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Os desassossegos do rei - Quintal dos Poetas

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herda<strong>do</strong> da dinastia anterior. O palácio começou a ser<br />

construí<strong>do</strong> por iniciativa de d. Manuel I - da Casa de Avis -<br />

<strong>do</strong>is anos antes <strong>do</strong> descobrimento <strong>do</strong> Brasil. Sua construção,<br />

no formato inicial, durou apenas dez anos, até porque a<br />

edificação era muito simples, tocada em regime de austeridade<br />

e pragmatismo. Na verdade, a ideia não era simplesmente a de<br />

edificar uma nova residência para a família real mas, também,<br />

criar um complexo administrativo em torno <strong>do</strong> <strong>rei</strong>. Ficava na<br />

praça fronteiriça ao Tejo e, de certa forma, representava o<br />

ponto de partida de onde se podia alcançar administrativa e<br />

militarmente a to<strong>do</strong>s os cantos <strong>do</strong> vasto império português,<br />

agora acresci<strong>do</strong> <strong>do</strong> bom quinhão representa<strong>do</strong> por sua nova e<br />

vasta colônia da América. De sorte que, em 1510, o palácio já<br />

se prestava às suas múltiplas utilidades. Abrigava também as<br />

principais secretarias <strong>do</strong> <strong>rei</strong>no. No segun<strong>do</strong> andar abria-se<br />

uma confortável galilé de onde o <strong>rei</strong> podia examinar o<br />

movimento <strong>do</strong> porto e conferir a dinâmica <strong>do</strong> estaleiro e <strong>do</strong><br />

comércio das especiarias. Mas nessa fase, como dito, a<br />

construção era muito singela, apesar de simbolizar a cabeça de<br />

um império que alcançava os quatro cantos <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Assim,<br />

era objeto freqüente de críticas, especialmente no juízo <strong>do</strong>s<br />

visitantes estrangeiros. Apesar disso, ficou mais dez anos sem<br />

sofrer qualquer melhoria. Só depois que o filho de d. Manuel,<br />

d. João III subiu ao trono é que se deram as primeiras<br />

iniciativas para tornar o palácio digno <strong>do</strong> fausto português<br />

daqueles tempos. As melhorias, contu<strong>do</strong>, foram mais de<br />

natureza funcional <strong>do</strong> que artística, resultan<strong>do</strong> daí que o<br />

palácio foi amplia<strong>do</strong> mas não foi embeleza<strong>do</strong>. O sucessor de<br />

d. João, d. Sebastião não teve muito tempo para se incomodar<br />

com o palácio pois ficou o tempo to<strong>do</strong> <strong>do</strong> seu curto <strong>rei</strong>na<strong>do</strong><br />

ocupa<strong>do</strong> com a ideia de partir para o Oriente à frente de uma<br />

cruzada para libertar a Terra Santa das garras <strong>do</strong>s infiéis.<br />

Como não voltou dessa louca aventura, também não teve mais<br />

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