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Alguma coisa<br />

de errado está<br />

acontecendo no<br />

Sindicato<br />

Rural.<br />

Página 18<br />

E E Paa<br />

L<br />

Iguaçu,<br />

0<br />

i<br />

ma 9<br />

D. Marieta<br />

conta histórias<br />

incrveis do<br />

passado de<br />

Foz do lgua(;u.<br />

Página6e7<br />

ISTADO 00 rAISNA<br />

Atenalli 3 (hacensarIori<br />

O5 Vosbo. . R.d1a CVd . .... .<br />

C&RTCSTO R. O..'* 00.5554. TOO - To,. 0455) 4-tOts - Ott o If •I. -<br />

A io NossO r.io LTA. -<br />

Roa CnMid Porretra 811<br />

O/Rta ctdnde: -<br />

Fez do Iu.çu, 08 to Janeiro 1. 1981.<br />

Psi, prezentr e onorso pedi-Se verbal per<br />

torte intereasoda doses 70JC.')A, encnmtnfla,,o o. '. Si.,<br />

or fitas u1tus ocorr(dos nests UuLipio toronte o .me —<br />

Is 1.980. Conferee discriminag5c abtit.r.<br />

do l)'otffiortes ........................ 118<br />

era It Obitos renal de I aro do tdode.... 244<br />

.erp de Obitos par Destiutr(ço.. .......... 8<br />

' do 0b$tca par Codas as Coasss ...... .1.017<br />

/<br />

S, rats s8Jcreveeo-nos atenc1azente


Foz, 14/01/81<br />

Autoridades precisarn se preocupar mais corn a população da periferia<br />

1v<br />

EDITORA NOSSO TEMPO<br />

CGC - 75.088427/001 -92<br />

Rua Cândido Ferreira, 811.<br />

Vila lolanda<br />

(85890) Foz do lguaçu - Pr<br />

Teletone: (0442) 74-2344<br />

SOc/os propr/etários<br />

Evandro Stelle Teixeira<br />

Eloy Adail Brandt<br />

José Claudia Rorato<br />

José Leopoldir'io Neto<br />

Jesse Vidigal<br />

João Adel ino de Souza<br />

Juvêncto Mazzarollo<br />

Severino Sacomori<br />

Sérgio Spada<br />

SOcio-gerente:<br />

José Claudia Rorato<br />

Nyaso<br />

tpoEditores:<br />

Joào Adelino de Souza<br />

Aluizio Ferreira Palmar<br />

Juvêncio Mazzarollo<br />

Diagramaçao:<br />

Jesse Vidigal<br />

Colaboradores:<br />

Rainildes da Silva<br />

Antonio Vanderli Moreira<br />

Moacyr de Souza<br />

Alvaro Siqueira Martins<br />

Representante em Curitiba:<br />

G. Cadamuro, Praca Zacarias480<br />

7 1 andar conj.708. Fone: 23-9524<br />

Corn posição:<br />

Editora <strong>Nosso</strong> <strong>Tempo</strong><br />

Impressäo:<br />

J S Impressora Lida.<br />

Rua 6. Jardim Maria<br />

de Fatima -Cascavel - Pr.<br />

As r necessidades<br />

de Foz do lgua(;u.<br />

As necessidades de Foz do lguacu, apesar<br />

das grandes coisas feitas nos ültimos anos, são<br />

muitas. As pessoas preocupadas corn essas necessidades<br />

a nivel coletivo são poucas, mas esforçadas.<br />

0 fato não constitui nenhuma raridade.<br />

Em todos Os lugares e sempre é assim. Aqui, talvez,<br />

o descomprornisso corn a coletividade seja<br />

mais acentuado. Os problemas são rntiltipIos, os<br />

projetos também. Os poucos que se ocupam<br />

deles não conseguern abarcar tudo. Seria mesmo<br />

impossivel.<br />

Foz do lguacu mergulha em estertores sempre<br />

que pensa na era pOs-construcão da hidrelétrica<br />

de Itaipu, como se antes dela nao existisse<br />

uma perspectiva de futuro animadora: ha uma<br />

ansiedade quanto a urn melhor aproveitamento<br />

do potencial turistico do municiplo: pensa-se em<br />

industrializar o municipio sem saber como; buscam-se<br />

facilidades para o comércio exterior e<br />

acrescenta-se a expectativa de implantar a comodidade<br />

de uma zona de livre comércio: não<br />

faltam os que identificam como problema fundamental<br />

a auséncia de democracia onde sequer<br />

se elege o prefeito; enquanto a infraestrutura Utbanistica<br />

do centro da cidade é motivo para certo<br />

orguiho, Os bairros periféricos continuam envergonhando<br />

a todos; culturalmente a cidade está<br />

tao atrasada que é impossivel identificar preocupacOes<br />

notórias no setor: o esquema de segurança<br />

é tao forte e amplo que a populacão vive corn<br />

medo dos ôrgãos de seguranca igual ao que tern<br />

em relaçäo aos crirninosos e marginais.<br />

Essas indicaçOes podem resumir os pontos<br />

bàsicos das preocupacôes das chamadas ideranças<br />

da comunidade, embora nem todos sejam<br />

distinguidos corn adequado empenho.<br />

0 que mais està agitando a cidade é o projeto<br />

de construção de urn centro de convençôes,<br />

de uma ponte uganda a Brasil a Argentina e<br />

alguns problernas relacionados corn mecanismos<br />

burocráticos e rnonetários do comércio<br />

exterior. Não faltam também dedicacöes voltadas<br />

para out ros setores sobre as quais paira uma<br />

ansiedade menor.<br />

Pois, no meio de tudo o que rnobiliza a sociedade<br />

- se é realmente a sociedade que está em<br />

açào e não apenas uma minoria - importa perguntar<br />

se os temas elevados a categoria prioritána<br />

merecem tal tratamento.<br />

Urn análise dos problemas cia municipalidade<br />

permite vet que as empreendirnentos são escolhidos<br />

mais pot Iivre-atiradores movidos a luz<br />

do empirismo do que por sábios embasados em<br />

estudos competenles a respeito das reals neces-<br />

sidades de urn projeto de desenvolvimento global,<br />

perrnanente e humano.<br />

Tome-se a Ponte Brash/Argentina e a Centro<br />

de Convençoes. Serão estes as projetos que resolverào<br />

as problemas rnais sérios de Foz do<br />

lguacu? Quem são os mais necessitados do municipio<br />

e quals são suas necessidades maiores<br />

- a Ponte, e a Centro de Convencoes? A Ponte e<br />

o Centro vão atender aos interesses de quem<br />

tern necessidades básicas de Vida ou queles<br />

que pouco ou nada mais precisam para levarem<br />

urn Vida digna?<br />

A ninguém mais passa despercebido que a<br />

maioria da população de Foz do lguaçu, como é<br />

em termos nacionais, é pobre ou miserável, passa<br />

fome, tern péssimas condiçôes de moradia,<br />

carece de elementares tratamentos de saUde, higiene<br />

e prof ilaxia, está entrege a urn atendimento<br />

educacional abaixo da critica, enfrenta as mais<br />

árduas dificuldades corn sua locomoção, etc.,<br />

etc.<br />

0 que se ye no melo de tanta tristeza, sofrimento<br />

e vergonha é que tais problemas - indiscutivelmente<br />

as mais graves - merecem atençôes<br />

despreziveis se comparadas as que se dispensam<br />

as necessidades mais supérfluas e elitistas.<br />

Quem seria capaz de se posicionar contra a<br />

construção de Itaipu, do Centro de Convençoes e<br />

da Ponte Brasil/Argentina sern correr o perigo de<br />

ser excomungado ou linchado de Foz do lguaçu<br />

como urn inimigo do progresso?<br />

Näo Se trata se ser contra isso ou aquilo.<br />

Tudo parece born e necessário, apesar de certos<br />

métodos condenáveis. Trata-se, antes e acima<br />

de tudo, de urna maior coerência. Fade-se<br />

ser a favor de quantas pontes e usinas se quiser,<br />

desde que as pontes e as usinas não facam esquecer<br />

o povo, que está dramaticamente necessitado.<br />

Para sentir coma o povo pobre - a maioria,<br />

portanto - não recebe as devidas atençöes,<br />

basta considerar que para as obras de rnelhoria<br />

do centro da cidade a Governo Federal não hesitou<br />

em despejar aqui vultosas verbas a fundo per<br />

dido, rnas a mesmo não acontece quando é urn<br />

Rincão São Francisco que precisa de asfalto, luz,<br />

água, esgoto e tudo mais.<br />

E aqui vale recordar uma frase arrasadora<br />

proferida em Foz do lguacu no ano passado pelo<br />

cientista Albert Sabin: Urn pais capaz de construir<br />

uma obra coma Itaipu deve também ser capaz<br />

de resolver as problemas da sua grande massa<br />

hurnana que vive na miséria.<br />

As obras, lideranças da comunidade!<br />

- Os Editores.


f-oz. '4b<br />

Poor<br />

Incentivo ao<br />

crime e aos<br />

criminosos<br />

C) incer , vc Cr'1e e a<br />

proecão aos criminosoS Continua<br />

por conta de outras entidades<br />

e pessoas menos do <strong>Nosso</strong><br />

errr,c: P.i<br />

Linha de<br />

Ônibus<br />

a<br />

Chegou a vez dos leitores: escrevam e nós publicaremos.<br />

Poucos leitores escrevern para o jornal.<br />

0) Vão se mexendo a!! Quern escrever<br />

Ln vai ter o texto publicado<br />

0 corn os erros, as bobagens e tambérn as<br />

em<br />

coisas boas que aparecern. OIha so que jóias<br />

da moderna literatura<br />

V recebemos para esta edição:<br />

no Jardim America e fosse ate 0<br />

Hotel Panorama para transporar<br />

Os inümeros tuncionàrios dos<br />

notéls espalhados ao longo da<br />

Radovia das Calaratas. Des pre-<br />

:sam tomar o ônibus que va a .o<br />

Aeroporto e tern que pagar<br />

uma passagem quase o dobro<br />

mats cara que a das outras Iinhas.<br />

Não é so o Centro de<br />

Convençöes que poderá melhoraT<br />

0 turismo de Foz do IguaQu.<br />

Uma ajuda aos humildes funconãros<br />

dos hotéis e restaurantes<br />

também sera urn impulso a Tuscap<br />

Vamos a isso"<br />

uulu w<br />

Em 7i o Conseiho Munici- Estaflios<br />

oat Ce Iransportes havia crado<br />

uma linha de ônbus para o per- corn<br />

curso que vat do Profilurb ao<br />

Posto de Saüde. A finalidade era tudo<br />

evitar que aquela populacão p0bre<br />

precisasse pegar dots Recebornos aoui ru 'CCd-<br />

Onibus para ir ate o Centro de çao urna cornunicaco de uma<br />

SaOde A Prefeitura, porém, em- alta autoridade ligada ao Minislébargou<br />

o projeto e Os moradores rio da Justica dizendo que recedo<br />

Profilurb, os matores frequen- beu Os exempiares do jornal<br />

tadores do Centro de Saude. <strong>Nosso</strong> <strong>Tempo</strong>. Reterindo-se as<br />

continuarn tendo que tomar dots torturas e atrocidades cometi-<br />

Onibus. gastando o que não p0- das pela policia em Foz do lguadern<br />

para irem em busca de at- çu, denunciadas por este jorrtal,<br />

guma vacina ou charope aquela autor-idade disse que<br />

Essa linha precisa ser fl- "esse comportamento da Policia<br />

planlada ja e nadmmssivel. Garanru-nu<br />

que as autoridades do Ministérto<br />

O utra e da Secretária da Justiça do Estado<br />

ficaráo alertas e, ao menor<br />

sinaI de repetmcão ciessas amenãveis<br />

oCorrCncias, tomaráo me-<br />

I ,in a<br />

de onubus dmdas enérgicas contra os res•<br />

Essa (luesluo de linha Ce ponsáveis.<br />

Onmbus prá çá, tuba de OnibuS Coragem. portanto Ac -eprá<br />

1á,foi trazida pelo Severmno nor tapa desferido por urn polE<br />

Sacornori. Ele contou que quan- cial, estas péginas continuam a<br />

do estava no Conselho Municipal dmsposiçâo do povc. Corn o apoio<br />

de Trarmsportes tamb'rn Iota dos altos escaOes governamenaprovada<br />

urna lmnha clue partisse tws.<br />

i CHOPP CENTER<br />

RESTAURANTE E CHOPARIA<br />

ONDE VOCE<br />

TOMA 0 MELHOR<br />

CHOPE DA CIDADE<br />

RUA SANTOS DUMONT 1084 -_TEL. 14 2563<br />

CHEGOUAHORA*<br />

Retrato<br />

de<br />

decadencia<br />

41 o'n 1980, muitos<br />

aunos Ce urn certo estabelec'mento<br />

de ensino desta cmdade,<br />

provaram a mncapacidade de vármos<br />

professores. que intlulados<br />

profundos conhecedores da discmptmna<br />

que Ihes foi coriferida no<br />

nicmo das aulas. rráo passararn<br />

de principiantes onde exmge-se<br />

muito conhecirnento, respemfo<br />

aos alunos nâo e mnteresse em<br />

errsirar. pots os alunos flão pociem<br />

perder tempo frequentando<br />

urn colégio corn falsos magistrados<br />

ou alcotatras. Protessores<br />

estes que sO sabem que 2 + 2<br />

lao é cinco, mas rão tern corragem<br />

atirmar msso. falam porque<br />

ouvirarn deoutros.<br />

Como se nao bastasse a incapacidade<br />

dos professo-es<br />

atuais, a talta constante de pro<br />

fessores de determinada matEna.<br />

também tot vista neste baca<br />

ado palco de mncompreensOes,<br />

graves e i mresponsabilmdades v<br />

vidas pelos frequentadores CC<br />

colégmo Monsenhc r Gumihermi'<br />

de Foz do lguacu.<br />

Alguns menstres da sabe<br />

doria começaram as aulas falando<br />

de tilosotias de Socrates. Demostenes<br />

e outros e terminara<br />

ma:s perdidos cue cego em tirotemo.<br />

Devido a talta de programacáo<br />

e dmstribumçäo das aulas. Os<br />

sacos de pancadas (alunos) tmveram<br />

que se sujeitar corn aulaS<br />

aos sábados e domingo de manba.<br />

Prova da talta de programacáo<br />

é o pequeno n° de aulas das<br />

matérmas básicas do curso. Não<br />

darmdo assim a formaçào necessara.<br />

0 atendimento 30 pObico é<br />

teifo por secretàr;as imcompetentes,<br />

sem nenhurn interesse<br />

em estimutar o aluno, ou pelo<br />

menos dat as mnformaçOes de<br />

que tern direito.<br />

E uma barbarmdade as pro.<br />

vas aplmcadas PCI alguns professores.<br />

deveram ser para recemnascidos<br />

Em se tralando de esportes,<br />

e uma calammdade pblmca. As<br />

duas i magens de quadras existentes,<br />

se junlarmos náo dá<br />

rneia quadra decente.<br />

Gostanma muto de me identcar,<br />

mas tenho vergonha de di-<br />

ENTRE NO CONSdKK<br />

EMUDEPARAO<br />

CORCEL11 A A<br />

.0' ':'- Cm.' OC ESIC' Cc.rq,o.<br />

Rernetente. C P. D. E<br />

P Nap s/n<br />

I..'- (. quacr •-- P<br />

Altas<br />

autoridades<br />

sabem disso..<br />

Tern urn rurz ''n Foz (Jcáo<br />

Kopytowicy) quo escudado num<br />

diploma obtido náo se s-ae como<br />

na Escola Superior de Guerra,<br />

cornete as matores arbitraredades<br />

tendo vãrmas represeniaçOes<br />

contra si trancadas mnexplicâvelmente<br />

no Tribunal de Just -<br />

de Curitiba<br />

Serã que as alIas autoridades<br />

milmtares do Exército sabern<br />

disso..<br />

Seria interesante uma nota<br />

a respemto.<br />

Remelente R S. S<br />

Rua Jupra, 345<br />

F,-,z do Iguaçu. Pr<br />

Moradores<br />

pedem mais<br />

segurança<br />

P1 UIMCS AS Au '"RIDADES<br />

DL FCZ DO IGUAçU PEL'ACER-<br />

TEZA QUE TEMOS CONFIANA<br />

EM NOVAS AUTORIDADES DE<br />

DIVIZOES PUBLICAS.<br />

os moradores do bainro saO Ira"<br />

cmsco pedimos urn pouco man<br />

Jun f,rr:Ca 'i ianil'l cosa igual<br />

lenho visto e ouvrdo talar depots<br />

de trems anos para ca são mmnha<br />

casa ja tot assaltada duas vezes<br />

qrassas a deus rraO arrombaro<br />

as portas dos quartos mais o res-<br />

'ante vmraraO do perna para sirn<br />

eu dormindo nab acredmtava qeu<br />

o ladraO entrasse na minha casa<br />

oor que tenho o sono rnuito leve<br />

mats durmi tanto eu e mmnha farnilia<br />

qe foi preciso o meu vizmnho<br />

me acordar:<br />

Presidente Esporte Pacaembu<br />

Vaidr Luiz<br />

ASStNA A DIRETORIA DO<br />

ISPOP T E CLUBE PACAtMBU<br />

Fundepar<br />

pede<br />

"<strong>Nosso</strong> <strong>Tempo</strong>"<br />

Prezcmdcn Sennc'os<br />

Valerno-nos do presenfe<br />

para solmcitar 0 comparecimento<br />

do Vossas Senhorias ou Ce urn<br />

ep tesentanfe, Junto a esta Assessoria,<br />

a tim de que possamos<br />

tratam de assunto referente a assnatura<br />

desse jornal.<br />

Cemtos do pronto atendimento,<br />

que é peculiar a Vossas<br />

Senhormas, antecipadamente<br />

agradecemos e firmamo-nos<br />

Atencmosamente<br />

Curitiba. 30 de<br />

dezembro de 1980<br />

SENIVALSILVA<br />

Assessor de Cornunrcacao<br />

co UNDLPAR<br />

de segurança em nossas ruas -<br />

"TO c -,<br />

homanio das 8horas da nomte as<br />

3horas Ca manna por que OS Iadroés<br />

e Os assaltantes estaO do<br />

mats en nosso bairro tanla rnalo-<br />

caoetremsquatropessoasjurltos<br />

tern mats de 30 marjmnal andando<br />

de ape e de carros sempre -andam<br />

numa boa pinta tern adDto<br />

e menor tambem pratmcando .:.<br />

assalto prostetutas junto tanben .<br />

praticar-rdo assalto as pessoas<br />

dmzem naO correm por que somos<br />

Ca pomcma ja saem do car to<br />

atmrando carros sern placas de r<br />

poms de poucos mmnutos ja aparesem<br />

corn placas pedimos nos<br />

moradores deste bairro saO<br />

framcmsco jumfarnente a dmretotia<br />

do esporte clube pacaernbu<br />

teremos serteza em nossas aimlondades<br />

Ce foz do mguaçu, que<br />

j3 mams deicharaô nos sem sokcao.<br />

- -<br />

eu vad r luz matador de foz do<br />

iquacu mais de dez anos digo<br />

40m. —<br />

!Ito<br />

arm<br />

Medlaneira:<br />

Rua Argentina, 2381 - Fone: 64-2127 e 64-2277<br />

Foz do Iguaçu:<br />

Av. Rep. Argentina. 530.544 - Fone: 73-1422


4 Foz. 14/01/81<br />

Tércio aponta Os candidatos a govern ador: Cunha Vianna e Jucundino Furtado<br />

