Os desassossegos do rei - Quintal dos Poetas
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com a tarefa de partir para o sul e acossar a frota realista. Uma<br />
outra parte da força terrestre é entregue a Vila Flor – então já<br />
feito duque da Terceira - com a missão de invadir o Algarve.<br />
<strong>Os</strong> três assumem suas missões buscan<strong>do</strong>, num primeiro<br />
momento, desafogar a pressão sobre o Porto, onde d. Pedro<br />
ficou cavan<strong>do</strong> trincheiras e comandan<strong>do</strong> a defesa ao la<strong>do</strong> de<br />
Saldanha. A estratégia dá certo e é aí que a vitória começa a<br />
ser construída. A 24 de junho de 1833 as forças de d. Pedro<br />
desembarcam no Algarve e um mês depois conseguem entrar<br />
em Lisboa. Esta talvez tenha si<strong>do</strong> a mais espetacular vitória da<br />
campanha. Foi quan<strong>do</strong> o duque da Terceira, com 1.500<br />
homens apenas, conseguiu bater o exército de 15.000 homens<br />
que guarnecia Lisboa. No dia 28 d. Pedro dá entrada na<br />
capital, assumin<strong>do</strong> o governo como regente. Seu primeiro ato<br />
é restabelecer a constituição que tinha outorga<strong>do</strong> em abril de<br />
1826. Com a guerra em curso a constituição se mostra<br />
inexeqüível e d. Pedro governa como um general, através de<br />
decretos, para repugnância <strong>do</strong>s liberais mais radicais e<br />
românticos. A política externa funciona bem junto a ingleses e<br />
franceses pois eles estão cheios de boa vontade com aquela<br />
aventura constitucionalista numa Europa em transição. O<br />
general Bourmont, francês a serviço de d. Miguel, é bati<strong>do</strong> por<br />
Saldanha no cerco <strong>do</strong> Porto.<br />
O coronel Hugh Owen, no seu livro sobre o cerco, cita um<br />
conjunto de causas que teriam leva<strong>do</strong> d. Pedro a ganhar aquela<br />
guerra impossível. Entre elas inclui: “a energia inaudita e sem<br />
paralelo <strong>do</strong>s habitantes <strong>do</strong> Porto, resistin<strong>do</strong> à peste, à fome e a guerra de<br />
extermínio; bombardea<strong>do</strong>s durante o sítio de um ano e cercada a cidade<br />
por 40.000 homens de tropa e outros tantos paisanos que trabalhavam<br />
nas fortificações inimigas.”<br />
Rechaça<strong>do</strong> no Porto, o general Bourmont recua para o<br />
sul. Tenta retomar Lisboa, sem sucesso. Nessa altura d. Miguel<br />
está refugia<strong>do</strong> em Coimbra, com poucos cartuchos para<br />
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