r.<br />
Mo<strong>do</strong>s de Preparo<br />
Logo no início dessa ocupação, o professor falou da importância de<br />
quem vende conhecer bem o produto da venda e, principalmente, apreciar a<br />
merca<strong>do</strong>ria. Nesse senti<strong>do</strong>, o nosso peixeiro dá muitas dicas de preparo. Ele<br />
quer garantir que o freguês volte muitas vezes porque ele aprendeu coisas que<br />
não sabia e a refeição agra<strong>do</strong>u.
A atividade a seguir incentiva o nosso aluno a ampliar essas dicas de<br />
preparo, sofistican<strong>do</strong> o livro de receitas com pratos típicos da região. O professor<br />
deve buscar recursos com a Coordenação da Estação da Juventude para a<br />
reprodução <strong>do</strong> livro e distribuição no evento de final <strong>do</strong> curso.<br />
ATIVIDADE 73<br />
É o próprio Livro de Receitas.<br />
Benefícios para a Saúde<br />
Comer o pesca<strong>do</strong> na Semana Santa é divino, mas criar o hábito de<br />
consumi-lo sempre é bom para a saúde!<br />
De forma clara, os textos <strong>do</strong> Guia vão levar o aluno a entender a<br />
importância de inserir o peixe na alimentação. No planejamento coletivo<br />
semanal no seu Núcleo, o (a) professor(a) pode propor ao especialista da área<br />
das Ciências da Natureza integrar os conteú<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Arco com o tema saúde.<br />
São muitos os benefícios que o pesca<strong>do</strong> oferece para a saúde e devem<br />
ser destaca<strong>do</strong>s em cartaz feito pelos alunos após a leitura e comentários sobre<br />
os textos.<br />
ATIVIDADE 74<br />
A representação <strong>do</strong> real na criação ficcional em atividades<br />
pedagógicas permite que o (a) professor(a) conheça melhor os seus<br />
alunos: suas experiências, suas limitações e suas expectativas diante <strong>do</strong><br />
mun<strong>do</strong>. A turma será dividida em quatro grupos, e cada grupo escolherá<br />
uma cena para representar. Podem subdividir a turma em grupos menores<br />
e acrescentar outras situações positivas, como a de um bom peixeiro<br />
experiente que tenta convencer uma mulher super-exigente. O clima<br />
deve ser lúdico, o que geralmente caracteriza as atividades artísticas.<br />
Conhecimentos sobre negócios de peixe<br />
O (a) professor(a) deve mostrar como é importante que a pessoa que<br />
trabalha com vendas esteja atenta ao calendário de datas comemorativas. Essas<br />
ocasiões propiciam o aumento da demanda <strong>do</strong> produto. Na Semana Santa, o<br />
peixeiro aumenta o seu estoque de merca<strong>do</strong>rias, assim como o faz, nas altas<br />
temporadas, para abastecer restaurantes, hotéis e barzinhos de beira de praia<br />
e de beira-rio.<br />
Entretanto, essas ocasiões nem sempre têm o efeito espera<strong>do</strong>. O que<br />
mantém o negócio é o freguês certo, que só compra o peixe na banca <strong>do</strong> seu<br />
Tião ou <strong>do</strong> Peixeiro Granfino, aquele da música <strong>do</strong> compositor Candeia!<br />
79
80<br />
Peixeiro Granfino<br />
Peixeiro granfino!<br />
Vai na cozinha chamar mamãe...menino!<br />
E diga à ela, que tem sardinha<br />
Tem peixe galo, e cavalinha!<br />
Tem Xaréu, xererete, sardinha e tainha<br />
Um bom siri pra muqueca, pesca<strong>do</strong> por mano zeca<br />
Salsa, pimenta de cheiro, faz bom tempeiro, azeite de dendê<br />
Vá depressa corren<strong>do</strong> menino,<br />
chamar mamãe...Chegou o Pexeiro Granfino<br />
CANDEIA (17/8/1935 16/11/1978)<br />
