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Os desassossegos do rei - Quintal dos Poetas

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esolveu permanecer em Belém. Chamou o futuro marques de<br />

Pombal e encarregou-o de construir uma tenda suntuosa no<br />

local da quinta de Belém e que veio dar lugar ao segun<strong>do</strong><br />

palácio residencial <strong>do</strong>s <strong>rei</strong>s da Dinastia de Bragança. Era<br />

chamada de “A Real Barraca”. Apesar de ser apenas uma<br />

tenda, a construção demorou seis anos. D. José ali morou até<br />

morrer em 1777, quan<strong>do</strong> a tal barraca foi aban<strong>do</strong>nada como<br />

residência real. Em 1794 um incêndio consumiu rapidamente<br />

a singular edificação já que ela era construída de pano e<br />

madeira. Quer dizer, podia prevenir os danos que um<br />

terremoto pudesse causar mas era extraordinariamente<br />

inflamável.<br />

D. João V não investiu muito no Palácio da Ribeira<br />

também porque se viu obriga<strong>do</strong> a cumprir uma promessa<br />

dispendiosa. Acontece que, como já contamos de passagem,<br />

sua esposa - d. Mariana - já lá se iam três anos de consumação<br />

e reconsumação <strong>do</strong> casamento, ainda não tinha consegui<strong>do</strong><br />

emprenhar, deixan<strong>do</strong> to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> muito apreensivo. Foi aí<br />

que f<strong>rei</strong> Antônio de São José sugeriu que ele fizesse uma<br />

promessa tenta<strong>do</strong>ra. O <strong>rei</strong> concor<strong>do</strong>u e foi logo prometen<strong>do</strong><br />

construir um portentoso convento, caso sua esposa viesse a<br />

engravidar. Fez a sua parte di<strong>rei</strong>tinho e não demorou muito a<br />

obter a graça. Ficou tão agradeci<strong>do</strong> que resolveu ampliar o<br />

prometi<strong>do</strong> e construir um complexo luxuoso que agregasse<br />

não só um convento mas também um palácio e uma capela<br />

majestosa. E foi assim que surgiu o Convento/Palácio de<br />

Mafra, erigi<strong>do</strong> a cerca de cinco léguas de Lisboa. A construção<br />

começou em 1717, época em que a remessa de ouro de Minas<br />

Gerais para o tesouro da Coroa Lusitana fluia copiosa,<br />

fornecen<strong>do</strong> a d. João V o lastro necessário para tornar<br />

realidade os sonhos suntuosos que tinha para o<br />

empreendimento prometi<strong>do</strong> a Deus. De sorte que o <strong>rei</strong><br />

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