Os desassossegos do rei - Quintal dos Poetas
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que entra em cena um liberal histórico que seria muito útil na<br />
causa constitucional. Falo novamente <strong>do</strong>, então governa<strong>do</strong>r de<br />
armas da cidade <strong>do</strong> Porto, o general João Carlos de Saldanha.<br />
Acostuma<strong>do</strong> a reforçar suas convicções botan<strong>do</strong> a mão no<br />
punho da espada ele o faz novamente e exige o juramento da<br />
carta constitucional outorgada, o que acaba sen<strong>do</strong> feito em 31<br />
de julho de 1826. O próprio d. Miguel faz o mesmo em Viena<br />
no dia 04 de outubro, selan<strong>do</strong> seu acor<strong>do</strong> com o irmão. Na<br />
seqüência, a 03 de julho <strong>do</strong> ano seguinte, d. Pedro confirma o<br />
irmão como regente e, em 22 de feve<strong>rei</strong>ro de 1827, depois de<br />
um tour pela Europa, d. Miguel desembarca em Lisboa para<br />
assumir a regência em nome da sobrinha e esposa. Tu<strong>do</strong><br />
parece muito bem encaminha<strong>do</strong> mas, mal assume o governo,<br />
d. Miguel desencadeia um conjunto de atos certeiros de<br />
traição ao irmão e que o fariam <strong>rei</strong> pelo perío<strong>do</strong> de oito anos.<br />
Em 13 de março, quinze dias depois de confirmar o<br />
juramento à constituição, dá um golpe de esta<strong>do</strong> dissolven<strong>do</strong><br />
as Cortes e, obedecen<strong>do</strong> a um costume antigo para resolver<br />
pendências sucessórias, convoca os Três Esta<strong>do</strong>s. Estes,<br />
forma<strong>do</strong>s basicamente por nobres <strong>do</strong>s cantões e pelo clero,<br />
acabariam por aclamá-lo <strong>rei</strong> (30 de junho). Instala-se um<br />
conflito mortal entre os <strong>do</strong>is filhos de d. João VI. Enquanto<br />
isso, mergulha<strong>do</strong> em seus problemas brasileiros e ignorante de<br />
tu<strong>do</strong> que estava acontecen<strong>do</strong> em Portugal, d. Pedro já tinha<br />
despacha<strong>do</strong> a filha para a Europa, cumprin<strong>do</strong> sua parte no<br />
trato de dá-la em casamento a d. Miguel. Na altura de<br />
Gibraltar o marques de Barbacena, responsável pela segurança<br />
da pequena noiva, fica saben<strong>do</strong> casualmente, <strong>do</strong>s graves<br />
acontecimentos em Portugal.Então, resolve desviar a rota,<br />
conduzin<strong>do</strong> d. Maria II para a Inglaterra e retornan<strong>do</strong> depois<br />
ao Brasil.<br />
À traição de um pacto político celebra<strong>do</strong> com o irmão<br />
soma-se a humilhação imposta à filha, coisa que d. Pedro,<br />
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