Os desassossegos do rei - Quintal dos Poetas

espanhola corajosa e indomável morreu pobre e meio
abandonada e certamente, não morreu feliz, mesmo com o
filho preferido finalmente assentado no trono portugues que
ela tantas vezes quis para si própria.
Nasce o infante Pedro
Foi mais no final do século XIX que as histórias das
carochinhas começaram a transformar sapos em príncipes.
Era relativamente fácil: bastava o beijo corajoso de uma
legítima princesa. Na dinastia dos Bragança também não era
muito dificil se virar príncipe. Claro, tinha-se que nascer
infante, ou seja tinha-se que ser filho do rei ou do próprio
príncipe herdeiro. Depois a natureza cuidava do resto, visto
que, a mortalidade entre as famílias reais era bastante alta,
como de resto na população como um todo, notadamente na
população infantil. Mas entre as famílias nobres em geral ainda
tinha o agravante dos casamentos consanguínios que podiam
potenciar as fragilidades genéticas. Vai daí que relativamente
poucos reis portugueses entre os Bragança, tinham nascido
príncipes. Dizem até que havia uma maldição por conta da
praga que um frade rogou por ter sido maltratado por d. João
IV que se recusou a dar-lhe esmolas e, provavelmente, ainda
fez um comentário grosseiro. Isso agastou muito o tal frade
pois ele devia ser humilde mas não tinha sangue de barata.
A praga comecou a fazer efeito já na primeira geração:
o príncipe era d. Teodósio, primogênito de d. João IV. Ele
morreu com dezenove anos e não chegou a assumir o trono.
O título, como vimos, foi para seu irmão d. Afonso VI que
subiu ao trono em 1662. Acabou deposto por seu irmão mais
novo Pedro que, também não tendo nascido príncípe assumiu
como regente e depois virou rei, desviando a linha original de
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