Os desassossegos do rei - Quintal dos Poetas

anos. Quando voltou foi encerrado num quartinho infame no
Palácio de Sintra onde viveu mais nove anos tenebrosos,
contemplando o mar ao longe. Alguns autores dizem que ele
morreu envenenado e outros dizem que ele morreu
tuberculoso, fulminado pelas frieldades dos ventos constantes
da serra de Sintra. Era o dia 12 de setembro de 1683. A partir
daí seu irmão pôde deixar de ser regente e assumir como o rei
d. Pedro II, terceiro da Dinastia de Bragança. Ele nos é muito
familiar pois foi no seu reinado que se descobriu aquelas ricas
faisqueiras de ouro do Brasil que fizeram as delícias do reino
de seu filho d. João V. Também é muito conhecido por ter
conseguido, finalmente, que a Espanha reconhecesse a
independência de Portugal.
Sucedeu a d. Pedro II, d. João que, também, como
segundo filho, não chegou a ser duque de Bragança. Seu irmão
mais velho, o príncipe do Brasil, duque de Bragança e herdeiro
do trono, morreu antes de completar um ano. De sorte que
ele assumiu o reino de Portugal como d. João V, quarto rei da
Dinastia de Bragança e o mais notável deles. Ele foi
exagerado em tudo, até nos cognomes. Oficialmente era
chamado “O Magnânimo”, os historiadores o chamaram de
“Rei Sol Português” e os viperinos o chamaram de “O
Freirático” dado sua incontrolável compulsão pelo que as
freiras escondiam debaixo dos pesados vestidos. Nasceu e
morreu na velha Lisboa, respectivamente em 22 de outubro de
1689 e 31 de julho de 1750. Pela morte do irmão mais velho
foi então proclamado príncipe herdeiro e tornou-se rei em 09
de novembro de 1706, subindo efetivamente ao trono em
janeiro de 1707. Aí começaria um dos períodos mais gloriosos
da história de Portugal, para muitos um período de grande
desperdício de oportunidades, quando o rei perdeu a grande
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