Candeia, um <strong>do</strong>s maiores compositores da Portela, começou a freqüentar rodas de samba<br />
em Oswal<strong>do</strong> Cruz aos seis anos, pois o pai era sambista e flautista. Mais tarde, aprendeu<br />
a tocar violão e cavaquinho, e foi integrante da escola de samba Vai Como Pode, que deu<br />
origem à Portela. Compôs o primeiro samba-enre<strong>do</strong> para a nova escola, em 1953, obten<strong>do</strong><br />
nota máxima <strong>do</strong> júri. Em 1961, um tiro o obrigou a se locomover em cadeira de rodas, fato<br />
que mu<strong>do</strong>u significativamente sua vida e obra. Seus sambas passam a ser mais<br />
introspectivos, como “Peso <strong>do</strong>s Anos”, “Eterna Paz” e “De Qualquer Maneira” (“senta<strong>do</strong><br />
em trono de rei/ ou aqui nessa cadeira...”). Entre os intérpretes de seus sambas estão<br />
Paulinho da Viola, também parceiro, Clementina de Jesus e Clara Nunes. Entre seus<br />
sambas mais famosos estão “Preciso Me Encontrar” (grava<strong>do</strong> por Cartola, e mais tarde<br />
por Marisa Monte), “Filosofia <strong>do</strong> Samba” e “Minhas Madrugadas” (com Paulinho da<br />
Viola).<br />
ATIVIDADE 75<br />
Nesta atividade os alunos devem criar cartazes com promoções,<br />
slogans, pacotes com vários pesca<strong>do</strong>s, folhetos com receitas de mora<strong>do</strong>res<br />
antigos <strong>do</strong> lugar, etc. Mas, vamos deixar que os alunos pensem. As<br />
sugestões <strong>do</strong> (a) professor(a) servirão como estímulo para a criatividade<br />
<strong>do</strong>s alunos.<br />
ATIVIDADE 76<br />
Na Atividade 49, na Sessão 2 – O Trabalha<strong>do</strong>r na <strong>Piscicultura</strong> –, os<br />
alunos fizeram cadeias produtivas para uma unidade de piscicultura.<br />
O (a) professor(a) vai propor que recordem como fizeram as cadeias<br />
para, então, criar as três cadeias produtivas, comparan<strong>do</strong>-as entre si e com<br />
aquela da unidade de piscicultura.
ATIVIDADE 77<br />
O (a) professor pode manter os mesmos grupos e continuar com a<br />
segunda atividade, propon<strong>do</strong> a simulação de um caminhão de feira que<br />
vende pesca<strong>do</strong>s.<br />
Os alunos devem recordar esse conteú<strong>do</strong>, que foi apresenta<strong>do</strong> na<br />
FTG.<br />
Algumas possibilidades de respostas:<br />
Caminhão em feira livre:<br />
Custos fixos: caminhão, caixas para acondicionar os pesca<strong>do</strong>s, gera<strong>do</strong>r,<br />
uniformes, luvas de borracha, botas de borracha, facas, carrinho para transporte das<br />
caixas, etc.<br />
Custos variáveis: pesca<strong>do</strong>s, gelo, sacolas plásticas, papel para embalar,<br />
combustível para o caminhão, luvas descartáveis, material de limpeza (detergentes,<br />
sanitizantes, etc).<br />
TÓPICO 2 – Saber vender<br />
Este Tópico apresenta as habilidades requeridas para o bom desempenho<br />
da ocupação de vende<strong>do</strong>r <strong>do</strong> comércio varejista. Trata-se <strong>do</strong> primeiro contato<br />
<strong>do</strong> aluno, que escolheu o Arco <strong>Pesca</strong>, com o perfil profissional e o desempenho<br />
profissional <strong>do</strong> Vende<strong>do</strong>r de <strong>Pesca</strong><strong>do</strong>s.<br />
Neste tópico é importante o (a) professor(a) criar situações em que os<br />
alunos possam desenvolver habilidades de comunicação, de percepção <strong>do</strong><br />
outro em suas necessidades e desejos, assim como, de atenção.<br />
OBJETIVOS<br />
