Os desassossegos do rei - Quintal dos Poetas

Saturville e Heloise Henri, francesas de que pouco se sabe;
Luisa Clara de Menezes, mineira de Paracatu; Gertrude
Meireles, mineira de Ouro Preto; Ludovina Soares, atriz;
Joaquina de Lencastre Barros, mulher do general Avilez e Ana
Augusta, monja portuguesa dos Açores, seu último caso
conhecido.
Mas, a grande paixão do nosso primeiro imperador, foi
sem dúvida, Domitila de Castro Canto e Melo. Ele a conheceu
em 29 de agosto de 1822 e manteve um caso com ela que
durou sete anos, debaixo de pouca discrição. Durou até que
ele se deu conta de que, se não suspendesse aquela mancebia,
ficaria viúvo para sempre, pois as cortes europeias não tinham
gostado nem um pouco do que o imperador tinha feito com
dona Leopoldina, levando a amante para perto de si e levando
seus filhos bastardos para dentro do palácio. Domitila era
casada e parece que, além de trair o marido, andou traindo
também o imperador. Mas, com exceção de d. Pedro claro,
todos eram mansos e sabiam explorar aquela rica relação,
inclusive pais e irmãos, coniventes e confortados pelos muitos
mimos recebidos de Sua Majestade. Ao todo o imperador
freqüentou a alcova legítima ou adulterina de treze mulheres
com as quais teve nada menos do que dezoito filhos, sendo
treze assumidos.
Mas tinha fama de ser um pai amoroso: a dois deles
legaria uma coroa real. Os bastardos também tiveram a sua
parte. À sua filha primogênita com a amante favorita faria
depois desentendeu-se com a mulher o foi viver no Paraguai onde
montou uma grande fazenda de produção de mate. O governo local
achou que sua atividade contrariava uma lei e o prendeu, mantendoo
encarcerado durante nove anos. Foi nesse período que madame
Bonpland andou pelo Rio de Janeiro trocando favores com d.
Pedro a favor da soltura do marido.
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