Os desassossegos do rei - Quintal dos Poetas
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já era promovi<strong>do</strong> a coronel. Em 1817 foi despacha<strong>do</strong> para o<br />
Brasil com a missão de sufocar a rebelião de Pernambuco. Em<br />
seguida d. João VI, desejoso de mantê-lo no norte disponível<br />
para eventuais necessidades contra os focos rebeldes que<br />
pululavam por lá, o nomeou governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Pará. Poderia ter<br />
segui<strong>do</strong> brilhante car<strong>rei</strong>ra política no Brasil mas em 1821,<br />
interessa<strong>do</strong> em conhecer de perto o projeto liberal dispara<strong>do</strong> a<br />
partir da revolução <strong>do</strong> Porto, preferiu voltar a Portugal,<br />
acompanhan<strong>do</strong> d. João. Quan<strong>do</strong> d. Miguel, sem nenhum<br />
traquejo militar, foi nomea<strong>do</strong> pelo pai como chefe <strong>do</strong> exército<br />
português, Vila Flor foi coloca<strong>do</strong> ao seu la<strong>do</strong> como ajudante<br />
de ordens. Mas como tinham projetos políticos opostos, d.<br />
Miguel logo prescindiu <strong>do</strong>s serviços <strong>do</strong> futuro duque da<br />
Terceira. Com a morte de d. João VI e a proclamação de d.<br />
Pedro como <strong>rei</strong> de Portugal, Vila Flor foi reabilita<strong>do</strong> e<br />
nomea<strong>do</strong> governa<strong>do</strong>r de armas <strong>do</strong> Alentejo onde, com a ajuda<br />
<strong>do</strong> general Saldanha então ministro da Guerra, an<strong>do</strong>u<br />
reprimin<strong>do</strong> movimentos a favor de d. Miguel e <strong>do</strong><br />
absolutismo quan<strong>do</strong> ele ainda estava no exílio. Pelos seus<br />
novos feitos recebeu o titulo de marques e foi nomea<strong>do</strong><br />
governa<strong>do</strong>r de armas <strong>do</strong> Porto. Foi nessa função que d.<br />
Miguel surpreendeu-o conseguin<strong>do</strong> restabelecer o absolutismo<br />
em Portugal. Ven<strong>do</strong> que a causa liberal estava perdida o,<br />
então marques de Vila Flor, resolveu emigrar para a Inglaterra.<br />
Lá já estavam Palmela e Saldanha. Poucos meses depois<br />
rebentou, mais uma vez, um movimento constitucionalista no<br />
Porto e os liberais emigra<strong>do</strong>s, entre eles naturalmente a<br />
indefectível trinca, resolveu voltar e tentar a derrubada de d.<br />
Miguel a partir desse movimento. Mas o movimento não tinha<br />
consistência. A tropa de d. Miguel atacou duramente o reduto<br />
liberal. Vila Flor e Saldanha não se entenderam pois cada um<br />
queria ser o comandante. A tentativa frustrou-se rapidamente<br />
e os liberais tiveram que regressar à Inglaterra de forma um<br />
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