Os desassossegos do rei - Quintal dos Poetas

portuguesa. No caso d. Maria Bárbara, filha de d. João V 7 . A
morte prematura da esposa deixou-o tão melancólico que ele
veio a enlouquecer e morrer de amor, exatamente um ano
após o falecimento de Maria Bárbara. Caso idêntico ao de d.
Maria I que teve na morte do marido-tio outra das causas da
sua ruína mental.
Existem ainda outras tragédias na história dos
Bragança, inclusive um duplo regicídio. É o caso de d. Carlos
I que foi assassinado num atentado juntamente com o
príncipe herdeiro d. Luiz Felipe quando passava em
carruagem aberta pela praça do Comércio em Lisboa.
Há também o caso dos três filhos de d. Maria II que
morreram de tifo, um após o outro, inclusive o rei d. Pedro V.
Para sorte dela - se é que se pode dizer assim - ela já havia
morrido muito antes, aos trinta e quatro anos, em seu décimo
primeiro parto subseqüente, com intervalos de um ano.
Mas a mais tenebrosa das tragédias que atormentaram
a indigitada família aconteceu com Maria Isabel de Bragança,
aquela mesma, filha de d. João VI, que casou com o tio rei da
Espanha. A pobre rainha já tinha perdido o primeiro filho e
estava grávida do segundo quando sofreu um ataque epilético
e caiu em coma profundo. O médico, julgando-a morta, abriulhe
o ventre tentando salvar a criança. A dor lacerante da
incisão desajeitada despertou a pobre mãe aos gritos
apavorados. Acabaria morrendo logo depois debaixo de
intenso sofrimento, esvaindo-se em sangue. A criança também
não se salvou.
7 Não confundir com d. Maria Isabel, filha de d. João VI, que, anos
depois, também se casaria com um tio, nesse caso, Fernando VII,
também rei espanhol.
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