PS'sU<br />

or -<br />

Esse não levanta mais.<br />

Itaipu<br />

e as orgias<br />

de sempre<br />

Na Ultirna semana o general<br />

presidente da ltaipu, José Costa<br />

Cavalcanti. completou 63<br />

aninhos - fartarnente vividos e<br />

mordornicarnene<br />

cornemorados. Ele velo passar a<br />

data junto a menininha de seus<br />

olhos. Ficou em Foz trés dias<br />

mergulhado em glutonices e fanfarronadas<br />

burguesas pagas<br />

corn dinheiro do povo. porque a<br />

Itaipu paga orgias e luxos corn<br />

dinheiro destinado a obra.<br />

Repetindo Millôr<br />

Fernandes 'Ou todos se locupletam<br />

Ou restaure-sf, a morali-<br />

General dá<br />

presentinho<br />

áAPAE<br />

Em meio aos oanquetes e<br />

palmadelas puxa-saco, Costa<br />

Cavalcanti fez urn gesto de generosidade<br />

extraordinàrio em sua<br />

festa de aniversãrio. Seus<br />

empregados em São Paulo fizeram<br />

uma 'vaquinha para dar<br />

urn presente ao chetão. Cavalcanti<br />

reverteu 0 presente em<br />

doacao a Associação de Pals e<br />

Amigos dos Excepcionais de Foz<br />

do lguaçu. Uma irnportância de<br />

uns 20 mil barOes Que coisa,<br />

hem'<br />

So que corn 20 mil Os generais<br />

não conseguem passar urn<br />

dia em sua vida. Realrnente, é<br />

generosidade ext remada essa<br />

doação.<br />

Republica<br />

Argentina<br />

é calamitosa<br />

Jà faz urn seculo .. Não,<br />

nào é urn SéCulo, mas taz<br />

uns dois anos que a Prefeitura<br />

vern prornetendo asfaltar a Av.<br />

Republica Argentina dentro dos<br />

prOximos meses, e a obra nào<br />

sal Ialvez aauela via sea a mais<br />

movirnentada de Foz do lguacu<br />

depois da Av. Brasil e a Juscelino<br />

Kubutscheck. As rnargens daauela<br />

avenida, que dá para 0 Rincão<br />

Sao Francisco, existe urn asfatto<br />

onde as crianças internadas<br />

vivem do p0 e barro levantados<br />

pelo intenso trãfego.<br />

Vão pará de fazer prornessas<br />

e começar logo esse asfatto<br />

al ou esperarn a qué? Arruma<br />

rnais urn Prodopar prá pobreza,<br />

pessoal da Prefeitura<br />

Piadinhas<br />

• 0 homem desmunhecava<br />

rnais que ClO y 's Bornay, Certo<br />

dia (por que será que todas pia<br />

das tern urn certo dia?) encontrou<br />

urn jovem que era a perfeuta<br />

figura do machão. 0 carnarada<br />

pensou: é dele que eu preciso' E<br />

fol chegando prpertinho.<br />

- Moçu! Moçu! (corn<br />

aquele jeitão, sabe?) Vamos fazer<br />

urn trato Eu te taco urna<br />

pergunta. Se vocé acertar eu te<br />

dou e se vocé errar eu te taco.<br />

- Cornbinado, disse a rapaz<br />

- Então là val a pergunta: como<br />

é 0 nome de urna ave que todas<br />

as manhãs sobe em cinra de alguma<br />

coisa, bate as asas e<br />

cana assirn: ki-ki-ri-ki-kiiiiiiiii'<br />

- E urn jacaré, disse o deslumbrado.<br />

E ooutro:<br />

--Acertou.<br />

S Dois irmâos gérneos se<br />

formaram medicos. Chegaram<br />

na cidade de procedéncia e en<br />

contraram urn hornern mancando.<br />

0 rnais novo (aquele que nasceu<br />

primeiro) disse para o ma's<br />

velho<br />

- Vamos ver quem de nOs<br />

aprendeu meihor na faculdade?<br />

Como?, disse o rnais yeho.<br />

- Simples. là vendo aquele<br />

cidadáo que vem mancando?<br />

Eu aposto que sel qual é causa.<br />

e vocé?<br />

- Eu também sei, ele sofreu<br />

urn tombo e fraturou a per.<br />

na .<br />

- Pois eu aposto que é de<br />

nascência.<br />

Para ti' u<br />

PRECISO URGENTE<br />

6TIMO SALARIO<br />

Importante empresa paraguaia corn silos em Presidente<br />

Stroessner e Encarnación of erece vaga para compradot<br />

de soja experto em análise de grãos, especialmente<br />

soja, mi/ho, algodäo e girassol. Enviar "curriculum vitae"<br />

corn antecedência para rua Caigangues, 180 -<br />

COHAPAR 1 - Fone 73-1401.<br />

ram para perto do home e expi'caram<br />

tudo. 0 sujeito, rneio ervergonhado,respondeu:<br />

- Pois nos enganamos c<br />

trés. Eu fui dar urn purn e sujei a<br />

calças<br />

Proibido<br />

fumar<br />

nos coletivos<br />

Pela Lei Municipal 10i37 es<br />

tã proibido o uso de cigar ros nos<br />

coletivos que tazem as linhas urbanas<br />

em Foz do iguaçu. Uma<br />

medida rnuito boa, sern diivida<br />

pois riinguém è obrigado a engohr<br />

furnaca de cigar ros, charutos,<br />

pacaus e outras coisitas rnás. C<br />

que não se pode admilir é que 0<br />

he, não está serido observada iigorosarnente.<br />

0, seu dotO coro<br />

né: manda Os fiscais se mexer c<br />

fazer corn q ue a le, seja cumor<br />

da<br />

Oque<br />

Reagan vai<br />

fazer<br />

0 Carter rnandou urn recado<br />

pat Os aiatolás do Ira: Se ate<br />

o dia 16 não resolverern o probferna<br />

dos reféns eu entrego a<br />

questäo pro Reagan Vern bornba<br />

nor ;ii Podern eStar certos<br />

Cunha Vianna<br />

vai ser<br />

governador<br />

Pelo menos o deputado Tércio<br />

Albuquerque pensa assirn<br />

Ele mandou release aqui pa-ra<br />

a redacao do jornal falar-ido<br />

sobre as possiveis caricidatos a<br />

goverriador do estado em 82. Ve-<br />

1<br />

11<br />

L/ V)<br />

Responda depressa: Qual destes dois é o Wadis Benvenutti<br />

e qual ê o Vito Miracapillo?<br />

Fuuuuuuuuuiiiiiiiiii<br />

am Nortorn Macedo, Paulo Pi-<br />

Stephanes. rizo a<br />

Octãvio Cezàrio, Saul Raiz, Antonio<br />

Belinatti, Fabiano Braga Cor- vira<br />

tes, Mario Stadler de Souza, CIóvis<br />

Cunha Vianna... No finalzi- a Foz<br />

nho, depois que orelease'estava 0 presidente do Partido Deirnpresso<br />

foi acrescentado o no- mocrOtico Trabalrrista (PDT),<br />

me de Jucundino Furtado (Ra Leonel Brizola, estará em Foz no<br />

ra) mês de marco. Vern oar-a fa7Pr<br />

UTO<br />

MA 10 LTDA.<br />

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-c'<br />

uma série reuniOes dentro do<br />

piano de Contato rnais intimo do<br />

lider do trabaihisrno dernocràtico<br />

corn 0 POVO. Fará urn ano em<br />

marco que Brizola esteve em<br />

Foz, quando fez urn comiclo no<br />

Oeste Paraná Ciube. Naquela<br />

ocaião rnais de duas mil pessoas<br />

estiverarn no Oeste, mas mesmo<br />

assirn os trabathistas de Foz não<br />

gostararn do resultado, pois não<br />

Mundo<br />

dos<br />

Esportes<br />

Somando pare a<br />

divulgaçao do 6sporte<br />

AS GRA "iDES MARCAS<br />

Penalty<br />

Rainha<br />

Atleta<br />

Adidas<br />

Camneã<br />

Rua o:- 718


Foz, 14/01/81<br />

Campeöes em tortura! Brizola em Foz do Iguaçul Duas mortes por minuto<br />

souberam aproveitar a oportunidade<br />

para dar organicidade aos<br />

petebas da city.<br />

Duas<br />

mortes por<br />

minuto<br />

No Brasil morrem 119<br />

criancas pot hora. quase 2<br />

criancas pot mirruto. Resta saber<br />

quantos dólares saern do<br />

Brasil pot minuto na qualidade<br />

de serviços da divida externa, lucros<br />

das muitinacionais e royal-<br />

Us.<br />

Atéo<br />

diabo<br />

teria medo<br />

0 tome de terror Que aasoL<br />

sexta-feira no C;ne lguacu foi de<br />

assustar ate o demônio. "Sextafeira<br />

13' cornecou quando uma<br />

jovem pega carona para it traba-<br />

Ihar como cozinheira nurna colónia<br />

de férias Quando o motorista<br />

do j;pe passa do local onde Anie<br />

ticaria a garota lica corn medo,<br />

salta do carro e entra no bosque.<br />

o motorista oãra a jipe e sai em<br />

sua perseguicao. De dentro do<br />

bosque se escua urn grito aterrador.<br />

0 desenrolar da história<br />

fol perfeito para quem tern netvos<br />

de aço.<br />

Se vocé perdeu esse fume,<br />

não se preocupe. Ultimamente o<br />

Cine lguaçu tern exibido ótimos<br />

fumes. Hoje, pot exemplo. entra<br />

ern cartaz "Eu estou corn medo'<br />

e a partir do dia 16 "Aeroporto<br />

80 - o Concorde", da farnosa<br />

série Aeroporto. Urn elenco da<br />

pesada: Alain Delon, Susan Blakley,<br />

Robert Wagner e a fofinha<br />

Silvya' Ernanuelle" Kristel.<br />

PS: Fique de olho e não<br />

del de ver "0 Iluminado' em<br />

breve.<br />

Todos<br />

são<br />

campeôes<br />

No mundialito de horrores<br />

patrocinados contra a humanidade.<br />

Os campeôes no Cone Sul da<br />

America estâo no Uruguai. Chile,<br />

Brasil, Argentina e Pal<br />

guai. Quer dizer, todos esses paises<br />

tern seleçôes de torturadores<br />

e matadores fardados capazes<br />

de competir corn qualquer<br />

esquadrão da matte do mundo.<br />

Corrida<br />

de cavalo<br />

em Foz<br />

0 negócio pode demorar,<br />

mas e certo. 0 prefeito Clôvis<br />

Cunha Vial tomou a iniciativa<br />

.:<br />

cas de nossa Arnérica Latina (ou<br />

Latrina das multinacionais), mas<br />

também morrem vitirnas da re-<br />

piessão polItica das ditaduras. A<br />

revista "Clamor", editada pelo<br />

Comité de Defesa dos Direitos<br />

Humanos para os paises do<br />

Cone Sul. denuncia que so na Argentina,<br />

Chile, Uruguai ha 164<br />

• menores desaparecidos pot mo-<br />

tie a' um clube hipico em tivos politicos. As idades das<br />

Foz do Iguacu e está convocan- crianças desaparecidas variam<br />

do todos (todos da grana, claw,<br />

porque este é urn esporte muito<br />

cal a participar de urna reuniào<br />

a set realizada no dia 27<br />

deste mês, na sede da Associacão<br />

Comercial. 0 estatuto, inclusive,<br />

já està pronto e será sub-<br />

melido 'a apreciacâo dos presentes.<br />

Durante a lpoder<br />

também set eleita a primeira diretoria.<br />

Para quem ainda não sabe,<br />

o prefeito, a exemplo de Figueiredo,<br />

é urn aficcionado neste esporte.<br />

Mas nào é so pot esse motivo<br />

que ele tornou a iniciativa. E<br />

que corn a fundação de urn hipOdromo,<br />

Foz do lguaçu sediará<br />

competicôes internacionais, incrementando<br />

ainda mais o turismo.<br />

Uma boa idéia. sem düvida.<br />

Umas<br />

e outras<br />

0 Brasil Fiho era 0 aprenjy<br />

. .c.:os do Tui<br />

Vargas durante a carnpanha para<br />

senador. 0 cara falava mais<br />

que o hornern da cobra. Urn belo<br />

dia, nurn grade cornicio em Sao<br />

Miguel do lguacu, estavarn pres<br />

entes o guverriador Jayme<br />

Canet jii-u, ' r f nais urna carrada<br />

H c­­ a Brasil Filho sai<br />

)ifl O:td<br />

-- Minha gente, rninha gente'<br />

Vocés precisam votar no<br />

Tãlio Vargas. Fora da Arena nào<br />

ha salvacão. E bern corno disse<br />

hoje pela rnanhã o padre là de<br />

Missal: Quem nao votar na Arena,quando<br />

morrer vai para o to<br />

go do inferno.<br />

• Em Cafelndia, distrito<br />

de Cascavel, no ano de 1972 a<br />

sub-prefeito era o tal de Cristiano<br />

Maltezo Durante a inauguração,<br />

o sub-prefeito faz urn bombastco<br />

discurso. Là oelas tantas ele<br />

berra, Si ..... nabas pela boca<br />

E nào é adevarde que<br />

nôis fala ansim...<br />

• Esta quem conta e<br />

Adolpho Mariano da Costa: Durante<br />

o governo Médici (o pior<br />

presidente que o Pais já teve) foi<br />

a Mediarieira o então ministro<br />

dos Transportes, Mario Andreazza.<br />

Durante urna inauguracão, o<br />

Bogoni (primeiro fotógrafo que<br />

pintou em Medianeira) tentou bater<br />

uma fotografia do ministro.<br />

Acontece que Bogoni é rneio<br />

ruim das vistas (corno dizern pot<br />

ai) e treme como vara verde.<br />

Onde a a Aneazza, o Bogoni ia<br />

atrás empunhando ai rnáquina e<br />

acompanhando Os gestos do ministro.<br />

A máquina tambérn era<br />

do tempo do epa e a segurança<br />

do Andreazza (naquele tempo tinha<br />

mais agentes de segurança<br />

do que genie) pensando se tratar<br />

de alguma ama bateu a mao<br />

do homem. Não demorou muito<br />

para que todos soubessom que<br />

fotôgrafo era inofensivo e o ministro<br />

ate posou para fotografia.<br />

Dc qualquer forma o vexame lava<br />

dado.<br />

Infanticidio<br />

Latinoamericano<br />

Não sO de doencas e desnutricao<br />

mortem as crian -<br />

1<br />

de quatro dias a treze anos,<br />

sendo que ate urn casal de gê<br />

meos esià ontre as vtimas das<br />

ditaduras. A revista denuncia<br />

também que 87 mulheres foram<br />

presas em estado de gestação e<br />

estào desaparecidas. No editorial.<br />

Clamor alirma que "milhares<br />

de homens e mulheres lotam<br />

os càrceres dos paises do Cone<br />

Sat, vivendo em condiçOes<br />

subumal toda sorte de<br />

medidas é posta em prática<br />

corn o proposito de destrui-los<br />

psicológicamente e transformálos<br />

em far rapos hurnanos". A revista<br />

relembra que entre seternbro<br />

de 1973 e fevereiro de 1980,<br />

13 brasileiros desapareceram na<br />

Argentina. Ate quando vamos assistir<br />

passivamente a esies tabs<br />

dolorosos nesta America<br />

dominada pot vampiros fardados2<br />

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"Jorge Schirnmelpfeng, prefeito na época, formou urn grupo teatral"<br />

HARRY SHINKE E<br />

SUA MAQUINA<br />

MARAVI LHOSA.<br />

A viUva do prirneiro<br />

fotógrafo de Foz do<br />

Iguaçu fala do homem que<br />

graças a sua arte<br />

documentou a história da<br />

cidade, relembra o<br />

passado e cornenta<br />

o presente.<br />

Dona Marl eta Shinke tern<br />

74 anos e vive no<br />

casarão da rua Tiradentes<br />

cultivando plantas e<br />

Iembranças.<br />

E a rnemória viva de uma<br />

cidade que esqueceu seu<br />

passado. NOSSO TEMPO<br />

ao entrivistá-Ia busca<br />

recuperar a história de<br />

Foz do Iguaçu. Primeiro<br />

fol SADY VIDAL, agora<br />

MARIETA SHINKE, e<br />

vamos continuar, pois<br />

este tambérn é o papel<br />

de uma imprensa que tern<br />

corno objetivo servir a<br />

urna cidade corn rnuita<br />

coisa para contar,<br />

most rando que ela não<br />

nasceu corn Itaipu corno<br />

rnuitos pensarn.<br />

Imp- i<br />

- D. Marieta, o que aconteceu corn as fotografias<br />

do seu Shinke?<br />

Levararn tudo. Aqui hava caixöes e mars, cal-<br />

.Oi c do totografras, cosas preciosas. de grande<br />

vulor hrstbrco Não ticou nada.<br />

- Mas quem Ievou?<br />

A prefeitura, Càmara e Os colégios que pediarn<br />

empresiadas para exposicOes e não devolvram.<br />

- Em que ano o sr. Shinke chegou aqui?<br />

--E..1922.<br />

- Ete já era fotógrafo?<br />

- - Nào, ele veto prà fazer profilaxia.<br />

- Então ele foi o primeiro neste campo?<br />

- Tinha estado a g ur urn senhor que atendia antes.<br />

f1uito horn profissional, não se dedicava propriamente<br />

a profaxa. mas representava urna ajuda an<br />

povo Era o senuor Caslilho<br />

- 0 que aconteceu corn ele?<br />

-- Este n(nrior fr.,i emboin e meu veiho, acompanhado<br />

pelo doutor Arnilcar Barca Peuón, assurniu<br />

a funcào. Era urn artista do homem. Ele e<br />

prefeito da época, Jorge Schirnrnelpfeng, formaran)<br />

urn orupo teatral<br />

- Quer dizer que o prefeito e o medico eram<br />

atores?<br />

- - Bern, era teatro arnador Seu Jorge era urn entusiasta<br />

do teatro. Estou lembrada de urna peca que<br />

levararn ao Cine. Jorge Schirnrnelpfeng. quo era<br />

gordo e baixo, fez o papel de padre. Arnilcar, quo<br />

o u!', mpresentou urn advogado<br />

- E o ,povo se divertia multo corn estas representacoes?<br />

-- A ll. cot-no era engraçado. Veja sO, Arnilcar era<br />

alto e Jorge baixo, então a genie via sernpre as perr:as<br />

do espanhol, o padre, que era o Jorge<br />

Schirnrnelpfeng, caminhando prà là e prá cà.<br />

Vapor que<br />

IV fazia a<br />

linha<br />

PosadasiPorto<br />

Mendes<br />

T1<br />

Festa<br />

registrada<br />

pela<br />

fabulosa<br />

máquina<br />

de Shinke<br />

A fabulosa<br />

máquina<br />

deShinke<br />

Foz. 14/01/81<br />

documentou<br />

o incêndio<br />

da Igreja.<br />

- E onde eram representadas as pecas?<br />

OJiu. era onde hoje está o Hotel Espanhol. Na<br />

epoca não havia teatro nern cinema. 0 povo ia se<br />

drstrair no teatro quo 0 pessoal formava aqui.<br />

- Era so o povo da cidade que assistla ou vinha<br />

gente de outros lugares?<br />

- Vinha genie da colbna e muitos argentinos.<br />

Nesta época passavarn por aqui muitos vapores.<br />

Atracavarn no porto e ficavam por là vários dias. 0<br />

pessoal descia e andava pelo então povoado. Eu<br />

me lembro de urn Natal. Justo quando foi encenada<br />

a peca do advogado e do padre. 0 pessoal do vapor<br />

distribuiu para todos que estavam no cirre bolachinhas<br />

e vinho do Porto. Mas que bolachinhas<br />

gostosas I Hoje passados mais cincoenta anos sintoo<br />

gosto na boca.<br />

- Mas erarn mesmo tao gostosas assim?<br />

Se erarn! Nunca mais comi coisa igual. E trazrarn<br />

tambérn champanhe espurnante e päo de<br />

pascua<br />

- Os turistas erarn argentinos?<br />

-- Sim, erarn argentinos que passeavam de vapor<br />

polo rio Paranà da linha de Posadas a Porto Mendes.<br />

- Porto Mendes era a sede da Mate Laranjeiras?<br />

Sim, e ate là chegavarn Os vapores que eram urn<br />

luxo por dentro.<br />

- Havia alguma orquestra ou bandinha em<br />

Foz?<br />

- Olha, havia aqul em Foz uma familia de ogleses,<br />

e o ndrne do chefe desta famIlia era Jorge<br />

Samways, mais conhecido como Jorge Inglés. Morava<br />

all. (D Marieta aponta para urna casa em frento)<br />

- Então o Samways era o mUsico da cidade?