➧ Reconhecer determina<strong>do</strong>s comportamentos como recomenda<strong>do</strong>s para<br />
tarefas próprias <strong>do</strong> Vende<strong>do</strong>r de Comércio Varejista.<br />
➧ Identificar as habilidades necessárias para o bom desempenho na<br />
Ocupação de Vende<strong>do</strong>r de <strong>Pesca</strong><strong>do</strong>s.<br />
TEXTOS E ATIVIDADES<br />
O (a) professor(a) vai propor atividades que abordem os cinco fatores<br />
que fundamentam as atividades de venda: conhecimento, atendimento, ética,<br />
motivação e apresentação pessoal. Para discutir essas habilidades e<br />
comportamentos o (a) professor(a) vai exibir um filme, que certamente facilitará<br />
a introdução <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s.<br />
81
82<br />
VEJA O FILME<br />
Sugerimos o filme Chocolate, que aborda uma personagem que vende chocolates. Poderá<br />
ser de grande valia para a discussão com a turma. O (a) professor(a) não deve “contar a<br />
história <strong>do</strong> filme” e, muito menos, o que vai ser discuti<strong>do</strong> depois. Isto pode gerar uma<br />
expectativa que prejudica o envolvimento com o desenrolar <strong>do</strong> enre<strong>do</strong>. Outros filmes que<br />
abordem o tema podem ser escolhi<strong>do</strong>s.<br />
Chocolate<br />
País de origem: Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s<br />
Diretor: Lasse Hallström<br />
Atores: Juliette Binoche, Judi Dench, Johnny Depp, Lena Olin, entre<br />
outros.<br />
Gênero: Comédia Romântica<br />
Duração: 105 minutos<br />
Distribuição: Miramax Films/Lumiére Brasil.<br />
Basea<strong>do</strong> em romance chama<strong>do</strong> Chocolate de Joanne Harris, este filme<br />
conta a história de uma mulher (Vianne), que chega com sua filha de seis anos<br />
a uma cidade <strong>do</strong> interior e abre um comércio novo e começa a produzir<br />
chocolates e a vendê-los.<br />
Tu<strong>do</strong> isso ocorre em um vilarejo francês, de hábitos conserva<strong>do</strong>res, nos<br />
anos 1950. Lá, Vianne tem a iniciativa de abrir uma loja de chocolates, ao la<strong>do</strong><br />
da igreja, em plena Quaresma. Com muita perspicácia, encanta alguns<br />
mora<strong>do</strong>res com suas receitas, algumas bastante exóticas, como a que mistura<br />
chocolate e pimenta. Outros habitantes, principalmente o prefeito (Alfred<br />
Molina), não aceitam sua presença na vila, pois ela estaria subverten<strong>do</strong> a<br />
ordem e a moral no local. A situação de Vianne fica ainda mais complicada<br />
quan<strong>do</strong> se envolve com Roux (Johnny Depp), um músico andarilho que<br />
desembarca na aldeia.<br />
A história, que mistura romance e comédia, foi um enorme sucesso.<br />
Trata da venda <strong>do</strong> alimento de forma carinhosa, cuida<strong>do</strong>sa: o produto acaba<br />
sen<strong>do</strong> cobiça<strong>do</strong> e deseja<strong>do</strong> por muitos. Ela sabia to<strong>do</strong>s os segre<strong>do</strong>s da produção<br />
de chocolate e, com isso, conseguia envolver e convencer seus compra<strong>do</strong>res.<br />
COMENTE COM A TURMA<br />
Após a exibição <strong>do</strong> filme, o (a) professor(a) deve debatê-lo com os alunos primeiro em<br />
discussão livre: desempenho <strong>do</strong>s atores, época e local onde se passam as cenas, etc.<br />
Naturalmente, o debate encaminhará para o tema venda. Com questões provocativas os<br />
alunos vão identificar as características de um bom vende<strong>do</strong>r.<br />
As atividades que se seguem consolidam a aprendizagem sobre o assunto.
