Os desassossegos do rei - Quintal dos Poetas

D. Maria era conhecida também como A Piedosa ou A
Louca. No primeiro caso devido a sua acentuada carolice e no
segundo devido a indisfarçável demência que tomou conta
dela a partir de 1792, o que abriu caminho para a regência e
posterior reinado de seu filho João. E ei-lo: nosso d. João VI -
O Clemente, filho de D. Maria I e de seu marido e tio, o rei
consorte d. Pedro III. Nasceu em Lisboa em 13 de maio de
1767 com o nome completo de João Maria José Francisco
Xavier de Paulo Luis Antônio Domingos Rafael de Bragança
e, já de berço e sem especial esforço, marcado pela graça de
herdar os títulos de oitavo príncipe da Beira e do Brasil,
vigésimo primeiro duque de Bragança, décimo oitavo duque
de Guimarães, décimo sexto duque de Barcelos, vigésimo
marques de Vila Viçosa, vigésimo quarto conde de Arraiolos,
vigésimo segundo conde de Ourem e de Barcelos, de Faria e
de Neiva; grão-prior do Crato e senhor da Casa do Infantado.
E mais: grão-mestre das ordens militares de Cristo, Avis, São
Tiago da Espada, da Torre e Espada, da Ordem de São João
de Jerusalém e agraciado com as Grão-cruzes de N. S. da
Conceição, Cavaleiro da Ordem do Tosão de Ouro. E mais
ainda, mundo a fora, agraciado com as cruzes das Ordens de
Carlos III, São Fernando e Isabel A Católica na Espanha; do
Santo Espírito, São Luiz, São Miguel e da Legião Estrangeira
na França; de Leopoldo na Áustria; de Santo Estevão na
Hungria; da Coroa de Ferro na Itália; das de Santo André, S.
Alexandre Neviski e de Sant’Ana na Rússia; cavaleiro da
Ordem Inglesa da Charreteira, Grãocruz do Elefante da
Dinamarca, do Leão Neerlandes dos países baixos e da Águia
Negra da Prússia.
D. João teria preferido pela vida toda ser um simples
infante, príncipe pacato a desfrutar das artes e da boa mesa,
longe da política e dos aborrecimentos do poder, passeando
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