Foz, 14/01/81<br />

pe<br />

"Eu<br />

ate dancei<br />

— ce' If., , t-<br />

"Prefeitos que vêm de fora vão embora corn o bolso cheio".<br />

- Ele tocava rnuto bern tlauta Eirn poor es ruas<br />

tocavam muitos instrumentos. Chegaram a tormar<br />

urna banda Aè hoje devern existir Os vrst r urnenios.<br />

talvez guardados em algurn C uDe<br />

- D. Marieta,sinto que a sentiora está muito<br />

emocionada. E como se estivesse revivendo<br />

aquela epoca.<br />

ue era tao born I100LJC!e temno. talveZ<br />

porque a genie era nova, menrnota. 0 povo era tao<br />

unido. Faztarn pIqueniques e os colonos lam cam<br />

galinhs e porcos assados. A genie buscava urn no<br />

e enião iamos todos juntos. Ouem sabia tocar evava<br />

seu instrurnento para animar E de tardena volta,<br />

ia a bandinha na frente puxando a destile de vo l<br />

-ta cidade Era assirn corno urn cordäo de carna-<br />

- Quantos anos a senhora tinha neste tempo?<br />

- Acho aue uns 12 ou 13 anos Estas ernbrancas<br />

sãode 1910ou 1915<br />

- Quais Os armazéns que havia na época?<br />

- Born, havia os armazéns dos argentinos. Urn era<br />

oe Luiz Sae ­-, e ouiro era o do Jacinto Palàcios.<br />

Havia tambérn urn turco all na avenida, onde antes<br />

era chamado de Botafoqo Acho que o nrne dee<br />

Risk<br />

- Quer dizer que a memória totografica da cidade<br />

so comeca a existir quando chega o Senhor<br />

Shinke?<br />

-- Praticarnente sim. Antes dele as totografias sc<br />

cram tiradas pelos turistas e estes buscavarn so<br />

as paisagens naturais Meu ve!hO fotografou a ge-te<br />

da éooca.<br />

- E como ele se virava para processar os fiI<br />

mes?<br />

be trouxe urna mâquina caixão e preparava as<br />

seus reveladores e fixadores. Já tinha urn pouco de<br />

prátrca. mas depots aprendeu coisas novas corn<br />

urn senhor alernào que cheoo .qui<br />

- A história de Foz então começou a passar<br />

pela lente da máquina fotogrãfica do senhor<br />

Shinke?<br />

- Srn,eie era rnuiio curioso c , o.o'a documentar<br />

tudo quo acontecia.<br />

- E também muito corajoso, pelo que contarn.<br />

- Olha, o fotográfo tern que set assim. Ele fotografOLi<br />

a coluna Prestes,<br />

- E como foi a chegada das colunas e o cornportamento<br />

da populacão?<br />

- Ouando as revoruc lonurios chegararn, ele estava<br />

em Guaira fazendo recenseamento. Eu e meus<br />

filhos fomos entäo para a Argentina. Poucas famihas<br />

ficaram aqui. Eu me lembro dos Engels e dos<br />

Anzoatégui, par exemplo, que uicaram. Já as Schimmepteng<br />

sairam também para a Argentina.<br />

- Seu Shinke chegou e já foi falar corn os revo-<br />

Iucionários?<br />

- Born. ele ficou muita admirado corn a audàcia e<br />

o patrrotsmo daqueles jovens FiCOU muito amigo<br />

de Luz Curios Presies.<br />

- Entâo os revolucionários não erarn Os bichopapóes<br />

que muita gente pintou?<br />

- Oue nada, cram genie muiio boa. Para dar urn<br />

exem p to SO. urn oficial da coluna fol là na Argentina<br />

e quando nos viu acampados e cozinhando ao relento,<br />

pediu que a genie voltasse ao Brasil, que<br />

etes nos dariam proieçào. A luta deles era pela Iiberdade<br />

e methores condicOes de vida para a pavo.<br />

Mas mesrno assirn o nosso medo e'a grande.<br />

SO a. urn tirotelO.<br />

- Que outras tembranças a senhora tern da Cotuna<br />

Prestes?<br />

- Esiou tembrada que eram rapazes altos e bonitos<br />

Muito bern educados. Fol uma pena que perderam.<br />

Acho quo se etes ganhassem o Brasil hoje eslana<br />

melhor.<br />

- Houve urn morto aqui, não é?<br />

- Sim, rnorreu a Sà Ribas. Era a escrivão do F6rum.<br />

Dizem que ele tinha iludido uma maca là onde<br />

rnorava antes e que a oficial que a matou era irmão<br />

da moça Este oficial tinha jurado vingança.<br />

- Dona Marleta, e as tropas do governo como<br />

se cornportaram?<br />

- Cornportaram-se muito mal Roubararn cavalos.<br />

o gado e galinha do povo<br />

- 0 que aconteceu corn a rnàquina do seu<br />

Shinke?<br />

- Etc deu de presente para urn rapaz que urn dia<br />

apareceu par aqui e ficou morando em casa e ajudando-o<br />

na construção. Este rapaz aprendeu totogratia<br />

e entào passamos a ser quatro a trabalhar<br />

na profissão. 0 vetho, eu. minha filha e a rapaaue<br />

se chamava Valentim.<br />

- Quais Os grandes lances fotogréficos do seu<br />

uma valsa corn o Santos Dumont"<br />

Shinke, que a senhora lembra?<br />

- 0 incéndro da catedral ä lardinhat. as primeiros<br />

aviOes da Panair que vieram aqui. a descida do primeiro<br />

hidroavião. e tantos out ros acontecmentos.<br />

- Fotografou tarnbém o Santos Dumont<br />

quando veio a Foz?<br />

- Não. Eu não inc lembro<br />

- A chegada do Santos Dumont agitou rnuito a<br />

cidade?<br />

- Quando ele chegou houve uma testa enorme,<br />

urn salào grande corn piano e orquestra. Eu me<br />

embro que dancei uma valsa corn Santos Durnont.<br />

Ele era muito born. Eu soube de uma ou outra versão<br />

sabre a chegada dela aqui. Mas a que set e que<br />

ele desernbarcau no po rto argentina.<br />

- E quem fol que o trouxe para Foz?<br />

Fo il o Jorge Schimmelpfeng, prefeito na época.<br />

Ele passou para a outrc lado e trauxe o Santos Dumont<br />

- Mas ele foi levado ate as cataratas pelo Senhor<br />

Frederico Engels.<br />

- OIha, Frederico Engels tinha urn hotel, charnado<br />

Balanca Mais Não Cai", e ele precisava de hOspedo<br />

ilustre e entäo levou a Santos Dumont para là.<br />

Dai eu acho gue surgiu a idéta de irem ate as cata.<br />

r at a<br />

- E o que aconteceu como hotel dos Engels?<br />

Muito tempo depots pegou logo. nas dzern que<br />

foi proposhal, pots estava fl() equro<br />

- Dona Marieta, a senhora sabe que a população<br />

de Foz nao pode eleger o prefeito, não é?<br />

-- Pois é, isso é urna arbaridade. Aqul ha tanta<br />

margem para escolher uma pessoa capaz do ser<br />

prefeito. Já esses que vém de fora, quando vão embora<br />

saem corn a bolso cneio, inclusive este que<br />

está ai. 0 atual prefeito teve muila sane. Largaram<br />

din heiro que é uma beteza pam dc.<br />

- E corn dinheiro qua Iquer urn faz, nao é?<br />

Clara que faz e enche a balsa tarnbérn.<br />

- A senhora conhece o prefeito?<br />

Nãa. Mas a senhora dde to' cotega de minha fi-<br />

Iha, a Didi. no Coleglo Co Sagrado Coração do Jesus.<br />

56 que minha filha era interna e a senhora do<br />

preleito era serni-interna.<br />

- A senhora acha que Itaipu trouxe meihoras<br />

para a cidade?<br />

- Em pate sirn Mas a que levantou Foz do iguaçu<br />

for a panic corn o Paraguai. 0 que eu sinia de coração<br />

é a Juscelino nào viver<br />

- Juscelino fez a ponte, mas quem inaugurou<br />

foi o Castello.<br />

- Dizern par al que a panic foi feita par Castela<br />

Branco. Isso é uma mentira. Juscelino é que veio<br />

par a pedra fundamental. E a panic toi construida<br />

no governo de Juscelino.<br />

- Afinal, o que velo fazer o Castelo?<br />

- Eles, não tazia rnuito, haviam derrubada a gover<br />

no de Jango e precisavam buscar sirnpatia do pavo.<br />

Dal ele veio descerrar a placa de bronze. Muria<br />

genie achou teia a alit ude dole.<br />

I.,<br />

.4<br />

W4<br />

- E Juscelino rnorreu cassado.<br />

- 0 que mas sinto é que tirararn Os direitos dele.<br />

Eu não aceito ate hole a morte de Juscehno como<br />

an a acidente<br />

Fez-se urn intervalo e romamos lirnonada. Dana<br />

Mar/eta se descu/pa par não ter café em pó. E rec/ama<br />

do café so/Uvel que so serve para tornar cam<br />

lele.<br />

- Quantos anos faz que o seu Shinke faleceu?<br />

- Cinco anos.<br />

- Urn dos primeiros carros de Foz pertenceu a<br />

ele, não e?<br />

- Sim, era urn Ford 'bigade' que ele ganhou de<br />

urn argentina cue a trouxe do contrabando.<br />

- Foi urn presente?<br />

- Sim, de urna farnilia de Puerto IguazU quo pegou<br />

rnpaludisrno e depois sofreu a catapora. A familia<br />

ficou isolada, de quarentena. Diziam que era bexiga<br />

preta. Ele se cornpadeceu do pessoal e ficou<br />

par là tratando doles.<br />

- Ah! clara, ele era prático em profitaxia.<br />

- E ) com esies conhecirnentas ele ajudou muita<br />

genie. Esta familia tinha dais carros, a bigodinho e<br />

outro. Urn dia chegou urn aviso para ele esperar no<br />

porto, pois inia ter uma surpresa. Fol ate là e encontrou<br />

dais rapazes corn a Ford esperando. 'Este é 0<br />

prosente que a papai manda para a senhor" -- disscram<br />

eles. Era urn calharnbeque cam as rodas es-<br />

1 rei 1 n has<br />

- E a farnilla então ganhou urn carro para passear?<br />

- E 1deixarnos a car raça de [ado. Mas etc começou<br />

a trabalhar tamDérn corn a bigodinho" Levava autonidades<br />

para o Panair e turisfas as Cataratas.<br />

- E durante a segunda guerra, houve muito<br />

contrabando de pneus?<br />

- Eu me lembro que durante tado a dia e a noite<br />

também havia muita genie rotando pneus na banranca<br />

do rio. Uma vez aparecerarn uns pneus là no<br />

funda do quintal. As criancas viram e a veiho disse<br />

para eles näo tocarorn. Mandaram para a Argentina,<br />

quo estava neutra. De là seguiam para a Alemanha.<br />

- Havia muito chacreiro born nesta época?<br />

-- Urn dos rnaiores chacreiros daqueta época era<br />

o Gregório Dotto. Eles tinham do tuda na chácara.<br />

J6lio Pasa tambérn era urn grando chacreiro. Era<br />

urn harnern culto, vivia em dma dos livros.<br />

- Chegou inclusive a ser Prefeito?<br />

- Sim, e era rnuita inabalhador. Eu me lembro que<br />

havia na Avenida Brasil a ponte do Botafogo, quo a<br />

enxurrada sompre destrula. Julio Pasa, que era ohma<br />

pedreircdisse que iria construi r uma ponte que<br />

sorviria para a cidade durante muitos anas. E assirn<br />

foi, eta existiu ate chegar a asfalto na Avenida<br />

Brasil.<br />

F/rn da enfrevista. Passamos a ver as fotograf/as<br />

da fami//a e a envo/vimento na atmosfera de<br />

uma Foz que sO subs/ste na arte fotográ f/ca de<br />

Harry Shinke


8 Foz, 14/01/81<br />

Itaipu provoca pânico/ Policia esbofeteia D. Araci/ De que morreu D. Maria?<br />