Conhecimento<br />
ATIVIDADE 78<br />
Nesta atividade, ao selecionar três aspectos que considerou<br />
importantes, o aluno irá refletir sobre os conhecimentos que adquiriu,<br />
não só nesta Ocupação, mas em to<strong>do</strong>s os Tópicos <strong>do</strong> Guia de Estu<strong>do</strong>.<br />
Bom relacionamento com o cliente<br />
ATIVIDADE 79<br />
Esta atividade é interessante para uma dramatização de cenas.<br />
Vamos enfatizar situações positivas, onde as qualidades mencionadas<br />
estão presentes.<br />
ATIVIDADE 80<br />
Para o desenvolvimento desta atividade, o aluno deve ser muito<br />
discreto e preencher o quadro ao sair <strong>do</strong> estabelecimento. Na verdade,<br />
seu aprendiza<strong>do</strong> se dará a partir das seguintes questões que ele deve<br />
fazer a si mesmo:<br />
Em relação aos quesitos o que foi positivo? Ele me tratou com um<br />
sorriso simpático, me deu as informações necessárias de mo<strong>do</strong> atencioso, quis saber o<br />
meu nome, me atendeu logo que pôde etc.<br />
O que foi negativo? Não me cumprimentou, passou outras pessoas na<br />
minha frente, não me olhou enquanto falava comigo etc.<br />
Ética<br />
ATIVIDADE 81<br />
Nesta atividade, o (a) professor(a) deve citar exemplos de situações<br />
que extrapolam as relações profissionais, para que os alunos comentem. A<br />
atitude ética deve estar presente nas relações interpessoais,<br />
independentemente <strong>do</strong> contexto onde elas acontecem. No mun<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />
trabalho, como os alunos já tiveram oportunidade de discutir, podemos<br />
falar da ética nas relações patrão–emprega<strong>do</strong>, emprega<strong>do</strong>– emprega<strong>do</strong> e<br />
emprega<strong>do</strong>–cliente, que é o tema desta atividade. O vende<strong>do</strong>r é aquele<br />
que supre as pessoas de bens <strong>do</strong>s quais ela necessita naquele momento;<br />
portanto, deve ser uma relação de mútua confiança.<br />
Motivação e boa apresentação<br />
O (a) professor(a) pode recordar o filme, identifican<strong>do</strong> os sinais níti<strong>do</strong>s<br />
de motivação da protagonista – vende<strong>do</strong>ra. Quanto à apresentação pessoal,<br />
destacar também no filme a adequação das roupas e a apresentação.<br />
83
84<br />
No caso <strong>do</strong> vende<strong>do</strong>r de pesca<strong>do</strong>s, como ele trabalha num ambiente<br />
úmi<strong>do</strong> e em contato com o eviscera<strong>do</strong>r, que manipula o pesca<strong>do</strong> para atender<br />
ao freguês, o avental de plástico é imprescindível para manter o jaleco sempre<br />
com boa aparência.<br />
TÓPICO 3 – Locais de trabalho<br />
Este Tópico apresenta diferentes estabelecimentos comerciais <strong>do</strong> setor<br />
de venda de pesca<strong>do</strong>s. Nos diferentes locais, descritos e ilustra<strong>do</strong>s, as<br />
recomendações são praticamente as mesmas. Limpeza, boa apresentação,<br />
possibilidades de pronto atendimento <strong>do</strong>s cortes solicita<strong>do</strong>s pelo freguês, os<br />
profissionais que atuam executan<strong>do</strong> as diversas tarefas.<br />
OBJETIVOS<br />
➧ Identificar os diversos tipos de comércio varejista de pesca<strong>do</strong>.<br />
➧ Conhecer a estrutura e o funcionamento de diferentes estabelecimentos<br />
