Os desassossegos do rei - Quintal dos Poetas

As de São Paulo e Minas, ameaçaram seguir-lhes o exemplo e
outras o fizeram de verdade.
A autoridade d. Pedro, delegada pelo pai, recebia um
duro golpe. Em lugar de ser regente do reino do Brasil ele
estava ameaçado de ter sua autoridade restrita ao governo da
província do Rio de Janeiro, como se fosse um mero
governador. Em 17 de julho escrevia a d. João VI, se
queixando dessa infame ameaça:
“Hoje sou capitão-general porque governo só a província (do Rio
de Janeiro) e assim assento o que qualquer junta poderá fazer, para que
a Vossa Majestade não se degrade a si, sendo o seu herdeiro, como
governador de uma província só”.
Foi o pior período da regência. Parecia que o reino do
Brasil se desmanchava sob os pés do príncipe, apenas três
meses depois dele assumir o encargo real. Teve que ser
paciente contudo pois não tinha forças para reverter aquela
situação. Então o fascínio pelas cortes lisboetas estava no
auge. Mas d. Pedro soube ser paciente, contrariando sua
inquieta natureza. Abriu um parêntese no seu projeto político
imediato, secundou os negócios do estado, relaxou e passou a
cultivar laços de festiva amizade com a tropa portuguesa. Nem
seu pai faria melhor. Foi um período descontraído que duraria
até final de setembro de 1821. D. Pedro e a princesa se
tornaram freqüentadores assíduos de bailes e festas militares.
Passaram até a frequentar a casa de Jorge Avilez, onde, às
vezes, o regente ia desacompanhado de d. Leopoldina pois
também gostava de cortejar a mulher do general, a bela d.
Joaquina. Entregou-se a esses doces misteres de alcova e de
caserna e até se esqueceu um pouco dos aborrecimentos
castrenses. Suas cartas ao pai nesse período se tornaram mais
amenas. Chegaria mesmo a esquecer sua habitual sovinice,
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