15.05.2013 Views

Os desassossegos do rei - Quintal dos Poetas

Os desassossegos do rei - Quintal dos Poetas

Os desassossegos do rei - Quintal dos Poetas

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

disposta a jurar antecipadamente uma constituição que<br />

ninguém ainda sabia di<strong>rei</strong>to como seria. Desta forma, logo no<br />

primeiro dia <strong>do</strong> ano de 1821, ou seja, antes mesmo das Cortes<br />

terem inicia<strong>do</strong> os trabalhos da construção constitucional e<br />

destituí<strong>do</strong> a junta <strong>do</strong> governo de Portugal nomeada pelo <strong>rei</strong>, o<br />

povo <strong>do</strong> Pará já tinha instala<strong>do</strong> uma junta de governo<br />

provisional <strong>do</strong> seu agra<strong>do</strong> e jura<strong>do</strong> a constituição que ainda<br />

iria ser feita. Em feve<strong>rei</strong>ro os paraenses nomearam uma<br />

comissão para ir até Lisboa participar o ocorri<strong>do</strong>. À frente ia o<br />

jovem Felipe Alberto Patroni - bacharel gradua<strong>do</strong> em<br />

Coimbra - que gostava de discursar à moda <strong>do</strong>s<br />

revolucionários franceses, exageran<strong>do</strong> na forma e no<br />

conteú<strong>do</strong>. Mas a visita causou sensação no recinto <strong>do</strong> Palácio<br />

das Necessidades e assim os parlamentares lusos respiraram<br />

alivia<strong>do</strong>s, certos de que os brasileiros estavam a seu la<strong>do</strong> e que<br />

podiam seguir em frente com a questão brasílica sem temer<br />

hostilidades. <strong>Os</strong> deputa<strong>do</strong>s portugueses ficaram tão<br />

entusiasma<strong>do</strong>s com o entusiasmo <strong>do</strong> povo paraense que até<br />

cogitaram de transformar o Pará numa província portuguesa<br />

ligada diretamente a Lisboa.<br />

De fato, no princípio foi só alegria. No dia 10 de<br />

feve<strong>rei</strong>ro foi a vez da Bahia mostrar o seu amor. Ali a revolta<br />

para instalação da junta de governo leal às Cortes já não foi<br />

tão tranqüila e o conde da Palma – governa<strong>do</strong>r da confiança<br />

de d. João VI – teve que entregar o governo aos revoltosos<br />

depois de algumas trocas de tiros. É que ele dependia da<br />

capacidade militar <strong>do</strong> marechal Felisberto Caldeira Brant – o<br />

futuro marques de Barbacena – que então já mostrou toda a<br />

sua notória incompetência no coman<strong>do</strong> de armas, a mesma<br />

que mostraria mais tarde novamente à frente <strong>do</strong> exército<br />

brasileiro na campanha da província Cisplatina.<br />

Instalada a junta baiana, jurou-se fidelidade ao <strong>rei</strong> e à<br />

futura constituição. O próprio conde da Palma foi convida<strong>do</strong><br />

97

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!