Os desassossegos do rei - Quintal dos Poetas
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eivindicação o príncipe já esperava, a segunda o pegou de<br />
surpresa e o encheu de indignação. Quis ganhar tempo,<br />
chaman<strong>do</strong> ao ajuntamento os eleitores fluminenses, para<br />
opinarem em nome <strong>do</strong> povo. Não deu certo pois os eleitores<br />
consulta<strong>do</strong>s acabaram ratifican<strong>do</strong> o pleito <strong>do</strong>s militares sem<br />
nenhuma dificuldade. Mas o comandante militar <strong>do</strong> Rio de<br />
Janeiro – general Jorge de Avilez - com apoio da tropa,<br />
acabaria ganhan<strong>do</strong> papel de destaque e aí é que estaria a pedra<br />
no sapato de d. Pedro, onde permaneceria por mais de um<br />
ano. A junta então formada, por falta de uma maior definição<br />
<strong>do</strong> que devia fazer, acabou dissolvida. Contu<strong>do</strong>, começava aí<br />
uma série de confrontos entre o príncipe regente e o<br />
comandante de armas, chefe da divisão portuguesa.<br />
Mas a maior vítima <strong>do</strong> episódio seria o conde <strong>do</strong>s<br />
Arcos. Ele foi preso ao cair da noite <strong>do</strong> dia 10 de junho e<br />
embarca<strong>do</strong> para Portugal com a roupa <strong>do</strong> corpo. D. Pedro<br />
nada pôde fazer e talvez nem quisesse pois, afinal, era a<br />
chance que surgia dele ficar livre <strong>do</strong>s boatos de que ele não<br />
passava de um joguete nas mãos <strong>do</strong> conde <strong>do</strong>s Arcos. D.<br />
Marcos de Noronha e Brito – o conde <strong>do</strong>s Arcos – cumpriria<br />
pena na Torre de Belém, em Lisboa, acusa<strong>do</strong> injustamente de<br />
conspirar contra o constitucionalismo das Cortes. Logo ele<br />
que tinha si<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s principais mentores liberais <strong>do</strong><br />
príncipe. Morreria em 1828 com cinqüenta e cinco anos, mas<br />
não sem antes ter ti<strong>do</strong> a chance de ver a constituição de seu<br />
pupilo d. Pedro outorgada a Portugal.<br />
O Conde de Louzã, por sua vez, continuaria seguin<strong>do</strong><br />
car<strong>rei</strong>ra pelo la<strong>do</strong> aposto, se tornan<strong>do</strong> ministro <strong>do</strong> governo<br />
absolutista de d. Miguel. Ele teria atribuí<strong>do</strong> ao próprio d.<br />
Miguel a culpa pela perda da coroa “pela sua exaltação, vaidade e<br />
ignorância”.<br />
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