Os desassossegos do rei - Quintal dos Poetas

sua mais rica colônia e não tinha como reverter isso a não ser
pela força o que, até então, não tinha tentado com verdadeiro
empenho. O imperador sabia que tinha que montar uma
armada capitaneada por uma marinha de guerra de primeira
linha. O mundo estava cheio de mercenários prontos para isso
e também havia corretores em todos os principais portos,
apregoando barcos mercantes à venda, facilmente adaptáveis
para fins militares. Portanto, a hora era essa, quer pela
necessidade, quer pela oportunidade.
Quando lord Cochrane chegou do Chile para
comandar a esquadra que d. Pedro tinha formado, encontrou
um bando de banheiras velhas reformadas mas com razoável
condição de batalha, mesmo porque, o inimigo estava mais ou
menos na mesma condição.
Maria Graham, como mulher de capitão, tinha mania
de contar navios. De sorte que ela anotou no seu diário os
nomes de algumas embarcações que faziam parte desta
nascente armada brasileira: Liberal, Niterói, Pedro I, Carolina,
União, Maria da Glória, Real e Nightingale, somando um total
de 300 bocas de fogo. Registra, ainda, as embarcações da frota
portuguesa: d. João VI, Constituição, Pérola, Princesa Real,
Dez de Fevereiro, Ativa, Calípso, Regeneração, Audaz,
Prontidão, Emília, Conceição e os navios mercantes armados,
São Domingos, Restauração, São Gualter e Bizarra,
perfazendo um total de 398 canhões.
Entre os comandantes da frota brasileira, Maria
Graham registra nomes de gente competente como o capitão
americano David Jeweet, o francês Teodor Beaurepaire, os
ingleses capitão John Taylor e capitão Crosbie.
Em março de 1823, grande parte da nascente força da
marinha do Brasil levantou âncoras do Rio de Janeiro e
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