Os desassossegos do rei - Quintal dos Poetas

sucessão. O primogênito de d. Pedro era João de Bragança,
mas ele só foi príncipe por quinze dias, tempo que durou a sua
efêmera vida. No ano seguinte nascia outro João, que pela
morte prematura do seu irmão mais velho, já nasceu príncipe
herdeiro do trono, caso raro mas também decorrente do
habitual infortúnio bragantino dos primogênitos. Este veio a
ser o famoso D. João V. Ele próprio, em 1734, reformou a
titulação dos herdeiros da família real da Dinastia de Bragança,
determinando que o título de príncipe ou princesa da Beira
passasse a identifica o primogênito do herdeiro da coroa. O
herdeiro, por sua vez, ficaria com o título de Príncipe do
Brasil. Aí, mais uma vez, a roda da fortuna girou tirando o
título do primogênito. O primeiro filho varão de d. João V
chamou-se Pedro e, por primeiro, nasceu Príncipe do Brasil,
quer dizer, herdeiro da coroa. Mas ele sobreviveu apenas dois
anos e o título foi parar no colo de seu irmão d. José que
assumiu e governou até 1777. Foi substituido por sua filha d.
Maria, essa sim, nascida princesa e que chegou a rainha, sem
que para isso algum irmão seu tivesse que ficar pelo caminho.
Mas o caso é único e a regra continuou depois dela e até com
um certo exagero. O primogénito de d. Maria I era d. José,
portanto, nasceu príncipe do Brasil, herdeiro do trono. O
nosso futuro d. João VI era apenas o quarto na linha de
sucessão, mas acabou virando príncipe regente pela morte de
seus três irmãos mais velhos. D. José, o príncipe original,
morreu em 1788 aos vinte e oito anos, d. João de Bragança
nasceu já sem vida e d. João Francisco viveu pouco mais de
um mês. Na sequência chegamos ao caso do nosso Pedro de
Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula
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