ESTRUTURAS DA PROPRIEDADE E CULTURAS REGIONAIS José ...
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<strong>José</strong> Augusto dos Santos Varela<br />
Estes dados revelam a natureza essencial do ajustamento estrutural atrás<br />
referido.<br />
Assim:<br />
– A redução de explorações nas zonas de minifúndio acarretou uma re dução<br />
do regadio, sobre o qual assentava a respectiva viabilidade económica (agricultura<br />
intensiva). Este facto teve maior incidência nas regiões de minifúndio<br />
atrás referidas.<br />
– O aumento da área de pastagens permanentes e o aumento da dimensão<br />
média do efectivo pecuário por exploração denunciam um aumento<br />
da extensificação. Este facto resultou em grande parte das reformas da<br />
PAC terem sido orientadas para o aumento da extensificação (por exemplo:<br />
subsídios à bovinicultura extensiva e combate aos «excedentes de<br />
produção»). Esta política teve maior incidência nas zonas de latifúndio<br />
(Alentejo, por exemplo) e justifica o acréscimo da média de hectares<br />
por SAU.<br />
No geral, a orientação das reformas da PAC não favoreceu as prin cipais vocações<br />
da agricultura portuguesa (viticultura, horticultura, fruticultura, olivicultura,<br />
etc.), mas sim a extensificação agrícola (pecuária extensiva), com<br />
incidência principal a sul do Tejo (mais pro priamente no Alentejo).<br />
E, no conjunto, a maior parte dos agricultores portugueses manteve-se em<br />
níveis baixos de qualificação. Assim, em 2005 verificava-se o seguinte:<br />
• 85% dos agricultores não efectuavam registo contabilístico sistemático da<br />
actividade;<br />
• ¼ da superfície irrigável não era regada;<br />
• 35% das explorações recorriam a tractores de outrem;<br />
• Cerca de 1 /3 da população agrícola familiar tinha mais de 65 anos e 28%<br />
não tinha qualquer nível de instrução;<br />
• 6% das explorações agrícolas contratavam mão-de-obra permanente;