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Os desassossegos do rei - Quintal dos Poetas

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com a subida de Luis Felipe ao trono da França. O mesmo<br />

ocorreu na Inglaterra onde Lord Grey assumiu o gabinete e<br />

passou a apoiar os movimentos liberais no continente. No dia<br />

07 de abril <strong>do</strong> ano seguinte (1831), pressiona<strong>do</strong> pela crescente<br />

desconfiança <strong>do</strong>s brasileiros em relação aos seus brios liberais,<br />

d. Pedro abdicaria <strong>do</strong> Império <strong>do</strong> Brasil em nome de seu filho<br />

e, aí sim, ficaria libera<strong>do</strong> para passar à Europa e se por a frente<br />

<strong>do</strong>s constitucionalistas portugueses. Aliás, essa chance foi um<br />

<strong>do</strong>s motivos da abdicação.<br />

Não poderia haver melhor líder <strong>do</strong> que d. Pedro, quer<br />

pelo simbolismo dinástico, quer pela capacidade de coman<strong>do</strong>,<br />

quer pela coragem e exemplo. O tirano rejeita<strong>do</strong> pelos<br />

brasileiros tinha vira<strong>do</strong> a esperança constitucional <strong>do</strong>s<br />

portugueses e ainda contan<strong>do</strong> com a admiração e aplauso <strong>do</strong>s<br />

liberais europeus. D. Pedro anda pela França e Inglaterra<br />

carrean<strong>do</strong> apoio para sua disposição de colocar d. Maria II no<br />

trono. O <strong>rei</strong> francês começa a se mexer discretamente: manda<br />

uma esquadra à boca <strong>do</strong> Tejo e navios portugueses são<br />

apreendi<strong>do</strong>s. Em Lisboa é tentada uma sublevação popular,<br />

sem sucesso. A operação naval francesa teve outros motivos<br />

alega<strong>do</strong>s mas seria de grande valor para a campanha liberal no<br />

futuro pois enfraqueceu a frota portuguesa permitin<strong>do</strong> que o<br />

almirante Napier, a serviço de d. Pedro, <strong>do</strong>minasse a costa<br />

Portuguesa e pudesse apoiar a tomada de Lisboa <strong>do</strong>is anos<br />

depois. Enquanto isso d. Pedro recebe autorização para<br />

montar uma esquadra em território Francês. Assim que se<br />

considera pronto navega para os Açores onde assume o<br />

coman<strong>do</strong> <strong>do</strong>s liberais lá acantona<strong>do</strong>s e agrega novos reforços<br />

ao seu pequeno exército. Seu contumaz desassossego já estava<br />

exacerba<strong>do</strong> e o próximo objetivo já seria Portugal. A força<br />

que consegue montar beira ao ridículo: oito mil homens<br />

contra oitenta mil <strong>do</strong> irmão. Palmela chamou a expedição de<br />

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