Os desassossegos do rei - Quintal dos Poetas

d. Pedro Carlos, a Rainha d. Maria I e sua irmã d. Mariana, o
marques e a marquesa de Angeja, o conde de Linhares, o
marques de Belas, o marques de Pombal, o marques de
Borba, o marques de Vagos, o conde das Galveas, o visconde
de Condeixas, o marques de Aguiar, o conde da Barca, o
conde de Barreiro, a condessa da Figueira, o conde da Ribeira
Grande, entre outros. Mas, justiça seja feita, nem todos
morreram propriamente pela insalubridade do Rio de Janeiro
daqueles tempos. D. Maria e d. Mariana já estavam muito
velhas e d. Pedro Carlos nunca teve boa saúde. Já o caso do
conde de Linhares é absolutamente inusitado. Há quem diga
que ele morreu de traumatismo craniano devido a uma
bengalada que d. João VI teria lhe dado num raro momento
de fúria 13 . A natureza também fazia maldades e o jovem conde
de Barreiro, mesmo em excelente saude e tostado de sol,
acabaria morrendo afogado nas águas agitadas do mar da
Tijuca.
Os trovões também incomodavam muito a delicada
nobreza, ribombando nas montanhas e florestas do entorno
da maravilhosa cidade, estressando os estressáveis. Contra a
natureza não havia, claro, o que fazer, mas contra a sujeira e o
atraso sim. De sorte que uma série de medidas, não só de
saneamento, mas de caráter cultural tiveram que ser postas em
marcha. Entre elas a vinda da missão cultural francesa e as
sucessivas missões científicas de naturalistas de toda a Europa.
Depois chegaria a maravilhosa biblioteca real formada pelos
Bragança desde o tempo de d. João V. Tudo isso viria compor
o processo de liberação do Brasil da antiga condição de
quintal do reino portugues. Seria fundado o Banco do Brasil,
13 Pedro Calmon in “O Rei do Brasil”.
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