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Os desassossegos do rei - Quintal dos Poetas

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as províncias estavam asseguradas para integrar, mais tarde, a<br />

federação <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s da República <strong>do</strong> Brasil, suceden<strong>do</strong> o<br />

império que d. Pedro tinha cria<strong>do</strong> setenta e sete anos antes.<br />

Foi esse o país que os Bragança nos legaram.<br />

Mas, voltemos à questão <strong>do</strong> caldeirão de razões que<br />

aquecia a disposição de d. Pedro para a proclamação da<br />

independência. E aqui há de se acentuar que, muito mais<br />

eloqüente <strong>do</strong> que as tais cartas que ele recebeu às margens <strong>do</strong><br />

Ipiranga na tarde <strong>do</strong> dia sete de setembro de 1822, resulta ser<br />

a carta que ele enviou ao pai, datada de dezenove de junho de<br />

1822. Nelas, mais de uma vez, ele se identifica como “nós, os<br />

brasileiros”. Começa por chamar as Cortes de “facciosas,<br />

horrorosas e pestíferas” Mais adiante completa: “o Brasil (...) não só<br />

abomina e detesta essas (as cortes), mas não lhes obedece, nem lhes<br />

obedecerá mais”.<br />

É nesta carta que o, então príncipe regente <strong>do</strong> Brasil,<br />

lembra ao pai a recomendação que este lhe fizera as vésperas<br />

de partir: “Pedro se o Brasil se separar antes seja para ti, que me hás de<br />

respeitar <strong>do</strong> que para alguns desses aventu<strong>rei</strong>ros”.<br />

Na carta, informa ainda, que os brasileiros queriam<br />

fazer dele <strong>rei</strong> <strong>do</strong> Brasil e fazer de d João VI impera<strong>do</strong>r <strong>do</strong><br />

<strong>rei</strong>no uni<strong>do</strong>, e adverte:<br />

“se isso acontecer, recebe<strong>rei</strong> as aclamações, porque não hei de me opor à<br />

vontade <strong>do</strong> povo a ponto de retroceder; mas sempre, se me deixarem, hei<br />

de pedir licença a V. M. para aceitar porque eu sou bom filho e fiel<br />

súdito”.<br />

Nesta carta ao pai, d. Pedro também anexava<br />

representações <strong>do</strong> sena<strong>do</strong> da câmara <strong>do</strong> Rio de Janeiro<br />

exortan<strong>do</strong>-o a tomar decisões não tão veladamente a favor <strong>do</strong><br />

rompimento com Portugal, ao que ele respondeu:<br />

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