Morte<br />

estranha<br />

na Santa<br />

Casa.<br />

ante de certas<br />

ocorrencias, muito frequen-<br />

's alias, não se sabe corn<br />

D que coerencia muitos hospitais<br />

no Brasil continuam corn<br />

o name de 'Santa Casa" As<br />

vi'udes que poderiam indicar a<br />

santidade dessas casas são muito<br />

raras, inclusive aqui em Foz<br />

do Iguacu.<br />

No Ultimo dia 2, Adelaide<br />

Bispo de Almeida internou sua<br />

esposa na Santa Casa Monsenhor<br />

Guitherme pois eta estava<br />

grávida e as dares do parto se faziam<br />

sentir. Eram 5 horas da manba<br />

0 marido precisava it ao<br />

trabalho, no Centro Social Urbano,<br />

entào deixou a esposa. Maria<br />

Oliveira de Almeida, interriada e<br />

ele toi ao CSU.<br />

Por volta do meio-dia. Adelaide<br />

Bispo teleforiou a Santa Casa<br />

para saber do estado da esposa.<br />

Recebeu a iritormação de<br />

que a parto aindo nâo se realizara<br />

mas que ludo estava bern<br />

corn a mulher Tranquilo, Adelaide<br />

voltou ao serviço a tarde. As<br />

trés horas ligou novamente para<br />

saber se a esposa estava bern e<br />

se a criança havia nascido Tudo<br />

continuava igual. Tudo estava<br />

bern. informaram da Santa Casa.<br />

As sets horas da tarde. a<br />

marido voltou do trabalho. Conversou<br />

corn a tuba e esta the disse<br />

que telefonara tazia pouco<br />

tempo desde a Prosdôcirno, onde<br />

trabatha, e recebera a noticia<br />

do nascimento normal da criança<br />

e que a mae e a I ilho passayam<br />

muito bem<br />

A partir dai, porém, houve<br />

uma sucessão de fatas que, se<br />

näo são claramente escandalosos,<br />

caracterizam, no minima,<br />

uma indesculpàvel irresponsabilidade<br />

par parte de furicionários<br />

e medicos da Santa Casa Mansenhor<br />

Guilherme.<br />

Bispo tomou tranquitamente<br />

seu banho, arrumou as documentos<br />

do INPS e for ao hospital.<br />

Eram entre oito e meia e nove<br />

horas da noite quando chegou<br />

Novamente the disserarn que a<br />

mae e a fitho estavam perteitamente<br />

bern.<br />

Ao mosirar a carteira do<br />

INPS, Bispo constatou que esta-<br />

Va vencida ha dois dias. Foi entao<br />

aconselhado a it revatidar o<br />

documento. Ele, porém, insistia<br />

em querer conversar corn a<br />

esposa. Foi impedido peremptoriamente<br />

sob a alegação de quo<br />

aquele não era horário para visitas<br />

a doentes. Em todo caso.<br />

pensou Bispo, se está tudo bern<br />

não ha par que se preocupar, e<br />

voltau para casa.<br />

Ao chegar a sua casa, Bispa<br />

foi surpreendido pela fisionomia<br />

tensa dos filhos e de urn vizinba<br />

que the trouxera a noticia<br />

ouvida peto radio informan<br />

do que dana Maria Oliveira de Almeida<br />

talecera na Santa Casa.<br />

Para arnenizar a chaque, a vizinho<br />

apenas alertou a marido da<br />

vitima de que era para ete it ao<br />

hospital pois a esposa deveria<br />

estar passando mat. A verdade,<br />

porém, era que a radio not iciara<br />

o 'talecimento' da paciente<br />

lncrédulo. Bispo telefonou a<br />

Santa Casa e recebeu a trágica<br />

naticia secamente: "Infelizmente,<br />

sua esposa teve urn problema<br />

e faleceu' As explicaçoes erarn<br />

desnecessàrias a essas alturas<br />

Bispo foi ac nospital e de la satu<br />

9<br />

Mais uma<br />

aprontada<br />

da policia<br />

s macs tratos dispensados<br />

por certos policiais não se<br />

lirnitam apenas as pessoas<br />

O de sexo mascutino. Araci de<br />

Barros Fagundes que a diga. Eta<br />

0. Araci: 0 cara me pegou pela<br />

garganta e me deu dois tapas.<br />

Esta senhora<br />

morreu na Santa<br />

Casa. Falta de<br />

cuidado?<br />

Esta famfila perdeu a mae estupidamente na<br />

Sta. Casa.<br />

corn o cadaver ae sua esposa. d tra patha no SF0 (Servico de Pro-<br />

criança em perfeito estado de teçâo ao Crédilo) na ACIFI, e ao<br />

saUde e urn atestado de ôb'to chegar em casa soube que as<br />

que apontava uma hemorragia crianças andararn brigando cam<br />

aguda e uma "rutura' (patavra as do vizinho, que resotveu dar<br />

nexistente no lexica portugués) queixa na Detegacia<br />

uterina cam choque hipovolémi- Per voila das 7 horas da notco<br />

coma causa mortis<br />

te, a poticia bateu na casa de<br />

'Eu acho que lot talta de Araci e intimou-a a comparecer<br />

cuidada. arrisca-se a denunciar na Delegacia.<br />

Adelaide Bispo de Airneida. Sua - Eu perguntei a etes se<br />

suSpeita de irrespansabilidade. eles tinham algurna ordem do<br />

desleixo ou pura incompeténcia juiz, e eles disseram que bra a<br />

ao medico se fundamenta no lo- justamente 0 JUIZ que mandou<br />

go de mintiras em que 0 fizerarn resolver a problema<br />

circular antes de the contar a A policia levou a mulher e<br />

verdade sabre o estado da espo- mais duas meninas (urna de 12 e<br />

sa "0 caso é muito triste. Foi outra de 14 anos).<br />

urn choque muita grande do qual - La na Policia eles anota-<br />

ainda não me recuperei" - con- ram a meu name e a das meni-<br />

$essa a marido da vitima corn nas. Tinha urn cara jogando do-<br />

claras indicaq6es de revatta e minô e perguntou a que houve.<br />

profunda mágda Ete não é Ca- Eu respondi que forbronca de<br />

paz de ver Clue recurso movi- criança Mesmo assim eles iriam<br />

mentar para apurar responsabili- botar nôs na cadeia, disseram<br />

dades par essa matte mat expli- Pedi para que chamassem meu<br />

cada Em sua simplicidade e pa- advogado e ele respondeu:<br />

breza: Bispo acha que deve acio- - - Clue advagado. coisa nenar<br />

a hospital na JustiCa, sern ter nhurna. Autoridade aqui sou eu<br />

clareza sabre coma proceder. es- Dal eu perguntei para elese<br />

pecialmente em vista de sua fat- par lei eu tinha direito a pedir urn<br />

la de recursos<br />

advogado.<br />

No atestado de Obita aa - Näo tern, não A let aqui<br />

mae e na ticha do bebé. que esta sou eu<br />

agora aos cuidados da cunhada - Eu insisti em chamar urn<br />

do viüvo. constarn as assinatu- advogado e ele me agarrou pela<br />

ras dos doutores Roberto Fava garganta e me deu dais tapas na<br />

(obstetra) e Osrnar Esculàpio. cara. As menimas se agarraram<br />

mas Adelaide Bispo sequer sabe em mim e começararn a chorar.<br />

quat dos medicos da Santa Casa e ele separou nôs corn violento<br />

t0, a respansávet polo parto da empurrào<br />

esposa Ele não se avistou cam As duas meninas foram<br />

nenhum medico. nem corn a es- trancafiadas numa cela e a mupasa<br />

desde a momenta em que a lher em outra. Mars tarde outro<br />

nternou ate recebé-la malta elemento toi falar corn Araci.<br />

Desse modo grotesca. - Aquele parecia exercer<br />

Maria Oliveira de Almeida deixa atgum cargo de chefia. Convercorn<br />

a mardo 1 I itha rnaior de SOu corn nôs e colocau-nos nu-<br />

dade e 7 rnenores A Santa Cama cela dizendo que no dia sesa.<br />

par sua vez, perde mais atguinte estariamos em liberdade.<br />

n Otivas para cr1 inuai No autro dia perguntaram se eu<br />

tinha famitia para mandar avisar<br />

Fatei para cornunicar a minha ti-<br />

Ida que, par sua vez, avisou a advagado.<br />

Par volta das 9 horas etc<br />

chegou e então tamas liberialas<br />

ERSEGUIcAO DO CABO<br />

D Arac reside na Vita Miacredita<br />

que sua detencão<br />

em atgurna relação corn as per-<br />

'-.egucôes que uttimarnente vern<br />

entrentando par pane de urn tai<br />

de Cãndido<br />

-- E urn elemento clue ha<br />

inos vern me perseguindo Coma<br />

sai,i separada do meu marido<br />

n-a mars de seis anos, esse hamem<br />

vern me aparrinhando a vicia<br />

ha muito tempo Acho que e<br />

:orque eu nunca der confiança<br />

nara etc Ha tempos atlas etc anou<br />

espathando que if ia me War<br />

cia vita porque 1a em casa era<br />

uma zoninha pis chegava carra<br />

a tada hara. E 16gico que vem<br />

carro corn frequência, rnas são<br />

pessoas de bern. genie aue treluenta<br />

minha casa coma quatiiier<br />

casa dc familia Nào e i-<br />

• urn reCeOer a visita ue amigos<br />

casri S'' i -<br />

Itaipu causa<br />

ios darmirihacos -<br />

fl{i do casa dos editores<br />

A:r L:SSO <strong>Tempo</strong> - foram<br />

do corn urn trernendo<br />

que estavarn acorda<br />

o trabaihando ou vadiando<br />

ai tambCrn tremeram e espedram<br />

Clue caisse at ,gum Iio(o na<br />

:abeca ou se abnisse uma fenda<br />

co Chao para Os engoli<br />

Urn sonora estrorido fez a<br />

papuiaçàa de Foz do Iguaqu recordar<br />

imediatamente a Sul da<br />

ltalia, onde em dezembro cidades<br />

inteiras ruiram sob a rugir<br />

grave de urn terremato dos mais<br />

catastrôticos da histônia<br />

Reairnente, a terra, as casas<br />

e as camas estremecerarn<br />

em Foz na segunda-teira da Semana<br />

passada 0 ronco forte,<br />

prof undo e pratangado sugeriu,<br />

rnesrna a pessaas aue jä presenciaram<br />

tremores de terra, tratarse<br />

de urn fenômena dessa natureza<br />

Houve quem tug isse para a<br />

rua para se (ivrar dos tetos e te-<br />

Ihadas que estarairn na iminCncia<br />

de desabar sabre suas<br />

cabecas Macs carreram em<br />

busca de seus tthos nos berços<br />

para salva-tas das vialéncias vomitadas<br />

das protundezas da terra<br />

Vidraceiras e pedreiros sentram<br />

que se aproximava a momenta<br />

de ticarern nicos recons-<br />

Iruindo casas e prédios darriticados<br />

Nao fattaram Os que previiam<br />

a suspensào das obras da<br />

ltaipu au a necessidade de demotir<br />

as cliques ja canstruidas,<br />

pois teriarn rachado e nãa apresenlariarn<br />

rnais segurança Os<br />

mais paranôicas sentirarn que<br />

estava inviabitizada a usina, pois<br />

a tormaçàa de urna represa em<br />

regiOes suscetiveis a abatos sisrnrcos<br />

representa urn verdadeira<br />

Suicidio<br />

Os que 1 a leram a respeito<br />

de aiertas teitas par geô)ogos<br />

respeitados sabre a possibilidade<br />

de ocorréncias dessa natureza<br />

apos represado a (ago de tatpu<br />

- per igo real - sent ram-se<br />

ativiados. Eles ponderararn Já<br />

pensou se acontecesse esse tremor<br />

depois de lechada a rere-<br />

As pessoas corn a sangue<br />

urn pouco mais trio e as nervos<br />

sob cantraie atnibuirarn logo a<br />

vrotento sacudao a exptosôes<br />

rias obras de ltarpu Os outros.<br />

porérn, nãa se acalmararn utilizando-se<br />

desse raciacinio As<br />

obras de escavacãa foram conciuldas<br />

ha muito tempo e Itaipu<br />

rião poderia estar detonarido petardos<br />

cam tat dose de viaténcic<br />

Quer dizer: ludo conduza a<br />

ctusao da acorrénica de un<br />

remato<br />

A não repeticão irnediata c.<br />

ronco e do estrernecirnenta 1.<br />

nada servu para desarruviar<br />

l aces tensas da poputaçãa. T:<br />

Gus sabem quo urn grande lei emoto<br />

se taz anuncrar po t aIgun<br />

rienares, e isso criou as mais te-<br />

111c'I'l previcOec nas fohas to<br />

Dow<br />

ITAIPU ESCLARECE<br />

Par sarte o que aconteceu<br />

não foi nada do que passou pe<br />

cabeca da poputação. Atgurnas<br />

horas depois do acontecida, as<br />

inquietacdes foram levadas aos<br />

funcionàrios da Itaipu - a verdadeira<br />

responsàvet peto susta<br />

pregada na cidade. Quando tal-<br />

Pu percebeu as rumores que<br />

corniam, apressau-se em ernitir<br />

um nata ao püblica explicando a<br />

que se passara "Itaipu esctarecc<br />

aa PUblico' - era a tituto de<br />

nata emtda peta Assessonia d'<br />

panico<br />

ReiaçOes Puh;cas, avida par ver<br />

as esctarecirnentos divulgados<br />

insistentemente pelas radios e<br />

jarnais da cidade. e assim tranquilizar<br />

a população<br />

Dizra a nata: "Corn<br />

reteréncia a exptosOes ocorridas<br />

no dia de hoje (6I01I81)a Itaipu<br />

Binacional comunica tratar-se<br />

de material explosivo que estava<br />

em processo de deterioração e<br />

que, par rnedida de segurança,<br />

estsendo destruido por detonação<br />

ao at livre, razão do maior<br />

destacamento dear<br />

"Trata-se dc detonacao<br />

controlada, absotutamente normai,<br />

que deverá set repetida durante<br />

dais ou trés dias".<br />

Se a esclarecimento bastou<br />

para elirninar a medo de terrematas,<br />

não serviu para tirar tada<br />

o medo entre a populaçâo. A<br />

promessa de que as explasOes<br />

se repetiriam nos dias seguintes<br />

continuaram a intranquitizar as<br />

pessoas As detanacôes foram<br />

tao viatentas que rnuitas terniam<br />

algurn dana em suas casas pais<br />

paderiam danificar vidraças e<br />

autras caisas. As exptasOes<br />

ocorreram nos dias subsequentes,<br />

mas nãa h6 naticias de que<br />

tenham causado algum dana<br />

alérn da alteraçãa na pulsação<br />

dos coraçôes menos tranquilos.<br />

Meihor assim. Mas e de<br />

perguntar sabre a quantidade de<br />

explasivos que estavam se dderiorando<br />

e par que estavam nessa<br />

candicao. Itaipu nãa quis revelar<br />

a quantidade de explosivos<br />

que estava joganda aos ares mutitmente<br />

- apenas para so tivrar<br />

de urn entutho incôrnodo.<br />

Desse moda. ltaipu não<br />

poderâ rnais esconder urn desperdicio<br />

tao barnbástico. Pela<br />

ruida das exptosOes restam paucas<br />

düvidas sobre a quanlidade<br />

enorme de material dissipada<br />

nessa operação.<br />

0 que se pode pensar cam<br />

segurança é Clue esses exptosivos<br />

foram adquiridos em quanlidades<br />

abusivas e descriteriosas<br />

no tempo em que se reatizavarn<br />

as abras de abertura do canal de<br />

desvio do Rio Parana . Corno sobraram.<br />

essas tanetadas de dmamite<br />

tarani simptesmente destruidas<br />

E certo que ttaipu não<br />

vai clan a conhecer suas dissipaçOes,<br />

mas so desta vez atguns<br />

macos de "barôes' foram junta<br />

cam a pôtvora acts ares do reino<br />

da hndrelétnica binacional.<br />

Nào ha dtividas. ttaipu é<br />

maioi em ludo- Em tarnanha, em<br />

gastos e em desperdicias.<br />

Mas iido hem 0 povo pa


Foz. 14/01i81<br />

Fome, suicidios, atropelamentos: os altos indices de mortalidade em Foz.<br />

85 C IANCAS<br />

MORRE A P4 DE FOME<br />

DURANTE 0 LTIMO ANO<br />

A tome esth matanrlo em Foz do lguaçu. Somente OS<br />

óbitos registrados no Cartório<br />

apontam 85 crianças quemorreram por desn utrição.<br />

Nürnero de natimortos<br />

118<br />

NUrnero de ôbitos (menores de urn ano de idade) 244<br />

NUmero de óbitos por desnutrição<br />

164 MORTES<br />

VIOLENTA EM 1980<br />

As cit ras abaixo representam o nürnero de mortes violentas ocorridas<br />

durante 0 ano de 1980, que passaram pelo Instituto Medico Legal da 16 SDP.<br />

Dados estarrecedores, principalmente acidentes de trãnsito e<br />

atropelamentos (66). Acidentes de trabaiho (21)-metade das mortes<br />

aconteceram no canteiro de obras da Itaipu.<br />

Acidentes de trabaiho<br />

Atropelados<br />

Esfaqueados<br />

Out ros homicidios<br />

Queimados<br />

Ingestão de veneno<br />

Acidentes de trânsito<br />

Baleados<br />

Afogados<br />

De frio<br />

Enforcamento (suicirdio)<br />

21<br />

40<br />

19<br />

04<br />

02<br />

2<br />

26<br />

35<br />

11<br />

02<br />

02


10 Foz, 14/01/81<br />

Delegação foi ao Rio e voltou otimista: Centro vai sair<br />

ii.<br />

EMBRATUR AO<br />

SI M' AO CENTRO<br />

DE CONVEN OES<br />

Are-<br />

. .-1<br />

Delegação em busca<br />

2.1<br />

-4G<br />

• .-<br />

.-. •AIr!;<br />

a I Ii<br />

___<br />

p,<br />

do dinheiro da Embratur.<br />

1<br />

1<br />

:<br />

vt5f4p<br />

Am<br />

taF'<br />

(<br />

11111111111101111111— VW on<br />

Foz do Iguaçu venceu. Embratur custeará 50% da<br />

construção do Centro de Convençöes.<br />

A'<br />

paratosa ae l egai;ao de<br />

i.'ortdades e empresários<br />

'quacuenses. que toi ao Rio<br />

Janeiro la sernana pasa<br />

se avistar corn o presiuene<br />

da Embratur, voitou otimista<br />

Nada menos de 9 pessoas<br />

Junta ram-se no Rio a maioutras<br />

15 procedentes de Curitiba, São<br />

Paulo e do prôprio Rio de Janei-<br />

To<br />

Para ter urrra conversa corn<br />

Miguel Colassuono embarcaram<br />

no Aeroporto internacional de<br />

Foz do lguacu o prefeito Clôvis<br />

(unha Vianna, 0 presidente da<br />

(L:ornpanhia de Melhoramentos<br />

Cat aratas do lguaçu. Sergio Lo-<br />

.ato Machado, o empresãrio<br />

Ozires Santos, Wadis<br />

Benvenutti presidente da ACt Fl<br />

Alberto Koelbi, vereador. Jütio<br />

César Gomes de Oliveira, presidente<br />

do Sindicato dos Hotéis e<br />

Sirnilares de Foz do lguacu. José<br />

Bento Vidal. presidenle do Conselhp<br />

de Adrninistraçao da Cia.<br />

de Methorarnentos. Newton Paodi,<br />

presidente do Conseiho Fiscal<br />

da entidade e Xenotonte Vil-<br />

'anueva, ernpresario<br />

Ao todo reuniram-se corn<br />

Colassuono 25 componetes da<br />

comitiva que foi buscar uma dotinição<br />

sobre a participação da<br />

Empresa Brasileira de Turismo<br />

na construGào do Centro de ConvençOes<br />

de Foz do Iguacu. Chefeiou<br />

a delegaçào o secretário<br />

da tndustria e do Cornércio do<br />

Paranà, F Fernando Fontana.<br />

que chegou ao Rio procedente<br />

de Lima. Peru. no rnesrno dia da<br />

eunião.<br />

Toda essa ostentação pode<br />

purecer supérflua, rnas na concnpçâo<br />

dos ernpresârios e das<br />

iiiloridades presentes a reunião<br />

exagero do contingente tica<br />

rninimizado pete éxito obtido•<br />

Evidenternente. Miguel Coi:suono<br />

não iria receber mal a<br />

una delegacão tao nurnerosa e<br />

-oJesentativa, mesmo porque<br />

cna convidada por ele. E as boas<br />

olicias tornecidas pot<br />

:assuono aos interessados no<br />

loot ro do ConvencOes de modo<br />

um poderiam set negativas.<br />

So fossem. o presidente podia<br />

Iransmitido as informaQ6es<br />

teletone ou através de uma<br />

dirihada noH a irnprensa. coe<br />

de coct ltne<br />

Os empresários e as wtoridades<br />

mobilizadas na<br />

construcao do Centro de Conven<br />

çOes em Foz ha muito estavam<br />

impacientes corn a falta de definlçOes<br />

da Embratur corn relação<br />

a oarticipaçao daquela empresa<br />

corn 50% dos custos da obra<br />

projetada. conforme promessa<br />

eita aos ideatizadores do projeto<br />

Fi precisamente para garantir<br />

essa participação que Colassuono<br />

convocou ao seu gabinete<br />

no Rio urn nümero tao espathafatoso<br />

de personalidades.<br />

Ao sirnplismo dessa definicoo,<br />

a Embratur linha ainda urn<br />

unto a discutir sobre a obra:<br />

Seu t3aratearnento 0 Gusto esti-<br />

'udo, em valores atuais. de 500<br />

r ftrOes de cruzeiroS, deve set<br />

iteado. no entender de Mi-<br />

ge Lcassuorio.<br />

Na reunião realizada no Rio<br />

as 15h30 do ültimo dra 6, o arquiteto<br />

Joel Ramaiho, de Curitiba,<br />

quo elaborou o projeto do Centro,<br />

ficou encarregado de apresentar<br />

urna remodelacão capaz<br />

de dirninuir Os custos da obra.<br />

Seu trabaiho será avaliado em<br />

Foz do lguacu nos dias 10, 11 e<br />

12 de fevereiro prôxirno, ocasio<br />

em que Miguel Colassuono promete<br />

estar na cidade.<br />

Colassuono explicou acomitiva<br />

que sua proposta de buscar<br />

alternativas mais econômicas<br />

decorrem da gravidade da<br />

crise econômrca brasiteira e,<br />

contorme relato fieto ao <strong>Nosso</strong><br />

<strong>Tempo</strong> pot Sergio Lobato Machado.<br />

0 arquiteto Joel Ramaiho,<br />

contratado pelo governador Ney<br />

Braga para a etaboraçâo do projeto<br />

em questão. acha possivel<br />

reduzir sign ificativamente 0 custo<br />

da obra.<br />

PART ICI PAçA0 VITAL<br />

A idéra da construçäo de<br />

urn Centro do Convencoes em<br />

Foz surgiu ainda em 1973, na<br />

Empresa Paranaense de Turismo<br />

(Paranatur), considerada<br />

viável pela empresa consultora,<br />

PLANJETO - Ptanejarnento e<br />

Projeto Ltda. 0 piano apresentado<br />

pela PLANJETO for aprovado<br />

pela Secretária da lndUstria e do<br />

Comércio do Paranâ, que mediatamenle<br />

fez sentir a necessidade<br />

da criação de urn orgão em<br />

Foz do Iguaçu quo assumisse 0<br />

empreendimento.<br />

Osvaldo Darnião, Santo Salvatti<br />

o Jucundino Furtado ernpenharam-se<br />

o criaram a Campanha<br />

de Meihoramentos Cataratas<br />

do tguaçu S. A. em 1975, registrada<br />

na Junta Comercial do<br />

Paraná corn urn capital social de<br />

30 milhOes de cruzeiros, corrigido<br />

em 1979 para 39 milhOes e<br />

225 mil cruzeiros.<br />

o ante-projeto do Centro foi<br />

elaborado em 1980, em Curitiba.<br />

financiado pelo Governo do Estado,<br />

através do IPPUC polo escritório<br />

Ramalho/Oba/Arquitetos.<br />

Previu-se urna area construida<br />

de 1.500 m2, que abrigará<br />

uma auditório para 1.500 lugares<br />

corn todas as dependén-<br />

Gras auxiliares, dois auditôrios<br />

para 260 ugares: quatro salas<br />

de reuniOes para 100 lugares e<br />

sete salas de reunuOes para 50<br />

tugares, além de areas para lanchonete<br />

e restaurante, posto<br />

medico, dependéncias adminis-<br />

Irativas e 14 lojas. Na parte externa<br />

foram previstas areas de<br />

estacionamento, vias do acesso<br />

o completo projeto paisagistico.<br />

Os 500 rnilhOes do cruzelros<br />

orçados na época da elaboração<br />

desse projeto ficararn<br />

para set integralizados nas Seguintes<br />

proporçôes 250 mithOes<br />

peta Embratur, 75 milhOes pela<br />

Paranatur, 45 milriOes pela Prefeitura<br />

de Foz do Iguaçu e Os<br />

restantos 130 mulhOes pela niciativa<br />

privada.<br />

Como se ye. participação da<br />

Embratur é vita! Se esta se reu-<br />

Casa de Umbanda<br />

Joana Darc<br />

Artigos Religiosos de Umbanda e<br />

Candomhé. Pembas, Defumadores, Patuas, Imagens,<br />

Fluidos Agldares, Livros e Discos em Geral<br />

FERRO PARA ASSENTAMENTO<br />

DE ORIXA, EXU, ETC...<br />

TravessaB, 1118<br />

(Fundos da Est. Rodoviària) Fone: 73-5975 - Foz do Iguacu - Pr.


