Os desassossegos do rei - Quintal dos Poetas

tropas para a capital baiana. Também aprovaram o envio de
tropas para o Rio de Janeiro. Essa decisão, até pela modéstia
do efetivo aprovado era um simplório delírio de uma
assembleia de deputados entusiasmados com o som das
próprias vozes. No fundo as Cortes deviam estar rezando para
que a questão brasileira não pedisse uma solução bélica.
Assim, teriam que apelar mais para indisfarçadas bravatas do
que para intimidação militar.
Mas sobre d. Pedro – dotado de grande coragem
pessoal e cheio de sonhos aventureiros – essas coisas
dificilmente funcionariam. Ao contrário. No ano seguinte,
entusiasmado pelos acontecimentos do “Fico”, ele é que iria
punir os militares portugueses que lhe eram hostis, obrigando
a Divisão Auxiliadora a retornar a Portugal (fevereiro de 1822)
e impedindo que um contingente de 1.200 expedicionários,
enviado para substituí-la, desembarcasse no Rio de Janeiro.
Este batalhão chegaria ao Rio de Janeiro a 09 de março de
1822, sob o comando de Francisco Maximiliano de Souza.
Integrava a esquadra encarregada de levar d. Pedro para
Lisboa, por bem ou por mal. Naquela altura a Divisão
Auxiliadora já tinha zarpado. A modesta força portuguesa
encontrou a cidade em posição de defesa, com as baterias das
fortalezas carregadas e a infantaria reforçada com mais 1.200
milicianos descidos de São Paulo e Minas Gerais. Desistindo
de desembarcar, a força portuguesa retornou no dia 23
esvaziada de 900 soldados que, a convite de d. Pedro,
aceitaram ser incorporados ao exército do Brasil. O general
Maximiliano voltou para casa comandando um restolho de
300 homens, derrotados sem ter sequer entrado em batalha.
Por conta disso seria severamente repreendido pelas Cortes, o
que também aconteceu com o general Avilez, comandante da
Divisão Auxiliadora. Eram as primeiras vitórias militares de d.
Pedro à frente de tropas, em prontidão de combate. Mais
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