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Os desassossegos do rei - Quintal dos Poetas

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ninguém da sua estirpe para se preocupar com o palácio pois,<br />

como não deixou herdeiros, estava extinta a Dinastia de Avis.<br />

Assim a coroa portuguesa foi cair no colo <strong>do</strong> <strong>rei</strong> da<br />

Espanha – Felipe II – e foi ele que teve a primeira iniciativa de<br />

agregar melhorias ao edifício. Foi dele a ideia de <strong>do</strong>tar o<br />

palácio de um imponente torreão, obra <strong>do</strong> arquiteto italiano<br />

Felipe Terzi, especialista na construção de fortalezas,<br />

resultan<strong>do</strong> daí a postura um tanto militar <strong>do</strong> torreão,<br />

guardan<strong>do</strong> a passagem <strong>do</strong> Tejo.<br />

Começa a Dinastia de Bragança e o Palácio da Ribeira<br />

continuaria mal fala<strong>do</strong>, pelo menos até os tempos de d. João<br />

V. Havia uma quase unanimidade de opiniões de que o paço<br />

da Ribeira era, mais ou menos, um amontoa<strong>do</strong> de pedras,<br />

robusto mas sem nenhuma elegância. O <strong>rei</strong>-sol português,<br />

contu<strong>do</strong>, não mexeu muito no aspecto externo da pesada<br />

construção, concentran<strong>do</strong> seu projeto de melhorias em <strong>do</strong>tar<br />

o palácio de um pouco mais de conforto e luxo. Assim<br />

construiu uma magnífica capela e um grande teatro, além de<br />

entulhar os aposentos reais de muita prataria, tapeçaria, obras<br />

de arte e móveis ao gosto francês, como era <strong>do</strong> seu jeito. Mas<br />

nada de melhorar o palácio como um to<strong>do</strong>.<br />

D. José I, o filho de d. João V, se limitou a concluir o<br />

projeto <strong>do</strong> teatro idealiza<strong>do</strong> pelo pai e foi nesse esta<strong>do</strong> que, no<br />

dia 1º de novembro de 1755, o terremoto de Lisboa botou o<br />

Palácio da Ribeira abaixo, arrasan<strong>do</strong> a construção que abrigava<br />

os <strong>rei</strong>s de Portugal havia já duzentos e cinqüenta anos. Por<br />

mera obra <strong>do</strong> acaso, nesse dia d. José I se encontrava na<br />

quinta de Belém onde o terremoto chegou com pouca<br />

intensidade. Mas o <strong>rei</strong> foi toma<strong>do</strong> de tal pavor com a<br />

hecatombe que nunca mais quis saber de habitar um palácio<br />

de verdade, ainda mais no centro de Lisboa, região<br />

especialmente vulnerável a terremotos. De sorte que ele<br />

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