Foz, 14/01181<br />

rasse üsttia inviaoiiizada<br />

obra Justifica-se, assim, o u;-_i<br />

nismo da delegacão na volata Co<br />

Rio de Janeiro, viagern da qual<br />

velo a decisão daquela empresei<br />

em assurnir o compromisso<br />

REUNIAO SEM PROMESSAS<br />

Sergio Lobato Machado,<br />

par ser presidente da Cia. de Me-<br />

IhoramentoS Cataratas do Iguaçu<br />

S. A. e, talvez. por set 0 ma 101<br />

entusiasta do projeto, era o mais<br />

esfusiante. Corn o alivio de quem<br />

ganhou urn bataiha, Lobato nao<br />

poupou palavras para distribu;r<br />

méritos entre as pessoas e entdades<br />

de Foz do lguacu e de outras<br />

partes. Lembrou que 'essa<br />

vitoria se deve ao brio corn que<br />

se empenharam a Prefeitura Municipal,<br />

Cãmara de Vereadores,<br />

imprensa, clubes de serviço. politicos,<br />

Federacào Nacional de<br />

Hotels, Federaçäo Nacional de<br />

Agendas de Viagem.<br />

governador Nev Braoa. etc.<br />

Sobre a utilidade do Centro<br />

de Convencães. ernpresàrios e<br />

autoridades são generosos em<br />

previsOes. Prevêem a realizacão<br />

de convençOes nacionais e internacionais,<br />

palestras, encontros<br />

de toda natureza, tao logo a obra<br />

esteja concluida. 'Ainda agora<br />

- conta Lobato - quando não<br />

sabemos a época em que as<br />

obras serão inidiadas, jã fomos<br />

corisultados pela Shell do Brasil,<br />

Texaco, Lions Inlernacional, Rotary<br />

Internacional sobre a época<br />

de conclusão do Centro, pois esses<br />

ôrgãos estão vivamente interessados<br />

em realizar suas convencOe<br />

em Foz do luaçu" Recenternente,<br />

a Confederaçao<br />

Brasileira das AssociaçOes Comercials<br />

reatizou urna COn<br />

vencão no Rio de Janeiro corn a<br />

presenqa de 8 mil pessoas. Se<br />

Foz do lguaqu dispusesse de urn<br />

local capaz de abrigar esse nümero<br />

de pessoas. aquele encontro<br />

teria sido realizado riesta<br />

cidade.<br />

Os entraves para a construcào<br />

do Centro estäo sendo removidos<br />

adequadamente. A ülti<br />

ma dUvida que ainda pairava na<br />

cabeca de Miguel Colassuono<br />

era sotire a força dos ernpresãrios<br />

iguacuenses. Ele chegou<br />

mesmo a por essa subestirnação<br />

as claras na recepcão que concedeu<br />

no ültimo dia 6, ao que<br />

Ozires Santos, urn dos ernpresários<br />

iguaçuenses preSentes, respondeu<br />

corn garantia de que 0<br />

ernpresariado cumprirã corn sua<br />

parte, recorrerido a ampliacão<br />

do quadro social da Companhia<br />

se necessário.<br />

Desse modo, pane das trevas.<br />

que se tormam a medida em<br />

que as obras de Itaipu acenam<br />

em despedida van se dissipan-<br />

Acifi quer major atenção da Embratur para corn Foz do Iguaçu<br />

F0Z_ MERECE MAIS ATENçA0<br />

Por ocasiao da Ida ao HI0<br />

para a audiência corn o<br />

presidente da Embratur,<br />

Miguel Colassuono, Wadis<br />

Ben venutti entregou àquela<br />

autoridade o of icio de nümero<br />

141180-82., em que reclama<br />

uma atenção major do órgão<br />

máximo do turismo nacional<br />

para corn as potencialidades e<br />

necessidades de Foz do<br />

lguaçu. Alguns trechos da<br />

carta do presidente da<br />

Acifi a Colassuono:<br />

!C2 do /guoçu a so acresenia<br />

hole coma a 2 polo fur/sf/co<br />

e o 40 pargue hotoleiro do<br />

Brasil "Mu/to ainda ta/ta para con<br />

so//dat Foz do lguaçu coma uma<br />

cidade vordadeiramente turistica,<br />

desdo meihores condiçOes<br />

de atend/mento ao turisfa, atravd.s<br />

do material humano me/hot<br />

qualificado, atravds de cursos<br />

(não temos conhecimento de<br />

que a Embratur tenha prornovido<br />

a/gum em Foz), ou afravds de urn<br />

hotel-restaurante-esco/a. Carece<br />

nossa c/dade de areas do lazer:<br />

museu do Parque me/hor equipado<br />

e corn acervo mats at raente;<br />

Par que Nacional me/hot uti/izado<br />

turisI/camente sem corn prometer<br />

a ecologia e o me/a ambiente<br />

(e isso d possive/), ate<br />

corrstrução de equipamentos de<br />

apolo /ndispensáve/ ao turismo.<br />

como principalmente um contra<br />

do convençOes".<br />

"Jä se av/zinha o term/no<br />

da constru cáo da Us/na de ha/pu<br />

e uma compreensi vol preocupacáo<br />

toma conta das l/deranças<br />

'Foz do lguacu d uma C/dade<br />

eminontemen(e turistica em<br />

quo a tur/smo d sua voca cáo natural'.<br />

Veja, ilustre professor Miguel<br />

Colassuono. a imporiáncia<br />

de vossa pessoa corn re/a cáo ao<br />

futuro náo apenas de urn pOlo furls//co<br />

mas, acima de tudo, do<br />

urna população quo vive e<br />

depende basicamente do furlsmo.<br />

Alguma coisa precisa set<br />

fe/ta. Ma/or atençäo dove sot dod,cada<br />

a Foi do /auacu F. den-<br />

re rods as Moist eras e<br />

Os orgãos federais, a Embratur C<br />

o que deveria for ma/or intimidado<br />

corn nossos prob/emas. de<br />

uma c/dade essencia/menfe lutist/ca<br />

Ficamos tristes aid, ao<br />

vermos quo vosso Orgào não tern<br />

essa mum/dade conosco. sequer<br />

uma represenla cáo local'•.<br />

Coma i-emvmndmcaçáo da A<br />

sociaçäo Comercia/ e lndusina:<br />

de Foz do lguacu. quo de a/gum a<br />

forma represenia a CornCrcio<br />

mndusirma. hotelaro C empresas<br />

de prestacao do serviços, pedimos<br />

yen/a para destac,r a/giin.s<br />

'lens que consicIeiat'o, o<br />

impo, tánci<br />

1. Total apolo a C/a Memoramentos<br />

Cafaratas do /guaçu,<br />

da qual pela ala de constitu/çäo<br />

a Embra fur tern ox pros/va parf,c<br />

pa cáo ac/onár/a. pordm. ainda<br />

náo formal/zou atravds da subscr/cáo<br />

formal das açOes que Th'<br />

cabe. e, apOs a subscrmção, a.<br />

car mobs f/nanceiros para a a<br />

togra cáo o ma/s breve possive:<br />

f/rn de prop/c/ar, /untamen:o<br />

corn os dernais acionistas, cond/çc5es<br />

para que so construa urgentomonto<br />

o CENTRO DE CONvENcOEs<br />

DE FOZ DO lGuAcu.<br />

Vale o alerta quo, em Cu/dad<br />

Pres/dene Stroessner a rede de<br />

Hold/s Sheraton la mnmc,ou a<br />

constru cáo de urn hotel, dotado<br />

inclusive do Centro de Con yencOos.<br />

Não set/a born para a<br />

Brasil que con gressos e convoncOos<br />

de ent/dades ou empresas<br />

bras/le/ras fossom tea 1/zadas Ia,<br />

p0/s /sso, a/em de forir nosso orgo/ho,<br />

evadra enorries divisas<br />

Apoio da EMBATUR<br />

ala yes de expediento ao Minis-<br />

1e1 '0 dos Transpories, ao Ministerio<br />

da Aeronaut/ca e INFRAE-<br />

RO, gest/onando o aumento de<br />

pista do Aeroporto Internac/onal<br />

de Foz do lguacu para possibmlitar<br />

pouso e deco/a gem do aeronaves<br />

do mamor Porte coma Dc-<br />

70. Booing 747 e outras, consi i-<br />

I um'ndo-se aqu/ urn ponto nas esca/as<br />

internac/onams das grandes<br />

companhias quo hole. e ma/s<br />

amnda no futuro proximo, uti//zarão<br />

aviOes de grando capac/ade<br />

de carga e/ou passageiros, afmm<br />

do reduzir custos operacionais.<br />

3. lnsta!açao do urn escritOrio<br />

do ropresenta cáo em Foz do<br />

Iguacu, a f/rn de dar ma/or ass/s<br />

tdncia ao uurmsmo, especialmento<br />

aos lat/no-americanos quo<br />

vdrn atd.nossa c/dade e mu/las<br />

'.'ezes so náo percorrom outros<br />

pontos turist/cos, por total desconhec/mento<br />

das facilmdades do<br />

acesso e ate mesmo desconhecimento<br />

da ex/sidncia dos locais<br />

de atraçäo wrist/ca do interior e<br />

das capitams brasm/eiras.<br />

4. Apoio a cr/a cáo de<br />

ho(e!/restauranto-esco!a para<br />

(remnamenlo do mao de obra,<br />

atravds de expedentes do aco'c<br />

do SENAC onCe in exisuern estu-<br />

/.<br />

I'-<br />

I-i<br />

WAM<br />

dos e so/cia coos a respeito.<br />

Amnda no carnpo cia rnoThor/a da<br />

mao de obra, sol/citamos o apoio<br />

da EMBRA TUR junto ao MEC, no<br />

sent/do do apressar a cria cáo da<br />

Facu/dade do Tur/smo e Hole-<br />

/aria, cujo pod/do já es/a em andamento<br />

e quo funcionará junto<br />

a Faculciade de Cidnc/as Socmais<br />

Ap/icadas, -nan(/da pela Fondacáo<br />

Educaciona! de Foz do Iguaçu.<br />

5. Apomo a ct/a cáo da "Area<br />

de Livro Corndrc/o do Produtos<br />

Brasmle/ros", atraves do env/o de<br />

exped/onte para as Minister/os<br />

Ca Area EconOrnica, const/tuindo-se<br />

esta alterna i/va fonte geradora<br />

do mao do obra, observando<br />

o rernanescente de Ira/pu,<br />

corn o mncrornonio Ca at/v/dade<br />

terciárma do rnunmcipio, e. ao<br />

mosmo tempo. apo/o indmspensáye!<br />

ao tur/srno. 0 tuturo de Foz<br />

do lguacu dopenderá do crescimento<br />

e meihora das at,yidades<br />

'ca e sosercaf -<br />

Dr. Adoipho<br />

Mariano<br />

da Costa<br />

Advocacia em geral<br />

Rua Minas Gerais, 1699<br />

Medianeira.<br />

Dr. Jose'<br />

Antonio<br />

Fonseca<br />

geral<br />

Advocacia<br />

e trabaihista<br />

em<br />

Fone<br />

Rua<br />

64-1948<br />

Rio Branco<br />

Medianeira<br />

sigma<br />

Projetos Elétricos Ltda.<br />

Pr ojetos<br />

elétricos em gem!,<br />

arqui tetOncos e hidrjIicos<br />

Wadis,<br />

rnt"atur<br />

atraindo a atençio d<br />

Edittcio Center Foz - Sala 111<br />

[<br />

74<br />

Borracharia corn máquina hidráulica/Especial para roda de magnésio.<br />

Alinhamento e balanceamento eletrônicolRegulagem de motor corn garántia<br />

de 3.000 KmlRetificalPintura/ChapeacãolConsertoS e instalaçöes elétricas em<br />

geral/Represent ante dos pneus Dunlop, Pirelli, Godd-Rich e Baterias Durex.<br />

Confie em quem Ihe oferece o mehor.<br />

Comércio Universal de Pneus Ltda.<br />

Exportadora Universal de Pneus e Baterias Ltda.<br />

Av. Jusc&ino Kubitschek, 1646 - (Em frente ao Bordin) - Foz do Iguacu - Pr.<br />

