Os desassossegos do rei - Quintal dos Poetas

Em 09 de março as Cortes aprovavam as bases da
constituição portuguesa. Quando a notícia chegou ao Brasil
todas as juntas provisionais que já tinham jurado a futura
constituição que ainda se ia fazer, tiveram que jurar as bases
também. Ou seja, quem já tinha jurado o geral, agora jurava o
particular. Não tinha muito sentido, mas era uma boa
oportunidade política para as Cortes redobrarem os
compromissos de fidelidade dos brasileiros. E eles o fizeram
cheios de civismo. O próprio príncipe regente teve que fazêlo,
pressionado pelos militares portugueses, o que se deu no
dia 05 de junho de 1821.
Em 24 de abril, ou seja, uma semana depois da
chegada das novidades da Bahia, as Cortes baixavam
resolução reconhecendo todos os governos provisórios
criados no Brasil. Animados, enfim, com os acontecimentos
que estavam ocorrendo nos diversos cantos do Brasil, os
deputados lusos começaram a acreditar que podiam reverter a
obra tropical de d. João VI e submeter o país novamente à
antiga condição de quintal de Portugal. Mas, já a partir de
setembro de 1821, a simpatia dos brasileiros pelo trabalho
constitucional que estava sendo elaborado em Portugal
começava a arrefecer. Foi quando os deputados brasileiros
começaram a chegar a Lisboa. E foi aí que começou a
mudança dos ventos.
Ao longo do ano de 1821, a quase totalidade das
províncias eram governadas por juntas provisórias, a maioria
delas leais às Cortes de Lisboa e algumas claramente hostis ao
príncipe regente. No ano seguinte d. Pedro partiria para
submetê-las ao seu comando, condição indispensável pra
evitar uma recolonização do Brasil.
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