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Os desassossegos do rei - Quintal dos Poetas

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para o Brasil, a proposta britânica era pior <strong>do</strong> que a conta<br />

inicialmente apresentada. Quer dizer, de certa forma, pagavase<br />

aquela conta desrespeitosa apresentada logo no início da<br />

negociação e mais alguma coisa. Mesmo assim d. Pedro topou.<br />

É que, além de não querer melindrar o pai, estava ansioso para<br />

que a independência <strong>do</strong> Brasil e a sua condição de impera<strong>do</strong>r<br />

ganhassem o mun<strong>do</strong> o mais rápi<strong>do</strong> possível. De sorte que as<br />

negociações duraram cerca de quatro meses apenas e em 15<br />

de novembro de 1825 d. João punha seu aceite à generosa<br />

proposta de seu ama<strong>do</strong> filho Pedro.<br />

Como dito, pelo la<strong>do</strong> político há no trata<strong>do</strong> um<br />

excesso de zelo em não deixar d. João mal perante os<br />

portugueses e a história. No artigo I esta dito que: “Sua<br />

Majestade Fidelíssima reconhece o Brasil na categoria de império<br />

independente e separa<strong>do</strong> <strong>do</strong>s <strong>rei</strong>nos de Portugal e Algarves: e o seu sobre<br />

to<strong>do</strong>s muito ama<strong>do</strong> e preza<strong>do</strong> filho d. Pedro por impera<strong>do</strong>r, ceden<strong>do</strong> e<br />

transferin<strong>do</strong> de sua livre vontade a soberania <strong>do</strong> dito império ao mesmo<br />

seu filho e seus legítimos sucessores. Sua majestade penas toma e reserva<br />

para sua pessoa o mesmo título”.<br />

Isso equivalia a dizer, enfim, que o Brasil não havia<br />

conquista<strong>do</strong> a independência. Ao contrário, ela teria si<strong>do</strong> uma<br />

generosa <strong>do</strong>ação de d. João VI, aliás, justamente “O<br />

Magnânimo”. E notem que a <strong>do</strong>ação não era aos brasileiros e<br />

sim ao seu ama<strong>do</strong> e preza<strong>do</strong> filho. Não se tratava da libertação<br />

de uma nação, mas apenas da transferência de um patrimônio<br />

entre pai e filho e ninguém mais tinha nada a ver com isso.<br />

Por isso mesmo d. João ainda quis compartilhar com o filho o<br />

metais, pois dificilmente há convergência quan<strong>do</strong> se usa fontes<br />

diferentes. Trato dessa questão com mais detalhe no livro “Vilas<br />

Ricas, Vilas Pobres”.)<br />

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