11


12 Foz, 14/01/81<br />

Eligio Ayala: leitura recomendada para latinoamericanos<br />

o empirismo<br />

ignorante<br />

dos<br />

politicos<br />

Poucos co'?nece;n Eligio<br />

Ayala. Mesmo no Paraguai, sua<br />

terra, ele tern seu nome nurna<br />

rua de Assunçao, a/guns<br />

estudiosos querendo ressuscirar<br />

sua memOria e o esforco do<br />

regime em manté-lo no<br />

esquecimento, Eligic, Ayala to,,<br />

eniretanto, urn dos ma/s lUcidos<br />

e dignos estadistas da America<br />

Latina. Ele governou o Paraguai<br />

de 1924 a 1929, dentro dos mats<br />

1/rn pos principios democráticos e<br />

corn viva consciéncia do que<br />

seja a part/a/pa cáo popular.<br />

Ao par de sua vida de<br />

politico e estadista, Ayala (0/ urn<br />

escritor de raras qualidades.<br />

Incompreensive/mente, sua obra<br />

está sendo desenterrada so<br />

agora - e este é urn born sinai<br />

para o povo paraguaio, que<br />

precisaria ter de volta Ayala.<br />

suas idéias e sua<br />

convicçâo democrática<br />

Ayala escreveu urn dia:<br />

"Outros escrevem para ensinar,<br />

Eu escrevo para aprender"<br />

No texto que segue, firado<br />

da obra "Migraciores ", ele<br />

mostra que de fato aprendeu,<br />

e, se aprendeu, tern condiçôes<br />

de enstriar. 0 mats interessante<br />

e que este texto. de 50 anos<br />

atrás, ma/s parece escrito sobre<br />

a realidade atual (paraguaia,<br />

brasileira, latinoari;ericafla,<br />

entim)<br />

Vale a pena let isto:<br />

ari labricar sasichas se requerem<br />

apticloes especiats;<br />

para ser legislador ou ministro<br />

no Paraguai o talento e<br />

Os conhecimentos são superfluos.<br />

A preparação, a honestidade,<br />

o carãter as vezes estorvam.<br />

Valem mais certas contorçôes e<br />

genuflexoes do corpo que vinte<br />

anos de estudos. que a decéncia<br />

e a probidade.<br />

Os que ocupam os postos<br />

püblicos crêem saber tudo, se<br />

julgam aptos para tudo; perdem<br />

a consciênciá da prOpria inaptidão.<br />

Não sabem que 'The<br />

science of power is forced to<br />

remember the power of<br />

science" ("a cléncia do poder é<br />

forçada a lembrar 0 poder da<br />

ciência" - Emerson). Os politicos<br />

paraguaios créem que basta patinar<br />

de urn posto a outro, de ministério<br />

a ministérlo a recolher<br />

as rendas que the são anexas<br />

para set estadistas.<br />

No Paraguai p y i brilhar<br />

corn reputaçOes falsa, oasta set<br />

deputado. senador ou ministro.<br />

Logo, é lôgico que a paixão dominante<br />

seja a de adquirir esses<br />

postos e conservá-Ios, e que para<br />

isso, em vez de esludar, de<br />

preparar-se e dignilicar-se, se<br />

adule, se intrigue ou se implore<br />

servilmente. Pot essa razão a<br />

maior parte dos que exercem Os<br />

elevados cargos politicos são os<br />

carreiristas petulantes. Todas as<br />

magistraturas tern sido profanadas<br />

pela inépcia mais franca e<br />

pela nulidade mals absoluta. Assirn<br />

se encheu o Parlamento e Os<br />

ministérios de aprendizes, que<br />

se Instroern corn seus caôticos e<br />

torpes ensaios legislativos.<br />

Tudo se faz ao azar. pelo tato,<br />

por inst into como nurn acesso<br />

de sonambulismo, tudo se reforma<br />

sem necessidade e nada se<br />

reforma do que e preciso reformat.<br />

Num mar flutuante de paixOes<br />

e apetites, sem principios<br />

diretores, sem sistemas, sern conhecimentos,<br />

a intervencao do<br />

Estado na esfera econômica<br />

tern-se convertido num oportunisrno<br />

de detalhe, de expediente,<br />

que libera a economia nacional<br />

ao capricho dos interesses pattioulares<br />

dopresente.<br />

Não ha sistema, nem piano,<br />

nem métodos, nem fins econômicos<br />

no governo Cada revolucão,<br />

cada novo ministro, rompe<br />

a continuidade, a coerência, o<br />

processo regular da politica econômica.<br />

Cada partido é como urn<br />

torvelinho de paixOes, de concupiscéncias<br />

de ideals e esperancas,<br />

que se eleva urn momento.<br />

gira sobre si mesmo, remove e<br />

alca os desperdicios politicos<br />

do arroio e de diSsipa. Nenhun<br />

partido cai pea metade. Cada<br />

rnudança de partido no governo<br />

desloca tudo o que toi feito ante<br />

riormente. A tradição, a corrente<br />

de atos sucessivos, continuos.<br />

progressistas. são impossiveis.<br />

Urn empirismo ignorante<br />

cria prémios para fornentar uma<br />

producão determinada e amanhã<br />

o decapila corn impostos<br />

proibitivos. Urna constante oscilação<br />

entre mil Sistemas. princpios<br />

e interesses contraditôrios,<br />

urna ligeireza pior que a barbárie<br />

tern estorvado a evolução natural<br />

da economia nacional, tern<br />

rnantido, pregadas, presas, suas<br />

energias<br />

0 tim politico é ocupar urn<br />

posto na administração püblica e<br />

a ünica preocupação no posto it<br />

conservar-se nele, aumentar o<br />

soldo e diminuir o trabaiho. Tudo<br />

Se subordina ao iriteresse proprio;<br />

o interesse pessoat é 0 supremo<br />

critério do bern e do mal,<br />

ele simula a ciéncia. 0 patriotismo,<br />

ludo, ao ponto de provo-<br />

ca , 0 iiesinteresse<br />

Dal surge urn ego smo mope<br />

que ye rivais em todos Os<br />

demais, urn caos politico onde<br />

todas as forças se estorvam, e<br />

uma anarquia que é a senda dos<br />

abismos. Todos desconfiam uns<br />

dos outros, se maldizeni, se caluniam.<br />

traern e se espiam: cada<br />

lingua e urn punhal aliado, urna<br />

tãrnina que fere Os coracOes e injeta<br />

neles a discórdia.<br />

Se odeiam corno concorrentes,<br />

porque cada urn não busca<br />

mais que marores vantagens<br />

na politica; se consideram como<br />

obstáculos ou instrurnentos, não<br />

se suportam senão quando urn é<br />

instrurnento do outro. São mimigos<br />

on cumplices.<br />

Säo incapazes de eevar a<br />

vista, de ver as grandes linhas,<br />

os horizontes distantes do porvir<br />

nacional. 0 ünico ideal são as<br />

vantagens externas, imediatas.<br />

materials,<br />

A cada urn parece que a<br />

mais ligeira fricção ao seu menor<br />

interesse pessoal desloca todo<br />

o Paraguai. As vantagens que<br />

aproveitam a outro, Ihe parecern<br />

que são uma usurpacão do bern<br />

prOprio. Dai as loucas disputas<br />

politicas, a embriaguez das paixOes,<br />

a eterna recriminaçao rnütua<br />

dos politicos. dos partidos<br />

politicos.<br />

A adesão aos principios politicos.<br />

0 companheirismo. a consequéncia<br />

political, 0 decoro pessoal,<br />

as obrigaçOes comuns se<br />

desvanecorn ante o exclusivo interesse<br />

de adquirir e conservar o<br />

p0510.<br />

A lraiçao, a perfidia. o corn-<br />

P16, a abjecao são rneios licitos<br />

Segundo os sofisrnas do prejuizo<br />

imperante<br />

Nern a perversidade, nern a<br />

irnpudicicia, nem a caudicação.<br />

nem o crime tern sido obstáculo<br />

para fazer ':.carre ir a ' - politica no<br />

Paraguai Para escapar ao castigo<br />

tern bastado agravar a falta<br />

O tim justifica Os rneios, o Oxito<br />

legitima ludo. Dai a idolatria do<br />

êxitO politico.<br />

Nào se reSpeita o menlo,<br />

não se despreza o vicio, finguém<br />

se indigna sinceramente<br />

contra a injustiça, ninguéni é justo<br />

Os culpados perdem a cons-ciéncia<br />

de suas faltas, Os ho.rnens<br />

virtuosos. o pudor, e os<br />

partidos, sua nobreza. Bons e<br />

maus em cada partido<br />

vivem em urna camaradagem hipôcrita,<br />

sem sincenidade, sern<br />

confiança recoroca, sern g'at<br />

Ayala: "Os que ocupam postos<br />

pUblicos perdem a consciência<br />

de sua inaptidão".<br />

reSse os divide e osufle e reconcilia<br />

sucessivamenle. Os mimigos<br />

de ontem conspiram juntos.<br />

os amigos do hole vencerão<br />

amanhã. Em vez de partidos se<br />

torrnam circutos esporàdicos e<br />

convulsivos de pequenos ambiciosos<br />

Nenhuma sancão as nobres<br />

depravaçOes, nenhum estimulo<br />

a decéncia em polilica. Ninguérn<br />

sente 0 remorso de haver trado<br />

urn principmo nobre, uma aspiracão<br />

generosa.<br />

Todos fazern soar a grossa<br />

corda da honra, do desinteresse,<br />

do patriot isrno, da razão de Estado,<br />

da pàtria, declamam corn<br />

gesto altivo, arrogante, as max;mas<br />

al!issonanles. num iargao<br />

ped;ir'<br />

E nesse Iaboratôrio de palavras<br />

sonoras não ha sinceridade<br />

nem modéstra<br />

Quando se exarniria seu signiticado<br />

se encontra que elas<br />

nâo são senão denominaçOes<br />

decentes do interesse do pattido,<br />

dos amigos, do interesse prOprio<br />

ou do cinismo.<br />

O pat riotismo. interesse nacional<br />

foram substituidos pela<br />

demagogia. pela ernbriaguez e<br />

pela libertinagem dos inleresses<br />

de comités, pea raposce e pela<br />

.<br />

poiti..iie'i.<br />

Os par ticos. ao invés de serem<br />

ice;s a pãlria, utilizam a patria.<br />

ao invés de servirem a interesses<br />

nacionais sadios, no governo,<br />

tazem corn que 0 governO<br />

OS Sirva<br />

Dols Ou trés caudilhos na<br />

cabeca de seus partidos tern 0tado<br />

uns contra os out ros desde<br />

a Independéncia corno se em todo<br />

o Paraguar não existisse espaco<br />

suficiente para eles. Cada<br />

urn busca Sua fortuna na ruina<br />

do outro, Derrocam e são derrocados,<br />

perseguem e são perseguidos,<br />

encarceram e são encarcerados.<br />

desterram e são deslet<br />

rados<br />

E as conspiraçOes, as<br />

ameaças, as represálias, as revoluçOes,<br />

que fluern o politicismo<br />

como excrescéncia<br />

abominãvel, tern difundido em<br />

nossa população rural a agitacáo,<br />

a incerteza, Os rancores e<br />

as dissencOes, tern canalizaclo a<br />

emmgracao, e tern arneacado<br />

converter em uma Galilitra<br />

deserta nosso beo Pais.<br />

Lima sociedade e toleranle<br />

quando todas as crenças falam e<br />

Sin ,,vias corn calrna, nào<br />

quando haja esta cairna porque<br />

Traga urn novo<br />

c//ma para dentro do<br />

seu autornOveL..<br />

Urn privi/égio de poucos.<br />

Refresca nos dias quentes.<br />

u4<br />

... esintaa<br />

sua v/dade<br />

próx/ma de você.<br />

Ge ou-170<br />

AR COND/C/ONAO,i PAPA AUrOS<br />

A. P(eidente Jusceino Kubiischek 1969 R 469 km 1,5<br />

1eiefone ;0455) 734832 - 734783 - 73 4793<br />

Cx Postal 514 85.890 FOZ DO IGUACU PR


Foz. 14/01/81<br />

Fábio<br />

Campana:<br />

Uma<br />

Saraivada<br />

contra<br />

o regime<br />

Par ocasiac das recerues<br />

festas de tim do ano voio a Foz<br />

do /guaçu Fáb,o Cam pana par<br />

v/sitar sua familiar Fábio está em<br />

Curitiba ha a/guns anos, onde<br />

cursa o 40 ano do Psico/ogia.<br />

Ele ë ti/ho do casal Dionisio<br />

e Irene Vera Cam pana. Fdbio<br />

tern 33 anos e ìá tern urn<br />

respei(áve/ curricula em<br />

atividades jornalisticas.<br />

Traba/hou como co/unista<br />

politico na revista Atençao<br />

no jornal "Correia de Noticias"<br />

e. atualmente, taz o noticiário<br />

politico do jornal 'Boca no<br />

Trombone ',de Curitiba.<br />

Corn sua aguda<br />

consciOncia dos problernas<br />

nacionais. Fábio se dedica a<br />

atividade p0/it/ca dentro da<br />

tendéncia popular '• do PMDB,<br />

e desponta no Paraná como<br />

uma das /ideranças jovens<br />

ma/s promissorias.<br />

Os leitores do <strong>Nosso</strong><br />

<strong>Tempo</strong> tern na entrevista que<br />

segue urna descriçäo muito<br />

precisa do atual quadro<br />

politico, econOmico e social<br />

do Pals. Ne/a Fábio Cam pana<br />

mostra também sua<br />

corn peléncia na aná/ise que taz<br />

da situa cáo do Brasil e do povo.<br />

Figueiredo/Golbery tentam institucionalizar farsa democrática<br />

<strong>Nosso</strong> 101100 - Como ve o<br />

quadro politico hojo<br />

Faoio - E impossivel analisar a<br />

sit ua cáo politica do pa/s sem levar<br />

em considera cáo a crse<br />

econômica. Ha urn ano alias 0<br />

governo prometia que comecac/amos<br />

o ano corn uma inflaçáo<br />

de no máximo 45°Io. E uma balança<br />

comercial favorável,<br />

Comoçamos -- 1981 corn urna<br />

int/acio de 113 e a divida oxterna<br />

em 60 biihôeS do dO/ares.<br />

Delfim saiu de chapei.i na mao<br />

pedindo empréstimos e nào conseguiu<br />

nada. Os ban Queiros internacionais<br />

estão al apertando<br />

o cerco. exiqindo ma/s e forcando<br />

a ado (;Jo das medidas suger<br />

das pelo FM! A recessáo é real.<br />

O custo de vida nunca sub/u tanto.<br />

Crescem as indices de dosemprego<br />

0 sálario real diminu'<br />

E a grande ma/or/a. absoluta<br />

maioria do povo paganclo 0 OflUS<br />

de uma politica econOrnica quo<br />

condiiziu a pals ao desastre<br />

do esta 01150 2011 pie<br />

es e Que COJOCI !odo 2<br />

"1981 sera'<br />

urn ano<br />

de manobras<br />

politicas<br />

do aoverno".<br />

0dLC e.ceçao cbs poucos<br />

cIarIos do tog-ne rturna<br />

pro! urida insatistaçáo que exige<br />

mudanças. E nesse quadro quo<br />

devernos a va//ar a situaqáo poll -<br />

lica<br />

NT -.- 0 governo, então. estä<br />

mal?<br />

Faoio - As rnanifestaçOes sociais<br />

dos U/limos moses tornaram<br />

evidonto o iso/amento do governo<br />

Náo houve urn setor da<br />

sociedade que náo tenha expressado<br />

sua posiçáo contrária a p0-<br />

!itIca econOmica em vigor E nmguëm<br />

ma/s acredita que o pals<br />

conseguira superar suas dificul<br />

dades nos pianos económico e<br />

social nos marcos do regime<br />

ivinguérn mais acred/ta em pro<br />

-nessas. 0 regime perdeu sua<br />

capacidade do con vencimento<br />

deo!Ogmco Mesmo as setores<br />

oc/ais quo sempre Me deram<br />

opoio. corr.o as pequenos produ-<br />

;ores rura/s, là nào conliam nos<br />

genera/s quo monopolizaram o<br />

poder<br />

NT -- 0 que falta, entâo. para<br />

m uda r"<br />

Fabio - As condicOes objet/vas<br />

exigem mudancas A crise so re<br />

I/ole ao nivel do prOprio governo<br />

A oase social do regime esfroilou<br />

e isso so ref/ole no piano instiluc/ona/.<br />

isso oxplica a debandada<br />

do politicos do PBS, quo<br />

abandonarn 0 barco quo está Iazendo<br />

água Ref/ole-se lambem<br />

nas dmssonçOes ontre as generals.<br />

Jà não ha uma posiçäo On'ca<br />

eniro as mi/itares. 0 grupo<br />

Figuemrodo-Golbery continua<br />

tentando o projeto do inst/lucmona/mzar<br />

a farsa domocràtica<br />

quo possa esconder urn regime<br />

do base autormtária. E continua<br />

mancbrando nesse sentido Esse<br />

grupo tern lorça e ainda conta<br />

cam a pro feréncia do capital es-<br />

Irarigeiro. Mas erifrenta a oposmcáo<br />

cada vez mais cerrada do<br />

grupamento de dire/ta, corn expoontos<br />

como o general Coo/ho<br />

Neto, que pede 0 fechamento. 0<br />

retorno do fascimo ma/s cruel<br />

quo conhocemos na dpoca do<br />

eneral Mëd,ci Este grupo so<br />

tpoia em governadores corno<br />

Ma/u!, que Irabaiha pelo goipe.<br />

Mas ha amnda uma corrente derrmocràtica,<br />

sern comandos de<br />

unidades. mas corn mnfluCncma<br />

- n.j, . a crmse<br />

( 2r?i(,' f'VOPO<br />

NT - E do lado de Ca, como esto<br />

as coisas?<br />

Fábio - Essa a guestão é ma/s<br />

sec/a. So as forcas do regime dirn;nuem<br />

o vai ficando cada vez<br />

ma/s reduzido o grupamento do<br />

generams que detdm 0 monopolmo<br />

do poder, do lado do cá vemos a<br />

soc/edado amnda náo organizada<br />

o suficionte para as con frontos<br />

que se esperam. E inegàvel o<br />

crescirnento do movirnento<br />

popular, Nunca tivemos neste<br />

pals urna classe operária corn<br />

esta força e este grau do organ;zaçào.<br />

Mas é necessàr,o traba-<br />

Ihar pela construçào da unidade<br />

popular e pela coesão das<br />

forças democráticas. is(o vai,se<br />

dando no processo de luta. E o<br />

novo quo vai surgindo para derrubar<br />

0 ye/ho, o pocire. Esta a<br />

principal tare (a p0/it/ca hole.'<br />

cons truir a trente de for cas democráticas<br />

e do unidade popular<br />

para substitu/r o regime mil/tar e<br />

estabe/ecer urn governo proviso<br />

rio corn a tare (a maiar de con vo<br />

car uma Assemble/a Naciona<br />

Conslituinte. livre e soberaria,<br />

cammnho para 0 restabejoci<br />

.'nento da perspectiva do proqiesso<br />

para oslo pals.<br />

NT - Teremos eleicôes em<br />

l982<br />

Fàbio - 0 governo promote<br />

c6os em 82para resolver seu<br />

problema politico atual. Corn isso.<br />

preende div/dir as oposiçOes<br />

em tomb de candidaturas E con -<br />

duzir as oposiçOes a luta eleitoma!<br />

em dotrirnento da luta ma/or<br />

quo é a do acumular forças em<br />

torno da Consfituinte. quo apoti -<br />

ta para o tim do regime Urn ca<br />

suismo que riáo garante que teremos<br />

eleicOes. A final, e o mesmo<br />

regime que sustou eieiçOes dire-<br />

(as em 1970, 1974, 1978 E so Iivermos<br />

e/oiçOes, corn certeza<br />

vencerá a oposiçáo Al corremos<br />

outro r/sco A oposmçáo podo eleger<br />

candidatos aos governos dos<br />

Estados mas não chegar ao govc'rno,<br />

a/ c ca ra1e-r .1c C('r!aS li/i<br />

-"IT, Torte) d, '.<br />

Nem os<br />

pequenos<br />

produtores<br />

conf lam nos<br />

generais.<br />

opr;cao tvo.P.a.-..o a - -'o.<br />

t2XC.'flP,'.) d&ie opc o PMDB ia<br />

tern candmdalo a candidato conchavando<br />

corn forcas que ainda<br />

dáo apomo ao regime.<br />

NT - E as casuismos?<br />

Fáb/o - E evmdente quo, no caso<br />

de eleiçOes, o governo (udo fará<br />

para impor regras ao logo, quo<br />

qarantam sua vdOria. Sempre (0/<br />

ass/m. E o prOpr/o governo ja denunciou<br />

suas ini'ençOes 1981<br />

sera urn ano de r'ianobras<br />

nessesentido. Vem ai o dmstrital,<br />

a subiegenda, o impedimento a<br />

co//ga coos, etc. etc. Mas acredito<br />

quo nada imped/rá a oposicäo<br />

de vencer. Se tivermos eleiçOes.<br />

E acreddo que devemos part/C/par<br />

do processo eleitor& na<br />

perspect/va de con? ribuir para a<br />

vitOria da oposiçáo e des gaste<br />

do regime. Mas submetendo a<br />

particmpaçâo oie/tora/ a luta principal<br />

que é a de construir a urndade<br />

popular sem a qual não<br />

chegarernos ao f/rn deste regime<br />

que tan tos pro juizos causou a todos<br />

nos. Nesse processo dovernos,<br />

inclusive, den unc/ar as<br />

casuismos e a (al/a de e/e,cOes<br />

diretas para todos os cargos e ni-<br />

vemS<br />

Dernoristrar a larsa que sáo us<br />

charnados municipios de segu<br />

rança nacional, onde nào so elego<br />

o pre fe/to em name dos intemesses<br />

da Naçáo. E se impOe urn<br />

corone/ qualquer para dirigir o<br />

municipio, corno se ele, mais<br />

que 0 pOVO. i-epresentasso as in<br />

teresses e a segurança naco<br />

nais'<br />

NT - E a caso de Foz do<br />

tguaçu -<br />

Fábio -, E o caso E corn agravantes<br />

E, corn certoza, o mur,mciplo<br />

mais policiado do pals 0 povo<br />

não tern qualquer part/cipacáo<br />

na dec/sáo sabre as questoes<br />

que Me dizern respeito. Urn<br />

mnterventor "a pro fe/tura, corono/<br />

alcaide! Outro no Batamào de<br />

Fronteiras. E urn amplo contingente<br />

p01/c/al faz 0 poder nesta<br />

cidade. 0 resto e desrespeitado<br />

0 povo. as pr/ncipmos doria<br />

craticos, nada tern valor nesta<br />

lri,ra u.surpada.<br />

NT -- 0 prefeito diz que é uma<br />

t",icessidade de Itaipu<br />

"Tércio<br />

naoe<br />

representante<br />

do povo<br />

de Fozdo<br />

lguacU".<br />

I .011 - l,'m,'))2-'n' P13/010<br />

," 0 ' i ,'C3 Qua' suigei 00 LC,TC<br />

claqueia ide/a de Brasm/ pore'<br />

c/a do, governo Medic,, Coma<br />

de habib, o povo nâo (eve qua!quer<br />

part/c/pa cáo no processo<br />

decisOrmo sabre osse projeto. Fo/<br />

imposto. E natural que sua exe<br />

cucáo so faca corn essas caracterist/cas<br />

e se imponha náo so<br />

ao canteiro do obras, mas tambOrn<br />

a c/dade, da ditadura de urn<br />

rriterventor que faz e desfaz<br />

como todos as ditadores, grandes<br />

ou pequenos, como este.<br />

corn arbitrariedade e, so neces<br />

srio, do forma v/o!enta. Quando<br />

o coronel a/caido part/c, as /guacuenses<br />

herdaräo urn grande (ago<br />

produtor de<br />

esquistossomoso. graves prob/ermas<br />

sociais e as seque/as oe<br />

anos sem o dire/to de esco/her<br />

:3 menos seLl pre/emlo Foz 0 urn<br />

.2111fl retralo do regime que v'<br />

'i,,nS desde 1964<br />

NT - Foz já tern urn represen-<br />

(ante na Assembléla.<br />

21010 --- Nab C urn repmescm<br />

(ante do cmdade Foi elemto pe<br />

forças que nada tOrn a ver coma<br />

cidade. Na Assemble/a, TOrc;o<br />

defende as mn(eresses dos gru<br />

P05 econOrnicos que cons froem<br />

ha/pu. Basta /er seus pronunciarnentos.<br />

Ele se pôs contra as<br />

agricultores que reclamarn me-<br />

Thor indeniza cáo par suas terras<br />

E contra todas as manifestaçoes<br />

que condenarn as pre/uizos fm<br />

postos ao povo pela obra. Náo e<br />

urn deputado de Foz do lguaçu<br />

E urn deputado dos quo o elegeram<br />

e ma/s urn segrnento identiticado<br />

par interesses corn as empresas<br />

quo constituern a<br />

UN/CON. Espero quo nas prbxi<br />

mas eleiçOes, so lmverrnos eleiçOes,<br />

Foz do Iguaçu eleja seu<br />

deputado E. so elegor, quo solo<br />

urn doputado ma/s preparado<br />

quo o atual representante Ca<br />

Un/con<br />

NT -Eaimprensa?<br />

Fabmo - Rosmsle. Apesar de todas<br />

as pressOes, a mm prensa popular<br />

e democrá(mca resiste.<br />

Apesar, inclusive, do grande impronsa<br />

13<br />

Pizzas<br />

Sucos - Bat idas<br />

Aberto<br />

dia e noite<br />

Av. Cataratas<br />

Frente ao Center Foz<br />

Fone: 73-5046<br />

Dr. Alvaro<br />

W. Albuquerque<br />

Dr. Agenor<br />

de Paula Marins<br />

Dr. José<br />

Claudio Rorato<br />

.- Vanderti Moreira<br />

Dr. Ademir<br />

10 Flor<br />

Dr. Santo<br />

DLM<br />

oRafagnin<br />

I<br />

Ow<br />

LLJ<br />

R. Ben jamim<br />

Constant, 45<br />

Foz do !guaçu<br />

o ponto<br />

de<br />

encontro<br />

da ala<br />

jovem<br />

Técnica em televisão a<br />

cores e video-cassete.<br />

Con versão de sistemas<br />

NTSCe PAL M.N.<br />

VIDEOTEC<br />

- Eletronica Ltda.<br />

R E/rn j "o do Barros<br />

-Galera Flãvia<br />

Sala 3 -- Fone: 3553<br />

Puz Co lguacu - Pr.


14<br />

Muquifas se espaiham pela cidade trazendo a prostituição<br />

'Lanchonete Olga Maria" fica bern pertinho da Madeiral.<br />

for *11<br />

iyi l I<br />

-- -<br />

Hotel Teixeira: na rua Belarmino de Mendonça.<br />

OIha __ LI<br />

CV<br />

quanta<br />

zoninha<br />

gente.<br />

Teiefonemas, cartas<br />

0 "Bar Sao Jorge" também tá tacit de ser encontrado. E<br />

e reclamaçöes verbais<br />

na rua Santos Dumont.<br />

pipocarn na redacão do<br />

<strong>Nosso</strong> <strong>Tempo</strong> contra as<br />

zoninhas, muquifas e<br />

mocós que estão<br />

espaihados pela cidade,<br />

disfarçados de hotels,<br />

dormitórios e pensöes<br />

,S<br />

A vizinhança não<br />

. .<br />

aguenta mais tanta<br />

algazarra, brigas e ate .<br />

tiroteio, e pedem uma<br />

prontaacãodas<br />

autoridades____ p.<br />

responsãveis . ,<br />

A grande rnaioria<br />

dessas zoninhas fica na<br />

area central da cidade,<br />

mas mesmo assim os<br />

moços da lei devem estar<br />

s-hndn difii'U th L -.<br />

rtrui! fl<br />

•:- -<br />

,<br />

OF<br />

•!<br />

<strong>Tempo</strong> resolveu dar uma - . ... . ,.<br />

mãozinha e entregar o<br />

serviço. Agora, mocada,<br />

ésôpegarojornal,<br />

localizar o mocó e fechar -•.........<br />

o negócio. Tern alguns - - .• Ii<br />

AMA M,ncir<br />

1<br />

L -<br />

Foz, 14/01181<br />

- --<br />

- --<br />

Essas trés muquifas ficam na salda para Santa Terezinha<br />

perto da favela da Pluma.<br />

o nOmero. E ndo estamos<br />

cobrando nada, viu? "Hotel Bela Vista': rua Almirante Barroso n° 650. Othal que coiher de chá, seu "delega". Fornecemos ate o nUmero.<br />

