15.05.2013 Views

ESTRUTURAS DA PROPRIEDADE E CULTURAS REGIONAIS José ...

ESTRUTURAS DA PROPRIEDADE E CULTURAS REGIONAIS José ...

ESTRUTURAS DA PROPRIEDADE E CULTURAS REGIONAIS José ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

IV <strong>ESTRUTURAS</strong> <strong>DA</strong> PROPRIE<strong>DA</strong>DE E <strong>CULTURAS</strong> <strong>REGIONAIS</strong><br />

226<br />

A diversidade natural e cultural do território<br />

1. A estrutura da propriedade e a matriz cultural presentes tanto no aproveita<br />

mento dos recursos naturais como nos costumes tradicionais do nosso<br />

povo são, basicamente, resultantes da significativa diversidade geográfica do<br />

nosso território.<br />

Não é demasiado enfatizar, à partida, esta diversidade. Ela é principal -<br />

mente resultante do cruzamento das influências climáticas atlântica, mediterrânica<br />

e continental ibérica, sobre uma base terrestre onde estão representadas<br />

todas as eras geológicas, desde o Paleozóico até ao Antropozóico<br />

recente.<br />

As interacções daqui resultantes, e o povoamento que ao longo da nossa história<br />

se foi fixando e evoluindo, proporcionaram-nos na actualidade uma<br />

paleta de variadas paisagens, quer de relevos, onde as serras e os vales se sucedem<br />

com os rios e as várzeas que neles se en caixaram, quer de planuras on -<br />

duladas, por onde outros rios vão espraiando os seus leitos e o nosso olhar se<br />

pode alongar.<br />

Não é muito comum encontrarmos num território geograficamente pe -<br />

queno, como é o nosso, tanto na sua dimensão continental como na insular,<br />

uma tão grande variedade de paisagens e de costumes. Podemos dizer que<br />

nele não há lugar para a monotonia, mas sim para cenários de contraste,<br />

cimentados pela identidade nacional sempre afirmada ao longo da História.<br />

Bastará vermos como se têm tecido relações de vizinhança entre populações<br />

com modos de ser e tradições tão diferenciadas, como as que se nos deparam<br />

quando passamos do Minho para Trás-os-Montes, no Norte, ou, no Sul,<br />

quando percorremos o Alentejo e, de seguida, rumamos ao Algarve.<br />

O mesmo podemos constatar no caso das regiões insulares – a Madeira e os<br />

Aço res. A distância e o mar não as enclausuraram num saudosismo melancólico.<br />

Deram-lhes, sim, expressões populares próprias. Mais exuberantes no<br />

folclore madeirense; mais interiorizadas na religiosidade açoriana. E tanto<br />

num caso como no outro, deram-lhes paisagens variadas e deslumbrantes.<br />

2. É ainda a geografia que deve ser compreendida e interpretada, quan do<br />

focamos a localização de Portugal, tanto no extremo Sudoeste da Eu ropa,<br />

como em pleno Atlântico, no que respeita à nossa parte insular.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!