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dançar na escola: uma reflexão a partir do diálogo com alunos de ...

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Os <strong>alunos</strong> sempre experimentavam estilos musicais e estilos <strong>de</strong> dança diferentes.<br />

Em geral, apresentaram dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção motora, ritmo, molejo no corpo, porém<br />

no <strong>de</strong>correr das aulas foi possível visualizar a evolução <strong>do</strong>s <strong>alunos</strong> em relação a questão<br />

rítmica. O professor até <strong>com</strong>entou que no bimestre anterior até mesmo para correr eles tinham<br />

dificulda<strong>de</strong>s e <strong>com</strong> essas aulas a turma estava progredin<strong>do</strong>.<br />

No <strong>de</strong>correr <strong>do</strong> processo <strong>com</strong>eçamos a perceber que os <strong>alunos</strong> já estavam mais<br />

<strong>de</strong>sinibi<strong>do</strong>s, visto que no início eles receberam essa experiência <strong>com</strong> receio da reação <strong>do</strong><br />

outro, <strong>com</strong> vergonha, me<strong>do</strong> <strong>do</strong>s colegas zombassem uns <strong>do</strong>s outros, percebia-se o bloqueio<br />

<strong>de</strong>les em relação à dança. Porém, conforme ia acontecen<strong>do</strong> a prática, eles perdiam o me<strong>do</strong> e já<br />

se sentiam mais seguros <strong>de</strong> si e confiantes.<br />

Houve <strong>uma</strong> melhora <strong>na</strong> integração da turma, visto que no início eles mal se<br />

falavam. Isso po<strong>de</strong>mos <strong>com</strong>provar a <strong>partir</strong> da fala da alu<strong>na</strong> M que relatou que “nem to<strong>do</strong><br />

mun<strong>do</strong> falava <strong>com</strong> to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> e hoje tá bem diferente, a turma se fala mais, brincamos mais<br />

uns <strong>com</strong> os outros” (Fala da alu<strong>na</strong> M registrada no diário <strong>de</strong> campo <strong>do</strong> dia 20/09/2010). Prova<br />

<strong>de</strong>ssa melhoria <strong>na</strong> integração da turma é que ao passar pelos corre<strong>do</strong>res da instituição, já<br />

encontrávamos os <strong>alunos</strong> juntos, conversan<strong>do</strong>, rin<strong>do</strong> e se preparan<strong>do</strong> para a aula <strong>de</strong> Educação<br />

Física.<br />

Em relação às falas <strong>do</strong>s <strong>alunos</strong> no questionário, julgamos relevante levantar<br />

alguns questio<strong>na</strong>mentos em relação às experiências anteriores <strong>com</strong> a dança, a vivência ou não<br />

<strong>com</strong> a dança <strong>na</strong>s aulas <strong>de</strong> Educação Física, bem <strong>com</strong>o o entendimento <strong>de</strong>sses sujeitos em<br />

relação ao conceito <strong>de</strong> dança.<br />

Os sujeitos observa<strong>do</strong>s nessa pesquisa foram jovens que carregam marcas severas<br />

em seus corpos. Marcas essas resultantes <strong>do</strong>s processos culturais os quais esses corpos<br />

estavam imersos. No que diz respeito à falta <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s rítmicas, da dificulda<strong>de</strong> <strong>na</strong><br />

coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção motora, <strong>na</strong> falta <strong>de</strong> molejo e soltura <strong>do</strong>s seus movimentos, quiçá, da falta <strong>de</strong><br />

dança em sua formação/educação. Sen<strong>do</strong> assim julgam <strong>uma</strong> questão muito importante que foi<br />

indagada aos jovens envolvi<strong>do</strong>s nessa pesquisa. Trata-se das experiências anteriores <strong>com</strong><br />

dança.<br />

De acor<strong>do</strong> <strong>com</strong> as respostas obtidas, a categoria <strong>de</strong> maior representativida<strong>de</strong><br />

aponta que a maioria <strong>do</strong>s <strong>alunos</strong> já teve experiência anterior <strong>com</strong> a dança, sen<strong>do</strong> que 13<br />

meni<strong>na</strong>s respon<strong>de</strong>ram ter experiências anteriores, já entre os meninos, ape<strong>na</strong>s 7 tiveram essa<br />

experiência. Percebe-se que o universo da dança ainda é eminentemente feminino, ou seja,<br />

ainda persiste o discurso <strong>de</strong> que a dança é somente para as mulheres, haven<strong>do</strong> assim um<br />

<strong>de</strong>terminismo cultural.<br />

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