de venda de pesca<strong>do</strong>s.<br />
➧ Dominar técnicas de venda de peixes.<br />
➧ Reconhecer a interdependência entre os diferentes profissionais,<br />
associan<strong>do</strong>-os às tarefas que desempenham.<br />
TEXTOS E ATIVIDADES<br />
Merca<strong>do</strong>, Supermerca<strong>do</strong>, Peixaria de bairro e Feira Livre<br />
Os alunos devem fazer a leitura descritiva de cada estabelecimento.<br />
Cabe ao professor (à professora) destacar alguns aspectos para a discussão:<br />
por exemplo, o tipo de armazenamento e as embalagens usadas em cada um<br />
desses estabelecimentos, o atendimento mais ou menos personaliza<strong>do</strong>, os horários<br />
de funcionamento, a quantidade de merca<strong>do</strong>ria estocada, os procedimentos de<br />
conservação.<br />
ATIVIDADE 82<br />
Nesta atividade os alunos vão criar as cinco “regras de ouro” para<br />
um bom vende<strong>do</strong>r. As mais citadas vão ser selecionadas, em destaque,<br />
em cartaz confecciona<strong>do</strong> pela turma.
ATIVIDADE 83<br />
Vantagens e desvantagens <strong>do</strong>s diferentes estabelecimentos de comércio<br />
varejista de pesca<strong>do</strong>. Antes de o aluno completar o Guia de Estu<strong>do</strong>, vamos<br />
dividir a turma em oito grupos. O (a) professor(a) sorteia com quem fica<br />
cada tipo de estabelecimento e quem “defende” e quem “ataca”. Quatro<br />
grupos defendem quatro tipos e quatro atacam.<br />
OBJETIVOS<br />
TÓPICO 4 – Atividades rotineiras<br />
➧ Reconhecer as etapas de preparação, venda e pós-venda <strong>do</strong> setor <strong>do</strong><br />
comércio varejista de pesca<strong>do</strong> e suas principais tarefas.<br />
➧ Identificar equipamentos, instrumentos e materiais utiliza<strong>do</strong>s na<br />
conservação e armazenamento <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> para venda.<br />
TEXTOS E ATIVIDADES<br />
Preparação da Atividade de Venda de <strong>Pesca</strong><strong>do</strong>s<br />
A mesma rotina caracteriza a venda de pesca<strong>do</strong>s:<br />
➧ recebimento <strong>do</strong> produto – checar se a espécie corresponde à encomenda,<br />
se a quantidade é a solicitada e se está em bom esta<strong>do</strong> de conservação;<br />
➧ armazenamento – buscar condições de armazenamento o mais<br />
próximas possível das ideais;<br />
➧ separação – separar os peixes por espécie e tamanho;<br />
➧ arrumação – dispor os peixes nas bancadas com cuida<strong>do</strong> estético.<br />
ATIVIDADE 84<br />
Esta atividade pode ser motiva<strong>do</strong>ra e ter um resulta<strong>do</strong> esteticamente<br />
positivo. Ainda, pode ser uma das atrações da exposição de trabalhos<br />
realiza<strong>do</strong>s no Evento de final de Curso.Além da criação artística da<br />
maquete, os alunos podem repetir a atividade, no Laboratório, com espécies<br />
de peixes.<br />
A venda<br />
Como vimos na Sessão 2 <strong>do</strong> Guia de Estu<strong>do</strong>, o beneficiamento <strong>do</strong> peixe<br />
é fundamental para a conservação. No exemplo da Sessão 2 (de<br />
85
86<br />
beneficiamento), o processo era industrial. Ao considerarmos a venda <strong>do</strong> peixe<br />
diretamente ao consumi<strong>do</strong>r, a responsabilidade com as formas de conservação<br />
destaca-se como das mais importantes na venda.<br />
Assim como as tarefas relativas à preparação, as que devem ser realizadas<br />
