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dançar na escola: uma reflexão a partir do diálogo com alunos de ...

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Feito um breve histórico <strong>do</strong> surgimento das <strong>escola</strong>s técnicas fe<strong>de</strong>rais no esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

Sergipe, é importante indagarmos <strong>com</strong>o se configura a Educação Física em <strong>uma</strong> <strong>escola</strong> <strong>de</strong><br />

ensino técnico fe<strong>de</strong>ral? Quais os impactos que o ensino profissio<strong>na</strong>lizante causa <strong>na</strong>s aulas <strong>de</strong><br />

Educação Física? E a dança <strong>com</strong>o se configura em um espaço em que a técnica é<br />

prepon<strong>de</strong>rante?<br />

A Educação Física sempre esteve vinculada à educação militar, educação <strong>do</strong><br />

corpo, ou seja, havia <strong>uma</strong> ligação entre Educação Física, saú<strong>de</strong>, e trabalho, e <strong>com</strong> isso via-se a<br />

importância <strong>de</strong>sta discipli<strong>na</strong> <strong>na</strong>s instituições fe<strong>de</strong>rais <strong>de</strong> ensino profissio<strong>na</strong>l. A i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />

discipli<strong>na</strong> sempre esteve atrelada à Educação Física, e, portanto, esta se configurava <strong>com</strong>o<br />

<strong>uma</strong> das categorias para a educação <strong>do</strong>s futuros trabalha<strong>do</strong>res.<br />

Então a manutenção da aptidão física, os conteú<strong>do</strong>s relacio<strong>na</strong><strong>do</strong>s à saú<strong>de</strong>, os<br />

méto<strong>do</strong>s ginásticos a manutenção <strong>do</strong> esporte <strong>com</strong>o conteú<strong>do</strong> hegemônico praticamente foram<br />

os conteú<strong>do</strong>s que nortearam a prática da Educação Física <strong>na</strong>s <strong>escola</strong>s técnicas, e nesse senti<strong>do</strong>,<br />

percebemos que a Educação Física <strong>na</strong>s <strong>escola</strong>s técnicas, até então não abriam espaço para a<br />

dança em suas aulas (GARIGLIO, 2002).<br />

Os saberes padroniza<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>uma</strong> <strong>escola</strong> técnica, em que além da Educação Básica,<br />

visa preparar o indivíduo no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho, são diferencia<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s saberes em outros<br />

espaços <strong>escola</strong>res. A técnica <strong>com</strong>o saber prepon<strong>de</strong>rante neste espaço, impacta <strong>na</strong> Educação<br />

Física, já que muitas vezes não “sobra” espaço para esta discipli<strong>na</strong> e consequentemente a<br />

dança também per<strong>de</strong> espaço, já que os <strong>alunos</strong> estão <strong>com</strong> objetivos volta<strong>do</strong>s para o ensino<br />

técnico e o merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho e sen<strong>do</strong> assim não “resta” espaço para a dança. Porém essa<br />

não po<strong>de</strong> ser vista <strong>com</strong>o <strong>uma</strong> realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todas as <strong>escola</strong>s técnicas. A realida<strong>de</strong> da dança <strong>na</strong>s<br />

<strong>escola</strong>s, sobretu<strong>do</strong> <strong>na</strong>s <strong>escola</strong>s técnicas, é algo que ainda precisa ser bastante pensa<strong>do</strong>.<br />

Contu<strong>do</strong> a falta <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> dança <strong>na</strong> Educação Física não é um problema somente <strong>de</strong>stas<br />

instituições.<br />

DANÇA E EDUCAÇÃO FÍSICA: UM RITMO PEDAGÓGICO<br />

O ser h<strong>uma</strong>no vive corporalmente e sen<strong>do</strong> assim, suas manifestações estão<br />

intimamente ligadas à corporeida<strong>de</strong> vivida. O sujeito é um ser unitário que pensa, age,<br />

interage através da sua corporeida<strong>de</strong> e nesse senti<strong>do</strong> o corpo sujeito vê e <strong>com</strong>preen<strong>de</strong> sobre si<br />

mesmo, sobre o outro e sobre o mun<strong>do</strong>. Suas intencio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>s se manifestam através <strong>do</strong><br />

corpo e <strong>de</strong>ssa forma “to<strong>do</strong> indivíduo se percebe e se sente <strong>com</strong>o corporeida<strong>de</strong>” (SANTIN,<br />

1987, p. 50). O movimento é <strong>uma</strong> linguagem corporal, não é ape<strong>na</strong>s <strong>uma</strong> ação motora ou<br />

lo<strong>com</strong>oção, nesse senti<strong>do</strong> o corpo não po<strong>de</strong> ser visto ape<strong>na</strong>s <strong>com</strong>o <strong>uma</strong> “máqui<strong>na</strong>” ou<br />

“objeto”, passível <strong>de</strong> manipulação. A <strong>com</strong>preensão <strong>de</strong> movimento h<strong>uma</strong>no vai muito além<br />

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