Os desassossegos do rei - Quintal dos Poetas

permaneceu até o fim do seu reinado, época em que palácio
gozou de grande esplendor.
O terceiro palácio que os Bragança ergueram em
Belém foi o já mencionado Palácio das Necessidades. Sua
origem foi um mosteiro que d. João V dotou de melhorias
assim que comprou a quinta. Mas foi d. Maria II que deu à
construção condições de abrigar a família real com mais
dignidade, segundo os cânones de seu marido d. Fernando,
homem requintado e exigente que encheu o palácio de obras
de arte. Depois da morte da rainha, seu marido e seu filho - o
rei d. Pedro V - continuaram a residir lá até que se deu aquela
tragédia já contada. Na época da proclamação da república o
palácio já tinha readquirido sua condição de residência oficial
do rei, tendo por isso, recebido alguns tiros de uma
canhoneira estacionada no Tejo que conseguiram fazer alguns
estragos, assustar o rei e entronizar a república.
Dissemos que quando d. João VI voltou do Brasil, em
1821, até por imposição das Cortes que queriam tê-lo por
perto, foi morar no velho Palácio da Bemposta. Este palácio
foi incorporado ao patrimônio dos Bragança por d. Catarina
de Bragança, viúva do rei Carlos II da Inglaterra. Infelizmente,
como sabemos, o consórcio lusobritânico não conseguiu dar
herdeiros para o trono da Inglaterra e quando o rei morreu, d.
Catarina teve que voltar para Portugal. Foi então que adquiriu
o palácio e o tomou para residência. Ao morrer deixou-o para
seu irmão d. Pedro II. O filho deste, d. João V, incorporou o
palácio ao patrimônio do infantado passando a ser residência
dos infantes, entre eles d. Pedro III, o mesmo que iria
construir o Palácio de Queluz e que seria o pai de d. João VI.
O próprio d. João já tinha morado na Bemposta antes da
primeira invasão napoleônica, quando o Palácio da Ajuda
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