fin<strong>do</strong> o processo de produção ou de prestação de serviço, respeitan<strong>do</strong> as<br />
características de cada setor, estão presentes em todas as atividades produtivas.<br />
No caso <strong>do</strong> comércio de pesca<strong>do</strong>s, a limpeza é uma das tarefas mais importantes<br />
<strong>do</strong> pós-venda, pelo fato de os pesca<strong>do</strong>s serem altamente suscetíveis à ação de<br />
microorganismos.<br />
Na Sessão 3 deste <strong>Manual</strong>, o aluno aprendeu sobre os méto<strong>do</strong>s de<br />
higienização e sanitização. O (a) professor(a) deve solicitar que voltem a essa<br />
sessão para aprofundar o debate.<br />
ATIVIDADE 86<br />
Esta atividade faz parte da sistemática de avaliação <strong>do</strong>s Arcos<br />
Ocupacionais. Ao longo de to<strong>do</strong> o trabalho foi solicita<strong>do</strong> que guardassem<br />
desenhos, materiais de exposição de mo<strong>do</strong> geral, fotos das atividades<br />
externas. As músicas cantadas durante o curso, o teatrinho <strong>do</strong> casal que<br />
queria aprender a criar peixes e outras ações devem compor a programação<br />
<strong>do</strong> Evento final.<br />
Até lá!
ARCO PESCA – texto de apoio 3<br />
A CONSERVAÇÃO DO PESCADO<br />
A qualidade <strong>do</strong> peixe depende muito <strong>do</strong> espaço de tempo entre a sua<br />
morte e o momento em que é consumi<strong>do</strong>. Em muitos países, há empresas<br />
especializadas no fornecimento de peixes vivos a restaurantes, de forma a<br />
satisfazer os clientes mais exigentes. O peixe é, juntamente com o leite, <strong>do</strong>s<br />
alimentos mais perecíveis. Após a sua morte, inicia-se imediatamente o processo<br />
de decomposição provoca<strong>do</strong> por reações químicas e bactérias, o qual não<br />
pode ser para<strong>do</strong> – apenas se pode reduzir a sua velocidade. Quan<strong>do</strong> não é<br />
possível consumi-lo logo que morre, há necessidade de recorrer a algum<br />
processo que permita a sua conservação por perío<strong>do</strong>s longos e em condições<br />
que permitam o seu consumo posterior.<br />
Características <strong>do</strong> peixe quanto ao esta<strong>do</strong> de conservação<br />
Peixe Fresco Peixe Retarda<strong>do</strong><br />
Cheiro Leve e agradável, Forte, desagradável, áci<strong>do</strong>,<br />
cheiro próprio da espécie a amoníaco<br />
Aparência Geral Luzente, metálica com reflexos; Fosco, sem brilho e sem<br />
superfície <strong>do</strong> corpo lisa; corpo<br />
não deforma<strong>do</strong>; cores vivas<br />
reflexos<br />
Corpo Rígi<strong>do</strong>, arquea<strong>do</strong> Mole<br />
Consistência Firme e elástica; à pressão Mole; à pressão <strong>do</strong>s<br />
<strong>do</strong>s de<strong>do</strong>s, não deixa marcas de<strong>do</strong>s, deixa marcas.<br />
Carne Firme, branca ou cor-de-rosa com Mole, músculos borda<strong>do</strong>s<br />
reflexos marcante, elástica de azul ou de amarelo<br />
Secreção Não há Secreções viscosas<br />
Escamas Bem aderentes à pele, brilhantes Levantadas, afastan<strong>do</strong>-se<br />
facilmente ao contacto<br />
Pele Estendida, colorida Com rugas e sem cor<br />
Olhos Claros, brilhantes, convexos, Vidra<strong>do</strong>s, opacos, côncavos,<br />
transparentes, sem manchas na íris,<br />