I]<br />

II


Foz. 14/01/81<br />

V '--<br />

João Samek: "Quando voltar de viagem abro o que está<br />

acontecendo para vocCs".<br />

.. -<br />

•1 -., I -<br />

• - -<br />

__fr<br />

• . - It<br />

-<br />

Sindicato Rural: máquinas desaparecem e ha denüncias de roubo<br />

'<br />

- '-•---<br />

--.<br />

--<br />

Unidade móvel do Sindicato Rural: A imagem do<br />

relax a mento.<br />

ti-<br />

Stridicalo<br />

Rurn os enviados da Fede-<br />

R t':'iQ`ao.01d Rural e cia no Delegaçào<br />

:al do Trabalho. E uma nuveni<br />

tie rnistério envolve uma visita<br />

que aparentemenie seria de<br />

rotina.<br />

Depois de uma verdadeira<br />

devassa no Sindicato, quando o-<br />

- ram ouvidos Os funcionãr 'as e<br />

I membros cia atual direloria, Os<br />

enviados de Curitiba chegaram a<br />

conclusão de que grandes irregularidades<br />

cercararn a gestao<br />

de Cleodon Albuquerque<br />

Alguma coisa esiá acontecendo<br />

e parece que ha pacto entie<br />

a direçäo atual e tuncionários<br />

para que não transpire nada para<br />

fora.<br />

0 Sindicato Rural de Foz do<br />

iguacu possui cerca de 2300 socios<br />

que näo participam na vida<br />

da associacão, sendo que rnuitos<br />

estao atrasados em suas<br />

ii-iensalidades Para ser sôcio do<br />

Sindicato o agriculior tern que<br />

5cr proprietário rural Cu parcelro<br />

jã que 0 peäo rural não é<br />

acetiC coma sôcio.<br />

Pedro Peroto: "Ha muita coisa errada, mas nãopodemos<br />

falar nada por enquanto". ':-io exercendo a carao oor<br />

Sindicato Rural<br />

ridcacáo cia Federaçao Rural.<br />

Sornos urna Junta governaiva<br />

imposta pela Federaçao para<br />

oor o Sindicato em ordern ate havi<br />

eleiçOes, diz Joäo Samek,<br />

nesidente interino Além de Sary<br />

tazern pa rio da diretoria que<br />

^IiIS UMIU em 22 de outubro Os se<br />

nt'orOS Pedro Avelino Peroto e<br />

Jean Pierre Le Bourlegat<br />

MAQUINA DE ESCREVER<br />

DESAPARECEU<br />

Na verdade o crniurâc tie<br />

proleção criado em torno das investigaçôes<br />

esià Surlindo eteito.<br />

pals ate agora so foram vazados<br />

os casos de uma grande divida<br />

do Sindicato corn o INPS e o<br />

desaparecirnento de uma rnãquina<br />

de escrever elétrica IBM<br />

Caserniro Kusbik. ex-funconario<br />

do Sindicato e hoje proprietário<br />

de urna Iola de produtos y eterinarios.<br />

acusa Cleodon cie<br />

exercer a presiclencia de forma<br />

dulatorial. • 'Ele pediu autonomia<br />

para resolver tudo, inclusive largar<br />

cheques sem a assinatura do<br />

tesoureiro Jean Pierre, e me expulsaram<br />

porque eu era urn obstáculo<br />

a curriola quo dorninava<br />

Sinducalo<br />

I •<br />

sob suspeita -dcato corno<br />

•--.relco do seu irmão.<br />

hole depulado. Tercio Albuquerque,<br />

e para empregar outros<br />

membros da farnilia. Cleodon Alhuqierque,<br />

por exemplo. depositava<br />

dinheiro do Sundicato na sua<br />

conta particular P em ceria ocasuao<br />

liouve urn 'ouOo Desapareceu<br />

dinheiro do cot re e 0 Cleodon<br />

fol vista por Olivia Loren-<br />

?ett, funcionára do Sindicalo,<br />

saindo do prédio par vota de<br />

mero cia quando lodos saem para<br />

almoçar Além deste, houve<br />

outro roubo. e Cleodon não deu<br />

queixa 1i policia, e a noule, nurna<br />

eunião cia diretoria. comunicou<br />

o desaparecumento dizondo que<br />

nao havia por quo se preocupar.<br />

pois o dinheiro náo era ed<br />

n<br />

e'uhurn<br />

deles - Revoltado, Kiit<br />

concluuu dizendo que. '-,I"<br />

dunneur u nao per tenc:.......... -<br />

I Siruduc,<br />

DIVIDAS INSOLUVEIS<br />

Em defesa cia gesião &-cdon<br />

sau o contador Carlos Roberto<br />

Martins. Diz que a ünica coisa<br />

que estava atrasada no seu tempo<br />

era o recolhirnento ao INPS e<br />

o pagamento aos peOes que estavam<br />

construindo 0 prédio<br />

Aparentemente assustado<br />

corn as investigaçOes que estáo<br />

sendo feitas sobre a Sindicato,<br />

Carlinhos afirma que ha uma<br />

conspuração contra Cleodon. Ete<br />

também foi ouvido peia delegacáo<br />

vinda de Curitiba e, diante<br />

de suspeitas sobre a sua atuacao,<br />

pediu dernissão do cargo de<br />

contador.<br />

A renda do Sindicato é rnuito<br />

pequena, sendo que suas ãrricas<br />

fontes de receita estào na<br />

arrecadaçao do Incra e nas men.<br />

salidades dos associados. Entirn,<br />

a triste realudadae é que 0<br />

Sindicato Rural hole eatá numa<br />

situacao em quo para pagar as<br />

dividas lena que penhorar 0 predo.<br />

Quando assumiu, Cleodon<br />

disse que deixaria a Sindicato<br />

corn dilvidas mas faria invesirmentos.<br />

Ha urna grande divida e<br />

corno ünico investimento 0 SObrado<br />

da Quintino Bocaiüva corn<br />

a Marechal Floriano.<br />

DIREcAO<br />

lNTERlNi NAO QUER FALAR<br />

Diante da sUbita demissào<br />

do Cleodon, assumiu unierinamente<br />

urna junta diretora 0 Sin-<br />

: ---'a nob urno<br />

1<br />

Reportagens fotográficas<br />

Materials Fotográficos<br />

em Geral<br />

Amoto<br />

Av. Brash, 706- Fones: 73-1012 e 73-1646 - Foz do !guacu<br />

15<br />

Branca cia Federaçào Rural<br />

do Parana e as ordons cia Junta<br />

são - 'par a casa em ordem" e<br />

oreparar eleiçôes. Estas deveriam<br />

ter sido realizadas em novembro,<br />

mas as irregularidades<br />

sào-tantas que deciduram prorrogar<br />

para marco.<br />

João Sarnek assurniu a p.esidéncia<br />

diante das negativas de<br />

Pedro Peroto, secrefário da chapa<br />

do Cleodon, la que Balduino<br />

Wandscher (vice-presidente)<br />

morreu. Pedro Peroto diz que f izeram<br />

urn acerto entre amigos<br />

para não deixar o Sindicato ac6falo<br />

e ir tocando o barco ate as<br />

eleiçOes.<br />

Sarnek, urn homem que tern<br />

muito cuidado ao falar, sabe que<br />

tern dous compromissos. Urn é<br />

segurar a peteca e não derxar<br />

que o Sindicato seja obnigado a<br />

techar suas portas. 0 outro cornprornisso<br />

é esclarecer a opinião<br />

püblica sobre o que vern acontecendo<br />

no órgão representatuvo<br />

•10 annun a cc.;:<br />

Samek<br />

não quer<br />

falar<br />

NT - JoàoSamek, corno estã a situação<br />

do Sindicato Rural'?<br />

SAMEK - "Deixem eu via/ar para<br />

Manaus. Na volta ocis poderemos<br />

con versar porque eu yOu<br />

passar por Curitiba e ver se Irago<br />

alguëm da Federaçáo que es-<br />

(eja autorizado a (a/ar. porque eu<br />

não sou presidenj'e eleito. Fur colocado<br />

aqu, e não posso (a/ar nada<br />

- Esperem ate fevereiro Al<br />

vocés podem tazer urna reportagem<br />

comp/eta, set/a e verdadei -<br />

ra<br />

NT - Maso povo está cobrando,<br />

nao podemos esperar.<br />

SAME/K - 'Eu nao declaro nada.<br />

Quo adiantaria eu declarar alguma<br />

co/da e depots não poder<br />

pro var? Toda a documentaçao<br />

esta em Curitiba, Ia na Federacáo.<br />

Aguardem ate fevereiro,<br />

quando deverá retornar a/guëm<br />

do Curitiba e ai vocés fa/am corn<br />

ole,<br />

NT - E a questäo da mãquina que<br />

surniu daqui'?<br />

SAME/K - • 'Eu näo sei d,sso, rráo<br />

podernos declarar nacia a respel-<br />

Jean Pierre<br />

ff<br />

também<br />

não<br />

NT - Jean Pierre, a sennor era a<br />

esoureiro na época do Cleodon<br />

e agora tambem?<br />

JEAN- Sim.<br />

NT - E verdade que a senhor não<br />

assinava cheques quando dovena<br />

assiná-los'<br />

JEAN - Eu näo dou dec/araçOes.<br />

NT - 0 senhor assinava os cheques<br />

ou do Cleodon assinava<br />

JEAN - Havia duas assinaturas<br />

nos cheques. A minha e a do<br />

Cfeodon.<br />

NT - 0 senihor acha rnesrno que<br />

houve desvuo de verbas?<br />

JEAN - Eu näo tenho nacla a declarar<br />

NT - Se, de fato houve, o senhor<br />

devenia denunciar para ficar livre<br />

tie suspeita. uma vez quo era lesoureuro.<br />

JEAN - Nada a dec/a rat<br />

NT - Pebo menos uma fotografia?<br />

JEAN - Nào, näo gosto do (010qrafra<br />

rneu rsto nào fica born<br />

-. ca jornais.<br />

NT - Mas é para nossos anquivos.<br />

TA%l - Pr fvo, non hail<br />

N I - T- '- n'


16<br />

Foz, 14/01/81<br />

"Cristina"aponta os acontecimentos sociais quernarcaram a semana<br />

• E, perdemos para os<br />

Uruguaios Que fazer? 0 jeito é<br />

guardar Os foguetes e as biritas<br />

para as eliminat6rias e a Copa.<br />

Ate là.<br />

• Sernana das ma/s ag/tadas,<br />

festas, des files, inauguracoes.<br />

gente nova chegando na<br />

c/dade, tudo isso é Foz-81.<br />

• E pot falar em gente chegando,<br />

damos as boas vindas ao<br />

nosso Diretor-9erente José Claudio<br />

Rorato corn votos de que permaneca<br />

numa constante Iua de<br />

mel<br />

• Mas, gente nova mesmo,<br />

a fofura que nasceu dia 5, no<br />

lar da minha amiga Gioconda<br />

Canassa See ling, urn undo garotao<br />

que promote dilacerar coraçôes.<br />

Parabéns ao herói papal<br />

(c/rico flihos), Dr. Eva/do.<br />

I Quarta-feira o "Clube da<br />

Luluzinha" se reuniu ainda uma<br />

Ultirna vez. Meu caderninho azul<br />

anotou as presenças das senhoras<br />

Carmem Salinet, Cetita Villanueva,<br />

Anita Vidal, Marlene Batista.<br />

Elcy Sampalo e a vovô<br />

Arnália, Maria Ramos, Maria Aurélia<br />

Peres (Cornandante da<br />

Guarniçao de Puerto lguazU) Dora<br />

Franca (revendo amigos) e<br />

Lea Leonne Vianna<br />

• Lea Leonne V/anna, afivelando<br />

ma/as para urn relax, em<br />

Curitiba. Merecido, alias.<br />

• E a movirnentação da<br />

criançada ficou a cargo de Alexandre,<br />

que corn uma linda festa.<br />

entre doces e brinquedos no<br />

dia 7, cornpletou 5 aninhos, reunindb<br />

seus arniguinhos para o<br />

'apagar das velas". Alexandre é<br />

I ilho do nosso colega Aluizio(Eunice'Palrnar.<br />

Parabéns da colunista<br />

e do pessoal da casa.<br />

• No rnesmo emba/o, a<br />

festinha de aniversário de Michele,<br />

fl/ha de Moacir (Maria Luiza)<br />

Almeida, quo completou 2<br />

graciosos aninhos. Aos pa/s os<br />

cumpr/mentos da coluna.<br />

• Tambérn. no Ultimo domingo.<br />

Ornara Cristian (que undo<br />

nome) cornpletou nove primaveras,<br />

recebéndo a patota em sua<br />

residência. Descontraçäo e alegria<br />

fol 0 terna.<br />

• E para cornpletar a lista<br />

do aniversariantes, dona Ado/al-<br />

de (Restaurante Country) recebeu<br />

os amigos para urn gostoso<br />

churrasco. A ela que corn tanto<br />

carinho prepara as iguarias dos<br />

Domingos, os votos de felicidades<br />

da turma do - '<strong>Nosso</strong> <strong>Tempo</strong>".<br />

E corn as nossas descu/pas<br />

pelo näo corn parecirnento. po/s<br />

nesta sexta. a nossa agenda estava<br />

surper-apertada 0 realrnente,<br />

náo nos fol possivel corn parecer<br />

• Em minhas rnäos o convite<br />

para a solenidade de passagem<br />

do Comando do extinto 1<br />

BFRON, agora 340 Batàlhão de<br />

Infantaria Motorizada, sob 0 comando<br />

do Ten. Cel João Guilherme<br />

da Costa Labre Agradecida.<br />

• Maravi/hoso estava o 1<br />

grit o de Carnaval no Wiskadão,<br />

ainda nesta sexta. So quern cornpareceu<br />

pOde comprovar.<br />

• Agradecernos ao Sr. Jair<br />

Miguel Jorge. relaçOespüblicas<br />

da Gatti Turismo. pelo convite<br />

que nos mandou para urn Cruzeiro<br />

Fluvial, a bordo do seu delicioso<br />

iate. Conte conosco.<br />

• Nes(a sexta-feira<br />

SUPER, so chamando assirn,<br />

aconteceu a inaugura cáo no Paraguai<br />

do Corn pleto Senza/a Turistico,<br />

no ant/go "Restaurante y<br />

Show Guaran/a". Gente, que maravi/ha'<br />

Fiquei encantada corn o<br />

show musical bol/viano. Que mUsica!<br />

E suave, quente, penet rante,<br />

a/go que vai nos deixando Calados,<br />

rnudo mesmo. so sentindo<br />

aque/es instrumentos tao prim/tivos<br />

conseguirern urna rnelod/a<br />

tao exc/tante. VocOs náo podem<br />

deixar de ass/stir. Agora, falar<br />

das mu/atas, seria ate covardia.<br />

En f/rn, fornos mu/to bern recebidos.<br />

0 vinho rolou a vontade. Estao<br />

de parabéns seus proprietários.<br />

Felipe Gonzales e rnestre<br />

Alexandre. Desejo sucesso mesrno.<br />

• Anotei as presenças vips<br />

de Luiz Carlos Guirnarães (Laura<br />

Cristina), Nael Marcondes Ribas<br />

(Vera Maria), do intendente de<br />

Puerto Stroessner, do representante<br />

da "Cidade Turismo", dos<br />

chefes da Aduana do Paraguai,<br />

de todo o pessoal da lrnprensa<br />

de Foz e representantes das<br />

classes de turismo de Foz, Argentina<br />

e Paragual.<br />

• Bern bolado o jantar dos<br />

Madeireiros a be/ra da p/sc/na<br />

do Country. F/ca ala sugestbo<br />

I JA veto em frente a alguns<br />

hotéis da cidade a placa<br />

"Visitas a Itaipu". Reservas<br />

aqui. Tudo bern. Servico organizado,<br />

Otimo. So que, amigos responsàveis<br />

por essas visitas, a taxa<br />

cobrada é urn absurdo, levando-se<br />

em conta quo Itaipu está<br />

para o Brasil assim como o Museu<br />

Nacional do lpirarrga, Päo de<br />

AçUcar, Igreja do Bonfim e outras<br />

tantas obras, que fazern parte<br />

do cenário turistico do Brasil,e<br />

que deve-se cobrar apenas uma<br />

taxa de visitacão. Serà que ate<br />

nas obras de propriedade do governo,<br />

pelas quals nôs jà pagarnos<br />

irnpostos para susteritá-las,<br />

väo nos tirar a nôs braSileiros o<br />

prazer de conhecê-laS?<br />

• E, como Jesus Cristo serviu<br />

o melhor viho no final da festa.<br />

faço o mesmo e acabo corn<br />

urn furo de reportagem.<br />

• A prime/ra entrevista<br />

conced/da a esta colun/sta é do<br />

Cornando do 340 Batalháo de Infantaria<br />

Motor/zada, Ten. Ce?<br />

Joáo Guilherrne da Costa Lab-e<br />

P -- Como o senhor está vinclo<br />

para Foz: alerta ou peito abeoo2<br />

R — Pe/to aberto.<br />

P — Está v/ndo do onde7<br />

R - Estado Maior do Exercito -<br />

Bras//la.<br />

P - Está disposto a enfreitar<br />

nosso ca/or, 40 0 graus?<br />

R — Tranquilarnente.<br />

P — A farnilia é grande?<br />

R — Esposa, ma/s trés fi/hos,<br />

sern contar os cachoros<br />

P — Os nomes?<br />

R - Maria Helena, Luiz Gu/Therme,<br />

Luiz Cláud/o, Tereza Cr;stina.<br />

P — Futebol. amigos. pro feréric/as?<br />

R - Sou cap/xaba, botafoguen-<br />

Se, gosto de pescaria, gosto do<br />

con viv/o pessoal dos amigos e<br />

do fazer amigos<br />

P - Esse "fazer amigos" tera<br />

a/guma ordem do credo, rel/g/ào,<br />

etc!<br />

P — Amizade independente de<br />

cor, relig/ão ou posiçáo social.<br />

Acredito no amor a prime/ra<br />

vista<br />

Ate quarta, am/gos. Como vëem,<br />

o Cel. Joáo Guliherme, born I,br/ano,<br />

é urn charmo<br />

II<br />

- Cristian em sua festinha de<br />

aniversário.<br />

ii<br />

*1<br />

Michele, no rebu de aniversários<br />

da semana.<br />

- Alexandre, no momenta undo de apagar veInhas.<br />

G \'cJ'-<br />

&'*<br />

jineñv<br />

qurta 14<br />

C<br />

quinta 15<br />

c ---- LI••)<br />

sexta 1'<br />

- --Cx- '-%-. ._c)__<br />

t':U N<br />

sábado 17/domingo 1<br />

.. . •,.


Foz, 14/01/81<br />

E o fotógrafo do "<strong>Nosso</strong> <strong>Tempo</strong>" registra para os leitores<br />

- Momento em que Felipe Gonzales e Ale-andre apresentaram aos convidados seL<br />

Restaurante-Show no Paraguai.<br />

T• : . .-' •<br />

- - Laura Cristina Corrêa Guirnarães, cap. Guimarães e Noel Marcondes Ribas, presencas na<br />

