Os desassossegos do rei - Quintal dos Poetas

Leopoldina, em posição de destaque. Enquanto crescia a
glória da concubina desvairada, ia crescendo também a
humilhação da recatada esposa, o que acabaria por matá-la
literalmente de desgosto.
Por conta de sua rendosa ocupação, a futura
marquesa de Santos se mudaria para um palácio, ricamente
mobiliado, rica prataria e farta criadagem vestida com vistosos
librés. Dava festas suntuosas, despendendo somas na casa dos
contos de reis e distribuía preciosos presentes aos amigos. De
noite o palácio era uma festa iluminada, de dia uma próspera
agencia de negócios. Dizem que ela recebia as propinas
pessoalmente e, claro, sem passar recibo, que também nem era
exigido, para conveniência das partes.
As imperatrizes
D. Carolina Josefa Leopoldina Francisca Fernanda
de Habsburgo-Lorena era filha do Imperador da Áustria
Francisco I. Quando casou com d. Pedro, a 13 de maio de
1817, tinha vinte anos, enquanto ele tinha dezoito. O
casamento tinha custado uma fortuna a d. João VI pois a
arquiduquesa da Áustria estava sendo muito requisitada pelas
casas reais da Europa. Para convencer de que o melhor
consorte era um príncipe de um longínquo reino tropical, foi
necessário convencer antes de que a Corte Portuguesa nadava
opulenta nas riquezas do Brasil. Pelo menos foi o que tentou
mostrar o marques de Marialva em Viena, enquanto negociava
o matrimônio. Festas nababescas e presentes generosos
fizeram a alegria da nobreza austríaca naqueles dias
esplendorosos de caça à mão da recatada princesa. Mas
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