ocupan<strong>do</strong> completamente as órbitas<br />
com manchas nas íris<br />
Opérculo Aderente, sem manchas Levanta<strong>do</strong>, com manchas vermelhas<br />
ou castanhas principalmente no<br />
la<strong>do</strong> interno<br />
Brânquias Rosa ou vermelhas, úmidas Cinzentas ou cor de<br />
/guelras e brilhantes com o<strong>do</strong>r suave chumbo, secas<br />
Barriga Normal, sem manchas, Mole ou deformada, às vezes<br />
com brilho metálico inchada com manchas ou riscas<br />
azuis escuras ou esverdeadas<br />
Anus Hermeticamente fecha<strong>do</strong> Aberto e quase sempre proeminente<br />
Vísceras Limpas, reluzentes, perfeitamente Inchadas, cor de vinho,<br />
diferenciadas, peritônio aderente peritônio frágil<br />
Costelas e Aderentes, não podem ser separadas Levantadas, separam-se<br />
Coluna Vertebral da caixa toráxica nem <strong>do</strong>s músculos facilmente <strong>do</strong>s músculos<br />
87
88<br />
Pouco tempo após a captura, o corpo <strong>do</strong> peixe adquire a rigidez<br />
cadavérica. Nesse momento, ele se encontra no melhor esta<strong>do</strong> de qualidade<br />
para o consumo. Cerca de 3 horas depois, o processo de decomposição acelerase,<br />
particularmente se o peixe tiver sofri<strong>do</strong> pancadas, pisadelas ou cortes. A<br />
exposição ao sol, para além da desidratação, aumenta a temperatura <strong>do</strong> corpo,<br />
favorecen<strong>do</strong> o crescimento <strong>do</strong>s microorganismos e as reações químicas da<br />
decomposição. Deve-se manter-se o peixe à sombra e molhá-lo com água<br />
fresca de vez em quan<strong>do</strong>, por perío<strong>do</strong>s curtos, enquanto não se inicia o processo<br />
de conservação. Este deverá ser inicia<strong>do</strong> o mais rapidamente possível. Cuida<strong>do</strong><br />
com os focos de contaminação (caixas sujas, fun<strong>do</strong>s de barco, facas sacos,<br />
gelo ou água sem condições).<br />
Depois de captura<strong>do</strong>, o pesca<strong>do</strong> deve ser resfria<strong>do</strong> o mais rapidamente<br />
possível, sen<strong>do</strong> o gelo o méto<strong>do</strong> mais eficaz para baixar a sua temperatura. A<br />
temperatura de fusão <strong>do</strong> gelo é de 0oC, considerada ideal porque diminui o<br />
desenvolvimento das reações enzimáticas e microbiológicas.<br />
A média de resistência em gelo (ou no frigorífico, sem congelamento) é<br />
de cerca de três dias, haven<strong>do</strong> certas espécies que não resistem mais de 48<br />
horas.<br />
In: http://www.katembe2.com/conservacao.htm<br />
Acesso em 14/11/2007
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Antonio Artur Gomes – Carpinteiro Naval.<br />
César Hermes - Professor <strong>do</strong> Curso Superior Tecnólogo em Aqüicultura da Escola<br />
Agrotécnica Federal de Alegre.<br />
<strong>Pesca</strong><strong>do</strong>res das Colônias de pesca de: Guarapari, Piúma e Itapemirim.<br />
Vende<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s Merca<strong>do</strong> Municipal de Peixe de Guarapari.<br />
Wagner Men<strong>do</strong>nça – Técnico Industrial em APPCC / HACCP – Sistema de Qualidade e<br />
Segurança Alimentar.<br />
Weverson Scarpini Almagro – Professor e Coordena<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Curso Superior Tecnólogo em<br />
Aqüicultura da Escola Agrotécnica Federal de Alegre.