inauguração da Senzala.<br />

[fr<br />

- Aspectos de concorrida inauguração da Senzala. no Paraguai.<br />

ocadora de<br />

iAutomóv!da.<br />

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17


18 Foz, 14/01/81<br />

Favela da Pluma: sua gente, seus problemas e suas reclamaçöes<br />

Z0 fl a<br />

favela, seita<br />

religiosa<br />

E verdade que em Foz do<br />

lguaçu existem casas de prostituição<br />

espaihadas por toda a<br />

parte corn os mais diversos disfarces.<br />

Por trás de certos hotéis<br />

e lanchonetes escondern-se rnuitos<br />

exploradores do lenocnio. A<br />

Zona de Trés Lagoas é apenas o<br />

grande centro não disfarcado<br />

dessa prâtica degradante. Antes<br />

de ir Para Trés Lagoas, a zona de<br />

meretricio de Foz do lguacu esteve<br />

em dois lugares. Nos primôrdios<br />

ela estava funcionando<br />

no pior estilo urn pouco a frente<br />

da atual garagern da Pluma, na<br />

saida de Foz para Cascavel, a<br />

urn quilómetro do trevo da Av.<br />

Repüblica Argentina corn a Av.<br />

Paraná. Dai transferiu-se para o<br />

local onde hoje está o Conjunto<br />

Habitacional A' da Itaipu. rnais<br />

precisamente onde estã o<br />

Ci ube Floresta e arredores da<br />

sede do Banestado naquela vile<br />

residenciaf. Expuisa de là por<br />

itaipu - não se sabe pot que<br />

mecanisrnos - a central da<br />

prostituição foi construida em<br />

Trés Lagoas.<br />

Ao se mudar para esssa ültima<br />

localizacao as casas de<br />

prostituição somente foram totalmente<br />

erradicadas da sede<br />

anterior, pois na primeira sede<br />

aigurnas casas sempre continuatam<br />

a tuncionar como casas de<br />

prostituiçào perturbando Os rnoradores<br />

das proximidades e se<br />

constituindo num eterno ponto<br />

de vergorrra para Foz do lguacu<br />

e para os visitant es.<br />

Hoje sobram duas ou trés<br />

dessas casas nas cercanias do<br />

que se conhece como fávela da<br />

Plume". A Pluma, evidenlemente.<br />

nada tern a vet corn a favela<br />

ou corn a prostituicao,rnas tern<br />

que arcar corn o vexame de ver<br />

seu nome emprestado a denominacão<br />

de uma favela.<br />

Realmente, ninguém mais<br />

suporta a existência das algazarras<br />

e imoralidades exibidas aos<br />

que chegarn e aos que saem de<br />

Foz do lguaçu num local tao proxirno<br />

a cidade. A imagern exibida<br />

nesse local é simplesmente indigna<br />

de urna Turiscap. Os mais<br />

perturbados e envergonhados<br />

corn essas 'zonas" São Os moradores<br />

das cercanias e depois<br />

todos os que se preocuparn corn<br />

urna imagem decente da cidade<br />

Para set exibida acts turistas. Dia<br />

e noite muiheres decrépitas,<br />

fetas e seminuas prornovern verdadeiros<br />

escãndalos aos othos<br />

de crianças, farnilias e pessoas<br />

qUe passam pela estrada<br />

vindo ou saindo de Foz do<br />

lguaçti.<br />

As vezes a policia faz batidas,<br />

techa tudo, mas no dia Seguinte<br />

os inferninhos se recompoem,<br />

de modo que levam rnuitos<br />

a conclusão de que a policia<br />

estaria fazendo vistas grossas<br />

Para receber propinas' e outros<br />

a acusarem o juiz de, no minimo,<br />

ester 'distraido' em relacào a<br />

esse probierna. -<br />

Já existe a contradição e a<br />

hipocrisia dos cidadOes que<br />

aceitam urn conglomerado de<br />

casas de prostituicão em Trés<br />

LagoaS. Entào que sejam removidas'para<br />

aquela zona essas casas<br />

também. A imoralidade escancarada<br />

na saida da cidade<br />

Ira continual onde quer que<br />

sejarn jogadas aquelas cases,<br />

mas como a sociedade aceita<br />

desde que esteja longe de seus<br />

olhos, 6 meihor que as autorida-<br />

des acabem de vez corn essa<br />

presença desmoralizante de<br />

de si<br />

/ A<br />

I 1':>.'<br />

A FAVELA<br />

Junto a essa<br />

'zoninha' 'exste uma respeitável<br />

favela. Parte está as margens da<br />

Av. Costa e Silva (verdadeiro<br />

nome do trecho de estrada que<br />

vat da Av. RepOblica Argentina<br />

ate o trecho da BR-277). Os casebres<br />

estão construidos na<br />

faixa da DNER e ajudam a<br />

enfeitar' aquele trecho junto<br />

corn outras imundicies desse Iarnentável<br />

acesso a Foz do<br />

lguaçu<br />

O DNER, ate o momento,<br />

diz näo precisar da area e que<br />

não vat perturbar aqueles favelados.<br />

Por outro lado, existern Os<br />

que qierern a pura e simples remocao<br />

desses favelados, o que<br />

tarnbem é urna viléncia. Seria,<br />

talvez, o caso de incluir aqueles<br />

moradores nurn piano do tipo<br />

Profiiurb - nunca desalo1a-los<br />

sem dar-Ihes urn destino certo.<br />

Fora da faixa da Av. Costa e<br />

Silva, sempre a direita de quem<br />

sal de Foz do lguacu Para Cascavel,<br />

existem mais de 5 alqueires<br />

de area ocupada por uma favela<br />

de umas 80 farnilias. Alguns<br />

moradores estão em condiçöes<br />

aceitàvies, mas a grande maioria<br />

està na rniséria absolute.<br />

Os rnoradores compostos<br />

de brasileiros e paraguaios em<br />

proporçOes mais ou menos<br />

iguais, não tern escritura da propriedade.<br />

Pairam sobre efes<br />

constantes ameaças de despejo,<br />

enquanto se batern em busca do<br />

direito a propriedade comandados<br />

por Loureano Rodrigues,<br />

que está as voltas corn a Justiça<br />

Para tazer valet o direito ao<br />

usucapiào sob a alegacão de estar<br />

na area a mais de 20 anos.<br />

Muitos jã pleitearam a area<br />

- todos sem razOes justas, ao<br />

menos pelo que afirmam Os rnoradores.<br />

Contarn eles que em<br />

1977, de 16 a 23 de maio, foi empreendida<br />

urna acào em que a<br />

rnaioria dos rnoradores foi expulsa<br />

do luger corn aiuda de tropas<br />

do Exército. "Foram dias de lute,<br />

medo e tristeza", conta urn rnorador<br />

que conseguiu resistir e<br />

que ainda continua là. Ele relata<br />

que 'quem tinha para onde ir se<br />

ajeitou em outro lugar: Os outros<br />

foram simplesmente jogados no<br />

rneio da wa'.<br />

Ainda nao esquecidos<br />

dessa violéncia comandada pelo<br />

Exército, os atuais moradores<br />

afirmam não haver ninguérn corn<br />

titulo de propriedade da area e<br />

que pot enquanto não estão sendo<br />

rnolestados par pretenderites<br />

a ocupacão. Mas indicam alguns<br />

nomes que jà disputaram o direito<br />

sobre Os 5 alqueires: A empresa<br />

Camargo Corrêa, Santo Guilherme,<br />

urn certo dentista conhecido<br />

deles como Edgar e o<br />

falecido "Mineirinho", cujo<br />

nome verdadeiro eles não lernbrarn.<br />

A NOVA SEITA<br />

A favela em questão, por<br />

outro lado, conseguiu uma singular<br />

coriquista. Vivendo corn urna<br />

solidariedade invejAvel as moradores<br />

atingiram o ponto de<br />

criarern uma nova seita religio-<br />

I<br />

I4<br />

sa. Quase todos conhecem o .gal<br />

como "Favela da Plume",<br />

mas eles o batizararn de "Santdade".<br />

A Santidade, embora esteja<br />

satanizada pelas casas de<br />

prostituição que 'estraga a comunidade",<br />

Segundo o pastor<br />

Alexandre Galeano, começou a<br />

crier raizes ha uns 9 anos.<br />

Nos Ultimcs anos surgu<br />

Alexandre Galeano, logo<br />

transforrnado em pastor do que<br />

denomiraram "Igreja Evangélica<br />

Congregaçao Cristã Povo de<br />

Deus" - nova e Unica. Segundo<br />

o pastor. "A gente lé, estuda e<br />

gosta da Biblia, então a genie<br />

prega", diz Galeano corn seu forte<br />

sotaque paraguaio apesar de<br />

dizer-se brasileiro. Ha quase<br />

dois anos conseouiu elaborar Os<br />

estatutos da seita e registra-la<br />

no Cartárie de Titulos e Documentos.<br />

Ele conta isso corn uma<br />

boa dose de orgulho e entusiasmo<br />

pela união conseguKia entre<br />

os rnoradores e pela força que<br />

sente como lider da<br />

comunidade: "Quem consegue<br />

as rnáquinas na Prefeitura pare<br />

arrumar as ruas todos Os anos<br />

sou eu, porgue me dou muto<br />

bern corn o presidente da<br />

Càmara" - revela o pastor Em<br />

seus pianos esta agora a elaboracao<br />

de urn abaixo-assinado pedindo<br />

ao juiz a rernoçäo das<br />

casas de prostitucaO que ficam<br />

Utilidade<br />

publica<br />

• .,<br />

"C 0 Clube dos "PX" tornou a<br />

iniciativa de ajudar a estas duas<br />

irmãs deficientes fisica, moradoras<br />

da Vila Paraguaia. E preciso<br />

cornprar urn apareiho<br />

ortopédico, que custa uns 40 mu<br />

cruzeiros, pare a rnulher de pernas<br />

atrofiadas. 0 Ciube dos Operadores<br />

de Radio Faixa do Cidadâo<br />

espera colaboraçOes. Quem<br />

puder ajudar, dirija-se ao "Chico",<br />

na Foto Avenida (pertinho<br />

do Hotel Diplomata. na Avenida<br />

Brash). Quem agradece são as<br />

dues irmãs necessitadas.<br />

IDENTIDADE ESTAAQUI<br />

Encontramos a carteira de<br />

ldentidade do Zaqueo da Costa<br />

num ônibus 0 nürnero do docu-:<br />

mento: 3.232.297-2. Està a dispos'cão<br />

do dono aqui no <strong>Nosso</strong><br />

Tern no<br />

Ladeada por casas de prostituição, esta favela fica<br />

as portas de entrada pare a cidade.<br />

'.'T J<br />

Pastor Galeano ladeado por dois fiéis em frente ao<br />

"nOb da "Santidade".<br />

A entrada da "Santidade" e<br />

'estragam tudo" no seu entender.<br />

Alexandre Galeano é contra<br />

a cobrança pot servicos religio<br />

sos. "As colaboraçOes são<br />

esponlãneas" - assegura ele,<br />

mas acrescenta que aiguns faltam<br />

as reuniôes quando estao<br />

sern dinheiro pot terern vergonha<br />

de não poderern dar sue<br />

contribuicão 0 pastor, porérn,<br />

tern a convicção de que não se<br />

pode cobrar por urn serviço pelo<br />

qual nern Cristo cobrava.<br />

Galeano não tern curso de<br />

Teologia, mas considera-se .à altura<br />

Para conduzir Os destinos<br />

religiosos da igreja Evangélica<br />

Congregacão Cristã Povo de<br />

Deus dentro da rnais rigorosa Iideldade<br />

biblica. De irnproviso,<br />

Galeano traça Os fundarnentos<br />

doutrinarios de sue Igreja'<br />

"Aqul havia urn morador<br />

que predicava, talava sobre as<br />

WI<br />

I.<br />

promessas de Deus, o recebirnento<br />

do Espirito Santo.<br />

Antigamente Os santos apOstoios<br />

primeiramente andavam junto<br />

corn Cristo. Depois que Cristo<br />

fez a ültima ceia prometeu acts<br />

apóstoios responderido a uma<br />

pergunta de Pedro: Mestre,<br />

como devemos ficar sozinhos?<br />

Cristo virou e disse a Sao Pedro:<br />

Não turbeis vossos coraçOes.<br />

Crede em Deus e também em<br />

mirn, porque na casa de rneu pal<br />

ha muitas rnoradas. Eu irei ao<br />

Pat e ele rogarâ e enviarâ urn<br />

espirito consolador. Este vos<br />

guiara em toda a verdade e justiça.<br />

Pedro se acalrnou. Ficou<br />

contente. Então Cristo mandou<br />

que OS apasfobos o esperassem<br />

em Jerusalem. Ai eu virei em vOs<br />

e novamente you viver junto corn<br />

vocés. Ai eles receberam o Espirito<br />

Santo. Cada urn faiava em várias<br />

linguas, receberam muitos<br />

poderes... Então é urna ant iga reiigião<br />

que apareceuaqui"<br />

Jornaleiros<br />

ganham prêmio<br />

L,:e :o Os jurna:(-; QLJe mas venoerarn NOSSU<br />

TEMPO no ms do dezembro. 1 0 lugar - Valentirn Voidlinski<br />

2 1' - José Votdjinnki: 30 lugar - DeIc da Silva: 40<br />

un it - Vanderlei dos Santos<br />

G.nha' irn boidS do fuletv adquir idas no Pnlacn oos<br />

!,"rtes 1.


Foz, 14/01/81<br />

0 crime no Brasil assume os contornos de uma autêntica_guerra civil<br />

As classes ricas e ominantes<br />

abriram urna cova e estão<br />

caindo dentro dela. A minoria de<br />

canaihas que tomou para Si ludo<br />

o que o Brasil é, possui e produz,<br />

pensou estar construindo uma<br />

naçao rica. mas 0 que conseguiu<br />

foi a instalação de urn auténtico<br />

inferno social. A satadeza que<br />

marcou a escala da classe privilegiada<br />

para o fantástico enriquecimerito<br />

vazou para as ruas<br />

formando Os caos. A diferença<br />

entre a satadeza dos ricos e a<br />

que se espalhou entre a populacáo<br />

eslá em que esta ültima pou-<br />

Co ou nada tern a conseguir, pois<br />

tudo está tornado pelos ricos.<br />

Os ladrOes de grande calibre,<br />

Os assassinos de marca<br />

mahor, Os criminosos de todas as<br />

marcas estão no poder, 0 controle<br />

politico e econôrnico do<br />

• pais está nas maos de bandidos<br />

que roubam escancaradamente<br />

de forma por eles mesmos legalizada.<br />

Paralela a essa depravacao.<br />

instalou-se na sociedade<br />

explorada uma total anarquia,<br />

uma deprimente, horrorosa e incontrolável<br />

escalada do crime.<br />

A prirneira ediçâo de 1981<br />

da revista Veja dedicou sua malena<br />

de capa ao crime. Os dados<br />

que a revista vornita ao püblico<br />

são suficientes para envergonhar<br />

a mais atrasada republiqueta<br />

do mundo Al esbarram Os<br />

brios patriôticos de urn pals que<br />

tenta encontrar razôes para se<br />

ulanar colocando-se acima do<br />

que ha de pior no mundo subdesenvolvido.<br />

sern conseguir.<br />

Os brasileiros, que gostarn<br />

de ostentar infaritilmente as<br />

maiores coisas do mundo, tern<br />

agora urn recorde a altura de<br />

seu orguiho estüpido: o major indice<br />

de crirninalidade da face da<br />

terra. O crime no Brasil assume<br />

Os contornos de urna auténtica<br />

guerra Civil. 0 nümero e a quaIldade<br />

dos crimes acontecidos no<br />

anode 80 vão sugerir a algum futuro<br />

estudioso da história que 0<br />

Brasil esteve realmente em guerra<br />

nestes Ultimos tempos. E esteye.<br />

E assim continuará -- nâo<br />

sendo possivel saber ate quando.<br />

"E triste constatar que, a<br />

dezenove anos de distâiicia do<br />

século XXI, o pals se encontre,<br />

em matéria de crime e violéricia,<br />

num porito pior do que ja esteve<br />

uma brutal. desmoralizarite<br />

escalada de hornicidios, assaltos<br />

A OPINIAO DE JUV NCIO MAZZAROLLO<br />

o todo tiDo ae deLos ViOJèflIO-.<br />

E a iamüria da 'Carta ao Leitor',<br />

do n° 644 da revisla Veja.<br />

As mais notórias podridôes<br />

sociais de todos Os tempos e lugares<br />

estão se curvando ante a<br />

fertilidade corn que o crime prolifera<br />

no Brasil, especialmente<br />

nas grandes cidades. 0 Rio de<br />

Janeiro e Sao Paulo disputarn<br />

entre si mais esta suprernacia ao<br />

par da económica, politica cultural.<br />

A Baixada Fluminense foi, inclusive,<br />

guiridada pela ONU ao<br />

titulo de " regiáo mais violenta do<br />

rn undo"<br />

0 pior e que, aos poucos. a<br />

sociedade brasileira está obrigada<br />

a encarar uma realidade amda<br />

mats triste: Os indices faritásticos<br />

de crirninalidade já não são<br />

exclusividade das grandes metrôpoles:<br />

eles progressivarnente<br />

vão fazerido parte da vida das<br />

mats folclóricas povoacoes do<br />

interior, Foz do lguacu, por<br />

exemplo, sot reu 164 mortes violeritas,<br />

crirninosas. em 1980,<br />

contando-se somenle as registradas<br />

pelos ôrgáos polictais Se<br />

fosse feita uma estatistica rigorosa<br />

de todo 0 tipo de crimes<br />

acontecidos neste rnunicipio durante<br />

o ano que passou, os dados<br />

envergonhariarn o mats orgulhoso<br />

dos eritusiastas do progresso<br />

aqui existente.<br />

Todos sabem quern assalta<br />

e quem é assaltado. So pode ser<br />

assaltado quem tern, principalmente<br />

quem tern mats. As classes<br />

alIas já não encontrarn metodos<br />

de segurança para seus<br />

bens e para suas vidas. No Rio<br />

de Janeiro, uma em cada duas<br />

pessoas da classe "A" foram vitimas<br />

de algum tipo de violéricia<br />

nos Ultimos dois anos. Belissimo<br />

recorde' Acirna de tudo, rnerecido.<br />

A desenvoltura corn que<br />

operam Os rnarginais no Brasil é<br />

perfeitamente compativel corn o<br />

tipo de sociedade aqui tormada.<br />

Poucos conseguern admitir isso,<br />

rnas a verdade é que a violéncia<br />

generalizada é a resposta inevitável<br />

para qualquer sociedade<br />

tao desigual como a brasileira.<br />

Os ricos, defendidos e incer<br />

tiv&doS em 3uas roubalheiras<br />

pelo governo imoral e corruplo<br />

dos mililares, apenas agora estao<br />

entrando em pánico por não<br />

saberem corno defender as posses<br />

conseguidas desonestarnente<br />

e assegurar a tranquilidade do<br />

suas garantias pessoais,<br />

Ninguern pode relutar a lese<br />

de que a violéncia, a corrupção,<br />

a desonesadade lot ensinada<br />

ao povo pelo regime despOtico<br />

dos anos p05-64. Tudo cornecou<br />

corn a repressáo politica<br />

desencadeada pelos militares<br />

para se defenderem no poder e<br />

assim assegurarem a devastacáo<br />

do pals e do povo por urna<br />

corja de assaltanles engravatados,<br />

sejam des brasilehros ou representantes<br />

do imperialismo.<br />

A lei foi detnitivamente desmoralizada<br />

, pelos que teriam 0<br />

dever de faze-la respeitar e cumprir.<br />

0 cornportamerito dos orgariismos<br />

encarregados da segunança<br />

é vergonhoso ao ponto de<br />

se confundir corn o comportamento<br />

dos que fazem da desobediéricia<br />

as leis seu rneio de vida<br />

A inseguranca é total. E isso<br />

é cômico quarido so sabe que<br />

lot corn a palav'a "segurança'<br />

que os golpistas de 64 encherarn<br />

a boca. A população que rouba,<br />

que mata. està apenas tentanco<br />

o ültirno recurso para tornar a S<br />

o que Ihe lot usurpado por urna<br />

politica econôrnica explonadora.<br />

opressiva. As tempestades de<br />

hoje foram armazenadas pelos<br />

ventos da prepotência e do<br />

egoismo dos poucos beneficiados<br />

pela crirnirosa condução<br />

dos destinos da riação nestes<br />

anos de total fall a de Ctica e humanismo<br />

do regime milita<br />

Hoje não existern mats portas<br />

nem fechaduras, nem rnurahas<br />

capazes de deter a sanha<br />

dos assaltanles. A policia, além<br />

de corrornpida, é irremediavelrnente<br />

ineficaz. A incompetéricia.<br />

a talta de confiabilidade merecida<br />

petoS organismos polic'ais<br />

está abrindo a oportunidade<br />

ao surgimento de urn exército<br />

paralelo na vida brasileira. Proliteram<br />

no pals os serviços de<br />

guarda particulares para defender<br />

empresas, casas e pessoas.<br />

E mais urn negOcio lucrativo corn<br />

urn ménito respestávet, o de ser<br />

urn pouco mais eficiente do quo<br />

o combalido aparato de policiarnent9<br />

oficial.<br />

E deprimerite. 0 estado perdeu<br />

para os cnirninosos o controle<br />

das cidades. A gravidade da<br />

situação precisa ser avaliada<br />

corn realisrno. Ela dá a medida<br />

exata do catáter injusto e desurnano<br />

dos rumos traçados a força<br />

para opals.<br />

0 mats diticil em 'udo isso<br />

não é buscar rnétodos de repres-<br />

são pura e simples. Sabe-se que<br />

nem é ai que reside a solução.<br />

Se a eliminação do crime dependesse<br />

da repressào, Os paises<br />

da America do Sul deveriam estar<br />

rajando a santidade, tamanha<br />

foi a abundância repressiva nas<br />

Ultirnas duas décadas nesta infeliz<br />

região do globo terrestre.<br />

Nem is preciso escrever oU<br />

falar sobre a cnirninalidade para<br />

0 povo saber o grau critico em<br />

que estã 0 pals nesse carnpo.<br />

Basta sair a rua ou d.eixar uma<br />

casa sern ninguém dentro duranto<br />

urn ou dois dias para o;e a<br />

lëncia atirja 0 caaaao cm sua<br />

LOTEADORA<br />

I7<br />

00110 LTDA.<br />

o MELHOR<br />

IMOVEL DA CIDADE<br />

Av. JJcei!rtc Kuotschek, 1295<br />

19<br />

prOpria came. E uma situacáo<br />

que não ajuda ninguém. E o mais<br />

Iarnentãvel A conduia criminosa<br />

é para o marginal. tao ou<br />

mais incômoda para ele mesmo<br />

que a sobressaltada conduta das<br />

vitirnas do crime.<br />

Trata-se de urn probtema<br />

digno da preocupaçao da sociedade<br />

inteira. 0 começo da solucáo<br />

esta no convencimento de<br />

que ela existe. Mas eta náo esta<br />

em qualquer fOrmula. Ela està<br />

muilo Iorge, bern bra do sistema<br />

vigente. Corn Os bois quo 0<br />

pals tern puxando seu carretão e<br />

seu arado é irnpossivel esperar<br />

da !erra bons frutos.


it9<br />

-.---'.------- -----.-- -<br />

Dci( padre,<br />

eu FaIeT que a<br />

C Y •) t- - -<br />

-- - --<br />

NO bdro Campos do lguaçu o povo<br />

esid no Qxpectctt?va de b-everrente<br />

3UrgIr umo 'nha detrar15poe fluv'ol<br />

dTretornen1e da çaraer-i dci Prfricesc.<br />

dos Campos GO C€rIfrC, po yque o ro<br />

arçk1a ( ) aIuen±E dc-) Botc jcl. QurrlQ<br />

v-ecdckide.<br />

-<br />

9-<br />

QUEREMOS DAR AQUELE ABAO E DE.SEJ<br />

UM FELIZ ANIONOVO AOS<br />

NOSSOS QUERUJOS GOVERNANTES<br />

N,ossoc<br />

emp<br />

Foz, 14/01/81 - N°6 Ano I

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